Arquivo da Categoria: aspirinas

JPP – o velho bolchevista que renasceu liberal

Com essa acusação, Pacheco, um fulano vulgarmente tido por culto e inteligente, revelou uma vez mais a sua alma de denunciante e provocador policiesco. Teria dado um bom quadro policial, com a sua tendência patológica para a recolha de informação política. Se hoje houvesse uma polícia fascistóide (não estamos livres disso), ele seria o encarregado ideal da vigilância da blogosfera. Daria também um bom analista de escutas telefónicas, para o que já revelou vocação.

Note-se que Pacheco começou a sua carreira de inquiridor e inquisidor como marxista-leninista, e dos mais tinhosos no seu dogmatismo ideológico. Ler hoje os seus virulentos escritos doutrinários da primeira metade dos anos 70 é algo de fantasticamente hilariante, para quem tenha humor e estômago. É conhecido que por esses anos o mangas recomendava que se queimassem certos livros considerados burgueses, como foi o caso de uma obra do professor António José Saraiva. Grande intelectual este Pacheco, guarda-vermelho incendiário nas horas vagas… Nunca lhe passou o tique, diga-se, embora surja agora disfarçado de liberal.

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Projecto Intimidades via Questionário Anónimo

Gostaria pedir a sua ajuda no sentido de divulgar a minha investigação de Doutoramento, relativa à Intimidade no Casal. Iremos executar uma grande análise de dados no final do mês de Julho e gostaríamos de ver incluídas tantas participações quando possível.

Poderá participar preenchendo o questionário online ANÓNIMO disponível no site do projecto:
https://sites.google.com/site/intimacyanddesire/

Para participar, basta estar casado/o (não interessa há quanto tempo) ou coabitar com o/a companheiro/a há pelo menos 2 anos, e ter concluído o 9º ano de escolaridade.

Contribua para a investigação nacional, participado e também divulgando este questionário pelos seus amigos, colegas e familiares.
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Muito obrigada pela sua colaboração!

Luana Cunha Ferreira
Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra

Louçã, o incompreendido

Essa coisa de o Bloco ter perdido metade dos deputados por Louçã não ter reunido com a troika é uma conveniente história da carochinha com que o próprio Louçã tenta agora deseperadamente “explicar” o seu fiasco político. Como se isso tivesse sido uma mera decisão “incompreendida” pelo eleitorado, uma pequena falha de comunicação, um erro de public relations.

A Louçã não convém nada que se investiguem e apontem as verdadeiras razões do fiasco do Bloco, como o facto de se ter unido à direita para derrubar o governo socialista e de ter trabalhado incansavelmente durante seis anos para voltar a pôr a direita no poder. Foi para isso que o Bloco de Louçã serviu, não tendo tido qualquer outra utilidade prática. Para, juntamente com os comunistas, ajudar a direita em sujos ataques pessoais (como se viu em sucessivos inquéritos pidescos no parlamento) e em campanhas de descrédito contra o governo socialista.

Durante seis anos, os bloquistas de Louçã “correram por fora”, isto é, cativaram os votos que os eleitores lhes deram para rejeitarem qualquer compromisso ou responsabilidade de governo, para atiçarem o descontentamento contra Sócrates e para conduzirem uma guerra sectária contra o PS, à custa do qual pensavam que podiam crescer como partido político. Apostaram na destruição do PS e na sua substituição pelo Bloco. Era este o sonho de Louçã, nem sempre inconfessado: chegou a proclamar em 2009 que em Portugal os verdadeiros socialistas eram eles, os bloquistas de Louçã, como se o PS fosse uma mentira que lhes estivesse a usurpar o território.

Viu-se o resultado deste sonho destrambelhado. O desastre eleitoral do Bloco põe em causa toda a orientação de Louçã e não apenas a simples decisão de não ter querido reunir durante duas horas com a troika – uma decisão aliás perfeitamente previsível e coerente com a estratégia e a prática política do Bloco desde 2005.

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Oferta do nosso amigo (ou amiga) Histórias da carochinha

O regresso da ingrícola

Caro Adolfo Dias,

então agora a União Europeia não quer a destruição da agricultura portuguesa? O que terá mudado na política agrícola europeia para alterar os factos?

O que a CEE da altura quis, não foi acabar com a agricultura em Portugal, mas acabar com o tipo de agricultura que se praticava.

Ainda hoje, conheço centenas de proprietários que são pagos para não cultivarem, porque será?

Porque é que a agricultura do Thierry Roussel recebeu 1 milhão de contos (5 milhões de Euros) da CEE, a fundo perdido, no tempo do senhor Cavaco, e deu cavaco com a guita deixando centenas no desemprego e milhões em débito à CGD por via do seu projeto agricola?

Onde estará o senhor Cavaco que dizia em 87 que o Alqueva só avançaria se a sua reforma agrária avançasse, e que depois colocou as obras em banho-maria?

Já não quero falar no seu programa de sucesso, lembra-se, o JEEP (Jovens Empresários de Elevado Potencial), que serviu para a compra de jipes Toyota (do apoiante Salvador Caetano) com os dinheiros do FSE e da PAC e de umas obritas em casas que se destinavam a turismo rural mas onde os únicos hóspedes eram os moradores e respetivos familiares e amigalhaços.

A agricultura começou a ser destruida quando não se ouviram as sensatas palavras do Sousa Veloso sobre o associativismo a sério, a mecanização agrícola prudente, o desemparcelamento do minifúndio, as colheitas especializadas, a ordenação das propriedades, a escolha das espécies a produzir, a rede de frio e de silagem equilibrada, a aposta na diversidade e na qualidade.

Onde estão os rebanhos, que é feito da pastorícia, onde está a protecção das espécies nacionais, onde pára o ordenamento florestal, por onde andam os carvalhos nacionais, os castanheiros que dão castanhas, os negrilhos para forragens, as nogueiras que nos dão nozes e bela madeira, os amieiros fixadores de azoto, e toda uma flora diversificada, amiga do ambiente e resistente ao fogo.

Será que o Cavaco se preocupou com isto ou foi a CEE que não deixou?

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Oferta do nosso amigo Teófilo M

Os homens vêem-se nas acções

Desde 2005 os meus votos foram para o PS via José Sócrates, a partir de 5 Junho não sei para quem vão. Se Passos Coelho demonstrar ser um reformista como Sócrates, o meu voto, passa a ser depositado no PSD. Não acredito nisso, julgo que vai fazer reformas mas estas vão no sentido de favorecer a direita.

No CDS nem pensar, ainda me lembro do tempo da União Nacional, o que faziam aos empregados, por isso, não atraiçoo a memória de meu pai.

A CDU foi a que mais vezes recebeu o meu voto, como não vejo vontade de se renovar não votarei neles.

O BE teve uma vez o meu voto, a comportar-se assim, não me sinto inclinado a votar neles. Estou farto de diáconos e sacristães.

O PS – não falo dos grupelhos de esquerda, fazem-me lembrar as famílias em que os irmãos estão todos zangados e cada qual procura desenrascar-se – deixei para o fim e só continuará a receber o meu voto conforme o líder.

Se for José Seguro nem pensar. Não estou para dar o voto a quem é tão inseguro. Não esqueci o nojo que metia na porqueira do Crespo, via o Secretário-geral do seu partido a ser enxovalhado e não tinha uma palavra para contrariar. Com pessoas destas não me entendo, só sabem cuspir no prato em que comem. Teria agora trunfos para jogar contra Assis se não aceitasse ser deputado pelo círculo de Braga mas, como não tem coluna vertebral, está contra mas… aceita as migalhas.

Assis se continuar com o ideal que tem, se for Secretário-geral do PS, pode contar com o meu voto. Desde há muitos anos não via um líder parlamentar com a facilidade de argumentação. Não precisa de papéis para fazer um discurso. Uniu sempre o grupo parlamentar, coisa que Seguro ou outro não sabe fazer.

Tenho pena de não ver Manuel Maria Carrilho a candidatar-se. Os homens vêem-se nas acções.

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Oferta do nosso amigo Manuel Pacheco

Bem-hajas, Sócrates

Sócrates era fácil de esquecer. Mas a obra que deixou lixa tudo. Reparem como se atiram raivosamente ao Magalhães, às Novas Oportunidades, ao Simplex, à recuperação do parque escolar, ao plano tecnológico, ao inglês na primária, ao investimento sem paralelo na investigaçâo cientifica, às energias renováveis, ao redimensionamento da rede escolar, ao fecho das falsas urgências, à avaliação dos docentes, ao rigor nas entradas e saídas do pessoal médico nos hospitais, à aposta nas exportações, diversificando os mercados (por levar as empresas portuguesas também à Libia e à Venezuela, já é amigo de fascistas!!!).

É tudo isto que não suportam! Sócrates, o PM empreendedor! Com esta não contava a direita, que só via no PS “figuras de retórica”, gente prenha de ideologia e cultura mas vazia de iniciativa e rasgo empreendedor. Saiu-lhes um Sócrates cheio de genica que, apesar de perseguido cruelmente desde o primeiro dia do seu governo, por magistrados sem escrúpulos, em conluio com policias, políticos, jornalistas e poder económico, fez uma obra inigualável desde que temos democracia.

E ainda ficaram as 27 perguntas que a justiça lhe queria fazer (!!!) sobre um Freeport alimentado até ao último dia da sua governação, no qual os abutres não encontraram um pintelho por onde o pudessem comer, depois de gastarem rios de dinheiro a investigar uma tramóia criada à mesa de um café por aqueles que toda a gente sabe. Mas os magistrados não quiseram saber e ainda ficaram 27 perguntas por fazer!

Odeiam Sócrates, porque também têm medo de verem no espelho, gravadas na testa, todas as pulhices que lhe fizeram. A sua consciencia pesada não lhes permite esquecer Sócrates.

Gastador? No principio de 2009 o défice era de 2,9. A crise internacional salvou os filhos da pulhice!!!

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Muito bem Mário. Também tenho um Mário cá em casa que pensa como tu.

De facto a obra de Sócrates vai ficar na História. Mas o Mário esqueceu-se de lembrar a criação da rede de Cuidados Continuados Integrados, criada em Junho de 2006 e, que desde então, não tem parado de crescer. O projecto é para estar concluído em 2013, ou seja até essa data, esta rede irá cobrir todo o território nacional.

Sou enfermeira e estive durante 3 anos a trabalhar numa EGA e dou valor a este trabalho desenvolvido pelo Governo de Sócrates, com uma grande visão de futuro. Esta rede veio dar resposta a muitas solicitações de cuidados de saúde, essencialmente dos mais desfavorecidos. Hoje existe uma resposta igual para todos. Ainda por cima esta rede criou muito emprego.

Bem-hajas Sócrates.

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Ofertas do nosso amigo Mário e da nossa amiga elisabete

Para ir reflectindo até ao fecho das urnas

Aí está um fenómeno que vai ser estudado daqui a uns tempos. O ódio a Sócrates. O ódio patológico ao melhor primeiro ministro que Portugal teve desde que me lembro, já lá vão uns anos – e a minha memória é boa. O ódio escabroso orquestrado pela campanha ad hominem mais peçonhenta de que há memória em Portugal. Ódio da direita e ódio da esquerda. Sócrates só pode ter estado no caminho certo!

Queria ver essas múmias televangelistas da extrema esquerda a lidar com responsabilidades de governo durante uma singela semanita. Uma semana negra, a caminho da guerra civil!

E esses laranjas sequiosos do poder que lhes escapa há tantos anos? Se tivessem vencido Sócrates, que teriam eles feito com a crise financeira internacional que assolou o país? Teriam previsto tudo desde 2005, teriam cancelado as obras públicas, congelado os salários e despedido 100.000 funcionários públicos, não é? Como teriam explicado ao país, em 2006 ou 2008, as medidas de combate à crise que em 2010 se tornaram necessárias? Bem, a Manuela Ferreira Leite sempre disse que não havia crise nenhuma, era tudo culpa do odiado Sócrates.

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As raízes do ódio

No fundo, quer para a extrema-esquerda, quer para a direita que temos, trata-se de voltar a pôr as coisas nos eixos, cada macaco em seu galho. Ambas conviveram, e convivem, mal com o pós 25 de Abril.

A extrema-esquerda, falhado que foi o PREC, teve que tolerar a democracia, embora a contragosto, pois sempre soube que não era a votos que chegava ao poder. Na versão mais “moderna” transformou-se em organizações de protesto, onde tudo entrou, inimigos figadais da véspera, verdadeiros sacos de gatos sem vocação para poder. Para essa esquerda, convicta do quanto pior melhor, o centro-esquerda, representado em Portugal pelo PS é, naturalmente, o inimigo a abater, porque só perante um governo de direita, de preferência ditatorial, encontrará o terreno que lhe verdadeiramente é familiar para preparar a revolução, única forma que vislumbra para alcançar o poder. Diga-se que, neste aspecto, as notícias da Grécia agradarão porventura à extrema-esquerda, nomeadamente se se confirmar a lunática intenção de ser o trio FMI/BCE/Comissão a coordenar a cobrança de impostos e o programa de privatizações, com a consequente não descartável hipótese de uma intervenção militar, previsivelmente de direita.

Já para a direita portuguesa, o PS representa aquilo que ela sabe que foi a verdadeira conquista – e, até ver, o maior sucesso – do 25 de Abril e que visceralmente abomina: a possibilidade de, sem nacionalizações ou amanhãs cantantes, se criarem mecanismos, democráticos, sobretudo ao nível do ensino, de mobilidade social e de rotura com auto-atribuídos privilégios de classe. E mesmo se esses mecanismos são ainda incipientes em Portugal, o certo é que para a direita portuguesa, que na sua maioria, e tal como a extrema-esquerda, não se entusiasma com o regime democrático, a mera possibilidade de aqueles mecanismos serem aprofundados é manifestamente intolerável. A direita não tem ilusões: em democracia é, obviamente, do PS que vem o verdadeiro perigo de esvaziamento da cultura de privilégios que a direita portuguesa sempre assumiu. Daí o ódio.

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Oferta do nosso amigo José Pires

g point

Exactamente, as campanhas são também testes de resistência aos candidatos. Mas parece que o Passos Coelho ainda não percebeu isso. Ontem ouvi-o desabafar que ‘já não tem paciência para os trocadilhos de Sócrates’.

Pasme-se, ainda a campanha não vai a meio já o candidato a primeiro-ministro, e líder do partido que faz do insulto a sua principal arma, admite não ter paciência para ouvir os trocadilhos dos opositores.

Fará alguma ideia do que o espera caso seja eleito? Da paciência que necessitará para ouvir críticas permanentes da oposição, dos sindicatos, de tudo o que é corporação profissional, etc., etc., quer a governação corra bem, quer corra mal?

Queria ver se fosse o Sócrates a queixar-se de falta de paciência fosse para o que fosse.

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Oferta da nossa amiga guida

Traquinices

As mil e uma razões porque Sócrates perde todos os debates nesta campanha.

Mais a sério, a última versão do PPCoelho das “Mil e uma noites” (disponível em todos os escaparates).

O Passos pode dizer uma coisa como gestor e o oposto como líder partidário.
Ainda existem homens invulgares.
O Passos poupou os espectadores às farófias.
Todos devemos ir dar banho ao cão pelo menos duas vezes por semana.
O Relvas tem o cabelo diferente.
Ainda existem macacos, alguns deles também invulgares.
O Passos quer lá saber que existam outros países em crise, o Sócrates é o culpado.
O Passos é quem manda.
O PPortas está preocupado com o país.
A FPF ainda não tem o interesse público.
O Passos nunca tirou macacos do nariz em público.
O Passos não trouxe o Dias Loureiro para o debate.
O PSD quer a CGD gerida pelos amigos. Dão-lhe mais garantias.
Os carros não são tão exigentes como os cães mas também merecem a nossa atenção.
O Passos alagou o governo porque é bruxo. Sabia que os próximos PECs não iam resolver nada.
A minha cadela não tem pulgas.
O Passos quer lá saber que o desemprego em Portugal seja semelhante ao de uma série de países da Europa, com ele não ficará um único desempregado em pé.
O Sócrates não tem patilhas.

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À espera de Louçã

Louçã, quando decide ser normal e deixar de lado a carga de inveja, aspirações loucas, moralismo e radicalismo datado e inútil, até é tragável. Mais, até permite que nele se vislumbre um contribuinte sério para uma governação PS. Quando também corrige a voz de diácono e pregador, até soa a político responsável…

Não estará na hora de outros membros do Bloco deixarem de brincar aos revolucionários de bancada, que só sabem é criticar, e se disporem a vir “sujar” um bocado as mãos, pelo menos para saberem o que é ter de tomar decisões difíceis, fazer face aos mais variados interesses presentes numa sociedade e abandonar de vez a ideia malsã de que há que acabar com o “sistema” não se percebendo bem que “sistema” pretendem? E, já agora, se acham que o “sistema” é injusto, o melhor não seria vir transformá-lo por dentro, já que as revoluções à moda do século passado já não convencem ninguém?

O Passos, por motivos diferentes das revoluções do século passado, e apesar da pose, definitivamente não convence.

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Oferta da nossa amiga Penélope

ARRIBA O BOI

Caro Valupi e colegas do Aspirina.

Ainda compreendendo que estão muito ocupados com Troikas, Passos, Marcelos e Rebelos, Eleicões à vista e tudo isso gostaria de que por parte de quem quisser, fosse-lhe dado um alinho à vontade na lingua portuguesa, da que não tenho à capacidade de exprimer como deve ser, o texto titulado “festa do boi”.

Na Vila de allariz, celebrase uma festa chamada “ a festa do boi”, que é relata-da a continuação. Na Secretaria da organização da festa há cartazes, camisetas, panos e fatos varios à venda e também folhas explicativas da festa em varios idiomas. Embora não ha em portugués. A festa e muita comcorrida e ainda que os portugueses que venhem não tenhem problema para lerem , seja em inglês, francés, italiano, español e galego, acho que repararão que porque não há em portugués. Eu reparei e pôs a questão en conhecemento da organização. Reconheceram o erro e fizeram-me a encomenda de apresentar-lhes um texto em Português. Pos-to ò trilho, ê-lo ahí. Agradeço a quem quisser remendâ-lo.

Aproveito para invitar-vos tanmto a festa, como sob de tudo a visitar a Vila de Allariz . E muito fermosa pela sua paisajem, hestoria, gastronomía, a sua conservação em pedra de datas medievais misturada e restaurada à modernidade. Fica de Chaves a sesenta kilómetros por auto-estrada, de momento libre de pagamento. Olho, isto não é nenhuma técnica publicitaria turística.

Saudações galegas.

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A fantástica história de Portugal

Infelizmente, temo que, com o aparente ensandecimento de grande parte dos representantes nacionais na negociação, a designada Troika se limite a aplicar as receitas tipo da “cartilha neo-liberal”, provavelmente, muito pouco adequadas à situação específica do País.

Torres Couto – personagem com quem nem simpatizo muito – surpreendeu-me, ontem, pela positiva numa entrevista à SIC Notícias, dando nota da forma como o Governo e as principais confederações patronais e sindicatos prepararam previamente a negociação com o FMI em 1983. É certo que o contexto era muito diferente (Governo do Bloco Central, sem eleições à vista, cenário de guerra fria, possibilidade de desvalorização cambial), mas houve sentido de estado por parte dos diversos intervenientes, consensualizando o que seria ou não aceitável previamente à negociação com o FMI. Depois, nas reuniões de negociação propriamente ditas, a generalidade das autoridades nacionais demonstrou um grande consenso em relação às medidas que haviam sido previamente acordadas ao nível nacional.

Quase trinta anos depois, o FMI regressa e confronta-se com um clima de quase loucura colectiva.
O principal magistrado da nação, depois de ter dado a senha para a operação suicida de 11 de Março de 2011, esconde-se, agora, atrás do facebook do Palácio de Belém, entretendo-se, de vez em quando, a receber Velhos do Restelo pirómanos reconvertidos em bombeiros salvadores da pátria (como António Barreto).

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V9

O que se está a passar no PSD não é normal. Nem para o saco de gatos a que nos habituou. Há qualquer coisa de mais profundo a passar-se, mas que só nos chega através da espuma que provoca.

Quem é que informou a Judite de Sousa acerca da reunião, e porque é que ela faz a pergunta a Passos Coelho, que é claramente apanhado de surpresa (vejam o piscar de olhos compulsivo antes de responder)? Porque é que Ferreira Leite, Marques Mendes e outras figuras do Cavaquismo recusam os convites de maneira tão publica, sabendo bem os danos que provocariam? Porque é que Marques Mendes vem deitar achas para a fogueira de Nobre? Porque é que Pacheco Pereira vem divulgar este SMS, da maneira mais danosa possível, quando ele pode ser explicado de maneira bem mais inocente, como o demonstra o Pedro Marques Lopes? E finalmente, porquê o silêncio ensurdecedor de Cavaco Silva, quando já nos provou que não tem o mínimo pudor em fazer declarações para influenciar a campanha e prejudicar o PS?

Ou seja, porquê a pressão sobre Passos Coelho para provocar eleições, deitando por terra o plano de salvamento já preparado e assegurando a vinda do FMI, para depois lhe tirar o tapete desta maneira?

Para mim, a explicação pode ser esta: Pedro Passos Coelho foi usado para deitar abaixo o governo, na pior altura possível e assegurando-se que não recebia um balão de oxigénio que lhe permitisse recuperar a reputação, mas nunca foi intenção de Cavaco que fosse Passos a ganhar estas eleições. Antes, seria o PS a negociar a ajuda e a arcar com as consequências da sua implementação num primeiro momento, um ano ou dois, permitindo então uma “nova esperança” com um PSD renovado por Rui Rio e uma maioria absoluta. E se o CDS alinhar com o governo, em nome do “interesse nacional”, tomando parte do desgaste, tanto melhor.

Só assim é que me faz algum sentido. Claro isto é especulativo e conspiratório, e que no meio da jogada os interesses do país e dos cidadãos são altamente prejudicados e favor de interesses de poder, mas não espero outra coisa deste presidente.

A ultima jogada do Cavaquismo, a meu ver, está ainda na fase inicial. Uma maioria, um governo, um presidente. Mas não já.
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Oferta do nosso amigo Vega9000

edietora

Tenho de esquecer o que sei do funcionamento da UE, do euro, da zona euro. O Mecanismo de Estabilização do Euro que estava prestes a ser aprovado na última cimeira não ia ter uma notação triplo A, não. Não ia permitir taxas de juro no máximo de 5% a quem a ela recorresse, não. Não estava desde já aberta a Portugal com as medidas do PEC IV que foram aprovadas pela Comissão, BCE e estados-membros da zona euro, não. A sua aprovação não seria a tentativa até agora mais credível de pôr termo à especulção sobre as dívidas dos países da zona euro, e sobre o próprio euro, não. E o facto de Portugal resistir ao FEEF+FMI não significa que contitui um obstáculo ao ataque da próxima vítima – Espanha. Não, nada disto afecta o euro em si, claro que não. Não nada disto aconteceu.

O culpado de tudo e mais um par de botas é o Sócrates. E ele que se cale que já estamos fartos que se vitimize e ainda se permite criticar o PSD por não ter apresentado um grama de programa. Autoritário e arrogante!

Sofia C.

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Manuel Pacheco – Aí vem lobo:

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fado positivo

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Sugestões da nossa amiga edie

V9

Estamos num buraco, mas confesso que estou bem mais optimista do que ontem.

8:15 – Enquanto levo o filho à escola, ouço na TSF que a primeira – a primeira – medida que o PSD propõe é o aumento do IVA. O Partido do “sempre pela despesa, nunca pela receita” propõe, no primeiro dia de pré-campanha, aumentar impostos. Gargalhada matinal, para espanto do miúdo.

11:00 – Em breve viagem a caminho de uma reunião, o patrão, que nunca fala de politica senão um ocasional “todos iguais”, está tão indignado como eu, afirma que Sócrates “ao menos tem tomates” e faz gala em afirmar que vai de votar nele. Grande espanto, desta vez meu.

13:50 – Para espairar, vou a pé almoçar, caminhada de 3 kms. Muita gente à porta dos escritórios, ou em regresso, em pequenos grupos. O assunto é inevitavelmente o mesmo. Nas conversas que vou ouvindo de passagem, o tom é geral: espanto, indignação incipiente, fala-se abertamente de politica, não são propriamente simpáticos para Sócrates, mas muito menos para Passos Coelho.

Tenho a sensação, apenas pelo dia de ontem, que este não está bem a ver no que se meteu. Vamos ver as primeiras sondagens. Se forem más para os laranjas, entram em pânico. And the fun begins.

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Oferta do nosso amigo Vega9000

g point

Um dos mais graves problemas do PSD é mesmo esse do ‘logo se verá’, e já existia bem antes deste PEC. É espantoso que não tenhamos a mais pálida ideia de quais são as alternativas deste partido que não se cansa de repetir que está preparado para tomar as rédeas da governação. Sinceramente, ainda não percebi quais as diferenças entre esta e a última liderança do PSD. A última apostou tudo na ‘política de verdade’, na prática, tratava-se de repetir até à exaustão que Sócrates era mentiroso, quanto ao resto, era o ‘logo se verá’, com os resultados que se viram. Com a nova liderança é exactamente a mesma coisa, o Governo mente em relação a tudo, usa-se e abusa-se da palavra ‘verdade’, e é só isso. Ideias para resolver os problemas do País, ‘logo se verá’.

Desde que assumiu a liderança do partido, e tirando o clamoroso falhanço da revisão constitucional que propôs, de Passos Coelho não se ouviu nada nem uma única ideia. Os seus discursos são tão ou mais ocos do que os da sua antecessora. Deve acreditar que nos bastam, a nós eleitores, aos mercados e às restantes instituições internacionais, os seus lindos olhos. Bem, há uma ideia que tenho ouvido ultimamente, a de que não devemos diabolizar o FMI, diabolizamos antes Sócrates e todas as medidas do Governo, aproveitamos e diabolizamos também todos os resultados da execução orçamental, sobretudo se forem bons, os números das exportações e restantes números positivos, e todos os elogios que as instituições internacionais possam fazer às políticas do Governo. Quer isto dizer que quando for o FMI a ditar as medidas de austeridade as mesmas serão óptimas e necessárias e é óbvio que o povo nessa altura, ao contrário de agora, que não aguenta mais sacrifícios, terá de as aguentar.

Ou será que Passos também bateria o pé a estas medidas do PEC se fossem impostas pelo FMI? A propósito, nas várias peças jornalísticas sobre a entrevista do primeiro-ministro, não vi reproduzir em lado nenhum a parte em que este enumerava algumas dessas prováveis medidas, como o corte do 13º mês, do subsídio de férias, redução do salário mínimo, despedimento de funcionários públicos e por aí fora. Terá sido por serem mais uma mentira de Sócrates ou os nossos jornalistas e comentadores não estão muito interessados em discutir isso agora apostando também no ‘logo se verá’?

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Oferta da nossa amiga guida