Com essa acusação, Pacheco, um fulano vulgarmente tido por culto e inteligente, revelou uma vez mais a sua alma de denunciante e provocador policiesco. Teria dado um bom quadro policial, com a sua tendência patológica para a recolha de informação política. Se hoje houvesse uma polícia fascistóide (não estamos livres disso), ele seria o encarregado ideal da vigilância da blogosfera. Daria também um bom analista de escutas telefónicas, para o que já revelou vocação.
Note-se que Pacheco começou a sua carreira de inquiridor e inquisidor como marxista-leninista, e dos mais tinhosos no seu dogmatismo ideológico. Ler hoje os seus virulentos escritos doutrinários da primeira metade dos anos 70 é algo de fantasticamente hilariante, para quem tenha humor e estômago. É conhecido que por esses anos o mangas recomendava que se queimassem certos livros considerados burgueses, como foi o caso de uma obra do professor António José Saraiva. Grande intelectual este Pacheco, guarda-vermelho incendiário nas horas vagas… Nunca lhe passou o tique, diga-se, embora surja agora disfarçado de liberal.
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