“Adoro quando me penetras com esse dedo, o da aliança, bem fundo em mim”, revela-me, entre um grito de prazer e outro, C. “Sim”, aquiesço. “Eu também acho que o nosso casamento está completamente fodido”, finalizo.
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Intermitência
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“Sempre que estou diante de ti encontro, nos teus olhos, maldade, frustração, ódio, inveja, insatisfação”, diz-me H., um rival de longa data. “Sim, sou forçado a admitir que tens razão”, respondo com serenidade. “Sempre me disseram que tenho os olhos bastante espelhados”, concluo. E recebo, com tranquilidade, o murro que me esmurra.
Intermitência
“O que me faz preferir-te em relação às outras é o facto de ser apertado”, digo, na ressaca do prazer, a N. “Sim, eu sei que o meu sexo é apertadinho”, responde-me ela, entre orgulho e satisfação. “É-o, sem dúvida. Mas, na verdade, estava a referir-me ao meu orçamento. Não dá, mesmo, para investir em melhor”, explico.
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Dixit
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“Ainda bem que trouxeste, hoje, roupa interior negra”, digo a M., semi-nua diante de mim. “Excita-te, é”, pergunta-me ela, ao mesmo tempo em que passa as mãos pelos mamilos que adivinho erectos. “Não. Mas pressinto que o meu sexo, hoje, está morto. Foi uma excelente opção teres vindo de luto”, explico.
Dixit
“O verdadeiro problema da humanidade é uma insuficiência gritante ao nível dos conhecimentos de geometria. Na realidade, apesar de ser movido pelas suas bolas (circulares na sua concepção geométrica), o homem continua a ser quadrado na sua forma de observar o mundo. Tudo para conseguir chegar a uma posição horizontal sobre um rectângulo.”
Intermitência
“Vim aqui, hoje, para saciar o desejo, imenso e já antigo, de te abrir as perninhas”, revelo, sinceridade e vontade, a N. “Também já há muito que o queria. Anda. Vem”, ouço. E, sem perder tempo, retiro a faca do bolso e começo a encostá-la sensivelmente a meio de uma das pernas. “Preferes que comece por abrir a direita ou a esquerda”, pergunto.
Dixit
Intermitência
“És bom na cama”, pergunta, esfomeada, a mulher ao jovem de aspecto másculo encostado, entre as luzes que brilham alto e a música que toca em raios de suor, a si. “Até agora nunca nenhuma mulher se queixou”, responde, confiante e orgulhoso, ele. E, poucos minutos mais tarde, ali estão, os dois, nus e excitados, sobre os lençóis molhados. Sentem-se, ambos, surpreendidos. Ela por, ao fim de apenas dois minutos, ele já ter chegado ao orgasmo. E ele por, finalmente, ter perdido a virgindade.
Dixit
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“E deste, gostas”, pergunta-me, entusiasmada e viva, F., ao mesmo tempo em que aponta para a zona dos seios. “Sim, fica muito bem. Ainda melhor do que o modelo anterior”, respondo. “Óptimo. É maravilhoso saber que, ao contrário de todos os outros homens, não achas que o meu peito é demasiado grande”, confessa-me, feliz e aliviada. “Porque haveria de pensar isso”, pergunto-lhe, surpreso. E, alegres e de braço dado, abandonamos a loja especializada em pára-quedas.
Intermitência
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“Só vejo uma forma de eliminar esta pele eriçada, arrepiada”, explico a H., abraço apertado. “Mas tenho medo de estar, ao fazê-lo, a ir longe de mais. Afinal de contas é a primeira vez que estamos juntos. A primeira vez que estou aqui, em tua casa, a dois”, prossigo. “Não tenhas medo de o fazer. Vai. Faz”, ouço, lábios em sussurro. “Dá-me só um segundo”, peço, palavras acarinhadas. E, num movimento rápido e audaz, fecho a janela do quarto.
Intermitência
“É tempo, creio, de definir, de uma vez por todas, em que pé está a nossa situação”, diz-me, circunspecção e seriedade, N. “Sim, tens toda a razão”, aquiesço. E, com força e determinação, pontapeio-a na boca. “Nunca fui bom nestas coisas dos lados, mas parece-me que é o direito”, pormenorizo, obediente.