Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão.
Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.

Garoupa na claque do Estado de direito

Nuno Garoupa é uma curiosa figura que se apresenta como intelectual, para épater les burgessos, mas onde a chinela lhe escorrega para a sua gana de mandar nisto sem ter a paciência para fazer o circuito da sujeição partidária. Isso resulta em muita ambiguidade embrulhada em vacuidades para consumo mediático. Quando foi claro a respeito de alguma coisa, mostrou a sua filiação ao pior do pior do laranjal: Garoupa na claque da Joana

O tempo passa, e achou que já podia dar um contributo inequívoco em prol do Estado de direito, do bem-comum e da mera decência humanista:

Só que perdeu uma excelente oportunidade para também mostrar coragem, traço de carácter com os seus riscos certos e glórias incertas. Em 2009 e 2014, datas que convoca, ter dito que Sócrates era inocente (como hoje continua a ser) faria dele um exemplo cívico admirável. Em 2025, na ressaca do festival de hipocrisia montenegrino, fica apenas como mais uma pulsão narcísica para mostrar que é superior à canalha.

Vamos aos pulhas

Micael Pereira é um reputado jornalista de investigação, um “grande repórter” pago pelo Balsemão. Acerca da Operação Marquês e suas peripécias, será uma das 100 pessoas em Portugal que mais informação a respeito possui ou já tratou, talvez mesmo uma das 50, ou até menos. Fez bem o Polígrafo, na parceria com a TSF, em chamá-lo para comentar a denúncia de Sócrates contra os jornalistas portugueses por estes, na sua tese, estarem a normalizar o que é um escândalo. E que ocorreu a este prestigiado membro do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação dizer na ocasião?

Isto: que Sócrates tem uma narrativa desmentida pelo que “veio a público”, e pelo que “nós sabemos”; que Sócrates contribui para a desinformação a respeito da sua situação judicial ao insistir na sua narrativa; que Sócrates e Trump são siameses nestas andanças judiciais; e que é óbvio nada haver de influência, motivação, exploração ou abuso de natureza política na Operação Marquês, estamos antes no reino da pureza institucional e da exemplaridade na conduta, tanto de magistrados como de jornalistas.

Ora, não conheço o Sr. Pereira pessoalmente, nem conheço ninguém, que saiba, que o conheça pessoalmente. Pelo que estou bastante disponível, e até confiante, para admitir que seja uma das melhores pessoas que já se passearam neste planeta, não fazendo mal a meia mosca. Por aí, pelo lado em que é um cidadão, esta sua opinião gravada para os arquivos do Polígrafo/TSF é de uma legitimidade absoluta. Por ser o que ele pensa com os seus botões, tendo tido a generosidade de partilhar com eventuais interessados.

Mas fica do episódio um lamento. É que desconhecemos o que o Micael craque das investigações aos políticos quase corruptos, especialmente a este na berlinda, tem a dizer sobre o que esteve na origem da sua ida ao programa: O Grande Normalizador. Neste artigo, Sócrates organiza, detalha e em parte repete o que tinha dito na entrevista à SIC que deixou a jornalista agastada e impertinente, em parte repete o que tem repetido noutros artigos sobre o seu caso judicial. Sobre isso, que é um conjunto de factos, de inferências necessárias e de ilações lógicas, fica um silêncio tumular. Dele e de toda a classe jornalística. De todo o comentariado. De todo o sistema partidário.

É por isso que o Micael Pereira entra nesta edição do Polígrafo como vedeta da imprensa e sai como mais um pulha que não merece a mínima consideração profissional. Concluimos factualmente.

O esplendor do Kremlin – as tréguas que lhe interessam e nem mais uma

 

Sem a mínima consideração nem grande interesse por umas conversações de paz a sério (aliás, conversações porquê, já que, para haver paz, a Rússia só precisará de retirar?), os iluminados russos vêm propor, ou melhor, são favoráveis a – pasme-se, tréguas, mas tréguas apenas nas áreas em que estão a perder o controlo, a saber: o Mar Negro e as infraestruturas energéticas (refinarias, depósitos de combustível, etc.). De facto, têm sido inúmeros e eficazes os ataques ucranianos a esse tipo de infraestruturas e também a navios russos no Mar Negro. Portanto, espertezas saloias russas frente a frente com ignorantes, aproveitam as chamadas “conversações de paz” para proporem que os ucranianos parem com os ditos ataques (quem não?), sabendo que Zaporizhzhia, a principal central nuclear ucraniana, está nas suas mãos, mas não têm a mínima intenção de deixar de bombardear cidades, hospitais, creches, prédios de habitação e em geral tudo o que seja ucraniano e vulnerável. Se conseguirem, a Ucrânia é para arrasar. Até ao fim. Em alternativa, instalar em Kiev um Governo fantoche pró-russo.

E a equipa dos ditos negociadores enviada à Arábia Saudita pelo promotor imobiliário que preside à Casa Branca sabe tudo isto, quanto mais não seja porque o Zelensky a informa e a alerta, e o que diz? Pois que acha bem. Acha normal. Acha mesmo que vai alcançar um acordo de paz para mostrar aos papalvos dos seus apoiantes nos States como é grande o promotor imobiliário alaranjado. E assim estamos. Mas vamos ver. Tudo isto é mundialmente escandaloso e algum dia vai ter que parar. Não se sabe ainda como.

Não quereria estar na posição do Zelensky. Vontade de mandar os americanos para aquela parte não lhe deve faltar a toda a hora. A prudência manda, porém, que não o faça. Já está mau assim – assistir a dois biltres aparentemente a decidirem a partilha das suas riquezas – não pode permitir que fique pior. Mas esta enorme traição exige nervos de aço e toda a sabedoria do mundo.

 

Revolution through evolution

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Dominguice

James Carville, o estratega da campanha eleitoral de Clinton que foi autor do infinitamente repetido bordão “It’s the economy, stupid” em 1992, escreveu um artigo em Fevereiro onde aconselha o Partido Democrata a mandar-se ao chão e fingir-se de morto. A lógica é a de ser preciso deixar que sejam os cidadãos a reagir às políticas de Trump, sem a usual retórica da indignação de quem está na oposição e tem acesso aos canais mediáticos a criar distracções e a diminuir o impacto dessa esperada reacção popular. Embora possa ser um conselho meramente táctico, e cínico, ele adequa-se perfeitamente ao estado de estupor em que ficaram os Democratas ao verem a democracia a consagrar, sem mácula nem suspeitas, quem a tentou e tenta destruir. A respeito de Trump, como criminoso, imoral, megalómano e traidor, estava tudo à vista. Há anos e anos. E, mesmo assim, a democracia norte-americana, a mais antiga do mundo moderno e liberal, preferiu dar-lhe o poder. É uma situação para a qual a inteligência da elite do Partido Democrata não tem respostas, estão atónitos. Mas se o partido seguir o conselho de Carville, como parece estar a seguir, igualmente fica na linha de tiro da reprovação do seu eleitorado e do eleitorado flutuante. Assim o mostram as sondagens e os episódios de conflitos em sessões de esclarecimento com cidadãos avulsos.

Donde, está na altura de alguém no Partido Democrata lançar o “It’s the democracy, stupid”. Não foi para termos certezas que foi inventada, foi para haver esperança.

Da imbecilidade dos imbecis

«Há gente que pensa e afirma não acreditar nos políticos posto que são todos corruptos e também mete no rol os jornalistas, rádio, tv, etc.; praticamente todos menos os próprios e alguns amigos, talvez.
Bem, contudo, quando se trata de Sócrates nota-se imediatamente que beberam e acreditaram em tudo que o “cm” e seus escroques jornaleiros maiores, o Dâmaso a Laranjo e aquele fulano aparentemente meio bronco que era diretor e agora é administrador inventaram, contaram e pintaram no dito tablóide; se falam deste jornal apelidam-no de tablóide dedicado a crimes de faca e alguidar e mentiroso, e é realmente, mas que há bruxas há, porque depois acreditam piamente nas narrativas ficcionadas segundo os interesses das vendas de papel, ganhos e demais objetivos do patrão.
A tal ponto acreditam no tabloidismo do “cm” e demais imprensa em geral para-tabloidista que não precisam de provas, documentos comprovativos de prova, prova dos factos, nada, basta-lhes a notícia e as narrativas inventadas em conluio com a PGR. Lembro-me que o “cm” começou a contar a mentira Sócrates sob a capa de que tal indivíduo era um menino bem, rico, filho de pais e avós muito ricos, etc., e portanto mimado e habituado a gastos faustosos. Mais tarde inverteu a situação da narrativa quando se deu e apercebeu que a história de um PM muito rico não casava bem com um PM corrupto por todos os lados, Vila Moura, Angola, Venezuela, Colombia, Freeport, Magalhães, o Primo, o Amigo a Mulher, o rei D.Carlos, etc. etc., quilómetros e dezenas de lugares e objetos de corrupção.
Tudo metido em caixotes de toneladas de papel e palavreado de conversa fiada-falsa para encher e sugerir uma “complexidade” gigantesca e desse modo chegarem aos dez anos dez (10) anos dez e, agora, querem à pressa julgar o que já fora julgado por juiz isento de contaminação com o processo.
Também no conceito de que nesta democracia são todos corruptos não cabe qualquer possibilidade de, igualmente, também serem corruptos, ou corrompidos, ou ideologicamente dirigidos, os senhores magistrados e juízes da dita democracia de corruptos. Pois, claro, a olho nu, à vista desarmada, perante os nossos olhos vê-se o tratamento desigual dos senhores magistrados face a uns e outros; a uns vai-se a correr montar arraial e espalhafatosamente fazer buscas a casa; culpa-se pelo espetáculo do ato em si, prende-se, e o escarcéu vilipendioso continua dias até ficar a marinar em lume brando; a outros fazem-se estudos para saber se o caso está na alçada da lei; depois, normalmente, em tempo de distração geral, dá-se o arquivamento sem cenário e em tom baixo; o caso submarinos foi exemplar.
Agora, é vê-los, todos engalanados nas tv a botarem opinião acerca de ética e moralidade perante a opinião pública e, especialmente o povo, quando este se apercebe, de saber e experiência feito, que há evidência de possibilidade de corrupção.
Será uma necessidade para a Democracia ter de sacrificar, muitas vezes, os seus melhores quadros políticos, mais competentes, visionários do futuro, os que mudam as circunstâncias e algumas vezes o mundo. Sabemos da leitura da história e filosofia do pensamento que tal já aconteceu muitas vezes, contudo, sempre o juízo final dessas vidas truncadas pela reacção dos ignorantes foi, mais tarde, reconhecida como erro histórico grave e devidamente desagravada com homenagens póstumas que, embora muitas sejam fingidas, os herdeiros do dito reaccionarismo que praticou o mal tenta continuar de bem com suas consciências.»

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Oferta do nosso amigo jose neves

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Qual é o prazo de validade do “não é não”?

Tudo indica que nesta campanha eleitoral voltaremos a ouvir juras de Montenegro, e de todos os militantes do PSD, que o “não é não” é a coisa mais sagrada do mundo. Contudo, o nome que mais entusiasma os mesmos militantes para substituir o actual líder é o de Passos Coelho.  O ex-deputado Duarte Pacheco garantiu há dias na RTP3 que se ele decidir voltar terá o partido a seus pés. Não é coisa pouca.

Ora, todos sabemos que para esse magnífico ex-governante uma aliança com o Chega é a coisa mais provável de vir a acontecer.

Em que é que ficamos? Porque os líderes passam, mas os militantes ficam, por que raio não assumem já a possibilidade dessa aliança, em vez de se armarem em virgens ofendidas se confrontados com tal hipótese?

Dominguice

Consta que José Pedro Aguiar-Branco disse no Conselho Nacional do Partido Nacional Democrata que “Pedro Nuno Santos fez pior à democracia em seis dias do que André Ventura em seis anos” e interpretou o chumbo da moção de confiança, na terça-feira, como um ataque ao “regime”. Ainda não satisfeito, apontou também o dedo a comentadores de política como Daniel Oliveira e Pedro Marques Lopes.

Confesso a minha surpresa. Nunca tinha percebido que o actual Presidente da Assembleia da República é alcoólico.

O Ventura é muito

É frequente ouvir e ler, vindo da cachimónia de jornalistas que se apresentam como especialistas em política, a expressão “o Ventura é muito esperto”. O estribilho acompanha, invariavelmente, um qualquer cenário futuro em que o fulano louvado pela sua esperteza aparece a ganhar ainda mais protagonismo e ainda mais votos nas previsões abalizadas dessas sumidades. Tudo, garantem sem hesitar, graças à sua esperteza superior e admirável.

Não, caralho. O Ventura não é muito esperto. Alguém medianamente esperto trataria de nunca jamais vir a confundir-se com o Ventura e a escória que agrega. O que ele é, é, mazé, muito pulha. E precisa-se de ser muito burro, ou também pulha, para trocar a pulhice pela esperteza.

Preparados para o trumpista Montenegro, homem honrado como o outro?

A mentira é a verdade e os factos não existem. A realidade invertida. Montenegro anunciou já que fará a campanha eleitoral com base no mote “Fui vítima do meu sucesso” e “O que eles têm é inveja”. LOL

Empresa familiar com actividades e finalidades nebulosas, recebimento de avenças pagas por empresas que dependem do Estado enquanto é primeiro-ministro, falsa cedência da empresa aos jovens filhos, muito dinheiro vindo não se sabe de onde? O que é isso, gente? Isso nunca existiu. Ele é um homem honrado. E também um português comum, aquele que faz esquemas, nada de mais. Além disso: governou tão bem que os portugueses só podem castigar quem interrompeu, por inveja, tão bem-sucedido mandato. É ver a saúde e os fiéis incompetentes que a tomaram de assalto e tudo o que podiam. Magnífico Governo.

Não sei se estou preparada para esta farsa ao estilo dos gangsters do lado de lá do Atlântico, Trump à cabeça. Metade do espectáculo já está montado, pois já vemos os fiéis apoiantes deste vigarista, que tudo fez para fugir ao inquérito parlamentar, a darem vivas ao chefe, desde os membros do Governo até à antigamente mui severa Manuela Ferreira Leite, passando pela tia Maria João Avilez e provavelmente toda a SIC (não frequento), a que acrescem todos os demais que gritavam a plenos pulmões “criminoso!” contra os socialistas que cravavam bilhetes para um jogo de futebol ou tentavam trazer investimentos milionários para Portugal.

De modos que o Pedro Nuno tem aqui um desafio: como competir com um declarado mentiroso que tudo fará para que se ignorem as suas trapaças ou, melhor, tudo fará para as transformar em qualidades populares e muito comuns. O meu conselho: alegria, humor e contra-ataque. Sem tréguas.