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Da imbecilidade dos imbecis

«Há gente que pensa e afirma não acreditar nos políticos posto que são todos corruptos e também mete no rol os jornalistas, rádio, tv, etc.; praticamente todos menos os próprios e alguns amigos, talvez.
Bem, contudo, quando se trata de Sócrates nota-se imediatamente que beberam e acreditaram em tudo que o “cm” e seus escroques jornaleiros maiores, o Dâmaso a Laranjo e aquele fulano aparentemente meio bronco que era diretor e agora é administrador inventaram, contaram e pintaram no dito tablóide; se falam deste jornal apelidam-no de tablóide dedicado a crimes de faca e alguidar e mentiroso, e é realmente, mas que há bruxas há, porque depois acreditam piamente nas narrativas ficcionadas segundo os interesses das vendas de papel, ganhos e demais objetivos do patrão.
A tal ponto acreditam no tabloidismo do “cm” e demais imprensa em geral para-tabloidista que não precisam de provas, documentos comprovativos de prova, prova dos factos, nada, basta-lhes a notícia e as narrativas inventadas em conluio com a PGR. Lembro-me que o “cm” começou a contar a mentira Sócrates sob a capa de que tal indivíduo era um menino bem, rico, filho de pais e avós muito ricos, etc., e portanto mimado e habituado a gastos faustosos. Mais tarde inverteu a situação da narrativa quando se deu e apercebeu que a história de um PM muito rico não casava bem com um PM corrupto por todos os lados, Vila Moura, Angola, Venezuela, Colombia, Freeport, Magalhães, o Primo, o Amigo a Mulher, o rei D.Carlos, etc. etc., quilómetros e dezenas de lugares e objetos de corrupção.
Tudo metido em caixotes de toneladas de papel e palavreado de conversa fiada-falsa para encher e sugerir uma “complexidade” gigantesca e desse modo chegarem aos dez anos dez (10) anos dez e, agora, querem à pressa julgar o que já fora julgado por juiz isento de contaminação com o processo.
Também no conceito de que nesta democracia são todos corruptos não cabe qualquer possibilidade de, igualmente, também serem corruptos, ou corrompidos, ou ideologicamente dirigidos, os senhores magistrados e juízes da dita democracia de corruptos. Pois, claro, a olho nu, à vista desarmada, perante os nossos olhos vê-se o tratamento desigual dos senhores magistrados face a uns e outros; a uns vai-se a correr montar arraial e espalhafatosamente fazer buscas a casa; culpa-se pelo espetáculo do ato em si, prende-se, e o escarcéu vilipendioso continua dias até ficar a marinar em lume brando; a outros fazem-se estudos para saber se o caso está na alçada da lei; depois, normalmente, em tempo de distração geral, dá-se o arquivamento sem cenário e em tom baixo; o caso submarinos foi exemplar.
Agora, é vê-los, todos engalanados nas tv a botarem opinião acerca de ética e moralidade perante a opinião pública e, especialmente o povo, quando este se apercebe, de saber e experiência feito, que há evidência de possibilidade de corrupção.
Será uma necessidade para a Democracia ter de sacrificar, muitas vezes, os seus melhores quadros políticos, mais competentes, visionários do futuro, os que mudam as circunstâncias e algumas vezes o mundo. Sabemos da leitura da história e filosofia do pensamento que tal já aconteceu muitas vezes, contudo, sempre o juízo final dessas vidas truncadas pela reacção dos ignorantes foi, mais tarde, reconhecida como erro histórico grave e devidamente desagravada com homenagens póstumas que, embora muitas sejam fingidas, os herdeiros do dito reaccionarismo que praticou o mal tenta continuar de bem com suas consciências.»

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Oferta do nosso amigo jose neves

Jornalistas arrasam o jornalismo

Para além do espírito canino que se nota no modo como, no espaço noticioso, a RTP vai seguindo a agenda política dos canais privados de TV, há também um problema com os jornalistas, os da RTP e os outros: são, além de geralmente incultos, fraquíssimos no manejo da língua portuguesa, que é o meio de que se servem para comunicar com milhões de cidadãos. Em lugar de contribuírem para elevar o nível de literacia da população, promovem o analfabetismo funcional. Usam um vocabulário restritíssimo, que tem de dar para tudo. Os títulos, sobretudo, simplificam até ao absurdo. A hipérbole é ingrediente obrigatório, como se na paleta das cores só existissem o preto e o branco. Sai tudo em alto contraste, porque julgam que de outro modo não se compreende a mensagem. Assim, qualquer nota discordante ou observação crítica é um “ataque” ou uma “denúncia”. Ultimamente, pulula o verbo “arrasar” em títulos, aludindo a uma crítica qualquer ou até a um comentário levemente irónico. Não me espantava nada se o título aqui em causa tivesse sido “Presidente da AR arrasa PGR”.


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Oferta do nosso amigo Sapador

Paiva Couceiro goes to Aspirina B

É uma evidência que (com ilustres excepções, odiadas, aliás, por este blogue) o PS foi sempre, desde a sua fundação, um bando de burgueses videirinhos (na melhor das hipóteses) ou de bandidos (na pior, com destaque para o sociopata venerado neste blogue), que usa o paleio do “humanismo” e do “socialismo” para arranjar empregos para a família e negócios para os amigos, tirando partido do medo, da miséria, da ignorância, e da falta de oportunidades deste país, em que dois terços das pessoas depende da gamela do estado para sobreviver. Em suma, o PS é o continuador, no paleio, nos métodos e nos resultados, da obra dos “democráticos” da República (só falta o colapso do regime democrático, que virá no dia a seguir a faltar o cheque da UE). Qualquer dúvida que existisse acerca da natureza do PS, acabou no dia em que, por absoluta fome de poder, o A. Costa do século XXI, tendo perdido as eleições mais fáceis de ganhar da nossa história democrática, se juntou àqueles que na véspera apodava de extremistas (os “Venturas” da altura), para formar um governo, com toda a seita a gabar-lhe o “génio político” (com ilustres excepções, odiadas, aliás, por este blogue). Escandalizar-se perante a hipótese de o PSD de fazer exactamente o mesmo, não passa de mais um exercício de refinado cinismo, como é dizer que o Ventura “já ameaçou passar à violência física” quando quem esteve para bater num velhote qualquer foi o A. Costa, e quem bateu mesmo, e a sério, no Assis foram os próprios militantes do PS (aliás, não foram os detractores do PS “quem se mete com o PS leva”, foi um figurão da própria seita). A única coisa que espanta é como precisámos de quase três décadas (contadas desde o livro do Rui Mateus) para ver, ouvir e ler artigos que afirmam claramente a natureza deste PS e tiram daí as devidas conclusões para o futuro da democracia portuguesa.


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Oferta do nosso amigo JPT

Quem se lembra?

Lembro-me de alguns anos atrás interrogar alguns amigos meus, simpatizantes e militantes do PCP, sobre o seu silêncio nas redes sociais, sobre a timidez aterradora dos sites das delegações do partido. Era tudo muito oficial – nem sequer oficioso. Desvalorizavam a coisa. “Miúfa, o que vocês sentem é miúfa do partido”, ladrava eu.

Já antes do 25 de Abril eles se portavam assim. Participavam pouco, ou nada, no amplo Movimento Associativo de norte a sul do país. Uma autêntica Revolução Cultural em Portugal, especialmente no período marcelista. E conviviam pouco ou nada com os que a ele se dedicavam. Diziam que era por precaução. É possível que estivessem certos. Talvez por isso se tivessem equivocado no pós Abril. Havia um país que eles não conheciam bem, aquele que se expressou no primeiro de Maio de 1974 à saída da Praça do Império. Aquele que se expressou nas eleições para a Constituinte. Aquele povo que se mobilizou de norte a sul em comissões de moradores, comissões sindicais – e comissões de trabalhadores de que o PCP não gostava nada. Quanto aos sindicatos, propunham a unicidade sindical. Como o seu comportamento metia um medo do caralho, fomos obrigados a lutar contra eles também nesse campo.

(Alguns deles distanciaram-se da minha pessoa desde o conflito na Ucrânia. Mesmo alguns ex-camaradas meus, que comigo mantinham paleio, valentíssimos marxistas-leninistas-maoistas no tempo do esclarecimento e pancadaria na agora de Abril, voltaram-me as costas. Até aqui temos que compreender. O pior é com familiares. E aqui tenho sido um cobarde. Só eu sei o que tenho ensacado ao longo de muitas conversas para náo deitar tudo a perder… Desde a invasão da Ucrânia por Putin e a corja que o cerca).

Vou ficar por aqui. Sempre sonhei escrever contos, mas não sou capaz de criar enredos. E escrevo mal. Ainda jovem li os contos de Anton Tcheckhov. Estou a lembrar-me agora daquele em que um chefe acaba por morrer traumatizado por o subalterno ter, numa carta, colocado um ponto de exclamação a fechar uma frase. Não me lembro do título do conto. Quem se lembra?
Porra! A malta do PCP está mesmo em forma no apoio a Putin. Nota-se na caixa de comentários deste blogue. Um espaço de Liberdade que os putinistas adoram.


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Oferta do nosso amigo Fernando

Cagada à pressa, diria Otelo

A pergunta chave que se põe, logicamente, é: porquê a invasão? Mediu Putin, lógica, consciente e prudentemente as consequências de uma invasão de um país daquela dimensão com quarenta milhões de habitantes? Se a Ucrânia já estava política e ideologicamente pendendo para o ocidente e, especial e naturalmente, para os USA, força e chefe de fila do dito mundo ocidental, esperava Putin que bastava a grande ousadia e demonstração de força do acto de invasão para meter medo a todo o mundo ocidental? Se, neste tempo, quando a humanidade no seu conjunto está sujeita aos dois perigos que ameaçam destruir o planeta - como são as alterações climáticas e, precisamente, o eventual uso de armas nucleares - Putin se decide por um golpe duplo que acrescenta ameaça à vida humana quer por via do clima, quer por via de real possibilidade do uso de armas nucleares?

Putin talvez tenha sido enganado pelos seus conselheiros e militares superiores, mas seguramente foi, sobretudo, enganado por si próprio, pelo seu orgulho de ditador que faz o que quer dentro de portas de sua livre vontade. E de tão habituado a facilmente pôr e dispor a seu bel-prazer, pensou que o mesmo poderia fazer com o vizinho, o vizinho do vizinho e assim sem parar como é timbre do ditador vencedor; imaginou-se, sobremaneira, o tal czar que, citou recentemente, invadira a Finlândia para conquistar terras que, afinal, eram russas; o seu expediente de chamar “operação militar especial” não faz mais que desocultar a profunda opinião de Putin de que a Ucrânia é parte da Rússia e, por conseguinte, trata-se de uma operação de reocupação de território russo.

Este ponto de vista czarista de Putin faz levantar fantasmas no todo dos países europeus; se a Ucrânia é considerada território russo porque não os outros países seguidos uns dos outros? Como não pensar que Putin pensa, igualmente, que toda a Europa não é mais que a cabeça, o rosto e a tromba do gigante elefante russo que se estende do atlântico ao pacífico?

Talvez levado pela adulação serventuária dos oportunistas incompetentes que zelam religiosamente pelo culto de personalidade de Putin, este, que anda há anos a militarizar-se hipersonicamente para obter vantagens militares, pensou finalmente ter chegado o tempo de dar o golpe de misericórdia na Europa, diga-se UE, acomodada no fofo sofá tremendo de medo de perder a tranquilidade, o bem-estar e fartança e, portanto, facilmente dispostos a submeter-se e não lutar.

Assim, pensando neste comprimento de onda, decidiu invadir o vizinho sem mais, acusando-o de nazi, precisamente quando tomava uma actitude de carácter nazista ao invadir um país pela conquista de território e ganhar espaço para ser a grande mãe russa poderosa. Para tal, engendrou uma operação militar, à qual o Capitão Otelo chamaria uma cagada à pressa, que, pensada para ocupar a Ucrânia em quinze dias, já vai em mais de 15×15. E agora está metido num sarilho que tem dificuldade em gerir, como se nota pela ameaça, dia sim dia não, com disparos nucleares, levando-o ao disparate de dizer que, se necessário, defenderá sem pestanejar o povo russo com armas nucleares; desgraçada maneira de defender o povo russo.

Outra pergunta chave que se põe logicamente é: afinal o que defendem os putinistas? Qual a ideologia do regime putinista que tantos, por aqui, defendem tão zelosamente como se fora o paraíso? São saudades do “socialismo” de Staline, ou Brejnev, que levou a um regime que, depois de matanças em goulags, apodreceu por dentro por miséria e inconformidade de mãos caídas e inacção do povo russo? Pensam como o chefe Jerónimo que, referindo-se a Gorbathov, disse que fora um traidor por fazer cair o dito “socialismo” quando devia “aperfeiçoá-lo”? Aperfeiçoá-lo como? Levá-lo ao ponto limite do terror e uniformismo obsceno sobre o pensamento e a vida do povo como o boneco UN da Coreia do Norte? Ou como o “comunismo” chinês do Xi Ping onde as votações são tão unânimes, certinhas e igualzinhas, tal qual a marcha dos militares em parada, e a produção é cumprida, obrigatoriamente, à custa de trabalho infantil sem horário, sem férias, sem segurança social e sujeitos a represálias à mais pequena contestação? Por conta da ideia de “colonizadores” saqueadores que apontam à Europa querem - que por tal passado de há séculos quando o pensamento e ordem moral de tal época era outra e completamente diferente - querem, dizia eu, impor à Europa um sentimento de culpa e um retorno ao primtivismo das ideias que defendem.

Quer ideologicamente, quer na prática da vida corrente, é vê-los totalmente americanizados e europeizados de comportamentos, usos e costumes; fartos de liberdade e bem-estar, têm saudades do chicote?

Não acredito; só saliva e baba.


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Oferta do nosso amigo jose neves

A ladainha dos putinistas

É uma tristeza total e um sintoma de irracional mal-estar humano ver tanta gente que defendeu a injustiça da guerra colonial por ser utilizada por um ditador e que chamou, com razão e sem reserva de dúvida, fascista colonialista imperialista ao ditador Salazar, digo, é um sentimento frustrante vê-los agora defenderem o contrário perante uma situação semelhante.
Até tu Matos Gomes?
Basta reparar que tais troca-tintas, na defesa de uma invasão sempre negada e nunca declarada mas transformada numa destruição massiva e matança ad-hoc, nunca pronunciam as palavras-chave que gritaram nas ruas no 25ª: Democracia e Liberdade.
Também, especificamente, só anunciam as barbaridades cometidas pelos regimes democráticos e ocultam ou desculpam as barbaridades iguais dos regimes totalitários que são cometidos à socapa da sua própria opinião pública submetida à censura e perseguição política feroz do regime totalitário protagonista. Mais, nunca referem que, por exemplo, nas democracias as opiniões públicas nacionais derrubam guerras e governos quando estes persistem em manter invasões e guerras que deixam de ter sentido como no caso icónico do Vietnam.
Usam uma ladainha de valores de verdades em que o agressor e invasor nunca é o agressor nem o invasor mas tudo tem um princípio e uma causa de há anos ou séculos históricos que culpabilizam o invadido e massacrado; ao jeito de, se não foste tu foram os teus avós ou antepassados. Iniciam sempre a sua ladainha de verdades preconceituosas com uma causa histórica inicial conveniente cometida pelo inimigo ideológico como, por exemplo, as matanças dos nazis de Azov sobre russófonos mas o contrário nunca existe nem sequer o pacto entre Hitler e Stalin para dividir a Polónia fifty-fifty entre ambos e muito menos a ajuda militar dos USA a Stalin para que este aguentasse a frente Russa aquando da invasão dos aliados na Normandia.
O mesmo com os fervorosos democratas europeus, agora virados pró-totalitaristas putinistas indisfarçáveis, que nunca se referem à ajuda americana que nos salvou do barbarismo racista hitleriano, e muito menos iniciam neste caso ou outros como este as suas idas aos factos históricos.
No último “o último apaga a luz” da RTP a tonta senhora académica do painel perguntava para quê a UE ajudava a Ucrânia quando era sabido que “Putin não ia parar a guerra” pelo que, o subentendido prático era que a Europa devia render-se e ajoelhar-se face ao ditador uma vez que a sua vontade imperial era não parar.
O sapiens, está provado, que no início exterminou todos os outros humanos concorrentes, um dia auto-exterminar-se-á numa guerra contra o planeta.


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Oferta do nosso amigo jose neves

Bicicletas e crianças

Esta semana também ouvi no Tudo é Economia o Ricardo Pais Mamede a contrariar o impacto na sustentabilidade da Segurança Social que AC aflorou na entrevista – sim, infelizmente o termo também é este a propósito de uma proposta do BE – com o argumento de que o acréscimo de despesa fixa não era para sempre porque os pensionistas também morrem! É verdade! Pode custar a acreditar mas ainda é possível ouvir na box.

E a partir deste novo paradigma do fundo de pensões da Segurança Social já nem devia ser preciso perder tempo com a proposta do BE que pretendia continuar a eliminar – continuar, também ouviram bem, porque ainda começou as ser eliminado com Vieira da Silva num percurso em tudo idêntico ao aumento do ordenado mínimo – a dupla injustiça social introduzida primeiro pela Troika e depois pelo ir além da troika com o famoso factor de sustentabilidade quando as pensões ainda só estavam indexadas a uma idade fixa e não também à esperança de vida, como já acontece hoje. E como eu desteto que alguma força política, e seja de que área for, se outorgue ao direito de sentir mais as injustiças sociais. Sobretudo como forças de protesto demagógico sem responsabilidades governativas na oposição. Até o Coelho se queixava da austeridade dos PEC antes de subir ao poleiro. Lembram-se?

Acontece que o Ricardo Pais Mamede também escreve como muitos aqui devem saber no blogue “Ladrões de Bicicletas”. Já agora, se me permitem, um excelente blogue de discussão económica. Com alguns senões. Também só há pouco tempo é que começaram a reconhecer a chantagem interna sobre Sócrates no Parlamento nos idos de 2011. Isto é, a desfazer totalmente a teoria da bancarrota. Chantagem que o BE também caucionou.

Mas voltando ao RPM – que por norma também muito aprecio como economista – agora mais como conselheiro político no blogue em questão, onde esta semana também a propósito da entrevista de AC, lançou para cima da mesa os números muito sólidos do BE, segundo ele, porque ninguém os desmentiu. Ora, logo na discussão do OE na AR quando a JM disse que restavam 62 mil pensões afetadas entre 2014 e 2018 foi contrariada por AC com 625 mil. Basicamente o eleitorado do BE que começa a cheirar mais a clientela nestes termos. E como eu detesto que os eleitores não sejam sempre encarados com o máximo de dignidade possível. A sua dignidade. Portanto, e segundo AC, só neste período o BE fala basicamente só de 10%. A que ainda acresceria cerca de 10 % das actuais reformas. Mas agora não nos podemos esquecer que a despesa não é eterna porque os pensionistas também morrem…

Já RPM no blogue fala num impacto de 75 Milhões que, segundo ele, também nunca foi desmentido. Ao que questionei com um acréscimo anual na ordem dos 200 Milhões, que tinha lido no Jornal de Negócios e, segundo o Jornal, contas do próprio BE. Para discutir de economista como economista, sem qualquer outra intenção. E continuo a pensar que este tema deve ser mais esclarecido. Infelizmente, no blogue todos os meus comentários foram censurados. E daqui a minha enorme surpresa, para não dizer enorme desilusão, que também expresso aqui. Já agora, acrescento que nunca comento no blogue e nem faço a mínima ideia se é o RPM que controla os seus próprios comentários ou se ainda haverá mesmo algum censor oficial. Mas se não é devia ser, e também não o tenciono esclarecer. Já sobre a proposta, como é demasiado técnica, não tenciono maçar mais ninguém aqui.

Já sobre a proposta de aumento do ordenado mínimo, totalmente fora do OE, num percurso de aumento do ordenado mínimo e o chumbo surgir logo no ano do maior aumento da história do ordenado mínimo, como já tinha escrito aqui aliás, exclui logo a necessidade de grandes análises. Este OE não foi chumbado por nenhum número nele inserido. Nem sequer por qualquer questão orçamental. Satisfeitos estes dois cavalos de batalha surgiriam outros. Há dois anos que o BE quer um novo acordo escrito. O problema é que logo em 2019 exigiu propostas que nenhum Governo aceitaria em 2109. E depois é muito fácil dizer que foi o PS que não quis o acordo. E o PCP – que não quer mesmo acordos escritos – politicamente também decidiu que era melhor retirar o apoio ao governo agora. Deixemo-nos também nós próprios de tentar procurar respostas onde elas não existem. Deixemos nós próprios de ser crianças como eles.
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Oferta do nosso amigo P

Revolution through evolution

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Three years younger in just eight weeks? A new study suggests yes!
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Effective Coaching Using the Enneagram and Metaphorical Language
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No Cavaquistão ninguém mentia, garante o Pacheco

«Um juiz que odeiam e querem destruir porque não teve medo de decidir de acordo com a sua soberana consciência.»

Precisamente o mesmo que tentam há anos fazer a Sócrates e pelo mesmo motivo; o ódio a quem quer ser livre, quer decidir o melhor para o país e não se deixa manipular.
Ontem na “Circulatura” o Lobo-Xavier voltou a repetir a cassete do “animal selvagem” truculento, mentiroso e dava tudo na acusação como provado, e tudo que o “animal” dissera em sua defesa ou mesmo documento apresentado (sobre a “opa PT”) era produto duma mente de psicopata que criara uma “narrativa” e inventara um mito do qual estava convencido da sua verdade mitológica e isto e aquilo da vida faustosa, do homem rico que afinal pedia dinheiro, que Santos Silva com 20 milhões no banco (no banco?) afinal era o mais rico construtor do país; logo daqui se deduz que os grandes empresários de construtoras e industriais que assessoria por milhões devem ter a massaroca toda nos off-shores bem escondidos a seu conselho; nos off-shores que tanto defende como necessários para o mercadejar obscuramente sem se saber quem mercadeja.
Em suma, uma retórica sofística com base em tudo o publicado no “cm” anos a fio e o povão recita amestrado pelo jornalismo voz do dono; isto é, tudo o que é a verdadeira narrativa de saltos ilógicos à procura de uma saída qualquer para condenação de juiz amigo designado a dedo.
O Pacheco mete dó, agora ainda mais com o rosto magro e ar aparvalhado; acha que o Sócrates é corrupto e só mente e tudo onde toca é uma mentira porque já nasceu assim e como tal não consegue sair desse registo porque lhe é genético e repete a mesma cantilena do Lobo com uma nuance; culpa o PS porque, o caso era notório, estava na cara do “animal” e tinha obrigação de ter detectado isso e expulsá-lo mal um dia abriu a boca no partido.
O Pacheco, o maior falhado político desde a democracia, que apoiou sempre o palerma Cavaco e conviveu intimamente no interior do circulo cavaquista mais corrupto de sempre onde medravam os do BPN e sobretudo o Duarte Lima, seu chefe directo cu com cu na AR, e nunca deu por nada, nem nunca lhe indiciou nada a vida “faustosa” de compras de bens de faustosas propriedades do chefe amigo, agora até vê escrito na cara de Sócrates que este nasceu com a síndrome de corrupto; a mesma visão pacheca que não viu nada entre amigos e viu, claramente visto, o Iraque coberto de bombas nucleares que a narrativa mentirosa de Bush e Durão vendeu ao país com a colaboração do Pacheco.
O ódio de inveja de Pacheco ou o ódio de vingança de Lobo expressam-se de forma diferente mas o ódio é o mesmo; o ódio ao homem que quer ser livre quando pensa pela sua própria cabeça.

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Oferta do nosso amigo jose neves

Da vergonha

Para além da pessoa de José Sócrates e de todas as múltiplas questões ligadas a este mega-processo judicial, que ficará para a História como o mais importante de todo o Portugal democrático, o que mais se destaca neste deplorável assunto é a comprovada FALÊNCIA ÉTICA da Sociedade portuguesa actual, em que uma população inteira se deixa manipular mentalmente pelos grandes senhores da tagarelice social de massas, a ponto de cegar perante a EVIDENTE MONSTRUOSIDADE da condução deste processo judicial falhado, que com base em “acusações vagas, inconsistentes, com omissões e incongruências” arrastou irremediavelmente para a lama um Político discutível, sim, mas que certos sectores poderosos da nossa Sociedade decidiram punir a qualquer preço apenas, ou acima de tudo, por ter logrado a proeza de obter uma maioria absoluta para o seu Partido, caso único na História de Portugal. Inqualificável!

E perante a patente demolição dessa monstruosidade abjecta, levada a cabo por um Juiz e um Homem que dignifica a Justiça portuguesa e a própria Civilidade social, a opinião pública, independentemente de se poder pronunciar livremente sobre o caso, em vez de condenar a conduta de quem assim desprestigiou vergonhosamente a Justiça e vilipendiou o Povo que lhe confere o exercício do seu poder, decide revoltar-se, raivosamente, contra quem exerceu com brio e dignidade as suas elevadas e meritíssimas funções, unicamente por o seu veredicto nesta fase do processo NÃO PERMITIR CONFIRMAR o julgamento sumário já consumado há muitos anos na praça pública, num espectáculo degradante e repulsivo para qualquer Cidadão decente, com princípios éticos e respeito pelas regras da convivência social.


Tenho de confessar que NUNCA COMO AGORA SENTI TAMANHA VERGONHA DE HAVER NASCIDO PORTUGUÊS!


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Oferta do nosso amigo Marçal António Castanho Alves

A hipocrisia da canalha

Choca-me a tremenda hipocrisia de quem neste caso se queixa da “morosidade” da justiça, mas que assobiou para o lado perante o facto de o Teixeira, com o assentimento e apoio activo do Alexandre, terem gasto anos para parir um megaprocesso paranóico, materializado em toneladas de papel. Eles provavelmente esperavam que ninguém lesse ou analisasse aquelas prateleiras recheadas de dossiers e rezavam para que, caso fosse pedida a instrução, voltasse o Alexandre a ser o escolhido para a piedosa função de, em meia dúzia de dias, assinar de cruz aquilo que o Teixeira e ele próprio haviam parido durante anos.

Ora a origem deste megaprocesso, muito para além da ideia tabernária e conspiracionista de que “isto anda tudo ligado”, radicou sobretudo no facto consabido de os acusadores se debaterem, desde o início, com a grande escassez ou inexistência de matéria probatória substancial, a que eles chamam “provas directas”. Pudera, tudo partira de uma fezada nascida do ódio político a Sócrates, que depois se desmultiplicou em sub-fezadas e fezadinhas, todas brotadas do mesmo reles sentimento.

Para ultrapassarem o pequenino problema de terem de provar aquilo para que não tinham provas, engendraram um cenário inquisitorial gigantesco, assente numa miríade de alegadas provas “indirectas”, vulgo suposições, conjeturas e fantasias, destinadas a afogar o acusado num mar de suspeição. O objectivo era não só o de criar na opinião pública e nos próprios meios judiciais um clima de condenação apriorística de Sócrates (julgamento de rua), mas também o de, pela multiplicação de acusados, inquiridos e testemunhas, aumentar a probabilidade de algum “elo fraco” da imaginada conspiração “quebrar” e meter a boca no trobone, mediante até possível chantagem – como parece ter acontecido no caso da mudança de depoimento do mafioso Battaglia, que o juiz Ivo Rosa achou, justamente, altamente suspeita.

Se houve morosidade, foi porque ela era absolutamente forçosa, nas circunstâncias do megaprocesso por que a própria acusação optou, e também porque não tinham provas e esperavam que, com tempo, as obteriam. Andaram anos a devassar a vida de milhares de pessoas, na esperança de conseguir alguma coisinha.

As carpideiras da morosidade não chorariam agora se a estratégia da mega-acusação tivesse resultado. Fazem-me lembrar as carpideiras da demora na apresentação dos resultados das últimas eleições americanas. Tanto tempo a contar votos? É muito suspeito! Se o macaco tivesse sido reeleito, todos os dias gastos a contar votos teriam sido abençoados.

Choca-me também a tremenda hipocrisia da canalha que ignora absolutamente o que seja elegância e que agora se queixa da alegada “deselegância” e dos “termos jocosos” do texto da decisão instrutória de Ivo Rosa. Essa canalha nunca se queixou ou sequer reparou, e muitas vezes até alinhou nas insinuações, suspeições, acusações e pressões exercidas publicamente sobre o mesmo juiz desde que ele foi sorteado para a instrução (realmente sorteado, ao contrário do Carlos Alexandre, que foi escolhido por alguém nas vielas escuras da Magistratura para encaixar no que se pretendia e que, apesar disso, ainda teve o descaramento de pôr em causa a validade do sorteio de Ivo Rosa).
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Oferta do nosso amigo Júlio

Revolution through evolution

Romantic partners influence each other’s goals
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Phone calls create stronger bonds than text-based communications
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Strong and Fit Older Adults Have Younger, Less Stiff Arteries
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How Laughter Can Help Your Heart
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Study: Without Right Messaging, Masks Could Lead to More COVID-19 Spread
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Feeling misunderstood boosts support for Brexit
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“O que distingue a festa do avante dos demais festivais de verão que foram cancelados?”

Perguntava ontem no twitter, Ricardo Baptista Leite, vice-presidente da bancada do PSD na AR.

E só para responder ao democratazinho de trazer por casa do PSD, mais um, depois de todos os disparates que tem vindo a protagonizar nos últimos tempos, muitos partilhados com o próprio líder do PSD e outros nem tanto, porventura entre duas viagens pagas pelas farmacêuticas todas que o patrocinam como deputado, a festa do Avante é um evento de um partido político com conteúdos políticos. Ao contrário dos demais festivais comerciais de verão. Onde ainda assim vamos ver o que sucederá também daqui para a frente. As feiras dos livros adiadas acabam de abrir e os shoppings centers upa upa. De um partido político de sempre da nossa Democracia. Como aliás, o próprio PSD. E que já antes dela, foi o partido político que mais lutou pela Liberdade em Portugal! Eventos não só salvaguardados na Constituição da República Portuguesa como na Lei dos Partidos Políticos. E muito bem. Como aliás em qualquer Estado de Direito Democrático digno desse nome. Sobretudo hoje outra vez! Talvez porque em termos de comunidades democráticas são capazes de ser mais importantes que ir acampar para a porta da Fnac para comprar o último smarthphone da apple ou o último livro do Harry Porter. Mais fundamentais para as respectivas multinacionais.

P.S. Já eu pessoalmente prefiro não me pronunciar sobre a decisão do PCP. Sobretudo depois de tantos pronunciamentos e tantos disparates como este.

Repórter P

O pantomineiro de Belém

Ontem na Feira do Livro do Porto, o Presidente da República Portuguesa, ao mesmo tempo o Chefe de Estado e o mais alto magistrado da Nação - professor catedrático na FDUL, onde até ensinou maioritariamente Direito Constitucional e/ou a atual Constituição da República Portuguesa, onde as suas funções constitucionais e os seus limites como órgão de soberania não podiam ser mais claros - quando interpelado por uma cidadã completamente fora de si ou já muito perto do Chega - quiçá até uma repórter do you tube do Ventura - que basicamente questionava o PR porque não tinha que comer, ouviu este populismo, sempre muito apreciado em tempos de crise económica, da boca do PR: - “Porque os portugueses votaram neste Governo. Diga aos portugueses para votarem noutra…”.

Presumiu-se outra força política. Talvez a mesma mudança que ocorreu em 2011 para outra força política que prometia baixar os impostos e depois de eleita, até aos bolsos dos reformados foi. E quanto a impostos... Agravando ainda mais a crise económica. Rendimentos que o atual Governo ainda conseguiu repor antes da pandemia, invertendo também por essa via a trajetória calamitosa da economia do país. Talvez porque não convinha ao PR explicar à cidadã desesperada em causa, empresária segundo a própria, que não é o Governo que estabelece o seu rendimento. E que até vinha a aumentar muito significativamente o ordenado mínimo, contra todos aqueles que verdadeiramente o praticam - o patronato. Sem dúvida, ainda com muito trabalho pela frente no que às prestações sociais diz respeito. Que além de assegurarem a dignidade da pessoa humana dos seus beneficiários também são fundamentais para sairmos de qualquer crise económica. E que ao contrário do que afirmam outras forças políticas, ninguém em Portugal recebe € 1 000 de RSI. Nem metade. Nem os ciganos. Prestações sociais onde aliás Portugal ainda revela muito atraso no que à média da UE diz respeito. Portugal afecta menos de metade da média da UE com prestações sociais. Ficando-se o PR mais uma vez pelo populismo e pelo mais puro ilusionismo, como foi sempre uma das principais características do Marcelo. Além de mais uma violação clara da Constituição da República Portuguesa por parte de um Órgão de Soberania, no caso o PR, que também jurou solenemente cumprir e defender a Constituição.

Mas como nem a múmia foi tão longe em discurso directo, presumo que mais uma vez quem visitou a Feira do Livro do Porto não foi o PR mas o pantomineiro de Belém a fazer de PR. Era bom que os portugueses pensassem nisto nas próximas presidenciais.

P.S. Igual só outro pantomineiro. O bastonário da Ordem dos médicos. Quando ainda há poucos meses - aquando do bebé que nasceu sem rosto numa clínica em Setúbal, depois de dezenas de queixas que já pendiam sobre o médico que realizava as ecografias - garantiu aos portugueses que afinal a Ordem dos Médicos não pode realizar auditorias.

Repórter P

A REVOLUÇÃO LIBERAL ( DO PORTO ) EM PORTUGAL

Viva a primeira tentativa de implementar a Liberdade em Portugal! Viva a Revolução Liberal de 24 de Agosto de 1920 do Porto. Viva para sempre o bom liberalismo, o dos valores humanistas da Revolução Francesa! Viva a primeira Constituição Portuguesa de 1822 e a separação de poderes! Viva a primeira Assembleia Parlamentar de Representação Nacional. Infelizmente tudo sol de pouca dura em Portugal! Num país com quase 900 anos de história e em que todos os portugueses ainda tiveram que esperar pelo 25 de Abril de 1974 para nos libertarmos das últimas amarras e passarmos finalmente a viver em Liberdade.

E depois pelo 25 de Abril de 1975 para as primeiras eleições livres com sufrágio universal à Assembleia Constituinte para erigirmos todos um verdadeiro Estado de Direito Democrático. E finalmente pelo 25 de Abril de 1976 e a Constituição da República Portuguesa. Como lei suprema, que define o nosso sistema político democrático e um Estado Social com quatro órgãos de soberania, separação de poderes, direitos, liberdades e garantias dos cidadãos. Assim como a verdadeira Casa da Democracia Portuguesa. Uma Assembleia da República com os representantes do povo, eleitos por cada um de nós, como a verdadeira sede da Soberania Nacional. Para nunca desprezarmos um valor tão precioso como a Liberdade, que muitos dão sempre como adquirido e afinal, tão raro e tão difícil de alcançar em Portugal.

E como é que devemos continuar a preservar a Liberdade todos os dias em Portugal? Com a Verdade! Sempre com a Verdade e só com a Verdade se combate todos os dias todos aqueles que atentam contra essa mesma Liberdade e das mais variadas formas. Isto até a propósito do fenómeno Chega que não passa de um saco de gatos e banha da cobra, com o pateta do Pacheco de Amorim como ideólogo, que de ideólogo não tem nada mas que muita gente publicita - nomeadamente os media - e muito pouca gente se preocupa em rebater com argumentos ou até em desmentir as falácias mais descaradas do Ventura. Logo a começar pelos partidos políticos, se quisermos de espectro mais democrático ou de sempre da nossa ainda muito jovem Democracia. Porque a Democracia é a casa da Verdade e dos amantes da Liberdade, por excelência. Porque Verdade e Liberdade são dois conceitos absolutamente indissociáveis.

Repórter P

O caso Rui Pinto ou a última tentação do MP. Sempre no caminho da total alienação do Estado de Direito em Portugal.

1º Acto – Roubar um banco! Pessoalmente nada contra mas uma sociedade que não condene o roubo...

2º Acto – Roubo, chantagem e tentativa de extorsão a um fundo de investimento, no caso a Doyen Sports. Mais conhecido como Doyen a quem doer para outro trafulha como o BdC. Vale apreciação semelhante.
Mais uma série de roubos e acessos ilegítimos e violação da privacidade e sabotagem informática a uma série de sociedades comerciais e uma sociedade de advogados e até imagine-se uma das principais Instituições da República. Nomeadamente da área da Justiça, nomeadamente a PGR.

3º e espera-se derradeiro Acto – Rui Pinto vai finalmente começar a ser julgado em Tribunal por quase uma centena de crimes, a partir do dia 4 de Setembro.

Até lá e como de um dia para o outro alguma magistratura do MP e a própria PJ conseguiu lavar por completo a imagem de um ladrão informático e transformá-lo em mais um justiceiro da luta contra a corrupção. E desta feita ao serviço do Estado?! Quando o MP já o trata como uma testemunha do Estado protegida e arrependida, dos seus próprios actos criminosos aliás. E a PJ já o trata como colaborador – ainda a fazer lembrar o fantasioso FBI Tom Hanks no “Catch Me If You Can” do Spielberg com Di Caprio - deve estar para breve o anúncio da nova categoria aí como alto oficial da mais alta pantomina da Gomes Freire. A quem até a magistratura judicial, por pressão, já foi obrigada a vergar-se. E que diga ele ou os seus, entretanto contratados advogados, o que disserem hoje, é notório por onde começou todo seu empreendedorismo. Ou como era costume dizer, a sua motivação criminal – pelo belo do proveito próprio. Já que não consta que alguma vez o fruto do seu primeiro saque, que o próprio banco se viu obrigado a esconder, tenha beneficiado mais alguém além do próprio. E a sua namorada ao que parece. Também parece que a extorsão já contemplava um advogado do mesmo saco. Do interesse público que caracteriza os whistleblowers é que nem sinal. E quando numa sociedade os princípios começam a justificar quaisquer meios já deixamos de viver num verdadeiro Estado de Direito Democrático.

Aliás, ao pé disto a inversão do ónus da prova, ainda recentemente chumbada na AR, era uma brincadeira de crianças. E o que se seguirá? Recomeçar finalmente a tão ambicionada recompensa de todo o género de bufaria - que até a mãe vendiam - de forma oficial e à velha maneira da António Maria Cardoso? Ou talvez a demissão total da PJ de toda a investigação criminal, económica e financeira? Ou a demissão total do MP da obrigação de defender sempre a legalidade democrática e os interesses que a lei determina? Logo agora, que nunca têm meios para nada e ainda assim parece que finalmente conseguiram perceber o que ainda ninguém tinha percebido. Ou seja, que os capitalistas do velho regime afinal nunca meteram 1 tostão no business as usual além dos Milhões todos que o Cavaco generosamente lhes ofereceu. E alguém tinha que pagar as reprivatizações. Várias vezes. Ainda assim parece que têm algum pudor em chamar-lhe um esquema em pirâmide. Que foi o que o BES sempre foi. Uma pirâmide de dívida até ao dia… Neste caso, até ao crash, para sermos inteiramente francos. Não, espera lá! Parece que isso tudo já aconteceu.

Até a MJM já veio juntar-se à festa como sempre. Para depois algures mais à frente também ela se mostrar novamente uma verdadeira arrependida. Desta feita para dizer que lhe faz muitas impressão ouvir um hacker em 2019 a repetir o que ela já tinha dito em 2002, que: “O futebol é um mundo de branqueamento de dinheiros sujos com promiscuidades políticas indesejáveis”. Futebol com o qual o hacker colabora mas adiante. E nós perguntamos: - e o que é que o MP e a PJ fizeram entretanto? Ou também andaram muito ocupados, com os meios que nunca têm, a tentar mudar o regime?

Investiguem-se e criminalizem-se todos os crimes pff. Ou será que já é pedir muito?

P.S. Como sempre aberto a todas as concordâncias e a todas as discordâncias mas poupem-me a “ingenuidade” dos doutos e do estatuto whistleblower. Uma ideia que só surge na mente do meliante quando já acossado pela justiça. Enquanto foi caindo o dinheiro dos e-mails nunca se lembrou de denunciar quem efetivamente beneficiou da sua divulgação. Depois até tinha alguns documentos da PLMJ mesmo ali à mão. Deixa lá criar uma cortina de fumo e passar por bom samaritano. Enquanto também ia controlando o andamento da investigação através da violação da privacidade de vários magistrados e outros tantos elementos da Administração Interna. Através da violação informática da própria PGR!

Rui Pinto só se move por interesses pessoais como até a juíza de instrução fez questão de deixar bem explícito na acusação. De resto, há de tudo no mercado. Parece que o “grande” constitucionalista Bacelar Gouveia - mais um com ligações ao génio do BdC – também acabou de descobrir alguns conceitos novos na nossa Constituição como, por exemplo, “Estados Regionais”. Para satisfazer a ambição dos clientes das ilhas do costume. Desta feita em acabar com integralidade do nosso território marítimo. Já com os olhos em algum lucro dos minérios no fundo do “mar dos Açores”. E todos sabemos no que toca aos governos autónomos das ilhas as transferências de recursos só podem fazer sempre um caminho. O de casa. E juristas com pareceres consoante os clientes é o que há mais no mercado. É mesmo para isso que são pagos. Em mais um excelente texto do PTP, completamente perdido no Obs. A apelar ao último sentido de Estado do PR. Depois do falhanço clamoroso da AR!

 

Repórter P

O caso paradigmático em Portugal do excesso de informação

Ou será antes do excesso de desinformação? Causada pela escassez de notícias para tantos canais de televisão, públicos e privados meramente de notícias em Portugal. E agora até pode ser relacionado com a silly season mas a verdade é que não conhece melhoras algumas durante o resto do ano. Porque neste caso vamos só falar do que as televisões e as centenas de especialistas que se juntam sempre à festa conseguem fazer em meia-dúzia de dias a qualquer facto. E nos últimos quatro ou cinco dias foi paradigmática a forma como conseguiram tratar um ventilador hospitalar e um acidente ferroviário.

Como aliás acontece por norma com qualquer acidente mais bizarro em que as televisões também por norma passam os dias seguintes à procura da mesma bizarria por todo o globo até ficarmos todos com a sensação de que afinal não aconteceu bizarria nenhuma. Conseguindo por essa via distorcer completamente a própria realidade. O que chega a parecer o principal objectivo muitas vezes.

No pico da pandemia, mais precisamente no dia 9 de Maio, foi anunciado que o CEIA (Centro para a Excelência e Inovação para a Indústria Automóvel), um investimento público de excelência que visa sobretudo ligar mais a Investigação e a Universidade à Indústria, com sede em Matosinhos, estava pronto para entregar os primeiros 100 ventiladores hospitalares portugueses aos hospitais portugueses como é óbvio. Portanto o CEIA tinha conseguido criar e produzir em tempo record um equipamento tecnologicamente muito evoluído, no caso o ventilador Atena, que visava essencialmente salvar vidas no pico da pandemia. O que já tinha aliás acontecido em Portugal em relação a outros bens pelo qual as maiores potências ainda se digladiavam no mercado, como as máscaras e os kits para testes. Depois de vários experts também já terem afiançado que Portugal nem nunca conseguiria produzir uma simples zaragatoa, que envolvia matérias primas de várias nações e por aí em diante.

Logo na altura também foi noticiado que o licenciamento CE, independentemente da qualidade ou nacionalidade do ventilador, demoraria sempre vários meses e por essa mesma razão, o Infarmed tinha anuído em conceder uma licença extraordinária também em tempo record. Que abria portas a que doravante já ninguém morreria por falta de ventilação artificial em Portugal, com o Atena como equipamento de recurso nos hospitais. O que sabemos que infelizmente aconteceu em muitos países. E que o próprio CEIA já estava entretanto a produzir outro ventilador mais evoluído, o Atena II. Hoje, depois de não sei quantas horas de noticiários e não sei quantas centenas de especialistas depois, o ventilador Atena já só serve para negros e zucas. O que é rigorosamente falso! Devemos regozijarmo-nos sim pela controle da pandemia em Portugal, onde ao contrário dos nossos vizinhos Itália e Espanha, nunca se fez sentir a falta ventiladores nos hospitais. Como nos devemos regozijar pelo excelente trabalho do CEIA.

No último sábado também fomos todos despertados para um acidente ferroviário entre um comboio de passageiros e uma máquina de manutenção, no troço entre Soure e Leiria, que viria a causar duas vítimas mortais. Precisamente os dois profissionais da Dresina onde o Alfa viria a embater num dos troços da via-férrea mais modernos do país. Aberto o respectivo inquérito e ainda sem relatório final mas já com a certeza que a Dresina não terá respeitado um sinal vermelho, mais uma vez começamos a ser bombardeados por centenas de especialistas aí para a 10ª redundância do sistema de segurança ainda por implementar nalguns troços da ferrovia em Portugal. Não obstante toda a consternação do país e sobretudo toda a falta de investimento nas últimas décadas na ferrovia em Portugal devia haver limites para tudo. Às tantas pergunta a flausina da RTP 3, toda embalada, hoje a um expert: – Portanto mais um acidente pré-anunciado? E responde o expert: – Eu espero que não e até parece que as vítimas mortais são o potencial infractor que não respeitou um sinal vermelho. Desta vez saiu-lhe mal.

E podia continuar com as viseiras da PSP. Quando foi o próprio Magina da Silva a anunciar a sua compra, depois da respectiva consulta ao mercado, num Prós e Contras da RTP 1. Fica também sobretudo a ideia que a comunicação social hoje, com a pandemia mais controlada, já deixou de atribuir qualquer carácter excepcional à pandemia. Se é que algum dia chegou a atribuir. E como descobriu o escrutínio da corrupção há tão pouco tempo, agora primeiro dispara e depois faz as perguntas. E o último a sair que feche a porta.

Até Rui Rio, em quem ainda hoje aqui esgalhei no post do Valupi que estava coberto de razão, também aqui há algum tempo conseguiu pronunciar qualquer coisa como: – “A crise das instituições também passa pela forma como a comunicação social, muitas vezes, as trata publicamente.” No seu discurso à nação onde defendeu que a forma como a Comunicação Social exerce muitas vezes a sua função em Portugal é um dos maiores problemas do regime. O problema de Rio é que tirando umas farpas certeiras à Justiça e à Comunicação Social…

Outro facto que é de salientar é o pluralismo da informação em 6 ou 7 canais de televisão em Portugal. Mais perto de um regime ditatorial. Fica sempre a ideia que alguém lança o isco e… não deve ser nenhuma agência de comunicação pública.

Repórter P

O estranho caso de António Barreto

António Barreto que passou os últimos anos a verberar contra a corrupção e todos os seus discípulos como o tráfico de influência, o clientelismo, o nepotismo, o favorecimento indevido… até à cunha, foi nas últimas semanas uma das poucas vozes na imprensa escrita a tecer loas a Carlos Costa. Quando terminou o mandato como Governador do BdP. E depois na Grande Entrevista na televisão pública teve oportunidade de desenvolver mais o tema com o amigo Vitor Gonçalves. Um direitola travestido de jornalista. Que a par com Sandra Felgueiras, lideram ambos o ranking de mandar a ética e a deontologia da profissão às malvas semana após semana na televisão de todos nós. Mais parciais era impossível.

E precisamente na semana em que a UE aprovou um fundo histórico para a retoma das economias no pós-pandemia e em que Portugal ficou a conhecer o seu envelope financeiro ou a bazuca como lhe chama o PM, resultante de um plano em que pela primeira vez na história a UE emitirá títulos conjuntos de dívida, maior frete era impossível. E foi nestas circunstâncias, para lá de aziado, que Vitor Gonçalves optou por chamar alguém do Governo para sei lá, discutir uma tradicional muito fraca percentagem de aproveitamento de fundos europeus em Portugal como se diz por aí. Quando na verdade até somos o país que executa mais fundos. Perdão. E foi nestas circunstâncias, para lá de aziado, que Vitor Gonçalves optou por fazer um frete a um amigo na luta contra o favorecimento de amigos (??). Precisamente um dos grandes assuntos da vida de António Barreto nos últimos largos anos. Para entre muitas outros temas neoliberais, como a pedinchice, falar sobretudo do ex-Governador do BdP. Que afinal também é um amigo pessoal de António Barreto. Portanto uma mesa de café mais entre amigos era impossível na televisão pública. Que também é para o que serve a Grande Entrevista. E ainda deu para promover o novo livro de António Barreto. Agora mais na área da investigação cor-de-rosa. Onde muito provavelmente aproveita para tratar os pobrezinhos e temas como a caridadezinha com o mesmo tom paternalista da esposa, Maria Filomena Mónica.

Mas como já adiantei, António Barreto começou logo por abordar o tema do ex-Governador com uma declaração de interesses, afinal António Barreto é amigo pessoal do ex-Governador. “Que foi muito mal tratado nos últimos anos em Portugal e não merecia porque afinal é um homem muito honrado e de certeza um dos melhores gestores da coisa pública que Portugal já conheceu. E que foi Governador numa época muito difícil para o BdP e por aí em diante.” Em primeiro lugar e se esquecermos por alguns momentos o frete do amigo Vitor Gonçalves e da RTP, fica sempre bem defender um amigo. Sobretudo quando esse amigo está no chão. E ainda mais depois da auditoria do TdC ao departamento de resoluções bancárias do BdP. Mas eu também nunca vi ninguém chamar ladrão a Carlos Costa. Quanto muito um lambe botas incompetente, alguém demasiado reverente, sem tomates. E que se tivesse um pingo de vergonha na cara nunca aceitaria partir para um 2º mandato depois do desastre do primeiro como manga-de-alpaca. Nomeadamente nos custos para o país das resoluções do Banif e do BES. Porque na verdade muito da época muito difícil para o BdP de que fala o Barreto tem responsabilidades do próprio ex-Governador. Sobretudo pelo que nunca fez. Também é verdade que Carlos Costa refugiou-se sempre na falta de legislação que António Barreto também abordou e que precisou aliás de ser aprovada, para remover Ricardo Salgado da presidência do BES. Como se um simples telefonema entre Homens, com tudo o que o ex-Governador já sabia, não produzisse os mesmos resultados. Sobretudo se levarmos em conta outra informação adicional que António Barreto também confirmou ao amigo Vitor Gonçalves. Que afinal o Governador sempre esteve a par de muitas das ilegalidades. Ainda ninguém tinha percebido.

Sejamos claros, Carlos Costa podia e devia ter afastado a família Espírito Santo do BES, inclusive muito a tempo de ainda salvar um banco tão importante para a economia portuguesa. Não o fez porque nunca teve tomates para isso. Que já teve de sobra para cometer outro crime, como a passagem de informação confidencial, que o próprio Cavaco fez questão de confirmar ao vivo. Mas o verdadeiro assunto do post não é Carlos Costa mas António Barreto. Do qual só se pode extrair que afinal Sócrates – o principal tema que tem ocupado a cabeça do Barreto nos últimos anos – que à primeira vista até soube escolher muito bem os amigos a nível financeiro, nunca teve a mesma habilidade para escolher os amigos certos na principal área da vida política. E como tal ainda se paga muito caro em Portugal… Como acabou de o comprovar agora António Barreto na RTP. Ou a vida diária da casta dos Antónios Barretos que não admite cá misturas com chicos espertos. Isto claro depois dos laivos mais à esquerda da mocidade onde começou logo por boicotar a Reforma Agrária e já como Ministro ainda tentou reformar a nossa agricultura com os bons resultados que também se conhecem. Quem diria que um grande investigador da vida portuguesa – não confundir com a Catarina Portas – inclusive com uma passagem pela prestigiadíssima Fundação do Pingo Doce e mais um ícone português contra qualquer tipo de cunha afinal foi à RTP para tentar lavar a imagem de um amigo do peito?! No lugar do livro do próprio recomendava-lhe para as férias a recente auditoria do TdC à Autoridade de Resolução de Bancos do BdP.

Repórter P