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Sport Lisboa e Berardo

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Será que o hipotético SLB que se começou a desenhar hoje (chamemos-lhe Sport Lisboa e Berardo) também vai ser glorioso?

[O empresário madeirense, a poucos dias de inaugurar o seu Museu no CCB, nas circunstâncias que se conhecem e com o Estado a financiar uma colecção que pode perder ao fim de dez anos, se não a pagar a peso de ouro, teve o desplante de chamar à bizarra OPA um “investimento cultural”. Assim mesmo, presumo que sem ironia. Depois admirem-se.]

Um épico demora 113 minutos a fazer-se

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TAÇA DE PORTUGAL, 4.ª ELIMINATÓRIA

I

FC PORTO-ATLÉTICO
Estádio do Dragão, Porto
Hora: 15:00
Árbitro: Paulo Pereira (Viana do Castelo)

II

59′ – GOLO DO ATLÉTICO por DAVID. Cruzamento do lado direito para a área, mas ninguém se entende na defesa portista, surgindo David a empurrar para o fundo da baliza de Vítor Baía.

III

90’+5′ – Grande oportunidade falhada pelo FC Porto. Na execução de uma grande penalidade, Ricardo Quaresma acerta no poste direito da baliza defendida por Marco.

16:53 – TERMINA A PARTIDA.

Fontes: Record, Wikipédia

Da etiqueta ou outros desmandos…

Tendo em conta que recebi um postal de Natal em meados de Novembro, quando é que é socialmente recomendável deixar de desejar “bom ano novo” ao pessoal?

Para já, constato que o “BOM ANO NOVO” de boca cheia dos dias 1, 2 e 3 descambou, no dia 4, em “baAnove” dito entre dentes, e hoje, dia 5, já se nota um perigoso constrangimento na malta, tipo “bnove” dito com uma espécie de raiva, ainda que sem baba.

Dia 8, por este caminho, vão-se os resto das vogais. E vem um murro no focinho!

horóscopos e projectos

Após descobrir que as teclas CTRL+F5 servem para actualizar horóscopos que parecem desactualizados, passei divertidos minutos a ler o projecto de Lei do Bloco de Esquerda que pretende introduzir o ensino multilingue nos estabelecimentos públicos de educação e de ensino. Lamentavelmente, e neste último caso, as teclas CTRL+F5 não se aplicam, uma vez que “parecer desactualizado” não é exactamente o caso do tal projecto.

Talvez a tecla Delete

O Estado da Nação

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A economia portuguesa é naturalmente próspera, graças aos recursos naturais do país, designadamente, ao petróleo, à energia hidroeléctrica, ao gás natural e, mais que tudo, à classe trabalhadora, com natural destaque para os funcionários públicos (a nossa força de trabalho é altamente qualificada, especializada e interessada – trabalhadora na verdadeira acepção da palavra, portanto).

Portugal é o país que apresenta a maior igualdade entre sexos, menos pobreza e desigualdades sociais. 99 por cento da população pertence à classe média.

O nosso país possui também a única economia mundial que não atravessou uma recessão e continua a viver praticamente em pleno emprego.

Somos o primeiro maior exportador mundial de petróleo e de gás natural, com reservas conhecidas para cerca de 1000 anos.

O Estado português, graças aos recursos naturais acima referidos, dá lucros fenomenais. O excedente estatal vai nos 90 por cento, equivalente a mais de um terço do Orçamento de Estado norueguês (apenas para fazer alusão a um dos menos afortunados).

Para além do mais, e consequência de quase tudo o que acima ficou dito, somos o único país do hemisfério ocidental sem dívida externa.

Por tudo isto, não se percebe que raio passou pela cabeça de Rui Rio quando se lembrou de negar a tolerância de ponto aos trabalhadores da Câmara do Porto no dia de hoje (ainda cheira a Natal, caramba!), com as fracas desculpas de que se trata de “um dia normal de trabalho para o sector privado que até precisa dos serviços da autarquia” e de que, pasme-se, tal medida, ajudará à “construção de um país solidário, mais justo e competitivo”. Ainda mais, caramba?

Cá eu entendo que não será um dia de trabalho a mais que marcará a diferença. De resto, o que é que o homem quer dizer com “país mais competitivo”? Que raio está ele a insinuar? Que não estamos assim tão bem?

Desvarios inexplicáveis, isso sim, mesmo porque, da forma como por cá se trabalha, e atendendo à pujança da economia, urge, isso sim, pugnar pela semana de trabalho de dois dias – e intercalados que é para possibilitar aos esforçados trabalhadores portugueses a possibilidade de fazerem ponte.

Felizmente, restam os esclarecidos que, pondo de parte qualquer tipo de demagogia, não hesitam em defender os reais interesses do nosso afortunado país. Ainda que isso não seja popular e lhes possa vir a custar votos.

O guarda costas, o homem da tábua no colchão, o adorador solícito, um caso de amizade muito especial e “Ah, não sei, não faço ideia”

O guarda costas, a tábua no colchão, um caso de amizade muito especial e o futuro a deus pertence

“Trabalhei muito com o doutor Sá Carneiro. (…) O doutor Sá Carneiro, lembro-me, na altura dispensou a segurança e zangou-se com a polícia. E eu andei a fazer de guarda-costas dele; ele não aguentava, por causa da coluna, levar pancadas nas costas quando estava no meio das pessoas e eu, como era mais alto, lá andava sempre com os braços à volta, e adorava fazer o que ele me pedisse. Lembro-me que à noite – nunca escrevi isto; um dia hei-de escrever, tenho já muita história para contar, com quase 34 anos -, à noite ia ver o colchão dele, se ele tinha a tábua para as costas, e ia pôr-lhe um bocadinho de whisky que ele gostava e nunca me caíram os parentes na lama, pelo contrário. “

“(…) o Marcelo, como sabe, é um caso de amizade muito especial. Com toda a gente, não é só comigo. Eu acho que ele sabe ser amigo das pessoas, mas não é um amigo de todos os dias”

“K – O que é que quer? Quer ser Primeiro Ministro? Acha que vai ser Primeiro Ministro?
PSL – Ah, não sei, não faço ideia.”

Pedro Santana Lopes, entrevista à K (n.º 1), Outubro de 1990

A orelha que adivinha reloaded

Sentia a orelha direita gelada, o que me obrigou a um doloroso coitus interruptus. E logo naquele dia, que tinha engatado a Jolie. Acordei. Estranhei que tivesse acontecido com aquela orelha, porque a outra (a esquerda!) é que estava ao léu, mas vá lá um gajo travar-se de razões com uma orelha – é parte do corpo que não nos encara de frente. Podia dizer que são só garganta, não fora cair-se um bocado no non sense – e logo num post que se quer sério, afinal trata-se de uma estória verídica! Eram seis da manhã. Raisparta a minha vida, o sonho já não o apanho outra vez, qu’isto dos sonhos é malta que não espera por ninguém. Encostei-me mais dez minutinhos (não confundir com dez minutos). Meio-dia! Acordei como se tivesse sido atropelado por um cowboy – resultado, muito provavelmente, da carga de porrada que levei do Brad Pitt (afinal, alguém esperou por mim) e das trinta e seis vezes que calquei no snooze do despertador. Foram por trinta e seis vezes só mais dez minutinhos. Deviam pôr pernas no cabrão do despertador assim que se carrega a primeira vez. Isto dá cabo dum homem. Tomei o pequeno-almoço e almocei – não gosto de quebrar rotinas. Uma taça de cereais, meio litro d’água, uma sopinha, um bife grelhado com batatas fritas e ovo a cavalo. No bife. Uma laranja. Cheguei à repartição a tempo da abertura da tarde, com ar de quem estava em paz. ‘Tão, pá? Kékspassou, meu? O chefe nem vai acreditar. Faltou a luz na minha área e o despertador não tocou / tive um acidente / a minha tia morreu / o meu cão passou mal a noite / estou muito triste. Optei pela última (hás-de pagá-las caro). Tinha faltado de manhã porque estava muito triste. Era oficial. Já não podia voltar atrás. Esperei pela desova. Vai-te sentar que já lá vou falar contigo. ‘Tou fodido. A minha mesa estava um verdadeiro caos. Resolvi arrumá-la para que o chefe não pegasse também por aí. No meio do labor deixei-me dormir – tal era. Voltei à Angelina.

O chefe acordou-me com um beijinho na orelha direita. Eram sete da tarde. Não havia mais ninguém na Repartição.

fugiu-lhe a boca…?

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“Não fiz o artigo em relação a qualquer outra pessoa, … não fiz o artigo em relação a qualquer pessoa”

Cavaco Silva, em entrevista à SIC, respondendo à questão sobre se o artigo acerca da boa moeda e da má moeda, publicado no Expresso, visava expressamente Santana Lopes.