Em Dezembro:
16 de Janeiro de 2007: O porta-aviões USS John C. Stennis partiu de Bremerton. Ruma ao Golfo Pérsico, onde se reunirá ao USS Dwight D. Eisenhower e a um batalhão “Patriot” de defesa anti-balística.
Em Dezembro:
16 de Janeiro de 2007: O porta-aviões USS John C. Stennis partiu de Bremerton. Ruma ao Golfo Pérsico, onde se reunirá ao USS Dwight D. Eisenhower e a um batalhão “Patriot” de defesa anti-balística.
Novembro de 1979
11 de Janeiro de 2007
(c) Michael J. Totten / Noah Pollak
Nos olhos e nas palavras do jornalista independente Michael Totten.
Meteu-se num carro conduzido por um amigo alcoolizado e teve o azar de sofrer um acidente? Pior: até aconteceu ficar paraplégico?! Não desanime! O foro pode trazer-lhe compensações: processe o fabricante do veículo, saque 18 milhões de dólares à General Motors e, no fim de tudo, divirta-se ainda com a discussão entre os advogados quanto à divisão dos honorários.
Como se vê, julguei que seria boa ideia começar o ano dedicando algum tempo às coisas do espírito. Olhem que o teledisco que inspirou esta paródia sempre tem a vantagem de incluir a Michelle Pfeiffer. E a coisa valeu a Coolio um Grammy em 95. Ecos do original de Stevie Wonder, Pastime Paradise, andam, bem audíveis, também por estas bandas.
Pelo menos, se metade disto acontecer.
Serei eu o único a pensar neste senhor sempre que toca uma peça de Lopes Graça na rádio?
É da minha vista ou Maria José Nogueira Pinto, sempre à cata de câmaras que a apanhem de dedo em riste e pose grave a tentar fazer passar slogans por ideias, está a transformar-se na Odete Santos da direita?
Vem o “Público” de hoje com um artigo sobre o desenlace da batalha legal que tem oposto o antigo organista dos Procol Harum aos declarados autores do vetusto hit “A Whiter Shade of Pale”.
A linhas tantas do luso artigo, surge a intrigante frase “cujo acompanhamento se baseia em vários trabalhos de Johann Sebastian Bach’s works, incluindo Air on a G String”. Assim mesmo, com a entrada intempestiva de palavras inglesas e o adeus ao solfejo. Seguindo pistas do Google, não foi difícil dar com este artigo e, sobretudo, com este. Ah; a prosa em idioma misto está assinada por um jornalista português.
O MIC de Manuel Alegre vai proceder a um referendo interno sobre o aborto. Calculo que uma vitória do “não” implique a dissolução do patusco movimento.
Pequenas lambretas que tomam o freio nos dentes. Dardos desmesurados que perfuram crânios. Luzes de discoteca incendiárias, mísseis sufocantes, bonecos canibais (a sério!), Barbies voadoras com instintos assassinos (confesso que dei uma destas à minha filha). E, com um brilho muito próprio, o “Laboratório de Energia Atómica”, lançado em 1951, que devia ter como objectivo preparar a miudagem americana para a III Guerra Mundial: incluía quatro amostras de Urânio 238, um contador Geiger e vários adereços indispensáveis ao cientista em início de carreira. Em caso de acidente, os infantes vitimados sempre poderiam ter uso como candeeiros.
Esta lista dos brinquedos mais marados da história merece consulta atenta. E vai dar-vos vontade de examinar com outros olhos as cartas com os pedidos ao Pai Natal dos vossos herdeiros.
Diz o Re21: “Esse tal luis rainha, difamou-me,caluniou-me e ofendeu-me publicamente a minha pessoa num post merdoso que colocou no pasquim onde o deixam editar posts, é um acto grave que esse luis rainha cometeu.E ainda por cima tem a lata de aqui me vir ofender pessoalmente mais uma vez, é gente que não presta.E como tem feito aqui várias vezes, não só me ofende a mim como ofende as pessoas que aqui comentam, sim, é um dos “vómitos” que só tentam denegrir e difamar a minha pessoa e tentar destruir o meu blog, são dezenas os comentários provocatórios à minha pessoa que esse “vómito” aqui tem escrito ao longo da existência desta versão do meu blog e da anterior versão. Update:Tania e restantes leitores este tal luis rainha escreveu um post precisamente igual a este num pasquim de edição electrónica já extinto onde difamava, caluniava e ofendia outras pessoas, post esse considerado de “merdoso” por muita gente e o que levou ao afastamento de muitos que visitavam esse extinto pasquim, só para dar a conhecer um pouco o ser que é luis rainha. Mas há mais, muito mais.”
Antes de zarpar rumo a paisagens mais condizentes com a quadra, onde me esperam quilómetros de neve fresca e matilhas de capitosas instrutoras de esqui, tenho ainda uma missão a concluir: anunciar os resultados do blogoconcurso que aqui lancei há uns tempos. Adicionando as minhas escolhas pessoais a sugestões recebidas pelos mais variados meios, lá consegui chegar a uma lista definitiva de premiados. Isto para não ficar muito atrás destes senhores, que até tiveram a gentileza de nos colocar em 4.º lugar já não sei bem de quê.
Vamos lá então passar em revista as áreas de (in)excelência agora distinguidas:
Augusto Pinochet lá faleceu, depois de anos de cuecas com a morte, incluindo o miraculoso sprint da cadeira de rodas com que culminou a sua fuga à justiça inglesa. Por mim, só tenho pena que ele nunca tenha sido julgado, no Chile ou em terra alheia, pelos incontáveis crimes cometidos em seu nome e com seu conhecimento.
Calculo que a esta hora já tenham surgido alguns obituários menos sombrios, sempre salientando as maravilhas do dito “milagre económico chileno”, que terá ocorrido sob a batuta dos Chicago Boys de Friedman. Uma nova versão dos comboios a horas dos fascistas, portanto. O pior é que, como o mito da pontualidade italiana sob Mussolini, trata-se de uma historieta com pinta de fábula mal contada. Agora, urge expor o outro lado da questão, não vá o tal “milagre” solidificar poleiro na hagiografia emergente de S. Pinochet, revoltoso traiçoeiro e ditador sanguinário já antes recauchutado em avozinho inofensivo e pai da pátria chilena.
Há quase três anos, mantive uma discussão interessante com o hoje blasfemo JCD. O tema foi o tal “milagre económico”. Julgo que pouco tenho a acrescer aos meus argumentos de então, que partiram deste artigo de um colunista do Observer, Greg Palast. É o que se segue.
Aí está o que promete ser mais um excelente e animado blogue colectivo de direita: o “31 da Armada”, onde pontifica o nosso marialva preferido, o Rodrigo Moita de Deus. Acrescentemo-lo à blogroll mental, ao lado de coisas dignas de nota como o “Blasfémias” e o “Insurgente” (este com a ressalva de alguns reforços recentes um pouco mais fracos). Assim vai a direita pela blogosfera: bem. Bem organizada. Bem dinâmica. Bem interessante.
E a esquerda? Para lá de um sorumbático e sempre sério “5 dias”, é o deserto. Ou impera a simplicidade sem risco, ou o panfletarismo mais ou menos previsível, ou o mainstream pomposo que já não interessa a ninguém. Nem a coutada da Cultura serve para garantir animação à malta. Ná. Por estas bandas não há ideias novas, não se lobriga provocação inteligente, murchou a militância consistente e prolongada.
Reparem que não incluo a 100% o “Aspirina B” na funesta procissão: nunca aqui almejámos a unanimidade ideológica e sempre nos orgulhámos da nossa polissemia. Mas isso não nos imunizou contra a maleita geral: também aqui impera a acédia, também daqui fugiu a vitalidade, a discussão, e até a alegria que, de acordo com o mito, devia contaminar as hostes esquerdistas a tempo inteiro.
Sim; eu sei que é mais fácil angariar polémicas quando se tem ideias pour épater le bourgeois em barda, como a compra e venda de votos ou a privatização do ar. Ou quando se conta com clowns finórios como o Pedro Arroja, capaz de se atrever, sem medo do ridículo, a ressuscitar a ideia de que os ingleses só chocaram ex-colónias civilizadas e democráticas, esquecendo a caterva de casos mais sinistros, do Afeganistão ao Zimbabué.
Não sei se falta ao lado esquerdo da blogosfera um ou dois Arrojas; espero que não. Talvez seja apenas uma questão de míngua dos sombrios “financiamentos próprios cuja origem é desconhecida” agora denunciados, com algum veneno teleguiado, pelo Abrupto. Mas certo, certo é que há qualquer coisa que não funciona por aqui. Querem mais uma prova? No dia em que o “31 da Armada” se lançou no meio de grande festança, estava o pessoal deste estaminé ocupado a… esquecer o primeiro aniversário do blogue. Coisas de velhos.
“Quem se habituou a viver entre os gumes do desespero não lhes escapa pelo mero atenuamento das suas causas. Por muito que o Sol brilhe, o seu vulto permanece escuro, a sua sombra continua a adensar-se. Um volume enorme que cai no mar sob o nadador, arrastando-o num torvelinho irresistível. Até que ele já não distingue o que é cima e o que é baixo. Até que já nem lhe parece importante distinguir. Como se o salto verdadeiro tivesse sido dado muito antes de os seus pés deixarem a ponte; como se a balística do desespero nada tivesse a ver com a gravidade, ignorando o que jaz no lado de fora da vida. O centro está antes em algo que lhe cresce sem cessar dentro do peito, mesmo que privado das antigas raízes de acasos biográficos e outras tragédias menores. Osíris entrou de livre vontade no seu caixão. Pressentiu ali as suas medidas, precisas, magnéticas, predestinadas e letais.”
Anselm Kiefer, “Osiris und Isis”, 1985-1987
Pede-me o Nuno Ramos de Almeida que comunique aos nossos leitores mais “criativos” que na próxima quinta-feira o esquerda.net “promove uma reunião para trocar algumas ideias sobre a campanha da despenalização da interrupção voluntária da gravidez. O encontro será na quinta-feira às 21.30 na Rua Febo Moniz número 13, R/C Esquerdo.”
Infelizmente, a malta mais brilhante e criativa vai ter de estar no Café Suave, a partir das 22:30, para participar no lançamento do melhor livro de BD do ano.
“I am already a half-starving man. To preserve my brains I want food and this is now my first consideration.”
Carta de Srinivasa Ramanujan para G. H. Hardy, 1913