Em Israel, chegou a hora do tudo ou nada. Cercados, ou morrem ou vivem para sempre e em paz com os seus vizinhos. Deve ser isto que pensam neste momento.
Depois há a Rússia, a China, o Irão e a Coreia do Norte. Este quarteto tenebroso está de repente unido contra o “Ocidente”, que inclui também o Japão, a Coreia do Sul, a Austrália e claro… Israel. Tudo democracias liberais livres, por oposição à autocracia da Rússia, à ditadura da China, à espécie de monarquia infanto-comunista da Coreia do Norte e à teocracia do Irão. Fantasmas que sabíamos estarem lá, mas para atemorizar outros.
Neste momento, no entanto, todos eles ameaçam com uma guerra: a China ameaça directamente (e provoca) os Estados Unidos no sudeste asiático por causa de Taiwan e indirectamente todo o Ocidente ao apoiar – embora dissimuladamente – a Rússia contra a NATO, após a invasão da Ucrânia; a Coreia do Norte ameaça constantemente a Coreia do Sul e apoia com homens e armamento a Rússia no ataque à Ucrânia; a Rússia ameaça quase diariamente a Europa caso esta “ponha as botas” na Ucrânia e mesmo que não ponha, porque entende que pode invadir os vizinhos que quiser, sobretudo se ganhar à Ucrânia e se os Estados Unidos (com Trump, o amigo de Putin) nos retirar o apoio; o Irão dos ayatollahs, na impossibilidade de ameaçar directamente os Estados Unidos, ameaça islamizar a Europa, a potência (melhor, “os infiéis”) mais à mão e neste momento “inundada” de muçulmanos tão retrógrados como os mais obscurantistas islamistas, não integrados, e receptivos à adopção de aberrações como a Sharia nos países para onde emigraram, começando, o Irão, por cercar e bombardear Israel, um aliado americano e uma democracia livre de tipo ocidental (não digam, eu já sei: tem os seus próprios fundamentalistas alucinados e arrogantes. Para esses, o meu repúdio. Por mim, iriam para um centro de reabilitação cerebral multiconfessional).
De modos que, apesar de, na Europa, reinar a descontração e ninguém ter pensado na possibilidade de uma guerra real, a quente, a doer, e isto há muitas décadas, cada vez mais me parece inevitável um conflito sério, uma convulsão monumental, com epicentros na Ucrânia e em Israel. A tensão aumenta a cada dia. Dizem os líderes do eixo da morte que querem uma nova ordem mundial… Pois querem, mas nós não, cruzes! Uma ordem mundial ditada por eles? Por muitos defeitos que os Estados Unidos tenham, mil vezes a liberdade que lá existe e as regras que impõem (bom, pelo menos até hoje) do que a total opressão desses regimes.
O eixo da morte está, de facto, extremamente agressivo. Bombardeiam, ameaçam.
Vamos deixar morrer os ucranianos, entregar a Ucrânia à Rússia, encorajar o Putin e pandilha a recapturar de seguida os países do Pacto de Varsóvia ou acabará a NATO por intervir? Ou os ucranianos por desistir. Quereremos a Ucrânia, depois de arrasada, de novo governada pela oligarquia russa e seus fantoches, aqui mesmo à nossa porta? Queremos isso para nós, para a Lituânia, para a Polónia? Morreremos para que isso não aconteça? Sim, não haverá outra hipótese.
Vamos deixar que o Irão e a Rússia aniquilem Israel? Não vamos, e o assunto é sério. Por muitos Pedros Sanchez e universitários imbecis e ignorantes que vociferem contra a malvadez da IDF e enalteçam a bondade e a pureza dos palestinianos, as alternativas islamistas são mil vezes piores. O Hamas, o Hezbollah, o ISIS, a Irmandade Muçulmana, que dominam agora a Palestina, são duas mil vezes piores. Por alguma razão nenhum vizinho que queira ter sossego os quer lá. Deixar que Israel sucumba às mãos desses bárbaros será uma tragédia. Queremos voltar às cruzadas? Estamos à beira de entrar para uma espécie de filme de terror apocalíptico: existe a ameaça de virmos a ser aniquilados por monstros vindos de outra era, de outra idade. Monstros que usam os seus como escudos, matam, degolam, violam e torturam em nome de uma divindade, como há milénios. Acontece que com armas do século XXI, compradas aos infiéis, que as inventaram. E, para somar desgraça ao terror, há quem, entre nós, defenda os monstros e os considere umas vítimas.
E cá dentro? Vamos permitir que a rua muçulmana na Europa tome conta das políticas internas e sobretudo da nossa política internacional? Será bom que não aconteça. Vai haver luta, violência urbana. Aliás, já começa a haver. É olhar para Inglaterra, onde uns cantam o Rule Britannia enquanto outros gritam Jihad! nas ruas de Birmingham.
Como saímos da ameaça tenebrosa da Rússia e da ameaça de guerra com o islão, ao mesmo tempo que gerimos as nossas ruas?
Não sabemos, alguma coisa terá que ser feita, mas, como alguém já disse, seria mesmo um bem para a humanidade se os israelitas conseguissem dar cabo dos ayatollahs. Aposto neles. Torço por eles. Não resolveria tudo, pois haveria provavelmente uma retaliação russa e uma intervenção americana, mas que daria uma preciosa ajuda, daria. Por exemplo, para a pacificação de todo o Médio Oriente (a Arábia Saudita não quer guerras). E sobretudo se a população saísse à rua a festejar. Quero muito que isso aconteça.