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Leonel Moura – Arte Robótica, 2004

Os robôs pintores produzem autonomamente pinturas e desenhos baseados na aleatoriedade e na stigmergia (comunicação indirecta). Cada robô possui uma ou mais canetas com as quais responde à sua própria interpretação sensorial do ambiente. No início (com a tela ou papel em branco) a tinta é distribuída lenta e aleatoriamente. Mas a partir do momento em que se produzem pequenas manchas de cor, o factor aleatório gradualmente vai desaparecendo, e os robôs tendem a concentrar-se nas áreas coloridas criando assim uma composição formal. Então do aleatório emerge o estruturado. Para a ciência estes robôs constituem, em espaço e tempo real, uma demonstração das teorias do caos e da complexidade. Para a arte trata-se de uma verdadeira revolução estética, não só pelo declínio da centralidade do humano, dando lugar a uma arte humana na origem mas não-humana no processo, como pelo facto de sermos confrontados com uma forma de vida artificial capaz de produzir a sua própria expressão pictórica.

Janeiro e Fevereiro no Robotarium / LxFactory, Rua Rodrigues Faria, 103, H02 1300-501 Lisboa, T: +351 213625286

700.000 mil euros de ordenado e não só

Sinistro, estava dado o tema para a semana. Puro engano, ainda há mais sinistro, seguramente pelos ventos que sopram, ainda iremos muito mais longe com esta gente dantesca. Queria tentar chocar as boas almas “adormecidas” como agora se diz, ao contrastar a legitimidade de tal valor em “ordenado” de um sujeito de 70 anos e já pensionista consagrado com uns valentes e meritórios 9.000 euros mensais. Com o cumprimento de uma lei que manda retirar os complementos de reforma, de 50 ou pouco mais euros, a quem “acumula” com uma reforma de 200 ou 300 euros, igualmente merecidos, se não mesmo, e aqui poderá aplicar-se com rigor, necessariamente e justificadamente merecidos.

Uma senhora que em comum com este cavalheiro da EDP, tem além da formação de economistas, também foi ministra das finanças e militante do mesmo partido, e por incrível que pareça os dois passam já dos 70 anos de idade. Têm ambos enormes responsabilidades ao estado a que isto chegou, foram também pais do monstro, como baptizou o desgoverno destas criaturas, o seu grande mestre e actual PR.

Já tinha lido que estes ridículos farsolas pretendem retirar a isenção de taxa moderadora nos hospitais públicos aos dadores de sangue com as regulares dádivas previstas para o direito a tal “benesse”, mesmo para quem tenha largos anos de dádivas no currículo.

É mais uma ofensa aos pobres, rico nem sangue dá. Compra.

Constitui já uma banalidade a falta de carácter destes canalhas que se têm por governantes, e creio bem que o andor ainda só vai no adro. Num primeiro programa da nova grelha da SIC N, esta desprezível criatura vomitou sem vacilar que os hemodialisados com mais de 70 anos devem pagar do seu bolso os 2.000 euros mensais do custo de tais tratamentos. Justificação da douta ex-governante do PSD, – “racionar significa que alguns não terão direito ao tratamento” – a continuar o “foguetório”, segunda afirma, das “borlas” para os 10.000 doentes do serviço público.

Se consegui despertar alguém, dou-me por satisfeito.

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Oferta do nosso amigo a. r. (por correio)

Não há mercado para jornalismo decente?

O país precisa de um jornal que fure esta vil tristeza que é o panorama da imprensa e dos merdia em geral. Se há asfixia em Portugal, é esta: ter que escolher diariamente, na banca de jornais, entre o escarro do belmiro, o vómito do correio da manha e a bosta do olibeira. Ter que escolher, ao fim de semana, entre o cagalhão do Balsemão e a poia do Saraiva.

Era preciso um jornal que falasse do que é omitido e distorcido pela imprensa dominante e desse voz às centenas de pessoas inteligentes e honestas da esquerda, do centro e até da direita ou apolíticas que são ostracizadas pelos actuais grupos mediátios.

Um jornal onde não houvesse lugar para Pachecos, Zé Maneis, Medinas, Campos e Cunhas, Marcelos, Lombas, Pulidos, Delgados, Cintras, Espadas, Raposos e dúzias de outros gajos e gajas de que estamos absolutamente saturados. Um jornal que não tivesse colunas de opinião de esquerdistas que vendem o rabo a quem dá mais. Um jornal que fosse recrutar à blogosfera gente interessante, séria ou divertida, e que fosse capaz de atrair jornalistas e articulistas que são actualmente obrigados, por falta de alternativas, a trabalhar e a publicar na imprensa reles.

Não há mercado para jornalismo decente? Não há capital para tal empreendimento? O capital haveria forçosamente de puxar a brasa à sua sardinha podre? Não tenho assim tão má opinião do país. Mas se calhar sou um lírico, isto talvez seja mesmo uma choldra. Talvez estejamos condenados a deixar de comprar papel. Olha, ganham as florestas.

Oferta do nosso amigo Lírico?

Aonde é que eu terei errado, Deus meu?

Excelência

A resolução, para a qual nos convocou, dos problemas gerados pela actual situação do País, já que todos temos vivido acima, muito acima, das nossas possibilidades, criou neste pobre idoso um insustentável sentimento de culpa do qual passo a dar conta a V. Exª.

Então é assim. De imediato me dirigi ao leito aonde até à meia-noite conservei os olhos no tecto em profunda introspecção. Devo confessar-lhe que nada encontrei nos recônditos mais profundos do meu passado que apontasse para este amargo sentimento de culpa. Não tenho dívidas, nem telemóvel, a viatiura auto-própria na qual me locomovo tem quase vinte anos, 20. Tenho em dia as contas com o fisco. Nunca joguei na bolsa ou especulei em títulos ao abrigo de qualquer informação privilegiada. Consumo apenas produtos de marca branca, almoço na Junta de Freguesia e uso apenas lâmpadas de 20W. Aonde é que eu terei errado, Deus meu?

1 da manhã.
Inicio uma noite de voltas na cama. Ao meu lado a patroa começa a protestar à medida que se avolumam as minhas culpas e interrogações.

2 da manhã.
Começa a assaltar-me a dúvida se num dos meus passeios semestrais ao Guincho, onde fico a ouvir o relato enquanto a patroa faz o seu ponto-cruz, não terei sido visto por alguns dos que tanto trabalharam em prol dos país e de si próprios, pensando que este pobre idoso ía entrar no dito Hotel ou quiçá no Porto de Santa Maria.

O sentimento de culpa não me deixa dormir. Porquê eu? Não sou depositante do BPN ou do BPP, não conheço o Moraes, nunca falei ao Lima, não sou utente da Brisa, nunca me cruzei com o Amarral, só recebo uma reforma. A patroa ameaça fazer-me a cama no “ólio” de entrada onde temos um divã para quando nos visitam uns parentes afastados da provícia.

3 da manhã.
Levanto-me e vou ao WC, tropeço no gato, espremo a próstata, não consigo urinar. O sentimento de culpa reteve-me as urinas. SOCORRO!!!

4 da manhã.
A patroa cumpre a ameaça. Faz-me a cama com o respectivo resguardo para qualquer eventualidade.

5 da manhã.
Faço uma lista, aproveitando a iluminação pública que penetra numa das janelas, de medidas de ajustamento. Entre elas conta-se a redução a metade da comida, alimentando-me eu e a patroa em dias alternados. Aos domingos comemos os dois a mais o gato. Em caso extremo usaremos o granulado do bichano, depois de devidamente humedecido para não danificar as placas, numa nutritiva “omileti”.

6 da manhã.
Levanto-me. Não faço a barba e vou à Portela ver se apanho o voo que chega às 7 do Brasil para ir buscar o Ensonso e o Martelo que foram passar o réveillon a Terras de Santa Cruz. Devem ter discutido imeeeensas medidas de ajustamento… para nós, é claro.

No caso de os apanhar sempre poupam o dinheiro do táxi.

7 da manhã.
Não vieram, ou perderam o avião, ou já se foram embora. Que pena!!!

Excelência, não aguento mais este sentimento de culpa que me inunda o ser. Rumo à Igreja dos Santos Reis Magos do Campo Grande, paróquia do meu nascimento, a adorar o Santíssimo. Se Ele estiver exposto, pode ser que me fale. Se o não estiver, dado a sua omnipresença, com toda a certeza será o meu amparo. Se, por acaso, não me passar cartão, lavo a cara na pia baptismal e regresso a penates a Alcântara.

Poupe-me Excelência, não aguento esta culpa.

E.R.M. (Espero Real Mercê)

Oferta do nosso amigo jafonso

Cu-municação sucial

Subscrevo o que Vieira diz sobre a cu-municação sucial.

Ele queixa-se que procura um artigo de há meses sobre o poder de Balsemão, mas não o encontra. Pudera!

A súcia merdiática tem escapado sistematicamente ao escrutínio da opinião pública, salvo os resmungos da praxe.

A história da comunicação social não teve entre nós origens auspiciosas, é certo. O salazarismo foi seguido de estatização, espécie de modelo soviético em democracia, condenado à extinção.

Desde o tempo de Cavaco, o público português habituou-se por indiferença e impotência a aturar complacentemente os inúmeros aldrabões e mixordeiros que têm pululado na comunicação social. Em compensação, o público habituou-se também a estar sempre de pé atrás. As enxurradas de notícias desmentidas, as conspirações desmontadas, as campanhas com rabo de fora habituaram-no a relativizar o valor da mercadoria adulterada. Certas histórias escabrosas que milagrosamente vieram à tona (p. ex. o caso das escutas) enojaram-no e revoltaram-no. Mas de cada vez que esse mesmo público se senta em frente ao televisor ou abre as páginas de um jornal, opera-se inadvertidamente o milagre da fé renovada. O paciente distende por momentos as suas prevenções e defesas, transformando-se imperceptivelmente numa criança benévola e crédula. A inoculação acrítica da informação marada pode durar apenas uns segundos ou minutos, mas deixa resíduos tóxicos.

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Bastonadas

Assino por baixo do que disse, Isabel. É curioso verificar que os principais apoiantes de Marinho Pinto não são de Direito. Quanto ao estilo do mesmo dir-se-á, muito simplesmente, que num Estado de Direito é inadmissível que se calunie tudo e todos. Muitas das situações que o Bastonário diariamente descreve são passíveis de enquadramento criminal. Se assim é porque será que o mesmo não as denuncia aos órgãos competentes?

A única explicação que encontro para o apoio ao Bastonário é a profunda desilusão das massas com a política que temos, bem como a falta de acesso à informação. Assim, quando um qualquer populista serve de caixa de ressonância de soundbytes, “As universidades não prestam, os licenciados são lixos, os grandes escritórios estão pejados de mafiosos”, as pessoas aplaudem sem sequer se preocuparem com saber se há, ou não, um mínimo de sustentação fáctica, se há provas para as acusações.

Quando Marinho manda as pessoas, de forma elegante, iodarem-se e ataca juízes, procuradores, advogados, estudantes, as pessoas gostam. Não lhes interessa a justeza das acusações, o facto é que se sentem a descarregar as suas frustrações “ex vi” do Bastonário e isso sabe-lhes bem. Ora, nao haveria mal nenhum se não houvesse terceiros atingidos na sua honra e dignidade, mas havendo só posso qualificar como preocupante o apoio prestado a Marinho. Mas claro que enquanto um dos Ilustres comentadores não for vítima do Bastonário, para quê preocuparem-se, não é?

Oferta da nossa amiga Ana

Foi bem claro

E o entrevistador.

“Foi bem claro”
“Viu o conflito interno no PS”
“Vai consegui-lo a médio ou longo prazo”
“Isso foi feito, sim”
“Redistribuindo esses sacrifícios”
“Foi bem claro”
“Foi bem claro”
“Não há folga neste orçamento”
“Foi bem claro”.
“Muito bem”
“Tem que ser”
“Muito bem, foi bem claro”
“E o presidente, se …já será um problema”
“E (o presidente) não atrasou algumas coisas?”
“Com o devido respeito”
“Sim, claro, claro”
“Muito bem, foi bem claro”
“Traduza lá isso para os portugueses”
“Vai cortar a direito nessa área”
“Foi bem claro”
“Muito bem”
“Foi bem claro”

Perceberam telespectadores, o primeiro fala claro.
Muito bem, digo eu, tudo muito claro.
Tudo Dominado.

Oferta do nosso amigo TudoDominado

RAJOY GANHOU

A direita espanhola ganhou as eleções. A direita mais à direita de Europa ganhou. As direitas mais unidas num só partido na Europa ganhou. Na sua concava funda há liberais, meio laicos, fascistas, ultracatólicos, apolíticos, abades, padres, religiosas, pensamento capitalista ultraliberal e de controlo social e mesquinhos na defessa dos direitos sociais. Também há muitas misas, visitas de papa, opus deises. Outros porque sim ou porque ouvem ruxir a prata, e outros ja eles muito acomodados que vehem de avos acomodados que sempre viviram num “Ramalhete” e de seu devem ficar aquí, etc. etc. Tuda esta mistura vota sempre com uma fidelidade à ressaltar. Aliás à sua victoria não depende de se mesma senão da abstenção. É bom recordarmos que o PP só atingiu quase que os mesmos votos que há quatro anos e desta vez tem maioria absoluta no parlamento.

Perderam os outros. Eles são, não só o partido socialista, partidos pequenos, incluidos os nazonalistas de Euskadi, catalunya e Galiza, e os que se abstiveram. São votos espalhados por todas estas beirraruas. Alguns, a maioria distes votos espalhados ou abstencionistas, são esa parte diferente na que ficam os que querem cambiar o mundo, os que não sabem o que fazer co mundo, os que querem a revolução, os que não sabem o que querem, os que de momento não gostam de que governa a direita, os aintisistemas, os ateus, os ateus militants, os religiosos povres; os que acham que ha diferenzas sociais e formas de resolve-las, que acham que redistribução da riqueza e os impostos progressivos assim como manter um estado de benestar social fão uma melhor sociedade. Os que prefirem uma sanidade e uma educação pública.

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Para estes serventuários do Relvas, até a BBC era varrida do mapa

O que eu acho mais obsceno no relatório desta canalha, pomposamente intitulada “Grupo de trabalho para a definição do conceito de serviço público de comunicação social” é o quererem justificar a redução ao silêncio do serviço público de comunicação social, e muito particularmente da vertente informação, com o sofisma de que “não há ditadura – a começar pela portuguesa (1926-1974) – que não tenha desenvolvido aparelhos de comunicação e propaganda financiados pelo Estado”.

Pois, como o Hitler fez auto-estradas, uma democracia liberal não deve fazê-las. Como o Mussolini fez a Cinecittà (ainda hoje propriedade do ministério da Economia italiano), o regime democrático italiano deveria tê-la fechado.

Essa canalha abjecta, apostada em calar a informação mais isenta que há em Portugal, vem com o argumento de que os ditadores se serviram da comunicação social para a propaganda!

Argumento igualmente falacioso, ignorante e imbecil é o de que “o chamado ‘serviço público’ de comunicação social, maxime de televisão, cujo modelo se desenvolveu na Europa ocidental depois da 2.ª Guerra Mundial, é um fenómeno histórico que se deve essencialmente à escassez de meios financeiros e tecnológicos privados”.

O modelo é posterior à 2.ª Guerra? Grandes imbecis! Então e a BBC, criada em 1927, verdadeiro modelo mundial, então e ainda hoje, do serviço público de comunicação social?

Oferta do nosso amigo Júlio

Cavaladas

Cavaco, hoje, a explicar ao povo aquilo que durante a era Sócrates se esqueceu sempre de explicar: “O sucesso não depende só de nós, mas também da conjuntura internacional e da capacidade que a União Europeia demonstrar para resolver a crise financeira da Zona Euro”.

Cada vez mais vamos ouvir estes gajos a falar da conjuntura internacional e da crise financeira da zona euro, que teimosamente ignoravam quando se tratava de culpar e deitar abaixo o governo de Sócrates.

Cavaco voltou hoje a dizer – grandíssima lata! – que “há limites para os sacrifícios que podem ser pedidos aos portugueses”. Estará a falar daqueles limites que, na opinião dele, já tinham sido ultrapassados pelo PEC que ele ajudou a chumbar, antes do assalto do Coelho ao país, especialmente aos funcionários públicos e aos pensionistas?

“Mudaram os governos mas não mudou a minha posição”, declarou Cavaco. É essa a patranha que agora quer fazer passar. Quando é que o fulano começa a vetar e a suscitar a verificação da constitucionalidade das medidas do governo? Esperem sentados!

Pretendendo dar a ideia bacana de que está quase a passar-se para a oposição, Cavaco declarou aquilo que já toda a gente sabe: que não há equidade fiscal no corte imposto pelo governo à função pública. Ainda anteontem o Gaspar dizia, tentando justificar o imposto iníquo, que os funcionários públicos estavam a ganhar 15 por cento acima do privado, agora vem o gajo de Belém sugerir que, para haver equidade fiscal, se tem que fazer no sector privado idêntico corte ao da função pública. É muito fácil resolver essa questão: é só o Cavaco mandar o Orçamento para o Tribunal Constitucional. Esperem sentados!

É tudo uma treta. Dividem o trabalho entre os dois – o Gaspar faz de pide mau, o Cavaco faz de pide bom.

E Gomes Canotilho, que se passou do PCP para o cavaquismo, faz de pide constitucionalista: disse hoje à rádio que em período de crise se tem que fechar os olhos às inconstitucionalidades do governo. Aos 70 anos, o professor laureado remata a sua carreira com uma cavalada destas.

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Oferta do nosso amigo Júlio

Pedido de esclarecimento

No Parlamento, há o mundo das Comissões especializadas em função da matéria e o mundo do Plenário.
Consigo entender que ali, nas Comissões, onde mais se trabalha, o tom de quem governa seja outro, mais cordato, mesmo quando se lhes diz, por exemplo, que seria bom ouvir o conjunto de entidades evidentes que se pronunciaram pela inconstitucionalidade do enriquecimento ilícito.
Podem concordar, não concordar, concordar mais ou menos, mas não querem, enfim, uma lei que esbarre no TC. E é asim noutras matérias. Trabalha-se, discorda-se, respeita-se o que é o contributo de cada um.
Chegamos ao Plenário e há, claro, o efeito mediático a que nenhum Partido pode ser imune. É aqui que estão os minutos dos telejornais e é aqui que sem cuidado se escorrega para a demagogia.
O que já não entendo nem aceito é esta superioridade moral que tomou conta da direita, excitada com o poder, pouco disfarçando os seus tiques autoritários. Em todos os debates, como no de hoje, lá vem a cartilha de frases:
“quem são vocês para isto e aquilo?” (porque só estamos aqui há 3 meses);
“está a perguntar, senhor Deputado? Com que lata se só estamos aqui há 3 meses?
E por aí adiante.
Sempre sorrindo.
Seria bom explicar às bancadas que suportam o Governo que o PS e os restantes Partidos têm a função de fazer as perguntas que tiverem por pertinentes, explicar a esta gente que fomos mandatados para isto, que começamos a abrir a boca no dia um, e tem sido um espanto, um espanto fazer perguntas e propostas alternativas à direita que nunca resolveu uma crise que seja em Portugal e que revogou nos tais 3 meses, três mesinhos, o contrato com os seus eleitores.
É assim: da sede do poder ao medo do poder.

S.O.S Líbia – Podes ajudar?

A Guerra na Líbia avança voraz. A Cidade de Sirte está cercada – os animais de estimação passaram a víveres. A Cidade é constantemente bombardeada, Y qualquer coisa – móvel ou imóvel – é alvo, inclusive Hospitais. A esta cegueira Nato, não estão a salvo os cíveis, y, de entre eles, os números de crianças Mortas ascendeu a 1 milhar em duas semanas. Os vídeos foram chegando, com eles a exposição dos corpos minúsculos de seres para quem esta Liberdade, Democracia Y Direitos Humanos, da tão Amada Y acarinhada Revolução Líbia pelos Ocidentais, foi madrasta. São Crianças Mortas que permanecerão Crianças Mortas. Não lhes podemos dar vida, sabemos. Mas Crianças Mortas da Facção-Kadhafi não se podem tornar Boas Mortes de Crianças Mortas só porque são facção-Kadhafi. Compete-nos a nós Impor o respeito, impor uma Humanidade que respeite as suas crianças acima de tudo, senão qualquer valor por mais nobre y vibrante que o seja perde o seu sentido Y vitalidade. Fica enfraquecido, inerte, amaldiçoado. Na Líbia a narrativa que se comporá não será um “foi a guerra”; pelo ritmo extasiante a que a impressa mundial nos habituo nestes últimos sete meses, o eco que se sobreporá será um “foi a Liberdade”, “foi a democracia”, “foram os Direitos Humanos”. Y neste entorno amargo crescerão as crianças Líbias sobreviventes que saberão que todas as que morreram foram Mortes celebradas pelos Ocidentais, que foram mortes catalogadas como casualidades, danos colaterais; nos manuais escolares aprenderão que Matar Crianças é Crime de Guerra. Mas que isso não se aplicou às Crianças Líbias. Que as Crianças Líbias, no mundo, foram a excepção à classificação de Crime de Guerra, Y, com isso, o Respeito à Morte de Uma Criança Líbia foi relevado, desconsiderado, ocultado. Esperando que a Liberdade, a Democracia, os Direitos Humanos apaguem a sua morte como um Bem Maior; o preço a pagar por um bem Maior. Um preço que é pago com o sangue dos filhos dos Outros, sai barato. Dai o entusiasmo dos universalmente baptizados por Rebeldes Líbios, Y pelos Operacionais Nato que a salvo, nos seus lares distantes, mantêm os seus filhos em segurança. Reitero: As Crianças Mortas da facção-Kadhafi não se podem tornar Boas Mortes de Crianças Mortas da Facção-Kadhafi.

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Um homem desconfiado

Cara Isabel Moreira,

Todos os dias e quase a todos os momentos que Cavaco e actuais ministros abrem a boca é, para bom entendedor, uma tentativa irracional de apagar a obra de Sócrates. Esse facto, sem mais, marca uma forte presença iniludível do anterior PM, pois o acto em si de tentar apagar, riscar, rasgar, amesquinhar, destruir, vulgarizar e apequenar as obras emblemáticas deixadas pelo governo anterior vão fazer que elas possam voltar a ser comparadas com o que faz, ou pretende fazer, o actual governo e desse modo renasçam das cinzas onde as querem enterrar. E um dia breve, brevemente, não havendo nada em troca para dar aos portugueses contra a destruição pura e simples, farão que o povo as relembre e constate que afinal aquele fazia e estes limitam-se a destruir e arrasar tudo sem contrapartida.

Cavaco é um homem sem chama nem qualquer espécie de carisma, ousadia ou coragem para estar à frente dum país com as dificuldades actuais. Recentemente voltou ao velho argumento de que dissera o que só agora disse: que se devia ter pedido ajuda muito mais cedo. Isto é, que se devia ter desistido de lutar à primeira dificuldade. Este homem em vez de ser um comandante-chefe à frente do país a lutar para evitar uma qualquer troika a mandar no país, preferiu ser o comandante-chefe e o estado-maior da luta para derrubar o governo legítimo da República.

Um presidente a sério e arguto teria visto logo que o pedido de ajuda externa era o último recurso e que esse tinha sempre à mão de usar. Que era preciso lutar por outra solução que evitasse a tal ocupação por uma qualquer troika. Mas o presidente ao dever de ousadia e argúcia na defesa do país preferiu a rendição: preferiu cair de joelhos a cair de pé.

Agora que tudo vai de mal a pior, começa a estar novamente acagaçado, e não tarda começará a sacudir responsabilidades. Este presidente só tem astúcia para a manhosice que é filha e alimenta-se da ignorância ao contrário da argúcia que nasce da inteligência.

Aqui, no Algarve terra de Cavaco, a uma pessoa com tal carácter nós chamamos um homem desconfiado. E de um desconfiado todo o mundo joga à defesa com um pé atrás.

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Oferta do nosso amigo josé neves

“O papel da esquerda face à ofensiva política e ideológica das forças conservadoras”

00-A ofensiva das diversas Direitas, ofensiva política e ideológica, vai assentando em dois pilares:

– O Governo do PPD e PP, orientado pelo chefe dos Conservadores, Cavaco Silva, na destruição do Estado Providência;

– A Igreja Católica, essa mais ambiciosa ainda, centrada no desmantelamento do Estado de Direito.

01- A destruição do Estado Providência repousa na minimização dos Direitos Sociais, e no generalizado decréscimo das Prestações, ditas Sociais;

02- O desmantelamento do Estado de Direito repousa, nomeadamente, no achincalhamento dos Políticos, e está sintetizada na frase do Cardeal Patriarca de Lisboa:

“Ao abandonarem os seus cargos todos os políticos têm as mãos sujas”- ver “DN” e “JN”.

Ou seja, o Cardeal Patriarca de Lisboa, por um lado tenta descredibilizar os agentes do Estado de Direito institucionalizado, e por outro lado, sugere, na contraposição, que a saída é um Estado Confessional, aqui, à medida da Doutrina e Prática da Igreja Católica, como no Irão, da barbárie, é à medida do Corão e os “Sacerdotes” do Islamismo.

03- Entretanto vai havendo uma complementaridade de atuações entre Governo e Igreja Católica.

Vejam-se os previlégios atribuidos pelo Governo às IPSS, organizações maioritáriamente controladas, direta ou indiretamente, pela Igreja Católica.

04- Mas a frente da ofensiva política e ideológica alarga-se, vide a Lei que virá, sobre o “enriquecimento indevido”, suportada pela grande frente conservadora, incluindo PCP, Bloco, PPD e PP.

05- Este é o panorama global da situação política e ideológica, do momento.

06- Mau grado nosso, o Partido Socialista, ora nas mão de A. J. Seguro, ainda não deu conta da gravidade, política e ideológica, da situação.

07- Caberá à Esquerda federar as forças e as vozes que rejeitam este estado de coisas, agindo sem sectarismos, não esquecendo vozes como a do Bispo Torgal e do Padre Anselmo Borges, entre outros.

08- E, como tenho boa memória, lembro Vitor Wengorovius, um homem impar, um católico, que foi um grande aliado da Esquerda, desde os anos 60 até, malogradamente, se findar bem novo.

Vitor, sempre próximo do então Dirigente Estudantil Jorge Sampaio, depois meu dedicado e corajoso Advogado no Tribunal Plenário da Boa Hora.

Aqui fica registada a Saudade de Vitor Wengorovius.

A minha HOMENAGEM a este HOMEM, CATÓLICO, GRANDE ALIADO DA ESQUERDA.

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Oferta do nosso amigo Acácio Lima (enviado por email)

Aprender à nossa custa

Evidentemente que o presidente do GRA e o partido que o sustenta, o PS (no caso nem se faria a minima diferença entre “nacional” e “regional”) estaria simplesmente tão frito quanto fizeram com Sócrates. E com o BE e o PCP de braço dado com a direita que levou ao poder, alegremente, sabendo exctamente o que estavam a fazer.

Claro que esta esquerda que se faz de sonsa, agora não tem os microfones da direita a toda a hora e momento como tinha para malhar no PS. Agora tem o mínimo dos mínimos para esses sonsinhos pensarem que ainda há democracia. BE e PCP foram quase completamente silenciados e se-lo-ão cada vez mais pela comunicaçâo social soberanamente controlada pela direita. E eles sabiam que ia ser assim, quando se aliaram para derrubar o governo Sócrates. Mas o seu ódio pelo PS e o desprezo pelas pessoas que dizem defender foi mais forte.

Não sei até quando as pessoas que ainda dão o voto ao BE e PCP continuarão na ilusão. Mas penso que o que se está a passar é tão grave que vai forçar esses eleitores a abrir os olhos. Vão convencer-se que o PS, apesar das suas graves falhas, não tem nada a ver com a direita salazarenta que assaltou o poder com a colaboração total do BE e PCP. Finalmente vão rejeitar a trafulhice que lhes é martelada por estes partidos de que PS e Direita são a mesma coisa.

Os portugueses vão aprender à sua custa.

Infelizmente, neste momento, têm uma direcção PS do mais pobrezinho que eu me recordo. É caso para dizer que o país que clama justiça está órfão.

E como se fosse coisa pouca a desgraça partidária, o mesmo povo órfão assiste, impotente, ao desmoronar das instituições da república, a começar pela presidência da república, entregue a um “mísero professor”, como diz o próprio, e eu digo miserável economista.

Politizou-se a justiça e as policias. Arrebanhou-se a comunicaçâo social. Os senadores da nação acobardaram-se como sempre aconteceu ao longo de muitos séculos de história. Resta-nos o exército da revolta deste espaço silencioso das redes sociais.

Não calemos a revolta. Não paremos a denúncia.

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Oferta do nosso amigo Mário

Que diz a isto João Aibéu?

A propósito de assassinatos de carácter (houve muitos, visando quase sempre socialistas, nos últimos 15 anos), veja-se a reportagem sobre o caso Casa Pia no DN papel de hoje, escondida lá a páginas tantas, sem chamada na primeira. O DN oline omite a história, não sei se por alguma razão secreta.

Na reportagem, três casapianos envolvidos na acusação confessam as suas mentiras, nomeadamente a respeito de Pedroso, Ferro Rodrigues e Gama. Declaram que não foram só eles a mentir, pois muitas das testemunhas de acusação terão feito o mesmo no processo e no julgamento, enquanto iam confessando isso mesmo privadamente uns aos outros. As pressões que exerceram sobre eles são denunciadas. Um afirma ter sido chantageado por um procurador de nome João Aibéu: “Ou dizes o que eu quero ou vais já preso”. Outro conta que “atiraram para o ar” os nomes que a PJ queria ouvir e a polícia depois pegou nos que quis, fazendo fugas controladas para a comunicação social. A polícia e os magistrados é que decidiram o que eles deveriam confessar. Outro casapiano confessa que foram aliciados pela perspectiva dos 50 mil euros de indemnização, à custa da destruição da reputação de figuras públicas, mas que agora está arrependido. Curiosamente, um declara que, dos sete condenados só o Silvino é realmente culpado, mas acrescenta que o ministério público decidiu não acusar um educador da Casa Pia que terá realmente estado envolvido no esquema pedófilo. Acrescenta o mesmo entrevistado casapiano que pode ser preso pelo que agora confessa, mas que não se importa.

Continuar a lerQue diz a isto João Aibéu?

Para onde vai o PS?

Seguro vai ter que fazer referências ao seu antecessor, destacando as circunstâncias da crise financeira que assolou o país a partir de 2008. Se ignorar Sócrates, se atacar a sua governação ou se se esquecer de mencionar a crise, dividirá o congresso, desencadeará muita contestação entre os militantes e eleitores socialistas, confirmando os piores receios sobre a sua colagem à esquerda irresponsável, e provocará uma rejeição no eleitorado de centro-esquerda muito idêntica à rejeição provocada por Alegre.

A reflexão de fundo que o congresso do PS terá de fazer não é sobre a anterior liderança do partido, mas sobre o presente e o futuro de Portugal. Se criticar a performance do anterior governo, Seguro só se vai enterrar, porque terá de pedir emprestados argumentos ou à extrema-esquerda, ou à direita, ou a ambas ao mesmo tempo. Seguro nunca mostrou interessar-se pelo problema da dívida pública ou pela dívida externa do país e, no lugar de Sócrates, teria feito muito pior.

O que interessa debater no congresso são outras coisas. Como vai o partido responder à guerra contra o Estado social desencadeada pelo governo de direita? Como vai o PS reagir ao anúncio da privatização da RTP, das Águas de Portugal, dos CTT, da CGD, etc? Como vai a oposição socialista combater a estratégia deste governo de se aproveitar da crise para levar por diante uma ofensiva política direitista? Como vai o PS lutar contra o clientelismo e a corrupção maciça que se avizinha e as obrigatórias malfeitorias dos banqueiros laranjas, autênticas sanguessugas do povo português? Em particular, vai o PS esquecer e arquivar o caso BPN, a maior burla financeira e o maior roubo da história de Portugal? Vai o PS permitir a entrega das Águas de Portugal aos amigos de Passos Coelho e Ângelo Correia? Vai o PS permitir a entrega da CGD, o maior banco português e o mais idóneo, a um cambão de malfeitores reciclados da banca privada falida? Vai o PS permitir a liquidação da RTP, a voz mais isenta da TV e da rádio?

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Oferta do nosso amigo Apoiante de Sócrates

Chanfalhos

A propósito deste post do Valupi, e referindo-me em particular à sintese contida na sua última frase, não posso deixar de lembrar aqui uma entre muitas das experiências por mim vivida quando jovem dos 20/23 anos. Passa-se o caso em finais da década de 60.

Vivia então em Benfica e utilizava com frequência o comboio da linha de Sintra para me dirigir à faculdade. O comboio frequentemente chegava atrasado ao Rossio. Certo dia gerou-se um imenso burburinho quando algumas pessoas se dirigiram ao Chefe da Estação que por ali foi encontrado à mão, pedindo que lhes passasse um documento justificativo do atraso para poderem apresentar nos empregos. Resposta do sujeito: Esses documentos só são passados pela Estação de Santa Apolónia!

Perante o aberrante da situação as pessoas exasperadas pelos constantes atrasos entraram a manifestar-se um tanto agressivamente mas apenas no que ao tom de voz se referia.

Interveio a polícia que imediatamente deitou a mão a um jovem que mais activamente se manifestava e que se pôs a jeito. Acontece que na minha inocência juvenil (alguns lhe chamarão parvoíce) eu, que me encontrava perto do jovem a que o policia deitara a mão não me contive e aproximei-me de um segundo polícia que entretanto chegara, dizendo-lhe querer ser testemunha do jovem a quem fora dada voz de prisão. Passou-se então o que nunca mais na minha vida esquecerei.

Estavam dezenas e dezenas de pessoas rodeando-me a mim e ao polícia a quem me dirigira. Este lançou-me as mãos ao pescoço, voltou o casse-tête ao contrário, levantou-o no ar ameaçadoramente e só não o abateu sobre a minha cabeça... porque terá tido um último lampejo de consciência!

E agora chego ao ponto a que queria chegar! É que, ao mesmo tempo que vi levantar-se sobre a minha cabeça o chanfalho agressivo do polícia, vi fugirem em todas as direcções as muitas e muitas pessoas que estavam à minha volta. Fiquei só à mercê do polícia e... lá fui para a esquadra... “prestar contas à justiça!” Digam lá se os portugueses não são uns valentões... mas apenas quando podem!!!

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Oferta do nosso amigo ANIPER

g point

De facto é estranho que não haja excepções ao direito de voto, que pessoas dependentes de outros para tomar decisões simples no seu dia-a-dia, ou pessoas cujo comportamento levou a que estejam isoladas, por muitos anos, da sociedade mantenham intacto o seu direito a decidirem quem tem melhores condições para nos governar. Ainda é mais estranho se pensarmos que o direito ao voto em associações, clubes e afins, e até nos próprios partidos, implica condições e deveres que não se exigem ao eleitor, em quase todas é necessário preencher vários requisitos entre os quais, por exemplo, ter as quotas em dia. Imagine-se o que seria se um político se lembrasse de propor como condição para exercer o direito de voto ter os impostos em dia. Caía o Carmo e a Trindade. Já para não falar na dose de coragem necessária para lançar a discussão.

E, apesar de manifestarem alguma preocupação com os valores da abstenção (só no dia das eleições, no dia seguinte já ninguém fala disso), não parecem muito incomodados com a ignorância e o desinteresse pela política, só isso explica que na Escola, onde tanto se investe na formação dos futuros cidadãos, a formação política dos alunos não tenha lugar. A única coisa que ouvem sobre política aos professores são desabafos contra todos os governos, pouco abonatórios para os políticos e a política em geral, que passa facilmente por uma actividade quase marginal, no pior sentido, que só interessa a gente que não interessa. Se se juntar a isto o tratamento que a comunicação social dá ao tema, privilegiando quase sempre a politiquice em vez da discussão séria, estamos conversados. É pena. Mas como tudo evolui, e a democracia não tem sido excepção, talvez num futuro próximo este debate se torne inevitável e os políticos deixem de se preocupar exclusivamente com a quantidade de votos e pensem no que ganharíamos todos com o acréscimo de qualidade dos mesmos.
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Oferta da nossa amiga guida

Vodka laranja

É indispensável ir fazendo esta história exemplar da vergonhosa colaboração da chamada extrema-esquerda com toda a direita – a dos partidos, a do dinheiro e a da comunicação social – para enlamear a pessoa de Sócrates e deitar abaixo o governo socialista.

A coligação negativa, alimentada pelas octanas do ódio sectário e descerebrado a Sócrates, não se traduziu só em votações no plenário da AR (decisivas só a partir de 2009), pois começou por ser uma colaboração conspirativa permanente nas redacções dos jornais, semanários e TVs, nas colunas de opinião generosamente cedidas a idiotas úteis, nos debates marados da rádio e da televisão, nas miseráveis comissões parlamentares de inquérito, nas alfurjas do ministério público e da polícia judiciária, na própria blogosfera.

Jamais poderei esquecer o afã pidesco de deputados do PCP e do Bloco a secundarem os partidos da direita nas acusações mais idiotas, perversas e inverosímeis contra o governo de Sócrates, como a da alegada tentativa de controlo da comunicação social pelo governo. Jamais esquecerei o comentário cretino do camarada Jerónimo quando o bruxo de Boliqueime e o Público de Belmiro cozinharam a acusação das escutas governamentais a Belém: “Muito preocupante”!

É indispensável fazer essa história e ir insistentemente lembrando aos eleitores distraídos uma verdade constantemente comprovada desde as primeiras décadas do século XX: a chamada extrema-esquerda em Portugal é uma preciosa aliada da direita e, em particular, da direita anti-democrática, não só no papel de provocadores, bufos e idiotas úteis, como no papel de fornecedores de argumentos e álibis para o regresso da direita ao poder. A direita já percebeu há muito tempo que tem de acarinhar, promover, utilizar e comprar por todos os meios possíveis esta extrema-esquerda, inofensiva pela sua idiotice e radicalismo congénitos, mas preciosa aliada para a conquista do poder.

Oferta do nosso amigo Júlio