
Ao domingo o PÚBLICO é um festim de inteligência. Botam discurso alguns concidadãos que, por díspares esteios convergindo num mesmo desígnio, nos tentam aproximar uns dos outros. Por ordem de paginação:
António Barreto
Analisa com detalhe, diagnostica com rigor. A sociedade aparece-lhe decadente e incorrigível. A salvação nacional está na friável dependência de um jacarandá sito no cruzamento das ruas do Salitre e Rodrigo da Fonseca, Lisboa. Ou de outros florescimentos bem mais improváveis.
Frei Bento Domingues, O. P.
Abre portas, janelas e clarabóias no claustro Católico. A luz fere pupilas habituadas à escuridão, a corrente de ar constipa os desagasalhados. O sermão deste domingo tem leituras de Julia Kristeva. Mas muito piores do que os cegos que não querem ver, dentro da Igreja, são os cegos que não querem pensar, fora dela.
João Bénard da Costa
Uma voz apaixonada. Que se dá em lusco-fusco, sombreando evidências, iluminando mistérios. Escreve como um escultor. E, como um escultor, dá forma à nossa memória colectiva. Cinzelada com golpes de erudição. Entalhada na pedra macia de uma vida que se projecta, bem realizada.
Francisco Teixeira da Mota
Colunista discreto, por estar confinado a uma só temática. Da sua leitura nasce uma perplexidade lateral: a quem interessa que o povo não se interesse pela aplicação do Direito? A Justiça é mais importante do que as Obras Públicas, a Economia, a Saúde, a Educação. Eis mais uma coisa que não nos ensinam na escola.
Vasco Pulido Valente
O “vate português valente”, cantor dos dias do fim de uma Nação moribunda. Os que se limitam, com desdém ou acinte, a apontar o seu pessimismo, como se fosse uma falha de etiqueta no banquete da ilusão ou um estrupido a afligir o sono já sem sonhos, são cúmplices da desgraça.








