Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão.
Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.

Sem emoções para os espanhóis

El País, 21.01.2006

“La larga campaña electoral (portuguesa) no ha sido nada vibrante, aunque tenía todos los ingredientes para serlo, ya que se enfrentaban dos de los pesos pesados de la política portuguesa de los últimos 30 años, Aníbal Cavaco Silva y Mario Soares. Los secundarios también eran interesantes, el representante del partido de izquierdas que más subió en las últimas legislativas, Francisco Loua (???); el secretario general del Partido Comunista que mejor resiste al paso del tiempo en la Unión Europea, Jerónimo de Sousa, y uno de los políticos más carismáticos de la historia de la democracia en Portugal, el poeta Manuel Alegre, que no cuenta con el apoyo de su partido.”

Mais uma vedeta internacional

Depois do mercado espanhol, fomos até à Holanda buscar nova estrela. Fernando Venâncio passa a exibir os seus exímios dotes literários no Aspirina B, para nosso deleite e aprendizagem. Já lho disse pessoalmente, mas anuncio-o ao mundo: lê-lo faz-me bem.

Fernando, estás em casa.

Notícias dos dias que estão mesmo a chegar

Em Detroit, um juiz deu razão a uma queixa da editora de hip-hop “BreakBack Records” contra um dos seus músicos, um tal DJ Karamel. Este foi condenado ao pagamento de uma pequena multa pelo “crime” de não ter incluído samples nas suas faixas, ao contrário do que garantira à editora. Aparentemente, ele preferia criar na íntegra os seus beats, recorrendo, imagine-se, à obsoleta arte da composição musical. Reza a douta sentença que “hip-hop is all about found objects, recycling sonic elements of our urban landscape. Creating original material and representing it as samples betrays the trust consumers place in what they believe are legitimate and de facto contemporary cultural objects. Sometimes, originality can be considered cheating”.

Meu Deus…

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Pela primeira vez desde o fim de Novembro, passei um dia sem pôr olhos em cima desta página. De regresso a Lisboa, já a meio da noite, ainda fui tentado por um reluzente quiosque de Internet numa estação de serviço toda modernaça. Mas resisti com galhardia; sempre me ensinaram que não devemos ceder aos nossos vícios em público. E em boa hora o fiz: não sei se conseguiria concentrar-me na restante jornada depois de confrontado com as dimensões da teofania que varreu este canto da blogosfera (sim, já reparei que os cantos das esferas são de topografia inconstante e traiçoeira).
Deus, pá, que sejas bem-vindo!

A APOSTA

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Os portugueses vão apostar mais de 35 milhões de euros no próximo Euromilhões, uma quantia bastante superior ao custo das eleições presidenciais e das respectivas campanhas eleitorais. Um surpreendente investimento apesar da probabilidade de sair qualquer coisa seja infinitamente baixa – estou convencido que é mais provável apanhar com um meteorito na pinha –, ainda assim, o concurso é mais motivante do que a actual campanha eleitoral.
Sejamos justos: a maior parte das pessoas paga uma aposta para poder sonhar o que seria ganhar o prémio. Em relação às eleições, pouca gente sonha com os candidatos: o que demonstra um invejável gosto estético, mas pouco realismo. O facto da maior parte das pessoas não acreditar que as coisas possam melhorar, torna-as certamente piores.
Conta uma velha anedota que um homem rezava todos os meses ao Santo António para pedir o primeiro prémio da lotaria. À vigésima vez, o santo saiu do pedestal e disse-lhe: “ó meu cabrão, andares a rezar para pedires prémios de lotaria já é mau, agora completamente insultuoso é o facto de nem sequer comprares o bilhete”.

Cá vai o palpite para Domingo:
Cavaco – 49,8
Soares – 19
Alegre – 13
Jerónimo – 8
Louçã – 7
Garcia Pereira – 1