Arquivo da Categoria: Valupi

Questões que radicam na SIC Radical

Que se passa com a vossa programação que não respeita os horários programados?

Ok, esqueçam a pergunta anterior e passemos ao que interessa. Quem foi o mentiroso que escreveu isto?

UFC LIVE EVENTS
São os combates propriamente ditos, transmitidos apenas dias depois de serem efectuados. São três horas do melhor Vale Tudo do mundo.
Estreia em finais de Maio. Horário a definir.

Encontrem esse gajo e digam-lhe que estamos em finais de Maio. Outra vez.

Para alfacinhas fanáticos

Horas e horas e horas e dias e semanas e meses de fotografias que nos permitem visitar o passado, talvez o futuro. Aqui. Por baixo da caixa de pesquisa, selecciona Arquivo Fotográfico ou confirma que só essa opção está seleccionada. E parte em viagem.

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Sugestão: usar a vista de rua dos mapas Google para descobrir o que se perdeu e o que persiste.

Queirozianos

Carlos Queiroz, desde 11 de Julho de 2008, tem seguido à risca a meticulosa estratégia de baixar as expectativas à volta da Selecção, depois dos sonhos grandiloquentes de Scolari. O apuramento para o Mundial foi particularmente brilhante nesse propósito. Cabo Verde é só mais um passo da sofrida caminhada.

Mas vai valer a pena. Quando subirmos ao relvado para o 1º jogo na África do Sul, a multidão presente no estádio soltará um bramido de espanto por nos ver com chuteiras; sendo já voz corrente, por essa altura, que em Portugal joga-se à bola de chanatas. A Costa do Marfim levará 115 minutos a recompor-se da surpresa, tempo suficiente para marcar o golinho da vitória.

Pináculos da estupidez

Apesar de perderem eleições contra uma figura alvo dos maiores ataques pessoais em toda a História da democracia, e de não ganharem nas sondagens apesar de já irem no quinto líder em cinco anos, aqueles que fazem da política uma actividade tribal belicosa continuam a repetir as mesmas fórmulas. O problema não é ideológico, pois, mas cognitivo. Não entendem o que se passa, e a frustração acumulada cristaliza, e a seguir dissolve, os já parcos recursos intelectuais. A política que aí vem, que inevitavelmente virá se continuarmos a vencer os desafios da civilização, não terá nada a ver com esta cegueira estéril e perversa.

Veja-se o que se passou, na semana passada, com as declarações de um responsável governativo espanhol acerca das obras públicas e o TGV. De imediato, responsáveis políticos portugueses do maior partido da oposição, e arraia-miúda respectiva, assumiram que Espanha já não iria continuar com o TGV para Portugal. Foram desmentidos ao fim do dia, contudo, mesmo assim, e logo no debate da moção de censura, Miguel Macedo repetiu a ideia do dia anterior como se não soubesse que era falsa. Levou como resposta do Primeiro-Ministro o pedido para apresentar a fonte da sua informação, acabando o episódio em ridículo para os sociais-democratas. É preciso serem muitos estúpidos para emprenharem pela comunicação social desta maneira, mas é preciso atingir um pináculo de estupidez para se prestarem a estes números no Parlamento.
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Bifes do Lomba

O objecto da comissão ao caso PT/TVI não é apurar se Sócrates cometeu um crime mas se Sócrates conhecia a operação política conspirativa na compra da TVI no ano passado, em véspera de eleições.

Pedro Lomba

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Como é que o Lomba dá como provada a existência de uma operação política conspirativa na compra da TVI no ano passado, em véspera de eleições? Espero que seja uma certeza obtida só com o recurso à leitura de jornais seleccionados. Se eu estiver errado, e as suas certezas acerca da honra de terceiros não tiverem a espessura de uma folha de jornal, espero que este senhor seja ouvido na Comissão de Inquérito Parlamentar para apresentar a fonte das suas informações, os nomes dos envolvidos e os factos que concretizam a denúncia.

E quanto mais cedo, melhor. Senão, o Lomba ainda corre o risco de ficar demasiado passado.

O regresso dos intérpretes

Questionado sobre as declarações do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, em entrevista à TVI, sobre a apresentação de uma eventual moção de censura ao Governo caso a comissão de inquérito venha a apurar que o primeiro-ministro mentiu sobre no caso PT/TVI, Marcelo Rebelo de Sousa referiu “que talvez Passos Coelho não quisesse dizer isso”. “Eu não sei se de facto ele quis dizer isso. Às vezes os políticos querem dizer que há um juízo político negativo, mas não querem dizer necessariamente que há uma moção de censura”, observou.

Marcelo

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O que Passos Coelho disse, e com aristotélica lógica, foi à prova de ambiguidade: provando-se que Sócrates mentira, era inevitável a moção de censura. E esta declaração de Maio não passou da reedição do que fora prometido em Março. O desfecho é inevitável sob pena de se pôr em causa todo o Parlamento, o qual se constituiu em Comissão de Inquérito para aferir dessa mesma suspeita. Seria politicamente escandaloso que a sede da democracia ficasse inibida de produzir as consequências condizentes com o estatuto, legitimidade e propósitos dos seus deputados. Seria estar a instrumentalizar a Assembleia da República e a Justiça apenas para a baixa política, violando princípios constitucionais e cívicos que fundamentam o regime.

Estando assim o baile armado, a novidade é a de já ser público ter o PSD descoberto que Sócrates mentiu. Foi o seu deputado-espião que o anunciou, em nome do grupo parlamentar:

“O carácter dos elementos que recebemos é pura a simplesmente avassalador com pormenores de um negócio com contornos anómalos, conduzido politicamente com o objectivo de mudar a orientação da TVI” . Um negócio que, acrescentou o social-democrata, passou da Tagus Park para a PT e “era do conhecimento do primeiro-ministro e não iniciativa só de Rui Pedro Soares”.

São duas acusações, fazendo o pleno do inquérito: mentira e plano para levar a cabo uma mudança de orientação da TVI. Nesta declaração, atente-se, não se põe em causa a validade dos conteúdos das escutas, muito menos se espera para interrogar os envolvidos com vista à procura de esclarecimento e confirmação do que foi registado. Uma vez que foram ditas certas coisas, ou assim fica estabelecido pelas autoridades judiciais, um órgão de soberania como o Parlamento está autorizado a tomá-las acriticamente e sem carência de investigação posterior. É esta a separação de poderes que o PSD faz entre Justiça e Política: num lado, é preciso provar; no outro, basta cheirar. Por isso desistiram de novas audições, mas não desistem da conclusão, pouco importando o que a CPI vote como relatório: existia o tal plano maligno e Sócrates mentiu, garante o deputado-espião. Esta posição não foi contraditada pelo Presidente do PSD, o que equivale à sua admissão.
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25 mil anos na defesa da Nação

Hoje a questão da soberania e da independência nacional está de novo colocada. Não temos ilusões, PS e PSD desistiram de Portugal. Nós, tal como ao longo da nossa História, desde a Revolução de 1383, com as Invasões de Castela, perante o Ultimato Inglês, quando o Rei fugiu para o Brasil e deixou o Povo no cais, foi o Povo que, mais tarde ou mais cedo, recuperou essa soberania, essa independência nacional.

Jerónimo de Sousa

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Qual Marx, qual caralho, o comunismo português é de origem medieval, segundo informam os próprios. Mas, óbvio, Jerónimo está a ser moderado. Porque não passa pela cabeça de ninguém que a revolta de Viriato não tenha sido um combate contra o caminho de estagnação, retrocesso e desastre nacional que nos estava a ser imposto a partir de Roma. Tal como as gravuras em Foz Côa: se observadas a certa hora crepuscular, a partir de um certo ângulo só conhecido pelo Comité Central, revelam símbolos da luta popular contra forças invasoras e imperialistas, especialmente mamíferos de grande porte.

Pulhice avassaladora

Os deputados do PSD, representados pelo Pacheco Pereira, estão a pôr em causa o bom nome de Paulo Penedos, João Carlos Silva, José Maria Ricciardi, Zeinal Bava, Manuel Polanco, Armando Vara e José Sócrates. Estas foram as personalidades que o PSD indicou para eventuais novas audições na Comissão de Inquérito em resultado da espionagem política consumada pelo Pacheco, sendo que das suas declarações se faria novo questionário a Sócrates. Como o PSD desistiu das audições, pesará para sempre sobre estas pessoas a suspeita de serem cúmplices da conspiração para mudar a orientação da TVI, a tal manobra que o Pacheco afiança ter existido e poder provar-se pelas escutas.

Para além das pessoas, também as instituições são atingidas pela violação da Constituição que Pacheco e PSD perpetraram. Assim, PT, BES, BCP e Taguspark ficam associados à acusação política que visa atingir o Primeiro-Ministro, com efeitos imprevisíveis para a reputação das entidades e respectivos negócios. Se as escutas provam uma conspiração entretanto desmentida sob palavra de honra perante a CPI, abre-se uma crise de confiança interna em relação às individualidades visadas pela suspeição. E como se podem elas livrar do libelo? Só acedendo às escutas, e, mesmo assim, não é garantido, pois todo um subsequente processo de investigação teria de ser levado até às últimas consequências. Ora, ao contrário do âmbito judicial, onde o estabelecimento da culpa obriga à recolha de prova material, o exercício político é um confronto de ideias onde não há culpados nem inocentes. Quando se utilizam calúnias sem prova ou de refutação inacessível, há penalizações políticas inerentes e inevitáveis. Os alvos ficam sujeitos a ataques e não têm possibilidade material de defesa.
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Fantasia a mais

Fantasia Lusitana tem o supremo mérito de cumprir o contrato: o seu título antecipa, e resume, a obra. Só que o Canijo é ludibriado por si próprio. A intenção de ilustrar a retórica do Estado Novo com documentos da época apresentados sem contextualização, acrescidos de um olhar estrangeiro fugaz e em fuga, acaba por retratar uma realidade onde ninguém já se reconhece. Nem os que protagonizaram a oposição, mesmo o combate, a esse regime se identificarão, por contraste e recordação, com o fluxo dos clichés e subjectividades de uns e de outros. Ficamos a ver passar um carrossel que parece ir para algum lado, mas não sai do mesmo sítio. A última reportagem apresentada é especialmente penosa de tão indulgente, dando ao filme um final simplista e banal.

Mas é de ver, obrigatoriamente, e por boas e cinéfilas razões. Mas também para despertar aqueles que podem pegar em igual temática e chegarem ao osso, ao nervo, ao sangue. Só a pele, e à distância, é fantasia a mais e lusitanidade a menos.

Pode, caro Paulo Pedroso

Paulo Pedroso teve a generosidade, e amabilidade, de me responder, trazendo ao debate do futuro do PS a memória de Vítor Constâncio e António Guterres. Nada tenho a contrapor, pois nenhuma autoridade na matéria possuo visto não ser militante, nem sequer simpatizante, mas fica a certeza de que estas referências ajudam a entender o projecto da oposição interna no PS – ou, como o Paulo deixa em alusão, um dos projectos da oposição interna à esquerda, que até poderão ser variados em número e linhagem.

Nesse sentido, e neste momento, declaro já a minha preferência por Pedroso em vez de Seguro.

Passos Coelho, o beto

O que precisávamos em termos estruturais de ganhar em matéria de consolidação da despesa primária, não iremos fazer. Como o Governo continua com a percepção de que daqui a meio ano a oito meses vai poder lançar os concursos todos, voltar à travessia do Tejo, a mais TGV, a mais estradas e por aí e fora, eu julgo que a partir de 2014 ninguém quererá ser Governo em Portugal.

Passos Coelho

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Esta ideia de que não teremos quem nos queira governar, seja em que tempo e circunstância for, não é só uma pateta boutade, é também uma exibição de mundividência. Passos concebe-se oligarca, e transmite os maus fígados dos oligarcas com quem almoça e discute os negócios. Como eles têm de seu, em bastança e fartança, sabem que podem fazer como os dignitários do anterior regime: exilarem-se se a coisa ameaçar os seus privilégios. Afinal, o seu dinheiro já está guardadinho no estrangeiro, é só uma questão de escolherem o poiso.

O PSD de Passos, o beto, demorou menos de 2 meses a ficar igual ao PSD de Menezes, o tonto. Com o visionário da ciência de Gaia, dois meses foi igualmente o período de espera até os sociais-democratas perceberem em que berbicacho estavam metidos. Em Dezembro de 2007, os disparates já eram mais do que muitos, desde o aproveitamento dos crimes no Porto para atacar o Governo até à canhestra intervenção no processo de escolha do presidente da Caixa Geral de Depósitos, passando pelas ameaças de quebrar o Pacto de Justiça e similares espaventos.

Agora, e de rajada, vimos Miguel Relvas fazer declarações a respeito de expressões idiomáticas usadas em discurso espontâneo, entrevista do líder ameaçando moção de censura com base em espionagem política, declaração de ausência estratégica face à realidade e anúncio de futura desistência caso não lhe entreguem o País nas condições que julgar aceitáveis.

É obra; isto é, falta dela. O costume nos betos.

Malta, não baralhem os ranhosos

Os ranhosos adoram repetir que Sócrates conseguiu afastar Moura Guedes, Moniz, Zé Manel e Marcelo. E também que a TVI está feita com o engenheiro; até lhe guarda numa gaveta alguns documentos relativos ao Freeport, não vão eles aparecer nas mãos de certos jornalistas menos amigos ou magistrados mais inimigos. Este é um mundo simples, para mentes simples: Sócrates é o vilão e faz aquilo que os vilões fazem, vilanias.

Então, que raio de ideia é essa de irem buscar o Marcelo para a TVI?! Mas ficou tudo louco? É que nem sequer lhe vão dar um contrabalanço do PS, não existem por lá essas paneleirices a que a RTP está obrigada.

Se isto continua assim, qualquer dia a Moura Guedes regressa da sabática, o Crespo volta a escrever sobre as empresas de alta tecnologia em Porto Rico, o Zé Manel afunda outro jornal e os ranhosos ficarão à nora, apenas lhes restando a esperança de que o João Miguel Tavares faça mais uma meditação acerca do mercado imobiliário de luxo.