O melhor 2015 de sempre

Agradeço a simpatia dos seguintes amigos que por aqui deixaram saudações festivas, pedindo desculpa aos que eventualmente tenha deixado escapar:

cavaleiro da parva figura
jpferra
Corvo Negro
jafonso
P
Nuvorila
Carlos Sousa
Manolo Heredia
Manuel Pacheco
Roteia
fifi
Olinda

E celebro a presença de todos quantos por aqui passam, seja em silêncio, para falar, gritar, insultar, brincar ou aparvalhar. É uma estranha, mas muito cómoda, forma de comunicação esta das mensagens escritas. Dizemos o que queremos, quando queremos, como queremos e só se quisermos. Grande liberdade que cria também a grande tentação para se abusar dela – como de tudo o que é de graça e gracioso.

Os blogues são há vários anos, desde a chegada do Facebook e do Twitter (para não ir mais longe), canais já quase arcaicos que estabilizaram em audiências mínimas sem qualquer relevância sociológica ou política. Como disciplina interior, gosto de conservar a imagem, que mantenho desde o início, de que o Aspirina só chega a 100 pessoas por mês e nunca tem mais do que 20 leitores realmente apreciadores. Números que, a serem esses, me deixariam espantado pelo tamanho enorme do grupo assim criado. É que isto não é mais do que um passatempo, o qual tentamos que seja igualmente um tempo bem passado.

Vamos ter o melhor 2015 de sempre. Coisas excelentes, umas, magníficas, outras, vão acontecer. Não se sabe é a quem. Nalguns muitos casos, nem se saberá porquê. Nem isso importa. Basta que em 365 haja pelo menos um dia verdadeiramente novo.

Cartas e cartolas

As cartas trocadas entre Sócrates e Soares têm um duplo interesse: pelo que dizem e pelo facto de terem sido publicadas. Quanto ao conteúdo, o texto de Sócrates será peça inevitável numa sua futura biografia, aconteça o que acontecer no processo. Se nada se conseguir provar contra ele, a carta também terá impacto político. Já o texto de Soares é circunstancial e vale só como mensagem pessoal e peça destinada à publicitação neste contexto da prisão preventiva.

Era bom saber de quem partiu a intenção de publicar as cartas. E quais as intenções dessa exposição da privacidade. Não o sabendo, ficamos reduzidos à evidência de estarem os dois autores de acordo com a divulgação. Evidência que se junta a outras. Uma delas consiste no testemunho de lealdade dado por quem o visita na prisão. Mesmo no caso daqueles que não se pronunciam sobre a culpabibilidade ou falta dela, o facto de darem a cara e o nome nesta situação implica que se estão a colocar no prato da balança que pende para a inocência. E dá que pensar: junte-se o rol dos notáveis que já foram a Évora e pense-se se será possível que eles admitam que Sócrates os enganou durante anos e anos e que continua a enganar estando preso e olhando-os nos olhos durante as visitas. Claro que Sócrates poderá ser esse monstro capaz de ludibriar até quem privou intimamente com ele ao longo de tanto tempo, como qualquer Helena Matos nos poderá explicar febril e o caluniador João Miguel Taveres já garantiu, ou talvez todos esses que o visitaram sejam tão ou mais corruptos do que ele (sim, Guterres, não penses que escapas), mas este tempo de espera até ao desfecho de haver ou não uma acusação, e qual, adensa a probabilidade de estarmos perante um outro tipo de história que não a corrupção na origem dos indícios captados pelo Ministério Público.

Como escreveu a Isabel – “quando observamos um caso de justiça a desenrolar-se, devemos tomar partido pelo Estado de direito e não pelo sentimento de amizade ou de inimizade que um detido ou um arguido nos desperta. A não ser assim, estamos a pôr em causa a cidade, nós, o derrube do fascismo, a essência dos direitos fundamentais.” – a Justiça joga com as brancas e os arguidos com as pretas. As brancas levam sempre uma jogada de avanço, para além de se passearem garbosamente alvas. Para que iriam os procuradores dar-se a este trabalho todo se não estivessem na posse de elementos suficientes para garantir uma acusação? E para que iria um juiz pôr em causa a sua reputação se esses indícios não fossem legítimos para se constituir arguidos? É nisto que acreditam as pessoas de boa-fé cidadã. Devemos manter essa confiança na Justiça sem vacilar. Não devemos é confundir confiança com estupidez. E só um estúpido é que poderá ignorar a estrutura de poderes fácticos onde os agentes da Justiça operam.

Não existe em Portugal nenhum órgão de comunicação social que faça para os interesses do PS o que o Correio da Manhã, o Sol e a SIC fazem para os interesses do PSD e CDS. Não há e nunca houve. Não existe em Portugal nenhuma Moura Guedes, nenhum José Manuel Fernandes, nenhum Mário Crespo, nenhuma Felícia Cabrita, que faça para o PS o que estes passarões já fizeram e fazem para o PSD e CDS. Não existe sequer em Portugal, actualmente, algum comentador televisivo de referência ligado ao PS, o panorama do comentário político está tomado pelo laranjal, tirando excepções independentes sem impacto popular. E não existe em Portugal uma cultura da calúnia e do ódio vinda das bandas do PS como aquela que a direita portuguesa espalhou desde 2008 – onde um dos mais rancorosos incendiários foi e é Cavaco Silva, essa espécie de Presidente da República. Não há e nunca houve.

Assim, quando se constata que os responsáveis da investigação à “Operação Marquês”, seja como for e por que for, alimentam os assassinatos de carácter na praça pública a Sócrates e terceiros a ele ligados por laços pessoais e/ou políticos, temos de reconhecer que há algo de profundamente podre no nosso País. A violação sistemática e selectiva do segredo de Justiça – no processo BPN não ocorre, por exemplo – é apenas a ponta visível do que temos patentes razões para suspeitar que seja uma real falência do Estado de direito num dos seus pilares mais fundamentais. Quem faz em público o que se vê, fará mil vez pior blindado pela máquina policial e de Justiça. E perante este cenário temos metade do País feliz da vida por lhe darem pão e execuções públicas e a outra metade em estado catatónico. Nem sequer no PS conseguimos identificar uma singular voz – à excepção da de Soares, et pour cause – que se ofereça para liderar a resposta ao constante bombardeamento que é feito contra a decência básica sem a qual deixa de fazer sentido falar em comunidade. Aliás, até no PS há quem alinhe nesta demolição alegando querer combater o mal.

Aqueles que vão para para a televisão, jornais, rádio e Internet lançar as cartolas ao ar para festejarem a desgraça de quem consideram um inimigo são cúmplices activos desta corrupção entranhada no âmago do sistema de Justiça português. Quem sabe, talvez um dia alguns deles, ou alguns a quem queiram bem, venham também a engrossar a tradição epistolar tão favorável a estadias em cárceres.

No centro é que se está bem

A forte probabilidade de o Syriza ser Governo após as próximas legislativas na Grécia dá oportuna relevância à ida de Rui Tavares à TSF nesta manhã. Não resultou da hora e meia de perguntas e respostas qualquer novidade, antes um condensado do que tem sido dito ao longo destes meses de caminhada do Partido Livre (uso a denominação dada pela TSF) em direcção às legislativas – o verdadeiro teste, quiçá o último, à exequibilidade do projecto.

Primeira nota: o Rui é o líder, o mentor e a única celebridade deste frágil movimento. Reconhecer a sua fragilidade não é estar a apontar um defeito, antes a registar uma evidência neutra. Fragilidade que começa no próprio Rui, o qual não tem credenciais políticas suficientes para encher o saco das ambições que agita. Tanto o seu percurso, de independente desleal ao BE, como o seu discurso, uma réplica das raríssimas promessas não sectárias da esquerda pura e verdadeira, não chegam para puxar carroças, quanto mais para moverem montanhas. E seria preciso mover não só uma mas várias cordilheiras para conseguir levar o PCP a aceitar coligar-se com a “direita”. Tal seria o equivalente a pedir às Testemunhas de Jeová para levarem uma transfusão de sangue em ordem a poderem ocupar a TV em horário nobre. Quanto ao BE, a menos que se dê uma purga de todos os militantes que simpatizem com Louçã, jamais o Rui Tavares deixará de ser persona non grata por causa do ódio que a sua traição gerou. Se juntarmos ainda o argumentário pífio usado para convidar PCP e BE à coligação com o PS, entramos num registo delirante.

Dos muitos aspectos passíveis de comentário nas palavras despejadas na telefonia sem fios, vou apenas pegar num: a centralidade do centro. O Rui tem feito do combate ao “bloco central” um eufemismo que nasce da sua aversão ao “centro”, primeiro, e com isso da sua repulsa pelo posicionamento do PS, a seguir, e da sua negação do que tem sido a História da democracia portuguesa, por fim. Este discurso contra o “centro” tem uma característica sofística bem cabeluda, isso de não passar de ocas abstracções. O que é o centro, afinal? Na forma como a esquerda pura e verdadeira o define, o centro é tudo aquilo com que não se identifica. Trata-se de um maniqueísmo tribal cujas raízes e dinâmicas são de fácil explicação e poderosa consequência. É o que justifica a eficácia da manipulação semântica do PCP, a qual o BE imita, quando carimba o PS como partido da “direita”. No fundo desta sanha contra o “centro” está uma pulsão contra a própria democracia liberal.

A forma como Rui Tavares se refere ao “arco governativo” é exemplar para compreendermos o nó cego donde está a falar. Ao mesmo tempo que reconhece ser essa imagem uma emanação da perversidade do sistema partidário até à actualidade, não retira daí a inevitável consequência que consiste em responsabilizar o PCP e o BE, jamais o PS. Não foram os socialistas que ganharam fosse o que fosse com a impossibilidade de fazerem acordos à sua esquerda – quem ganhou, ganha e ganhará com o sectarismo comuna é a direita. Para o Partido Livre ser coerente com o arremedo de lógica que veicula na sua retórica estaríamos agora a ver aquilo de que o Rui acusa o PCP e BE não estarem a fazer: substituir a táctica pela estratégia. Tacticamente, qualquer partido da esquerda pura e verdadeira quer ir buscar votos ao PS. Estrategicamente, para um partido de esquerda criar um novo espaço de representação tem de conseguir ir buscar votos ao PCP. O BE, após as eleições de 2009, não o conseguiu porque a engorda tinha sido feita exclusivamente com votos socialistas que foram ao engano. O feito heróico de ficar à frente do PCP foi completamente desperdiçado por não passar de um resultado conjuntural que apenas serviu para inchar a megalomania icária de Louçã. No entanto, Louçã andou 10 ou 15 anos a prometer ser o pauzinho na engrenagem, o predestinado que ia conseguir acabar com a guerra civil na esquerda portuguesa. Bastaria levar a cabeça do PS numa travessa ali à Soeiro Pereira Gomes e a “esquerda grande” teria os seus gloriosos mil anos de poder. Acabou a fazer as malas, deixando como herança um ser bicéfalo no seu lugar que conseguiu aumentar o rombo no navio já quase todo submerso.

Sintomaticamente, o Rui não se dá conta da suprema ironia que consiste em dizer que o Livre deve ocupar o “centro da esquerda”. Vamos esquecer o lado meramente utilitário, isso de justificar a escolha alegando ser um local vazio, e atentar nas razões de “equilíbrio” e “mediação” entre os extremos à sua direita, PS, e à sua esquerda, BE e PCP. Pelos vistos, é o próprio quem o diz, faz sentido para o líder do movimento anti-bloco central existir quem se proponha fazer um outro bloco central desde que se reduza o universo representativo: em vez do País, da comunidade e da sociedade, o bloco central sonhado pelo Tavares apenas admite esquerdistas. Ironia das ironias, esta antinomia redutora e segregadora é sugerida aos cidadãos com um embrulho onde se lê “Livre”.

Será a tua?

"Porém, segundo Passos Coelho, em 2015 haverá «uma recuperação assinalável do poder de compra de muitos portugueses, a começar pelos funcionários públicos e pensionistas».

«Mas também de todos os portugueses em geral com o alívio fiscal que a reforma do IRS irá trazer, procurando especialmente proteger quem tem filhos a seu cargo e familiares mais velhos na sua dependência. Num contexto em que ainda não podemos ir tão longe quanto gostaríamos é muito importante que quem tem mais responsabilidades na sua vida familiar encontre um alívio fiscal maior. Também aqui estamos a falar de justiça e da construção de uma sociedade mais amiga das famílias», acrescentou."


Pedro

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Passos Coelho preferiu afundar Portugal num resgate de emergência só para tentar vencer umas eleições. Dessa decisão resultou um conjunto de alterações abruptas na vida de milhões de portugueses que consistiram num fenómeno generalizado de empobrecimento, emigração, degradação do Estado social, recuo em políticas de combate à pobreza, formação educativa, investigação científica e desenvolvimento tecnológico. Passos Coelho teve a possibilidade de ajudar o País, de acordo com o pedido veemente, suplicante, dos governantes da altura e de todos os parceiros europeus, incluindo a Comissão Europeia e o Banco Central, e preferiu ajudar o seu partido e o seu currículo.

É mais um chavão dizer-se que os partidos existem para ganhar eleições, mas não é essa a sua responsabilidade primeira, posto que actuam sob a autorização e a égide da Constituição. Donde, o primeiro dever de qualquer partido é para com a comunidade do ponto de vista do “interesse nacional”. Ora, a situação em Março de 2011 aparecia inequívoca: chumbar o PEC IV era um absurdo por todas as razões menos uma – ser a bomba que forçaria a entrada de uma mistela de incompetentes e fanáticos em S. Bento.

No primeiros dois anos, Passos Coelho foi ostensivo e provocador no discurso da punição, chegando ao ponto de se apresentar em público com um registo de insulto soez aos cidadãos. Era o tempo em que anunciava que ele não era piegas como aqueles malandros que se queixavam. Queixavam-se de barriga cheia depois de terem andado 10 ou 40 anos a roubar. Roubaram subsídios disto e daquilo, andaram a reclamar melhores escolhas e escola para a vida só para estarem na moinice, não gostavam de trabalhar e apenas sabiam dizer mal do patrão. Pois vão ficar sem quatro feriados até vergarem os costados e porem-se mais a jeito para a chibata. E quanto à emigração? É sair da zona de conforto, seus merdas que não tiveram papás ou tios que vos pagassem os estudos lá fora nem nada. Desamparem a loja e puta que vos pariu.

Este mesmo homem vem falar, no Natal de 2014, em “justiça” e “construção de uma sociedade mais amiga das famílias“. Mas de que famílias é que o Pedro se reclama amigo? Depois de ter mentido sobre tudo e a todos na campanha eleitoral, e de ter assumido voluntária e raivosamente o papel de carrasco ao serviço dos erros da direita europeia na gestão das crises internacionais, quais são as famílias que vêem no Pedro um amigo? A minha não é, posso garantir.

Paganização do Natal

Presentes forçados

Jantares forçados

Conversas forçadas

Levar os filhos para o emprego (“E as crianças, Senhor?“)

“Bom Natal” em vez de “Feliz Natal”

Férias

Stress

Ansiedade

Angústia

Depressão

Esquecimento

Derrelicção

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O problema do Natal cristão é não ser sequer cristão. E nada contra pois a História tem razões que o próprio Marx desconhecia.

Precisamos de paganizar decidida e implacavelmente o Natal. Que volte a ser uma festa solar. Uma orgia ecológica e cívica. A exaltação do espanto de sermos nada e querermos tudo.

Aí, sim, os cristãos que restassem poderiam voltar a festejar o milagre. O seu.

Revolution through evolution

Seasoned Policymakers Drive the Fairest Bargain of All
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Being humble: Research shows E.B. White was right in Charlotte’s Web
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Lost memories might be able to be restored, suggests research into marine snail
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War Metaphors for Cancer Hurt Certain Prevention Behaviors
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Serious Monkey Business: Linguistic Methods Uncover Sophisticated Meanings and Monkey Dialects
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Benefits of Naming People, Objects in Baby’s First Year
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Crows Are Smarter Than You Think

Tabloidismo de referência

Não faço ideia do que levou Sócrates a escolher João Araújo para o defender no processo “Operação Marquês”, e nenhuma ideia faço do que levou João Araújo a aceitar ser entrevistado pela Judite de Sousa, primeiro, e nesta altura, por fim. Afastadas essas questões laterais, o que nos fica é uma peça que merece ser estudada em faculdades de comunicação social e de Direito.

Cada um destes dois, à sua maneira, é um excêntrico. Judite de Sousa, por causa de acontecimentos graves e dolorosos na sua vida privada explorados mediaticamente inclusive pela própria, é actualmente mais uma vedeta da imprensa cor-de-rosa do que uma jornalista da imprensa política. João Araújo foge a todos os convencionalismos que associamos a advogados mediáticos em casos mediáticos. Como se o destino fosse amante do burlesco, juntaram-se à nossa frente por via da existência do político mais polémico na história da democracia portuguesa. Isto é muita fruta junta que tanto pode causar indisposição gástrica como ser um maná vitamínico e antioxidante.

A chave da interpretação da entrevista, contudo, não pode ser mais simples: Judite pergunta-João responde. Se a intenção fosse a de obter outras respostas que não aquelas que aconteceram na espontaneidade da conversa, outras teriam de ser as perguntas. Ora, as perguntas obedeciam a uma lógica tablóide. Judite queria obter matéria sensacionalista, populista, insidiosa, difamatória, caluniosa e porcalhona. Foi a própria a admitir que aceitava a prisão preventiva só como resultado da tipologia dos crimes em causa e da decisão do juiz, não havia mais nada a pensar. Ela estava-se, portanto, a marimbar para o Estado de direito e assumiu o papel de representante oficiosa do Correio da Manhã e do Sol. Daí a sua pergunta hilariamente indignada: “O senhor não lê jornais?!…

A esta perda de tempo de antena correspondeu o advogado de Sócrates com uma postura que primou pelo estrito rigor de um rigoroso causídico. Dentro dos constrangimentos a que está sujeito pelo segredo de Justiça e pela Ordem dos Advogados, conseguiu passar três mensagens:

– As acções do Ministério Público e do Tribunal que levam à prisão preventiva são questionáveis, merecendo a sua oposição.
– O que se diz na imprensa não tem correspondência com o que ele conhece do processo.
– João Araújo está disposto a declarar a inocência de Sócrates em termos pessoais, para além do dever profissional inerente à sua função no caso.

Tão importante como o conteúdo do que disse é o modo como João Araújo se expressa. A surpresa resulta de o sentirmos simultaneamente sincero e prudente. Até as dificuldades na fluência, ou talvez melhor o estilo mimado, favorecem a empatia da audiência. Porque o seu rosto está constantemente a transmitir convicção, confiança e bonomia. É uma fórmula vencedora caso ainda queira ter uma carreira televisiva, que vai muito a tempo.

Na homilia deste domingo, Marcelo Rebelo de Sousa mostrou toda a sua azia, e até fel, contra a idiossincrasia disruptora que João Araújo personifica. Marcelo sempre foi um dos mais poderosos cultores do ódio a Sócrates e o seu incómodo só tem um significado: reconhecimento de uma ameaça ao seu sonho de “matar” Sócrates. Quanto a Judite de Sousa, fica como um monumento à era do tabloidismo, mostrando que essa decadência e perversão da democracia atingiu o plano cimeiro nos órgãos de comunicação social portugueses.

16 perguntas a um Ministro em fuga

  1. Como é possível o Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social não espetar os pés no Parlamento num debate sobre pobreza e desigualdade na distribuição de rendimentos?
  2. Como é possível o Governo responder constitucionalmente perante o Parlamento e Mota Soares fugir a explicar aos deputados (e assim ao povo) o despedimento mascarado de setecentos trabalhadores da Segurança Social?
  3. Como é possível a maioria chumbar o requerimento de 17 de Novembro do PS para ouvir Mota Soares e ser necessário recorrer ao requerimento potestativo para forçar a sua vinda à Assembleia da República?
  4. Mota Soares pensa que engana alguém quando se disponibiliza para ir ao Parlamento apenas em Janeiro, ou seja após a conclusão do vergonhoso despedimento?
  5. Como é possível preencher o vazio da fuga com uma propaganda simplista de culpabilização do passado e de afirmação de alegria sentida dos portugueses?
  6. Até onde vai o insulto atrás das palmas da direita ululante que ignora a realidade dos portugueses concretos que sentem o agravamento das desigualdades a cada minuto das suas vidas?
  7. Como é possível cuspir a expressão “dever cumprido”?
  8. Como é possível rir perante isto: o diferencial de rendimentos entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres aumentou; o indicador de risco de pobreza subiu para o valor mais alto desde 2005; e as desigualdades agravaram-se?
  9. Como é possível ter um olhar formalista sobre a taxa de desemprego e fingir que não se entende que o desemprego é uma chaga, é precário, é escravo, é apagado das estatísticas, é estagiário?
  10. Como é possível cuspir a frase “a direita salvaguardou o Estado social” perante cortes na educação que nos colocam ao nível de 1995?
  11. Como é possível o fugido Mota Soares ser um dos promotores do atual debate parlamentar sobre natalidade quando nos últimos 3 anos emigraram 8% dos jovens portugueses?
  12. O Governo não tem arrepios ao pronunciar “coesão social” perante dois milhares de emigrantes com mais de 80 anos e depois de ter desvalorizado o fator trabalho e de ter induzido rivalidade entre classes de trabalhadores?
  13. O que teria o Ministro Mota Soares a dizer às cerca de 115 mil pessoas, das quais 40% são crianças, que perderam o RSI desde a entrada em funções do Governo?
  14. O que teria Mota Soares a dizer aos cerca de 1 milhão, cento e quarenta e cinco mil portugueses que não conseguem fazer face, em simultâneo, às despesas mais elementares para ser um sobrevivente?
  15. O que teria Mota Soares a dizer sobre um aumento expressivo da taxa de risco de pobreza: mais 6,8% que em 2009?
  16. Que estranha democracia é esta?

 

João Araújo à Presidência

Depois da entrevista à Judite, e na sequência das anteriores declarações que lhe deram a fama e o nosso proveito, creio ser consensual o reconhecimento de duas evidências:

– Precisamos de doses semanais, se não forem diárias, de João Araújo.
– O País está carente de um líder que tenha a humildade de reconhecer em público que não se deve apontar o dedo a quem se fala.

Nada disto obsta a que Sócrates tenha pedido ao motorista-drogado-traficante para levar malas, sacos, baús e mochilas cheios do rico dinheirinho roubado ao Estado para Paris onde foi torrado em apartamentos, baguettes e livros de filosofia. Não, isso é outro assunto. Do que aqui se trata é do direito da comunidade a usufruir do João Araújo a partir do Palácio de Belém e em representação nacional no estrangeiro.

A REQUISIÇÃO CIVIL NA TAP É ILEGAL E UM MECANISMO COBARDE DE PASSA-CULPAS

A requisição civil decretada pelo Conselho de Ministros contra os trabalhadores da TAP em greve nos dias 27, 28, 29 e 30 de Dezembro é ilegal e inconstitucional, próprio de um governo autoritário e desnorteado, mas habituado a agir fora da lei.

O Governo pisa descaradamente a lei, a Constituição e a jurisprudência (veja-se o artigo 541º, nº 3 do Código do Trabalho, o artigo 57º/3 da Constituição e a jurisprudência uniforme do Supremo Tribunal Administrativo (Acórdãos de 29/9/94 – Pleno, in ADSTA-403º-827, de 20/3/2002, Proc. 043934.dgsi.Net e de 26/6/08, Proc. 078/06.dgsi.Net): é condição “sine qua non” do decretamento pelo Governo da requisição civil de trabalhadores grevistas não apenas que a greve já esteja em execução como também que não estejam a ser assegurados os serviços mínimos que hajam sido entretanto regularmente definidos.

Não admito, como jurista, nem como cidadã, esta requisição civil ”preventiva”.

O que está em causa é neutralizar direito à greve, o que é constitucionalmente impossível.

O Governo atreve-se a anunciar – com 9 dias de antecedência relativamente ao início da greve dos trabalhadores da TAP e sem ter sequer acionado os mecanismos legalmente previstos para a definição de serviços mínimos – a sujeição dos mesmos trabalhadores ao regime da requisição civil.

Isto é ilegal e imoral. É a tentativa de culpabilização dos trabalhadores por uma decisão política trágica: a privatização da TAP em termos tais que o Estado português perde a bandeira.

Se a cobardia demitisse, o Governo estaria demitido.

 

 

 

 

Abusivamente em seara alheia

O DN decidiu, já há uns tempos, oferecer uma página regular ao diretor da revista espanhola Actualidad Económica, Miguel Ángel Belloso. O senhor é nitidamente de direita. Para ele, o Estado está sempre a mais e o mercado deve reinar, pois é o únco garante da «honestidade» dos seus agentes. Abstenho-me de comentar. Por nós, sabemos e pagamos bem o que o setor privado pode fazer de bom à comunidade. Tudo bem. Belloso dirige um órgão de comunicação social, é honesto e não precisa do Estado.

Apesar de não faltarem colunistas de direita na nossa imprensa, hordas deles, saídos das tocas muito recentemente, o novo diretor do DN tem todo o direito de convidar quem entende, de fora e do quadrante político que entender, para comentar a nossa atualidade. O problema está em artigos como o que hoje é publicado e que versa sobre a corrupção.

O artigo é escandaloso. Em primeiro lugar, porque se distribui em redor de uma foto de grande dimensão de José Sócrates, o que, além de provocador, é totalmente abusivo. Em segundo lugar, porque o autor afirma repetidamente e dá como adquirido que o ex-primeiro-ministro estimulou a corrupção enquanto esteve no governo e, não é demais concluir, era, ele próprio, corrupto, tanto mais que foi parar à prisão.

 

Que Belloso não goste de Zapatero é uma coisa. Que parta daí para declarar que os governos socialistas em geral, e em todo o lado, nomeadamente no país vizinho, propiciam a corrupção, já é outra bem diferente. Como se o PP não fosse um poço de escândalos nessa matéria e os empresários, os privados, não tivessem levado o mundo ao colapso. Mas que vá tão longe ao ponto de nos vir dizer, quase preto no branco, que Sócrates está preso por ser corrupto já não se admite. O que sabe Belloso?

Um tango para o papa

Hoje, dia do 78.º aniversário do papa, dançou-se o tango na Praça de S. Pedro. No mesmo dia em que se soube que os EUA e Cuba vão reatar relações diplomáticas graças, nomeadamente, à mediação de Francisco, a Praça de S. Pedro animou-se com duas mil pessoas a dançarem o tango, numa homenagem ao aniversariante e à sua cidade natal, Buenos Aires, que é também o berço da música e da dança outrora amaldiçoadas pela beataria. Outros tempos! Para contraste com o dia de hoje, transcrevo abaixo parte de um texto com 101 anos.

O TANGO…

Não negarei que é com dor que vejo entrar em salões ricos, estrelados de luzes faiscantes de cristais, esta coisa bárbara que se chama «tango». Eu sei que a moral é, em muitos lábios carminados de cereja, finos e caprichosos, uma atitude elegante que realça perversamente a sempre tentadora cabeça de uma mulher linda, encarecendo a esquisitice do pecado… Mas, em nome da Arte e do volvente encanto feminino, que já esse colosso do génio que foi Goethe disse que era eterno, eu peço-vos, senhoras minhas, que não danceis o «tango».

[…]

A dança era a arte suma da delicadeza, um galanteio cheio de respeito e graça, tímido e harmonioso, como se se dirigisse a uma santa do altar. A Dama era rainha, sentada na corte do respeito. E o cavalheiro temia tocar-lhe como se violasse o encanto de uma deusa…

Hoje… violou-se o encanto… Já não é o ser delicado e reinante diante do qual o homem vinha confessar-se, adorador… É apenas a mulher frágil, com os olhos líquidos de desejo, amortecidos, arrastada num turbilhão alucinante de paixão por um homem brutal que a preme contra si – a ela que desmaia, abandonada, com a cabeça sobre o ombro dele, sem encanto e sem realeza… É uma camélia rubra desmaiada, apertada na mão de um macaco com cio…

Está escrito: a mulher só reina pelo encanto. Quebrai-o. Volver-nos-á escrava de sangue remordido de ardências pecaminosas… e inestéticas…

O tango!

E há quem no dance!… É a paixão ardente da savana, escaldante, uivando, mordendo…, com seivas virgens e selváticas esbrazeadas pelo sol ardente! Vêde-los? O cavalheiro cravou os dedos crispados naquela cinta alvorotada e ela enrosca-se nele, coleante, serpentina… Cobra!

Perdoai, senhoras. Mas se quereis conservar a vossa realeza da graça e do sorriso e do bem, não danceis o «tango»!

O tango e até… a valsa…

Manuel Gonçalves Cerejeira [futuro cardeal patriarca de Lisboa]

Ilustração Católica, Braga, 18 de Outubro de 1913, págs. 243-244.

Texto completo aqui.

 

Conspiradores inocentes

Somos todos inocentes até prova em contrário. Milhões de seres humanos terão morrido por esta ideia ao longo de milhares de anos de sangrenta construção da Civilização. É uma das melhores ideias para ter no caso de gostarmos de ter ideias. Daqui decorre que Rosário Teixeira, Carlos Alexandre, Joana Marques Vidal e respectivas equipas responsáveis pela investigação a Sócrates são inocentes face a qualquer suspeita de conspiração política. Inquestionável.

Há outros factos igualmente inquestionáveis. Um deles leva-nos para 30 de Julho de 2014. Este é o dia em que a revista Sábado anuncia que Sócrates está em vias de ser detido após ter sido escutado durante meses. Ora, alguém dentro da investigação tomou duas decisões: (i) dar informação sigilosa a jornalistas com a intenção da mesma ser publicada e (ii) escolher uma data como a mais favorável para os objectivos em causa.

Antes de nos preocuparmos em saber quem tomou tal decisão, e se foi só um indivíduo ou um grupo, importa perguntar pela finalidade. Será uma questão de dinheiro? Isto é, a revista Sábado pagou pelo furo jornalístico e pelo buraco judicial? Se pagou, terá sido feito um leilão entre os diversos órgãos de comunicação social e ganhou a melhor ou a única oferta? Se não foi assim, por que razão se escolheu a Sábado em vez do Correio da Manhã ou o Sol?

Ainda mais interessante é a reflexão sobre o calendário. Finais de Julho é especialmente propício se o contexto em causa for o da liderança do PS. É que se tinha entrado em ciclo eleitoral para primárias, ficando a notícia a pairar durante os dois meses seguintes de campanha. Uma campanha onde Seguro e seus tenentes foram crescendo na violência com que atacaram Costa pela sua ligação a Sócrates e pelas suspeitas de corrupção passada e corrupção futura pela mão de “socráticos” sedentos de retomarem o seu quotidiano criminoso. Do ponto de vista da táctica de terra queimada levada a cabo por Seguro, quão maiores fossem as suspeições e calúnias a circular melhor. A notícia da Sábado, e a ambígua nota da Procuradoria-Geral da República que surgiu para aumentar o nevoeiro onde apenas se negava a relação ao processo “Monte Branco” mas não eventuais outros processos, eram o combustível ideal para uma campanha negra.

Igual interesse tem a data para a detenção de Sócrates, já com a questão da chefia do PS decidida em desfavor da direita que preferia ter Seguro como opositor. O tempo que mediou entre Julho e Novembro parece perfeitamente sincronizado com os acontecimentos relativos à disputa eleitoral dentro do PS, culminando numa justaposição ao dia com o processo de institucionalização da liderança de Costa. A “Operação Sócrates” conseguiu abafar e perturbar gravemente actos solenes e de projecção política do maior partido da oposição no começo de um ano eleitoral para as legislativas. Coincidência? A serem coincidências, que o serão até prova em contrário, estaremos a ir pela explicação mais complexa. Mas não só, a tese das coincidências é também a explicação mais inverosímil a partir do momento em que alguém decide violar o segredo de Justiça com o fim de criar um acontecimento político e social. Ou essa violação, e respectiva exploração mediática, foi também uma inocente coincidência?

Há quase duas semanas, o DN publicou uma notícia onde garantia que o Parlamento tinha recebido um pedido de levantamento de imunidade parlamentar para Paulo Campos. Aparentemente, tal não aconteceu. Que eu saiba, o DN não explicou como se atreveu a dar uma notícia falsa com tanta confiança. Limitou-se a apagá-la do seu arquivo, não gastou uma letra a apagá-la da cultura da calúnia reinante no espaço público. Isso significa que a manipulação política da “Operação Marquês” pode atingir qualquer órgão de comunicação social e vai ser um dos principais factores nas eleições de 2015. Sempre, mas sempre, mantendo-se a presunção de inocência de Rosário Teixeira, Carlos Alexandre e Joana Marques Vidal – apesar de tantos indícios em contrário.

Duarte Marques, o político animal

Haverá temas mais importantes na actualidade. É possível. Mas também parece injusto não dar relevância aos frutos sumarentos da elite do laranjal. Duarte Marques pertence a essa elite. Representa-a com notoriedade e sucesso. Um dia será ministro. Por agora, recebe salário do Estado e escreve no Expresso. Que um político que tenha feito campanha e denúncias na Procuradoria-Geral da República para se levar a tribunal outros políticos por razões políticas seja convidado para ser parte do elenco comentarista do Expresso diz menos sobre esse fulano do que sobre o jornal que vê nele um valor a promover civicamente. Malhas que o império Balsemão tece.

Eis um naco do seu estilo escalabitano:

Decorrido que está o primeiro mês de liderança de António Costa como "chefe de fila" do Partido Socialista, o ex número 2 de José Sócrates revela já um belo currículo de gafes, erros cometidos e notórios recuos. Curiosamente, a melhor iniciativa que teve até agora foi a estratégia para descolar do "elefante no meio da sala" em véspera do conclave socialista. Revelando sangue frio, cálculo político e medindo bem todas as palavras, António Costa resistiu com dignidade a participar no "big brother" que tem sido o caso Sócrates. Pode dar uma bela aula de táctica, mas não de estratégia política.
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Daqui até às eleições, Duarte Marques sempre que se referir a António Costa colará algures no texto a estrela amarela do “ex número 2 de José Sócrates” não vá algum dos seus leitores, ou ele próprio, esquecer-se do crime. Igualmente será criativo nas metáforas, neste caso tendo optado por «”chefe de fila”», uma imagem que talvez remeta para o bucolismo da Volta a Portugal. E também deixará a sua chancela de especialista em táctica e estratégia. Este é o político que foi para o Facebook gritar “Aleluia” ao tomar conhecimento de que Sócrates tinha sido detido para interrogatório. Pensemos: que levará alguém com pretensões a ter uma carreira política a ir para o meio da rua festejar a detenção de um inocente e ainda se permitindo recorrer ao léxico religioso para enfatizar a sua alegria? Que se passará naquela cabeça? De que outros feitos será capaz às escondidas aquele que se expõe assim publicamente? Ou está doente ou estamos perante um retinto pulha, terceiras opções ficando excluídas. É esta inteligência que pretende dar lições de táctica e estratégia ao actual secretário-geral do PS.

E se bem o pensou, bestialmente o fez. Resolveu atacar Costa usando o bate-boca à volta do que o Memorando estipula, ou deixa por estipular, acerca da privatização da TAP. Isso leva-nos para uma sumária recordação do que esteve em causa.

Primeiro, Passos Coelho disse o seguinte no Parlamento:
"A privatização da TAP, que o doutor António Costa tanto critica hoje, era um dos objectivos inscritos no memorando de entendimento. Era uma privatização da TAP a 100%, veja-se até onde ia o neoliberalismo" em Maio de 2011, disse Passos Coelho.
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Costa contrapôs:
"Ao contrário do que diz o primeiro-ministro, o que estava no memorando de entendimento com a troika [assinado pelo PS] não era a previsão de uma privatização a 100% da TAP. Não, o que estava no memorando de entendimento era que a TAP só seria privatizada parcialmente e nunca na sua totalidade", garantiu António Costa.
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Um outro Costa veio em ajuda do Pedro:
"O Dr. António Costa tem produzido, desde que é secretário-geral do PS, um conjunto de afirmações de uma forma relativamente ligeira, o que leva a que depois seja confrontado com documentos que o desmentem. Ora, na página 8, no ponto 17, do memorando de entendimento original está assumido pelo Governo que o subscreveu, que foi o Governo do PS, a assunção do princípio da venda total quer da Galp, quer da REN, quer da TAP", disse Marco António Costa aos jornalistas hoje em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, Marco António Costa.

Entretanto, as leituras das diferentes versões do Memorando deixaram alguns confusos e os restantes a dar razão a Costa. O assunto parecia ter morrido com a mesma indiferença geral com que tinha começado. Não creio é que alguém estivesse preparado para o que o feroz carrasco de socráticos Duarte Marques iria conseguir acrescentar. Que é isto:

Privatização da TAP: Também neste caso ficamos esclarecidos que afinal o líder do PS só desmente aquilo que o Governo não disse, mas ao mesmo tempo confirma que Passos Coelho diz a verdade. Confuso? Nem por isso. António Costa apelidou o governo de fantasista ao afirmar que o Memorando de Ajustamento que Sócrates assinou com a Troika referia uma privatização parcial da TAP. Pois é! Precisamente o que o Governo está a fazer. Foi precisamente isso que Passos Coelho confirmou no debate quinzenal, ou seja, alienar uma percentagem da empresa. Mas António Costa critica o Governo por fazer aquilo que ele próprio defende e que está no memorando assinado pelo governo de Sócrates. Isto promete. Ficava bem pedir desculpa e assumir o erro.
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Duarte Marques quer que Costa peça desculpa pelas mentiras de Passos Coelho e Marco António, mentiras que o próprio confirma terem sido ditas pela liderança do seu Governo e do seu partido. Esta força da Natureza dá sinais de estar destinada a um futuro glorioso. Não sei é se teremos em Portugal palha suficiente para alimentar o animal.