Face às últimas eleições legislativas, quais seriam as alterações mais benéficas para o interesse nacional numas próximas eleições antecipadas?
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Lapidar
NOTA
Dois Presidentes da República genuinamente socialistas depois de Eanes, 20 anos de regular funcionamento das instituições. Dois Presidentes da República aparentemente sociais-democratas depois de Sampaio, duas desgraças ambulantes que foram parte activa da anomia vigente no regime.
Faz parte desta tragédia o PS, pelos vistos, ir mesmo apoiar Vitorino contra um populista altamente popular por falta de melhor candidato.
Exactissimamente
Começa a semana com isto
Revolution through evolution
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The United States of No States?
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Dominguice
Assim como há moções de censura e de confiança, no Parlamento, igualmente deveria ser possível ao Governo apresentar uma moção de “sem-vergonhice” e aos partidos da oposição apresentar uma moção de “palhaçada”. Se um Governo conseguisse aprovar a sua moção de “sem-vergonhice” poderia continuar a governar descansado quanto à sua falta de vergonha. Era um assunto resolvido, deixava de ser necessário estar-se a perder tempo com isso. E se a oposição conseguisse aprovar a sua moção de “palhaçada” poderia dedicar as suas energias a pensar em projectos para o País, estando resolvida a questão de o Governo ser uma formidável colecção de palhaços.
A democracia tem muito espaço para evoluir, devemos ser criativos e optimistas.
Great television
O que se passou ontem no Salão Oval da Casa Branca entre Trump, Vence e Zelensky foi, como descreveu o principal protagonista, “great television”. Pergunta imediata: quais as características da televisão quando é muito boa? Cada um terá a sua resposta, a minha é: quando aprendemos algo importante a olhar para o ecrã.
Assim, ficámos a saber, ou confirmámos, como Trump é emocionalmente volátil — ou seja, facilmente manipulável. E que Vance trabalha para a defesa dos interesses russos, daí se ter permitido tratar Zelensky como um funcionário impertinente a merecer ser achincalhado em público. E que Zelensky é um verdadeiro patriota, um verdadeiro defensor da liberdade, um corajoso e admirável ser humano.
Ficar a saber, neste contexto televisivo, quer dizer que as imagens e os sons captados transmitem com transparência o fluxo cognitivo e emocional em cadeia que apanhou tudo e todos de surpresa; os espectadores e, desvairadamente, os actores. Tal nasceu, de facto, por responsabilidade inicial de Zelensky, ao desautorizar Vence a respeito da possibilidade de chegar a acordo com Putin, e depois lembrando evidências acerca do carácter criminoso de quem manda actualmente na Rússia. Reacção que talvez pudesse ter sido contida num esforço heróico de calculismo, mas que ao não o ter sido se constituiu como manifestação exemplarmente digna. Vance ficou num dilema, cuja resolução teria de acontecer em menos de dois segundos. Ou se calava, validando a intervenção de Zelensky e com isso conspurcando Putin, ou tentava assassinar moralmente o chefe de Estado da Ucrânia à sua frente. Para ele, o mais difícil seria a primeira opção, o mais fácil a segunda. A partir daqui, Trump igualmente estava obrigado a atacar Zelensky, não tinha qualquer outra hipótese, nem sequer passou pela fase do dilema. Reagiu automaticamente, num crescendo furibundo que acompanhou a indignação também incontrolável da pessoa que estava à sua direita. A pessoa cujo país foi invadido em 2014, e de novo em 2022, e que é responsável por organizar e liderar a defesa de dezenas de milhões de concidadãos. Uma pessoa mergulhada diariamente, horariamente, na morte e destruição a mando de Putin.
Trump e Vance não se parecem em nada diferentes do resto da humanidade quando calha esse resto da humanidade estar numa posição de poder que lhe permite desprezar e explorar alguém. Está sempre a acontecer. Acontece em tribunais, esquadras, consultórios médicos, salas de aula, estabelecimentos religiosos, empresas finórias ou pobretanas. Esse par quer muito fazer um acordo que corresponda à rendição da Ucrânia, para começar, e aceita dar tudo o que Putin agora pedir para que outros negócios mirabolantes se possam fazer com a Rússia logo de seguida. Donde, é sobre a parte fraca que se ocupam a fazer pressão. É esta a cultura da oligarquia, para sempre assim será. Não é preciso diplomacia para isto, basta a “negociação”. Quer dizer que um pato-bravo pode vir a receber o Prémio Nobel da Paz usando as mesmas técnicas com que encheu os bolsos a enganar este mundo e o outro.
A grande incógnita a respeito do destino da América, portanto do mundo, começa cada vez mais a deslocar-se para o que será a resposta do corpo militar à pulsão megalómana de Trump e à natureza rapace de Vance. Não foi com broncos deste calibre que se criou uma superpotência democrática.
O tráfego de influências
A notícia dos 4.500 euros mensais pagos pela Solverde a um primeiro-ministro em exercício, sendo que tal corresponde apenas a um terço do que esse primeiro-ministro recebe de outras empresas e da mesma forma, é uma belíssima ocasião para revisitar o Face Oculta e a originalidade, sem registo anterior na história judicial portuguesa, nem repetição posterior, de se ter condenado um cidadão a 5 anos de prisão efectiva por crime de tráfico de influências. Cidadão ao tempo a trabalhar na banca, numa função comercial onde tinha de se relacionar de forma personalizada com os seus actuais e potenciais clientes.
Suposta influência essa que não gerou qualquer ganho para o suposto pagante, um infeliz e banal sucateiro, e pagamento esse que nunca foi provado pelas autoridades. Mas havia escutas, robalos, e um outro primeiro-ministro que se tinha de espiar e abater. Donde, pois é.
Com o Montenegro, como com Dias Loureiro, Cavaco, Passos, Portas, Relvas, não há escutas de coisa alguma. Ou, quando as há, vigora exemplarmente o segredo de justiça e o pudor dos jornalistas. Estes amigos apenas se entregam ao tráfego de influências.
Do melhor amigo do Putin
Curso de ciência política
«Em Portugal havia um partido muito grande pelos princípios do governo absoluto; o partido constitucional começou por pouco, cresceu, formou-se, e elevou-se a uma magnitude tal que hoje está dividido não sei em quantos partidos, mas em um considerável numero d'elles. Em todos os partidos ha gente de todas as qualidades, que professam e que seguem a mesma fé por differentes convicções. No partido que sustentava em Portugal os principios de governo absoluto havia muita gente tão amiga do seu paiz, tão zelosa da independência nacional, tão respeitadora de todas as utilidades públicas, e com tanta auctoridade para se chamar patriota, como qualquer outra que o seja. Mas havia o que tambem ha em todos os partidos, gente que nenhuma consideração d'essas tinha, mas que seguia aquelle partido porque era o mais forte, porque lhe parecia o mais forte, e que o sustentava porque lhe satisfazia, ou promettia satisfazer, ambição, cubiça, todas as paixões boas e más da natureza. Entre os muitos homens que havia n'esse partido, que nos guerreavam, que me teriam sacrificado a mim tambem se me apanhassem, d"onde me vieram, assim como a nós todos, padecimentos, perseguição e extermínio: entre esses homens ha muitos a quem eu hoje e sempre daria a minha mão, a quem hoje e sempre desejaria chamar ao grémio da que supponho melhor communhão portugueza, e estaria prompto a entrar com elles em qualquer negociação politica. Esses homens foram fieis aos seus principios, porque eram seus principios, na honra d'esses homens tenho a garantia de sua probidade politica, que é a base de toda a associação. Mas com aquelles, sr. presidente, que defendiam a usurpação, não por estarem capacitados dos direitos do principe, que tinham posto no throno, mas porque esse principe tinha força; mas com aquelles que nos dizem hoje que já então professavam outras doutrinas, e que assoalhavam doutrinas oppostas, a estes nem a minha mão, nem o meu braço, nem coisa alguma; tenho horror d'elles; tenho mais, tenho nojo.— O ministério que veja aonde estão estes homens: não é do nosso lado. (Apoiados.) O ministério que examine, que veja, que declare debaixo de que bandeira estão os homens sinceramente realistas, e aonde os deshonrados apostatas. O realista é homem que professa os princípios monarchicos como eu, mas que lhe não admittiu até agora as modificações que lhe impõe o pensamento do seculo, que defendeu sinceramente porque sinceramente prezava a monarchia; esse é um homem de bem: posso estimál-o e desejo honrál-o; o renegado miguelista é um infame com quem não quero nada. (Apoiados.)
Garrett : memórias biographicas_Francisco Gomes de Amorim_1884
Mais um milagre de Trump: admirar Mike Pence
Three years ago today, Russia launched an unprovoked, brutal invasion of Ukraine. A few short weeks later, @KarenPence and I travelled with @SamaritansPurse and witnessed firsthand the flood of women and children fleeing the Russian onslaught near the Ukrainian border. We will… pic.twitter.com/n6RlsfcGEL
— Mike Pence (@Mike_Pence) February 24, 2025
Começa a semana com isto
Revolution through evolution
Small amounts of moderate to vigorous physical activity are associated with big reductions in dementia risk
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Air inside your home may be more polluted than outside due to everyday chemical products
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‘Healthy’ vitamin B12 levels not enough to ward off neuro decline
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Bar-Ilan University study reveals how being alone can weaken social identity, with broad implications for group processes and societal cohesiveness
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Impacts of workplace bullying on sleep can be ‘contagious’ between partners
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Why GPT can’t think like us
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Dominguice
Da pimenta e do refresco
Luís Newton está metido numa embrulhada judicial e escreveu este texto: Eu, político, me confesso
Obviamente, ignoro se é culpado de coisa alguma. Portanto, para mim não há a mínima dúvida sobre a sua actual condição de inocente. Era preciso tomar conhecimento de uma condenação transitada em julgado a respeito do caso para eu mudar de opinião. Ou então pagarem-me para investigar o processo e mostrarem-me provas da sua culpabilidade.
O que ele veio dizer é, essencialmente, isso mesmo: sou inocente, tratem-me como inocente. Por estar na berlinda, foi buscar o que de melhor se encontra na Constituição para reclamar ter direito à sua protecção. De caminho, queixa-se de pulharias vindas dos órgãos de comunicação social e da sociedade digitalizada. Fez muitíssimo bem.
Único problema? Este Luís Newton jamais tomaria uma posição pública cívica e politicamente análoga para defender os mesmos princípios constitucionais e morais estando em causa um adversário político, com o qual não tivesse qualquer laço relacional de estima, apanhado na mesma situação. E cometendo a injustiça de tecer considerações arrogantes sobre o seu carácter não o conhecendo pessoalmente, nem sequer por interpostas pessoas, tenho a profunda convicção de que ele se riria, ou terá rido, alarvemente com a malta do partido por ver a competição enterrada no mesmo lodaçal em que agora se encontra.
Serviço público
Pence junta-se à resistência
Mr. President, Ukraine did not “start” this war. Russia launched an unprovoked and brutal invasion claiming hundreds of thousands of lives. The Road to Peace must be built on the Truth.????????????????
“Russia Invades Ukraine in Largest European Attack Since WWII” @FoxNews (February 24,… pic.twitter.com/HsWGdyCGOz
— Mike Pence (@Mike_Pence) February 19, 2025
Se Trump acha que a Ucrânia começou a guerra (e que, portanto, a Rússia é a vítima no conflito), e se acha que Zelensky é um ditador, enquanto Putin será um democrata, então devia ser consequente com as suas palavras e decretar o apoio militar à Rússia. Ou mesmo decidir a invasão da Ucrânia pelas forças americanas (por exemplo, pelo lado da Hungria, um natural aliado contra os nazis ucranianos). Dessa forma, nem teria de negociar o acordo para as terras raras com um cruel ditador que ameaça os países vizinhos, bastaria dividir os recursos com o democrata e pacifista Putin uma vez consumada a anexação do território.
Isto de ter um pato-bravo megalómano que se julga acima da lei e da soberania de países e povos terceiros a chefiar uma superpotência não se resolve fazendo-lhe as vontades. Nunca foi assim no passado, não será no futuro.
João Oliveira, conselheiro de Putin
«É este o contexto em que devem ser interpretadas as declarações e as ações de Trump sobre o fim da guerra na Ucrânia.
Não há ali nenhum posicionamento geral de recusa da guerra e promoção da paz. Pelo contrário, estamos perante mais um presidente norte-americano que revela estar empenhado na gestão do militarismo e da corrida aos armamentos da forma que lhe for mais conveniente.
A sua motivação não é promover a solução que é verdadeiramente necessária no conflito, que tem de ser uma solução de paz e de segurança colectiva na Europa, isto é, de todos os países, do Atlântico aos Urais. As suas declarações sobre as relações entre os EUA e a Rússia devem ser interpretadas em função do objetivo de provocar o distanciamento da Rússia face à China por conveniência táctica norte-americana.»
A figurinha de 2025
Talvez Ruben Amorim ainda venha a ser campeão nacional e europeu pelo Manchester United. Não é impossível, numa eventual futura época. Mas neste momento, três meses após a sua triunfal mudança para Inglaterra, ele é o pior treinador que alguma vez passou pelo clube. De longe.
O interesse do caso, que vexa o nacionalismo parolo dos portugueses e seu actual Presidente da República, não consiste na intenção de causticá-lo nesta fase aziaga da sua carreira. Antes, na investigação do seu sucesso, o caminho que o levou, em tão pouco tempo, para um clube com a dimensão mundial do MU. E a chave dessa investigação está no que Amorim foi dizendo antes de entrar no clube inglês, já com o contrato assinado, e depois no que continuou a dizer ao ir acumulando empates e muitas derrotas. Que foi isto, primeiro, a promessa de colocar a equipa a jogar à sua maneira, logo a partir do jogo inicial consigo à frente. Chamou-lhe a “ideia”, uma ideia que levava no avião para revolucionar o modo de dar pontapés na bola daquela rapaziada. Ao constatar que o seu idealismo não estava a puxar a carroça, começou a pensar no assunto. Disse que a equipa estava com jogos a mais durante a semana, daí os resultados negativos, e também a dificuldade para que a tal ideia desse um ar da sua graça. A solução para os problemas no relvado, afiançou, viria dos treinos, assim conseguissem ter tempo para tal. Esse tempo foi conseguido mas as coisas continuaram na mesma, pelo que ele foi dizendo outras coisas. Por exemplo, “a equipa precisa de um choque”, “este é o pior plantel na história do clube”, e “o MU pode descer de divisão”. Não contente, e para explicar ter batido o recorde do clube para derrotas seguidas em casa, lembrou-se de dizer que os jogadores tinham problemas em Old Tradfford por quererem muito agradar aos adeptos. Sem dúvida, uma explicação com poder explicativo.
O cúmulo deste duvidoso, embora original, método de motivação ocorreu a 19 de Janeiro, após a derrota em casa com o Brighton. Foi noticiado (sem ter sido desmentido) que o treinador do MU deu um animado responso aos jogadores, ainda a quente no balneário. E que no entusiasmo de lhes manifestar o desagrado pelo seu desempenho chegou a partir um televisor. Facilmente imaginamos que a causa imediata para a destruição do equipamento terá resultado do seu afã em indicar onde devia estar um certo jogador, ou mais do que um, dentro do campo. O ecrã que exibia a inépcia da equipa a defender (aposto nesta versão os 10 euros que tenho no bolso) foi o alvo de uma bem colocada pancada (ou arremesso de um par de chuteiras) que o impediu de continuar a exibir misérias futebolísticas.
Que tem tudo isto a ver com o percurso de altíssimo sucesso de Ruben Amorim antes deste ciclo onde está a ganhar cabelos brancos? Algo que pode ser aplicado em qualquer outra actividade onde a incerteza seja indomável. A ideia, esta validada por milhares de anos de repetição, de que mais vale ter sorte do que juízo.