A pequena velocidade ou Álvaro Neto morreu na Checoslováquia
Quando em 1971 Liberto Cruz decidiu publicar Gramática Histórica, livro de transgressões, invenções e liberdades na desconstrução da gramática de Martins Sequeira, escolheu o pseudónimo de Álvaro Neto numa homenagem a Álvaro de Campos. Recusado por editores e por tipografias, o livro foi editado no Funchal, no Comércio do Funchal, por intervenção directa de António Aragão. A apresentação foi feita na Livraria Quadrante pelo próprio Liberto Cruz por Álvaro Neto estar «fora do país». Os jornais tomaram a sério a informação e no Brasil saiu até um suplemento especial com poemas de Álvaro Neto. Já na Bretanha como professor, desencantou Liberto Cruz uma carta em checo feita por uma empregada da Universidade de Rennes a dar falsa notícia da «morte» do seu pseudónimo. Muitos acreditaram.