Foi maravilhoso ver Passos a descrever as qualidades dos alemães e dos portugueses. Sobre os primeiros disse umas banalidades, que são persistentes, trabalhadores e possuidores de uma grande auto-estima. Tudo qualidades que, evidentemente, os portugueses não têm. Mas no seu entender os portugueses também têm duas ou três qualidades que merecem destaque. Disse qualquer coisa sobre a flexibilidade perante os problemas, que temos a capacidade de nos ajustarmos, seja lá isso o que for, e que temos a capacidade de inovar, mas que o fazemos sem programação, precisamos de aprender a programar.
Que Passos não queira elogiar a aposta na inovação do Governo anterior, vindo de quem vem, não admira, mas pelo caminho escusava de espezinhar os portugueses e as empresas portuguesas que apostaram na inovação e que se tornaram altamente competitivas em qualquer ponto do Planeta. Para o primeiro-ministro, essas empresas inovaram, mas sem programação. Tiveram sorte, obtiveram sucesso porque calhou. É assim que Passos promove o que de melhor se faz no País. Está a falar de si próprio, pensa que as empresas portuguesas são todas como aquelas por onde passou, onde a base da programação é o chico-espertismo. Isto também explica o que temos visto quanto à programação do Governo que lidera.
E está a cuspir na sopa. É que é graças à aposta na inovação e à excelente programação, quer do Governo anterior, quer dos empresários, que os resultados da economia não são hoje mais desastrosos. Mas, lá está, para o primeiro-ministro, as exportações do País aumentaram nos últimos anos por sorte, calhou.