Afinal, Passos não é incompetente, é teimoso

Para Marcelo Rebelo de Sousa o Governo tem de mudar de rumo e parece que só não o faz porque Passos é teimoso. Portanto, ao contrário do que muitos pensam, Passos não é incompetente, impreparado e incapaz de uma ideia que não passe por seguir cegamente o que a troika manda, é só teimoso, muito teimoso. O Governo está cheio de ideias para nos tirar deste imbróglio e sabe muito bem qual o rumo a seguir, só tem de resolver o problema da teimosia do primeiro-ministro. Nada que não se possa resolver.

E é assim que estes comentadores de direita dão uma no cravo e outra na ferradura. Parece que está a fazer-lhe uma crítica quando na realidade está a protegê-lo daquilo que mais o acusam: de ser totalmente incompetente para ocupar o lugar de primeiro-ministro.
Do mal, o menos, é teimoso.

Good food for good thought

Stacked against the expediency of most American commerce, Whole Foods is a stand-out: It rewards its employees reasonably, emphasizes their autonomy and creativity, pays its execs at non-plutocratic multiples, sets standards for animal welfare, gives a leg-up to artisan producers, has strong environmental commitments, uses 100% renewable power. And so forth. It is also profitable. Last year, Whole Foods had sales of $11.7 billion, and income of $744 million.

Is it a model for the future of capitalism?

John Mackey, who founded the supermarket in the late ’70s, thinks so. And his new book, Conscious Capitalism, written with the marketing professor Raj Sisodia, lays out the plan in great detail. According to the authors, Whole Foods is in the vanguard – along with Google, Amazon, Starbucks, Panera Bread, UPS, and others – of a new type of business: purpose-driven, inclusive of stakeholders, capable of “doing what is right because they believe it is right.” And they want others to join them, not only because it’s the right thing, but because capitalism itself needs saving.

“Businesspeople have allowed the ethical basis of free-enterprise capitalism to be hijacked intellectually by economists and critics who have foisted on it a narrow, self-serving, and inaccurate identity devoid of inherent ethical justification,” the authors say. Capitalism has an “intrinsic goodness and virtue” – but too many managers operate with “low-consciousness,” and believe “profit maximization” is their only responsibility. The result has been significant environmental impacts, “stressful and unfulfilling working conditions,” “unhealthy appetites and addictions,” and a fall in business’s social legitimacy.

The solution is “conscious capitalism,” which involves companies appreciating their “higher purpose,” so that stakeholders are “less likely to care only about their immediate, narrowly defined self-interest.” It means integrating stakeholders to “create win-win-win-win-win-win … solutions to transcend … conflicts and create a harmony of interests.” It means developing leaders with “finely developed systems intelligence” that “transcends the limitations of the analytical mind that focuses on differences, conflicts and tradeoffs.” And it means a work environment based around “decentralization, empowerment, and collaboration.”

Is Whole Foods A Viable Model For The Future Of Capitalism?

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Tradução: há que voltar a Keynes, mas só se a ideia for mesmo a de salvar o capitalismo de si próprio.

“Pero si algún país cree que va a ser demasiado, se puede salir del euro”

Graças a este oportuno post do Miguel Abrantes, fiquei a saber o que pensa o consultor de economia do Governo alemão sobre os países do sul. A austeridade e a dor é o que vos resta, diz clara e displicentemente este alemão, mencionando mesmo Portugal; se não estão contentes, saiam do euro. O que, além de provocador, não deixa de ser curioso. Muito já devem ter recuperado os bancos alemães, pois ainda nos lembramos do quanto fez o diretório europeu para impedir que os gregos realizassem um referendo à permanência no euro em 2011. Aguardo para ver se esta tranquilidade e indiferença se manterá no caso da Itália. Desconfio que o sossego lhes acabe.

Cada vez estou mais convencida de que a nossa única saída da crise é mesmo a saída do euro. Mantendo-nos nós no clube, tal como está atualmente concebido e controlado, não haverá nem democracia, como cada vez mais se percebe, nem autonomia, nem perspetivas de futuro. Será o que a Alemanha quiser, sem hipóteses de haver sequer oposição a nível interno, quanto mais uma “credível”. Quando os imbecis que nos governam chegaram ao poder, ainda o rumo a seguir, mesmo ocupados pela Troika, podia ser um mais cauteloso e racional ou um mais ideológico e drástico. Optaram pelo segundo e a catástrofe está à vista – empobrecimento para além do suportável, economia destruída quase sem recuperação possível, uma geração totalmente perdida. E dizem-nos que nem assim a austeridade pode parar. A quem os substituir resta-lhe apanhar os cacos e… continuar a cumprir os ditames de Berlim. Por isso, não me parece tão trágica como no-la descrevem, nem mais trágica do que a situação atual, a saída da moeda única. Será mesmo esta a única proposta séria de uma oposição neste momento. Assim haja quem saiba explicar claramente o que está em jogo. Espero que a Itália ajude.

A manifestação silenciosa, ou fúnebre, segundo alguns, que decorreu no sábado e à qual não fui apenas por me encontrar no estrangeiro retrata também, quanto a mim, o desejo e ao mesmo tempo o receio de uma decisão que muitos sentem como inevitável e a única que, na ausência de um plano Marshall, faria sentido.

Aguiar-Lava-Mais-Branco

Aguiar-Branco é um dos mais castiços passarões do laranjal. Para ele a política não passa da chungaria embrulhada em paleio causídico de taberna ao serviço da conquista do poder pelo poder. Em 2009 fez este número:

“Suspeita-se do que está por detrás dos contratos dos contentores de Alcântara, suspeita-se do que está por detrás do financiamento dos computadores Magalhães, suspeita-se do que está por detrás da Fundação das Telecomunicações para as redes móveis, suspeita-se do que estaria por detrás do negócio da TVI, suspeita-se porque há alegadas pressões sobre magistrados no chamado ‘caso Freeport’ e que deu origem a processo disciplinar. Temos em Portugal um Governo sob suspeição e isto corrói as instituições e mina a autoridade do Estado”

PSD usa caso Freeport para atacar governo de Sócrates

Há dias saiu-se com outra verrina, das que larga como Ministro da Defesa sempre ao ataque, dirigida a Seguro:

Segundo Aguiar-Branco, o líder do principal partido da oposição, António José Seguro, está “a fazer agora aquilo que fez durante seis anos na Assembleia da República, que é estar calado, cúmplice”.

Ora, apesar de estarmos perante a única estratégia que funciona na política de comunicação do Governo e da coligação – a maníaca perseguição a Sócrates seguida sem um momento de descanso por governantes, deputados, dirigentes e jornalistas engajados, depois replicada pela arraia-miúda – neste caso temos de dar razão ao advogado tripeiro. De facto, Seguro bem que nos podia explicar o seu silêncio durante seis anos, a que se segue o actual período do literal nojo que mostra sentir em relação ao passado recente do seu partido e de quem o representou ao mais alto nível da governação. Afinal, que pensa ele do que foi feito? Será que nada diz porque pensa o mesmo do que um Aguiar-Branco? Ou será que nada pensa por não se conseguir decidir a respeito do que pensar? O mais opaco político presentemente em funções, sendo concomitantemente o rei dos pedidos de transparência, vai levar esses segredos para o túmulo.

Aguiar-Branco também é um dos tais que considera ter Sócrates começado logo em 2005 a trabalhar para a desgraça nacional e que nada se aproveita desses seis anos. Quem o diz foi ministro do Governo de Santana Lopes. E, súbito, tudo faz sentido.

O grande silencio

This is the way the world ends
Not with a bang but a whimper.
TS Eliot

Estive em ambas as manifestações “inorgânicas” que se realizaram a 15 de Setembro e 2 de Março, embora um pouco menos tempo nesta última, limitando-me, por falta de disponibilidade para mais, a descer a avenida, não chegando ao Terreiro do Paço para cantar o tema que serviu de mote à brilhante campanha de marketing da organização.
E sim, a deste ultimo Sábado teve menos gente, o que é natural tendo em conta que não havia um foco específico a combater, como a TSU tão desastradamente comunicada por Passos Coelho em Setembro. E se calhar o tempo estava mais frio. Ou o percurso não era tão aliciante. Ou o metro estava cheio. Ou qualquer outra coisa.
De qualquer maneira, acho que isso talvez seja até um ponto a favor. Tendo em conta que os objectivos desta manifestação eram muito mais difusos (“que se lixe a Troika” continua a ser um slogan tonto), esteve muita gente, muita gente mesmo. E encher uma avenida com um protesto difuso, sem ser num dos dias simbólicos, sem organização profissional tipo CGTP e, mais importante, sem frota de autocarros, é a meu ver impressionante.
Podem ter aparecido menos que nem Setembro. Mas apareceram muitos.
Mas não foram os números, nem os motivos, que mais me impressionaram nesta manifestação. Esta manifestação impressionou-me sobretudo pelo que estava ausente em relação à outra. E o que estava ausente pode ser definido num conceito simples: alegria.
Salve algum, fraco, esforço por parte de alguns activistas, não havia grande palavras de ordem, nem cânticos, nem barulho de panelas, nem slogans memoráveis. Nada. O que me deu por vezes a impressão de estar não numa manifestação, mas num cortejo fúnebre. Houve realmente alturas em que o som que mais se destacava era o do helicóptero. Tudo o resto, tirando o burburinho de fundo, era um impressionante silêncio. Ou, usando um velho cliché que aqui se aplica perfeitamente, um ensurdecedor silêncio.
E no entanto, tendo pouco para dizer ou berrar, milhares apareceram. Como explicar isto?
Há tristeza nas pessoas? Há, com certeza. Desespero? Também. Mas a ideia com que fico é que há sobretudo uma grande falta de fé no futuro, uma falta de respostas para aquilo que as preocupa. Sabem que não querem isto, mas lutam pelo quê, exactamente? Qual é a alternativa? “Que se lixe a Troika”? Onde é que está a esperança que elas merecem?
Lutar contra isto? Sim, claro, foi por isso que apareceram. Mas lutar pelo quê, exactamente? O lado negativo está lá. E o positivo, está onde?
A manifestação de 15 de Setembro foi um aviso ao governo que não valia tudo, que estava a ir longe demais. Na de 2 de Março vi algo diferente. O protesto das pessoas foi dirigido ao governo. Mas o silêncio, creio eu, foi dirigido à oposição. Uns já sabemos que não ouvem. Os outros fariam bem em ter as orelhas no ar.

Digam o que quiserem, não digam que não foram avisados

Até que podíamos aceitar a golpada de Março de 2011, como se fosse algo inevitável no “fazer política”, desde que tivessem a solução. Mas não só não a têm como agravaram de forma colossal os problemas que já tínhamos. E ainda nos insultam e desprezam. São mentirosos, burros e canalhas.

Oferta da nossa amiga Inês B.

Adenda: o Luís Gaspar escreveu-nos a reclamar a paternidade do comentário da Inês B., como se pode ler em Cala a boca, eu sou tão democrata como tu

Voto de condenação da setença do T. Militar de Rabat contra os presos políticos saharauis de Gdeim Izik

O território do Sahara Ocidental permanece na ONU como em processo de descolonização incompleto desde a década de 1960, tornando-o o último grande território a continuar como uma colónia. Ocupado violentamente por Marrocos em meados dos anos 70, há décadas que o povo saharaui luta pelo seu direito à autodeterminação e pelo acesso aos recursos do seu território, hoje explorados pelo regime ocupante.

Ao longo desta ocupação, têm sido sistemáticas as comprovadas violações dos Direitos Humanos contra o povo saharaui, que permanece condenado à pobreza e à condição de refugiado permanente na sua própria terra.

A 8 de novembro de 2010, as forças marroquinas de ocupação destruíram violentamente o Acampamento saharaui de Gdeim Izik, causando várias vítimas e desaparecidos. O Acampamento, que chegou a juntar mais de 10.000 “jaimas” (tendas) e 30.000 pessoas, havia sido erguido perto da Cidade de El Aiún, capital da antiga colónia espanhola, em protesto pelas deploráveis condições de vida da população.

Durante e após a violenta destruição do acampamento por parte das forças ocupantes, as autoridades policiais e militares marroquinas prenderam e torturaram centenas de saharauis. Entre as muitas centenas de detidos, 24 saharauis foram responsabilizados pela morte de agentes marroquinos.

Posteriormente, e apesar de não ter jurisdição sobre o Território Não Autónomo do Sahara Ocidental, o regime marroquino obteve confissões sob tortura e julgou os presos em tribunal militar, julgamento que numerosos observadores internacionais denunciaram por falta de isenção, garantias de defesa e ausência de provas.

Após nove dias de julgamento, o Tribunal militar marroquino condenou nove ativistas a cadeia perpétua, quatro a trinta anos de prisão, dez a penas entre vinte e vinte cinco anos e dois a dois anos de prisão.

No passado dia 7 de fevereiro, o Parlamento Europeu aprovou o seu mandato para a XXII sessão do Concelho de Direitos Humanos das Nações Unidas, onde se apela, para além de uma solução justa e duradoura para o conflito através da realização de um referendo de autodeterminação, à liberdade de todos os presos políticos saharauis.

A comunidade internacional não pode ficar indiferente face à perpetuação desta ocupação violenta e à sistemática violação dos Direitos Humanos do Povo Saharaui e do seu direito à autodeterminação.

A Assembleia da República, reunida em Plenário, condena a sentença do Tribunal Militar de Rabat contra os presos políticos saharauis de Gdeim Izik, e expressa a sua solidariedade com o povo saharaui e a sua luta pela autodeterminação.

Foi este o voto de condenação apresentado pelo BE e votado, ontem, na AR. Não foi notícia que se visse. A luta deste povo ganhou há, há uns anos, a comoção de muitos devido à dignidade desta mulher

Ontem pesou mais a diplomacia, as nossas relações com Marrocos, isto é, o inverso do que pedimos que valesse na causa de Timor.

É uma vergonha que este voto tenha sido rejeitado com os votos contra da direita, a abstenção  do PS e os votos a favor de alguns Deputados do PS (onde me incluo, naturalmente) e o resto da esquerda.

 

 

 

Zé Grilo

Um cómico italiano rasca e cabotino chamado Beppe Grillo teve 25% dos votos, não estou a brincar, para o parlamento do país dele nas eleições da semana passada.

Um país que é tido como um dos berços da civilização europeia deu um quarto dos votos a um imbecil chamado Zé Grilo, celebrizado por ter dito que a Sida é uma invenção das empresas farmacêuticas e por em 2001 ter chamado “vecchia puttana” (puta velha) a uma grande cientista italiana, Rita Levi-Montalcini (1909-2012), que em 1986 foi prémio Nobel da Medicina.

O tal país berço – com a Grécia – da nossa civilização também deu 30% de votos a um palhaço chamado Silvio Berlusconi, notório criminoso económico, cliente de putas menores e amigo íntimo da Mafia, que na semana passada acusou os magistrados italianos de serem “mafiosos” porque o condenaram a penas de prisão que ele não está disposto a cumprir.

Ou seja, mais de metade dos italianos deu o seu voto a dois palhaços criminosos e imbecis. A boa notícia é que eles se odeiam. A má notícia é que a Itália anda muito perturbada.

Inspirações para o 2 de Março

Cometeu-se um erro de irresponsabilidade. Os partidos levantaram-se em conjunto para chumbar o PEC para agora ter um programa pior que o anterior. Isso é que eu não consigo compreender. O PSD actuou por cobiça de poder, achou que esse era o momento para ganhar eleições.

Se o PSD queria eleições, podia ter viabilizado o PEC e depois, mais à frente, quando já não causasse prejuízos, provocava uma crise política. Cometeu-se um erro de pura leviandade que ficará nos anais da história política portuguesa.

Sócrates a clamar no deserto, Abril de 2011

Calma aí, senhores juízes, quem decide dessas coisas é o órgão oficial do laranjal

Os três arguidos do caso Cova da Beira foram nesta sexta-feira absolvidos dos crimes de corrupção e branqueamento de capitais, no processo relacionado com a construção da central de compostagem daquela região do distrito de Castelo Branco.

O colectivo de juízes do Tribunal Criminal de Lisboa decidiu absolver o engenheiro António José Morais, a arquitecta Ana Simões e o empresário Horácio Carvalho, por considerar que não ficou provada a tese da acusação.

A juíza que leu a sentença, ao início da tarde, disse também que a central de compostagem “continua a funcionar bem” na actualidade e “resolveu o problema da região” ao nível do destino a dar aos resíduos.

Fonte

Novas da década perdida

Solar has reached residential parity in many regions, and utility-scale parity will follow over the next few years. Some U.S. utilities are already choosing to build solar farms instead of gas plants to deliver peak loads based on pure economics.

In Germany, Spain, Portugal, Australia and the South-West of the U.S., residential-scale solar has already reached grid-parity with average residential electricity prices,” Citigroup analysts Shar Pourreza, Jason Channell and Timothy Lam wrote in their report. “In other countries grid parity is not far away. We forecast that grid parity will be attained by Japan in 2014-2016, South Korea in 2016-2020 and by the U.K. in 2018-2021.”

On the other hand, China, India, Russia and Saudi Arabia will not attain grid parity until after 2020, despite good solar conditions in some regions, due to their low residential electricity prices, which are subsidized by the state, the report says.

Can Solar Challenge Natural Gas?

A democracia é simples

O João Pinto e Castro escreveu um oportuno e sugestivo texto – Legitimidade – onde defende a posição daqueles que consideram ilegítimo este Executivo PSD-CDS. O desencontro entre as promessas eleitorais e a prática governativa teria retirado a legitimidade e deixado só a legalidade.

É uma ideia corrente, e até crescente, a qual foi igualmente usada para justificar o episódio no ISCTE com Relvas. Porém, é simultaneamente uma ideia ferida da mesma ilegitimidade se tivermos em conta o seguinte:

– Passos anunciou publicamente, e logo em 2010, a sua intenção de alterar a Constituição com o fim de reduzir o Estado Social a uma triste caricatura ou mera lembrança. Até lançou um livro a respeito do que lhe ocupava o bestunto que só um homem veramente invulgar conseguiria dar à existência.

– O maior partido da oposição ainda não apresentou, nem consta que vá apresentar, uma moção de censura.

– O Presidente da República tem a obrigação constitucional de dissolver o Parlamento quando os Governos perdem a legitimidade; seja lá qual for o critério da mesma e atente-se no histórico de Sampaio, tanto na polémica investidura de Santana como no seu desfecho.

A considerarmos este Governo como ilegítimo, então, e por inerência, temos de estender a ilegitimidade ao PS, ao Parlamento e ao Presidente da República. Este caminho não conduz a nenhum lugar habitável. Pelo contrário, exigir responsabilidades aos representantes legítimos – precisamente por deterem uma inquestionável legitimidade – seria a via mais rápida para uma alteração política na direcção do bem comum. E que seria preciso para tal acontecer? Apenas isto: que todos aqueles que apareçam nas manifestações de 2 de Março continuem a manifestar-se quando entrarem em casa, quando forem trabalhar, quando estiverem no café. Obviamente, nesses outros ambientes deixa de ser necessário gritar e não dará jeito estar sempre a descer avenidas e calcorrear ruas. Será, pois, o momento de pensar e falar. Pensar e falar. Pensar e falar. Pensar. E falar.

A democracia é simples. Os que não querem ser cidadãos é que dão cabo dela.