Seguia eu já bem atrasado para o jantar de ontem, serra de Sintra acima, quando quase fui abalroado por um autocarro repleto de turistas de olhos claros e arregalados. Alguns golpes de volante e de travões depois, percebi que sobrevivera; eu e o grande recipiente plástico que viajava a meu lado, cheio do melhor cozido à alentejana de Lisboa (obra do excelso “Barrote Atiçado”).
Depois, pus-me a imaginar desenlace mais dramático e cénico. O meu rotundo cadáver disposto numa travessa de alcatrão, guarnecido por couves, batatas, nabos, grão, na fumegante companhia de carnes variegadas e enchidos das melhores proveniências. Quem desse comigo em tais preparos não duvidaria que se estava ali a aprestar um banquete para algum deus canibal.
Já me antevi em mortes mais dignas.
Arquivo da Categoria: Luis Rainha
Bacalhaus e liberalismo

Os alarmistas do costume não se cansam de anunciar desastres e cataclismos iminentes. Estes profetas da desgraça vivem em perpétua e feliz inimputabilidade. Não sabem nem querem saber quem irá pagar as extravagantes medidas profiláticas para desgraças que, afinal, só existem mesmo nas suas imaginações inflamadas.
Depois do aquecimento global, chega a vez do bacalhau. Baseados em estudos “científicos”, os arautos do fim do mundo proclamam agora que o Mar do Norte está quase a ficar devoluto das sápidas criaturas. A pesca em massa estaria a levar o bacalhau à extinção, imagine-se! Como não podia deixar de ser, a factura a pagar para fugir ao pesadelo cairia sobre as costas largas das empresas: até já houve quem propusesse o fim da pesca ao bacalhau. Aleivosia! Que seria da indústria de restauração nacional se alguém ligasse a esta malta?
Com estes disparates, a tropa fandanga de “cientistas”, esquerdistas e pseudo-ecologistas só revela, mais uma vez, a sua total iliteracia económica. Então não é óbvio que a pressão da procura levará inevitavelmente a um acréscimo da oferta? Que os simpáticos e generosos bacalhaus, confrontados com um número crescente de barcos pesqueiros, não tardarão a aumentar a sua fertilidade e a densidade dos seus cardumes? Como sempre, as leis do Mercado sobrepõem-se aos caprichos humanos e até à débil vontade das bestas marinhas. Amén.
Quanto aos estudos “científicos”, apoiam-se mais uma vez em metodologias estatísticas desacreditadas (mas não me perguntem agora porquê) e em modelos que, como todos imaginamos saber, “não substituem totalmente a realidade”. Digam-me: já andaram a vasculhar todos os fundos oceânicos do Mar do Norte? Contaram mesmo os casalinhos de bacalhaus que por lá andam, um a um? Claro que não! E se uma tal falácia lógica não basta para vos provar a alienação destes supostos defensores da Natureza, lembrem-se: a Estatística é aquilo que nos diz que um homem com os pés congelados e os cabelos em chamas está normal. Querem confiar o futuro da nossa Gastronomia Típica a uma “ciência” assim?
O SMS que fazia mesmo falta
Não é este. Mas poderia ser este: hoje às 21 horas em frente às bilheteiras dos teatros municipais de todo o país (lisboa-s.luíz). Em solidariedade com todos aqueles que querem fazer bom Teatro e nunca contam com a tua presença nos seus espectáculos. Contra a cantilena da “subsídio-dependência”.
655.000? Pode lá ser!
Até agora, imperam duas atitudes críticas face ao discutido estudo da Lancet. Há quem se limite a emitir uns grunhidos do tipo “the methodology is pretty well discredited”, sem se julgar obrigado a explicar porquê. E há quem assuma a posição fetal, esmagado pela imensidão do número. 655.000. Seiscentos e cinquenta e cinco mil mortos. Não pode ser; o meu jornal não me falou dessa gente toda; é uma percentagem enorme da população iraquiana; é impossível; deve haver algo errado com a metodologia.
Mas se quiserem ver como se pode pensar sobre um estudo destes, sem engolir acriticamente cada parágrafo e tentando encontrar explicações plausíveis, têm muito por onde escolher. Começando por quem entende de estatística, consultando depois um epidemiologista e um especialista em saúde pública, acabando por descobrir como é que os cadáveres conseguem fugir às manchetes indiscretas. Informe-se. Depois, se ficar indisposto, pode sempre voltar à santa inocência do “não pode ser!”
Uma pequena parábola sobre o aquecimento global
Eu cá recuso-me a usar cinto de segurança. Tenho aliás por certo que a torrente de palavreado — sempre oriunda dos sítios do costume — com que me desejam persuadir a prender-me à maldita engenhoca é apenas uma operação de propaganda esquerdista e estatista. Querem invadir a esfera sagrada das minhas opções íntimas e obrigar-me a afivelar o cinto. Mas eu continuo a duvidar que exista mesmo, no meu caso pessoal, uma correlação entre o uso da estalinista correia e uma possível degradação do meu estado de saúde. Parece-me mesmo que todo o investimento necessário à montagem desse sistema de segurança de duvidosa eficácia em milhões de veículos é um desperdício e um atentado à liberdade da indústria, que poderia, livre dessa canga, ter aumentado os seus lucros, melhorando assim a qualidade de vida de todos. Armado do meu saudável cepticismo, continuarei livre de cintos. Até ao improvável dia em que tiver mesmo um acidente grave e veja que a minha anatomia sofreu danos que até poderiam ter sido evitados com o funesto apresto. Então, e só então, pode ser que considere mudar de ideias. Se ainda andar por aí, claro.
A Rivolta do bom esquerdista
O amigo Nuno angustia-se pela integridade da minha esquerdista pessoa, não vá eu ter sido substituído por um clone às ordens do João Miranda. Nada disso. Por estranho que pareça, não gosto de ocupações, não entendo a alegria festiva do sitiante e aborrecem-me de morte as tiradas grandiloquentes dos Defensores da Cultura que sempre sobem ao palco nestas alturas.
Até te dou, Nuno, uma dezena de motivos para achar esta ocupação “disparatada”:
1- Permite ao Rui Rio apresentar-se como vítima dos vândalos;
2- Tem a péssima consequência, em termos de imagem, de dificultar um concerto benemérito;
3- É iniciada por um grupo teatral com mau historial recente de público, abrindo o flanco à velha lengalenga da subsídio-dependência;
4- Não vejo razão para que um teatro não seja gerido por privados. Os melhores em Lisboa são-no;
5- Não estamos a contemplar a ideia de transformar aquilo num templo da IURD. Apenas de entregar a sua gestão ao vencedor de um concurso;
6- Este processo, se bem percebi, nem sequer tem ainda resultado anunciado;
7- O Rio foi eleito, logo tem legitimidade para investir em desfiles de carros velhos e não no Teatro, se tal não contrariar o seu programa eleitoral. Não gostam? Votem noutro;
8- Se tudo correr mal, o contrato será anulável ou acabará por caducar;
9- Aqueles okupas têm um ar deplorável;
10- E acima de tudo o mais, escreveram o poema “de intervenção” mais atroz que alguma vez li.
Need I say more?
Só espero que esta malta não se lembre de dizer que é de esquerda

Na disparatada ocupação do Rivoli, nem mesmo o facto de estar em risco a realização de um concerto do Luís Represas é atenuante: a penosa função ia ser beneficente. Mas também era escusada a maldade de berrar aos quatro ventos a média de pagantes do último espectáculo da companhia que encenou este protesto…
Por mais amor aos números e doutorandos que por ali andem…

…o rigor passa sempre para segundo plano quando a cegueira ideológica ataca. Inacreditável: o Insurgente, pela pena de André Azevedo Alves, dedica-se a tentar desfazer o estudo da Lancet que concluiu pela ocorrência de mais de 600.000 mortes no Iraque atribuíveis às sequelas da invasão de 2003. Começando, logo no título do post, pelas aspas marotas com que adorna a palavra “científicos”. Depois, vem a prosa crítica de um suposto leitor que se anuncia médico. E que nos diz este? Necedades de toda a forma e feitio (mas nada que assuste o bom AAA). Começando por algumas questões que imagina difíceis: “Foram feitos inquéritos a famílias escolhidas aleatoriamente, mas onde? também nas zonas menos tocadas pela guerra? ou só nas mais violentadas?” Bastava ao incrédulo sr. dr. ter-se registado no site da conhecida revista médica para ver a sua angústia resolvida (1). Eis uma primeira abordagem que nos dá logo a certeza de que o comentador nem sequer pousou os olhos no estudo que quer demolir. Revelador.
Há também a velha ladainha de “os americanos têm sempre a culpa de tudo”, insinuando que os pobres ocupantes nada têm a ver com as lutas intestinas do Iraque. Uma linda ideia que contradiz, para começar, todos os tratados que regulam ocupações. (2)
Mas há mais: “Uma das mais óbvias desonestidades do ‘estudo’ tem aliás a ver com a amostra: comparar 14 meses antes da invasão (em ‘paz’) com 14 meses a seguir (e portanto na fase em que houve guerra mais intensa e generalizada no terreno), e extrapolar os ditos casos desses 14 meses para os 28 meses seguintes, inflaciona, e de que maneira, os números.” Só que nada disto é verdade: não houve no estudo qualquer “extrapolação” e quatro períodos são analisados: pré-invasão, Março de 03 a Abril de 04, Maio de 04 a Maio de 05 e Junho de 05 a Junho de 06. Aliás, na tabela abaixo (3) fica clara esta análise.
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Etiqueta Dadá
Leitura
Hábito mais característico de algumas comunidades do que de outras. Quando se viaja, tem-se uma boa oportunidade para tomar contacto com este acto, em transportes colectivos, em viagens mesmo curtas, pois certas pessoas vão a ler, enquanto outras olham para o ar. O mesmo se nota em salas de espera. Os tempos mortos podem ser aproveitados para a leitura, já que nem todos têm vida que permita cultivar-se. A leitura de bons livros é enriquecedora e desenvolve a nossa inteligência. As classes altas preferem memórias e biografias. Os livros de arte ficam bem nas mesas das salas. É importante cultivar este hábito junto das crianças desde tenra idade.
Entrada do Dicionário de Etiqueta da venerável Paula Bobone.
Mais um pagão?
Vamos dar um ataque de nervos aos nossos amigos liberais?
Pelas bandas do “Blasfémias”, anda tudo em alerta vermelho com mais uma malfeitoria da França. O motivo (como se fosse mesmo preciso) é a aprovação de uma lei que criminaliza a negação do genocídio arménio.
Imaginem agora como é que os Blasfemos vão ficar quando descobrirem que também em Portugal a “negação de crimes de guerra ou contra a paz e a humanidade” é acto “punido com pena de prisão de 6 meses a 5 anos.” Trata-se, imagine-se, de um dos “Crimes Racistas” descritos pelo Código Penal, através do seu artigo 240º.
Esta legalização da conformidade de pensamento já fizera correr muita tinta, a propósito de julgamentos de negadores do Holocausto. Mas, no entanto, não desculpa que o Gabriel Silva equipare uma lei francesa que proíbe o negacionismo com o preceito legal turco que o torna obrigatório. Há que manter, mesmo quando se casca na nossa bête noire preferida, alguns neurónios a funcionar.
Lá escapou um à “hegemonia imperialista”
Orhan Pamuk ganhou, como esperado, o Nobel da Literatura. Tinham mesmo de dar a coisa a um pagão, não era? Confessem: foi só para chatear esta malta…
A segurança social no inferno liberal

O Insurgente André Abrantes Amaral explica-nos, em três penadas, os malefícios da segurança social e o precipício que separa o bruto socialismo do preocupado liberalismo.
Em primeiro lugar, defende uns tais “mais novos” que não desejam que parte do seu salário vá parar a um “bolo comum, que não é rentabilizado”. Depois, AAA retoma a conhecida cantilena “os pobres, esses madraços” com uma tirada eloquente: “Para quê poupar se depois teremos uma reforma ‘digna’?” É que “as pessoas têm direito a reformas não apenas porque trabalharam, mas também porque tiveram certos cuidados. Acreditar que apenas devido ao trabalho já temos direito a tudo, é errado.” Passa-se aqui, sem esforço evidente, do desejo de uma reforma digna a um luxuriante “tudo”. Não me parece que vivamos na Holanda: por cá, muitos pensionistas têm de se contentar com um pecúlio que talvez os impeça de passar fome. Foram por certo preguiçosos, descurando os “certos cuidados” que AAA tem por indispensáveis.
Eu, por mim, até invisto algum dinheiro num esquema complementar; mas isto porque quero mais do que uma reforma “digna”, gostaria mesmo de desfrutar de uma velhice repleta de vícios. Mas estará esta salvaguarda ao alcance da maioria? Duvido.
Autocronologia

Num filme com alguns anos, vemos imagens de uma rua numa cidade qualquer. Como adivinhamos num segundo a década em que tais planos foram colhidos?
Simples: olhamos para os automóveis.
O design automóvel é um datador mais fiável do que qualquer isótopo de Carbono. Patilhas vão e vêm, a moda dá voltas infindas aos mesmos eixos, a Arquitectura é duradoura demais para cronometrar com precisão a passagem de meras décadas.
Surge a questão: será que as linhas dos nossos veículos evoluem apenas pela pressão dos mercados e dos túneis de vento (Marketing e Ciência por fim juntos…) ou existirá mesmo um impalpável “ar do tempo” que os estilistas do automóvel devem prever?
A evolução no reino da Biologia opera segundo vectores comparativamente simples: os organismos que conseguem sobreviver ao seu meio ambiente proliferam e passam genes às gerações seguintes. No automóvel, as recompensas ao sucesso também existem: se um dado pormenor estético cai no goto dos compradores, por certo que vai arranjar forma de surgir até em máquinas de outros construtores.
Mas cada marca deve também, ano após ano, lançar novas versões, “actualizadas” dos seus modelos. E a obsolescência programada é uma bela arte: quem tem um BMW do ano passado deve ser levado a pensar que o seu automóvel já é “velho”. Não por carecer das últimas soluções técnicas ou por estar senescente, mas apenas porque já anda na estrada uma versão do mesmíssimo modelo com um look muito mais “moderno”. E ninguém quer ficar para trás, pois não?
Assim voltamos à cisma inicial: serão as antenas dos designers do ramo sensíveis às ínfimas vibrações do tal “futuro”? Estarão, neste preciso momento, encerrados em mosteiros budistas a antecipar o que vai ser o gosto dos automobilistas de 2012? Ou a coisa é ao contrário e são os seus caprichos sem tino que moldam a aparência das nossas cidades e, por extensão, a nossa ideia de “actualidade”?
Se a tal ciência mística existe mesmo, é de uma precisão arrepiante: basta ver modelos recentes da BMW, Mercedes, Opel ou Renault para lobrigar tendências comuns evidentes. Os planos despidos, quase ascéticos, de anos anteriores, estão a dar lugar a relevos ainda suaves, como se uma lenta cristalização operasse por debaixo das superfícies esculpidas pelos túneis de vento, erguendo sob essa pele metálica a ossatura de uma nova rispidez de ângulos e arestas.
À míngua de notícias a sério, tomem lá mais um “caso Mateus”
O jogador que deixou o país futebolístico à beira de uma neurose, afinal já nem quer jogar pelo Gil Vicente.
Todos à manif em frente à ONU!

O bravo camarada Gibel cita um pouco abaixo Donald Gregg, antigo quadro da CIA e ex-embaixador dos EUA na Coreia do Sul, que nos explica sucintamente o que significa “diplomacia” para a actual administração americana: falar com amigos e prometer conversas a quem se venha a portar bem.
Ignorância evidente do homenzinho. Os bloggers luso–liberais é que sabem: a culpa do teste nuclear norte-coreano cabe toda à ONU e à esquerdalhada que nem vem para a rua protestar contra um teste que talvez tenha sido positivo.
Imagino aquelas meninges febris a fumegar enquanto procuram as culpas da pérfida França neste imbróglio. Mas não deve tardar até lermos nos sítios do costume um post a apontar as responsabilidades morais de Louçã ou de Fernando Rosas na coisa.
Desta não estava à espera (2)
Já é oficial. O Gara anunciou a lista de personalidades internacionais que apoiam o processo de pacificação do país Basco e oferecem os seus préstimos para ajudar “em tudo o que seja humanamente possível”. Francesco Cossiga, Mário Soares, Gerry Adams, Kgalema Motlante, C. Cardenas e Pérez Esquivel.
Por algumas horas andou por aqui um pequeno exclusivo noticioso. Pode ser que nos dêem um “Prémio Gazeta” lá mais para o Natal.
O envelope ainda mexe
À viva força, lá continuam a tentar ressuscitar o nado-morto que é o “Caso Envelope 9”. Passado tanto tempo, ainda há quem esteja “sem saber o remetente deste envelope” (!) e estridentemente exija mais uma daquelas úteis e sempre produtivas comissões parlamentares.
Nunca entendi o mistério do famoso sobrescrito: um qualquer técnico menor da PT pega num ficheiro com as chamadas de um grupo de telefones atribuídos a servidores do Estado. Por preguiça ou inocência, limita-se a “filtrar” os números relevantes, sem cuidar de apagar os outros, e envia o documento para o tribunal. Alguém vê ali uma boa ocasião para lançar mais uma nuvem de pó sobre o processo Casa Pia e encomenda aos “jornalistas” do costume o servicinho. Depois, bastou a inépcia da PJ e o inacreditável Souto Moura para compor o ramalhete. Nascia mais um “caso” à medida deste país: sem substância, sem interesse, sem solução à vista. Mas sempre bom pretexto para mais uns gritos esganiçados.
Terror no Shopping
Estive hoje num dos aprazíveis templos de consumo do eng.º Belmiro. Por outras palavras, fui fazer compras ao Continente. A surpresa deu-se em casa, logo ao descarregar a tralha: no meio de alhos, douradas e enchidos variados, reluziam três T-shirts cor-de-rosa. Que não tínhamos, se bem me lembrava, colocado ali.
Ficámos largos minutos a mirar as clandestinas peças de roupa, como se nos tivesse surgido uma Virgem Maria na tosta mista matinal. Aquela aparição berrante seria um sinal do destino ou tão somente uma distracção de um outro consumidor matinal?
De súbito, hipótese mais sinistra subiu-me ao encéfalo: tratar-se-á de uma nova e insidiosa forma de terrorismo? Não contentes em infundir medo no nosso colectivo coração, os inimigos jurados do modo de vida português podem estar a querer modificá-lo do interior. E que melhor veículo para o totalitarismo behaviorista do que as nossas compras?
A quem obedecerá o insidioso sabotador, não sei. Só sei que amanhã as minhas Budweiser Budvar podem ser substituídas por botelhas do horrendo vinho kosher de Belmonte. Os meus bifes de mertolenga podem ver-se trocados por hambúrgueres. O belo chouriço de porco, substituído à má fila por posters de Maomé.
Hoje T-shirts cor-de-rosa, burqas cinzentas não tarda nada. Quando desse por mim, estaria convertido numa outra pessoa. Certamente mais ajuizada e com melhores hábitos de higiene. Mas mais aquiescente aos ditames dos nossos pérfidos e dissimulados inimigos.
Vigie bem o seu carrinho das compras, desconfiado leitor: pode ver-se em breve a empurrar uma arma de destruição massiva. Impérios já ruíram por muito menos.
