O amigo Nuno angustia-se pela integridade da minha esquerdista pessoa, não vá eu ter sido substituído por um clone às ordens do João Miranda. Nada disso. Por estranho que pareça, não gosto de ocupações, não entendo a alegria festiva do sitiante e aborrecem-me de morte as tiradas grandiloquentes dos Defensores da Cultura que sempre sobem ao palco nestas alturas.
Até te dou, Nuno, uma dezena de motivos para achar esta ocupação “disparatada”:
1- Permite ao Rui Rio apresentar-se como vítima dos vândalos;
2- Tem a péssima consequência, em termos de imagem, de dificultar um concerto benemérito;
3- É iniciada por um grupo teatral com mau historial recente de público, abrindo o flanco à velha lengalenga da subsídio-dependência;
4- Não vejo razão para que um teatro não seja gerido por privados. Os melhores em Lisboa são-no;
5- Não estamos a contemplar a ideia de transformar aquilo num templo da IURD. Apenas de entregar a sua gestão ao vencedor de um concurso;
6- Este processo, se bem percebi, nem sequer tem ainda resultado anunciado;
7- O Rio foi eleito, logo tem legitimidade para investir em desfiles de carros velhos e não no Teatro, se tal não contrariar o seu programa eleitoral. Não gostam? Votem noutro;
8- Se tudo correr mal, o contrato será anulável ou acabará por caducar;
9- Aqueles okupas têm um ar deplorável;
10- E acima de tudo o mais, escreveram o poema “de intervenção” mais atroz que alguma vez li.
Need I say more?
Este blogue, na sua complacência pelo mau cheiro, está irrespirável!
Concedo que o poema é fraquinho. Mas acho bem que se proteste contra a privatização de um teatro pelo patusco João Jardim do Porto. O facto de o Sr. Rui Rio ter sido eleito, não lhe permite fazer tudo. Estranho ver-te no mesmo nível de argumentação que a Helena Matos- Mas isto sou eu, que acha saudável que as pessoas protestem.E “Rivolução” parece-me um slogan simpático.
Nuno,
Claro que não permite fazer tudo: mas o Porto continua a ter o S. João, e ninguém nos garante que o Rivoli vai parar às mãos da Marina Mota ou coisa parecida.
Mais fazer menos dizer
De minha alma
A razão de todos
Os ilustres serão os silenciosos
Os que fazem sem dizer
A verdade sem a querer
Aqueles okupas têm o ar de esquerdalha que aquela esquerdalha tem. Tivessem eles alguma contribuição a dar e teriam menos tempo para okupar.
O teu “problema” é o belo do sangue azul que ainda te corre nas veias – daí eu concordar com os 10 pontos que apresentas.
Ou anonymus de Deus,
O belo sangue azul dele, deve-se a ter bebido por engano a tinta da mesma cor da Robialac…
Oha que não “ou” pá, ainda não deste uma viste de olhos no património imobiliário do tipo?
Tenho um bonito cabelo para ser penteado, pelo que hoje não me dá jeito ser de esquerda.
… mas olhe que as 3 primeiras são puramente estratégicas.
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Pelo ponto no 9 posso concluir que consideras a obra do Einstein um disparate? Ou o ponto no 9 e um disparate de um gajo de esquerda apresentavel?
Não; podes antes concluir que de quando em vez tenho uns acessos de sentido de humor.