Um mimo, a crónica de PAULO MOURA hoje no «Píblico». Um mimo, como quase sempre. Para vos faire la bouche:
«A bicicleta é independente. Vive da nossa força muscular, que multiplica com eficácia cada vez maior. O objectivo da ciência ciclística é tornar o veículo mais leve, mais aerodinâmico, mais funcional. Os quadros, forquetas e guiadores começaram a ser construídos em alumínio, depois em fibra de carbono. Carretos, cremalheiras, correntes passaram a ser feitos em ligas metálicas resistentes e virtualmente isentas de peso. Sem recurso a nenhuma fonte externa de energia, à custa, apenas, do seu próprio desenho, a bicicleta é, hoje, um veículo extraordinário. Aproxima-se da perfeição, ou seja, de um limite utópico em que não seria preciso, sequer, pedalar.»