Uma das recomendações que é feita ás pessoas cujas habitações calhem ficar na rota de um incêndio é que liguem os sistemas de rega. Ora, os únicos sistemas de rega que costumamos ver ligados, nessas circunstâncias, são as mangueiras e os baldes, usados à pressa por pessoas em pânico.
Vivemos numa época em que quase todas as tarefas estão automatizadas e a rega seja do que for não é excepção. Por que razão a tarefa de molhar as casas e terrenos circundantes não está também automatizada e, pelo contrário, continua a ser o mais manual e rudimentar que se consegue imaginar?
Não seria muito mais eficiente e seguro recomendar a instalação de aspersores nos telhados das habitações? Tal medida não facilitaria a evacuação das aldeias, uma vez que os que resistem o fazem para se certificarem que as casas estão molhadas? É ainda mais incompreensível se pensarmos que os aspersores são usados há décadas para prevenir e combater incêndios, mas apenas no interior dos edifícios, porque não no exterior?
Compreende-se que haja, e bem, leis que obriguem as construções a respeitarem regras anti-sísmicas, e nenhuma lei que obrigue casas isoladas e explorações pecuárias, no meio do mato, a terem sistemas de protecção contra incêndios? A lei apenas obriga a que se limpem os terrenos em volta, medida manifestamente insuficiente para travar incêndios cada vez intensos e velozes.
Se conseguimos levar água a todo o lado e regar hectares e hectares de culturas agrícolas com recurso a sistemas de rega cada vez mais sofisticados também conseguimos molhar aldeias minúsculas, de forma autónoma. Ou não?!