Vi apenas os minutos finais do último Eixo do Mal. Pedro Marques Lopes falava sobre o gravíssimo processo do juiz Ivo Rosa. Basicamente, repetiu o que escreveu no artigo da Visão, que o Valupi partilhou há dias. Ninguém o interrompeu, ninguém riu. Afinal, o assunto é sério, muito sério.
No minuto seguinte, o Luís Pedro Nunes escolheu falar sobre o julgamento da Operação Marquês. A risada começa imediatamente. Não tem nada para dizer a respeito do julgamento, quer apenas esclarecer que nem mil processos semelhantes ao do Ivo Rosa os impedirá de rebolar a rir com o julgamento de Sócrates. Pelo meio, ainda insinuou que Sócrates anda fugido à justiça. Alguém sugeriu que ficou no Brasil para assistir ao espectáculo da operação policial, que tem sido notícia, e riram ainda mais. Porque, lá está, é outro assunto com muita piada.
Não sei qual foi o assunto escolhido pela Clara Ferreira Alves, mas pode muito bem ter voltado a falar sobre o insuportável ambiente nas caixas de comentários das redes sociais. Pois, o ambiente nos estúdios de televisão é outra loiça.
Ainda bem que chega, Guida: pode ajudar-nos a explicar ao volupi que, tirando a xuxaria, toda a gente se está nas tintas para o Ivo e para o “gravíssimo processo” do Ivo?
Que ainda bem que foi investigado? Que devia sê-lo muito mais? Que todos os juízes e políticos devem estar sempre sob suspeita, e tudo o que têm deve ser publicado?
Que isso é o mínimo a fazer neste país corrupto e abandalhado, a saque há cinquenta anos, sobretudo a juízes xuxas como o Ivo que tentam safar corruptos como o 44?
E que essa é a única razão porque a xuxaria guincha sobre o “gravíssimo processo” do Ivo – se não fosse pelo 44, estar-se-iam tão nas tintas para ele como toda a gente?
Obrigado pela ajuda, Guida: é que o volupi não se cala com o Ivo. Sim, é a sua função como piaçaba xuxa, mas também parece mesmo não perceber quão ridículo é, sabe?
Filipe Bastos, tu é que deves explicar onde se encontram as almas puras necessárias para investigar todos os juízes, que ainda são alguns. Tens sido contactado por seres oriundos de outras galáxias?
gralha na 2a linha “juiz”
não interessa, está corrigido. Muito obrigada.
Ainda bem que pergunta, Guida. Não precisamos assim de tantas almas, puras ou não: o próprio acesso à função deve requerer que o candidato a juiz, político ou alto quadro público aceite que estará sempre sob suspeita, sujeito a investigações e escutas, e as suas contas expostas.
Não aceita? Fácil: não se candidate. Já reparou que em qualquer eleição nunca faltam candidatos? Porque acha que é assim, em cargos que – dizem eles – são difíceis, mal pagos, etc.? Não passamos a vida a ouvir coitadinhos dos políticos, ai sofrem tanto, ai recebem tão pouco e tal?
Eis porquê: porque dá tacho (e também Mercedes com motorista); porque dá influência; porque dá poder. E a influência e o poder, como o 44 ou o Isaltino podem confirmar, dão acesso a muito mais que o tacho. Os juízes também têm poder. E políticos e juízes julgam-se – sabem-se! – impunes. Não pode ser. Temos de vigiar o poder e, tal como a riqueza, temos de limitá-lo – e reparti-lo.
Para melhor vigiar o poder, sobretudo o político, é necessário mudar a bandalheira actual, que foi criada – claro – por quem tem o poder. Esta canalha legisla e decide em causa própria. Precisamos de novas leis e de uma nova polícia. Uma polícia política! Não, não como a do Botas: a primeira polícia política a cumprir o seu nome e real função: vigiar e malhar os políticos, não a população.
Idealmente deve incluir elementos de outros países, para maior independência e para limitar pressões e ligações à canalha dos partidos, a juízes, aos grandes mamões nacionais, etc. Mas ainda mais importante que vigiar a canalha é limitar-lhe o poder. O que devíamos estar todos a discutir não é quem irá rapar este ou aquele tacho; é como vamos desta partidocracia para uma democracia.
Filipe Bastos,
“Idealmente deve incluir elementos de outros países, para maior independência e para limitar pressões e ligações à canalha dos partidos, a juízes, aos grandes mamões nacionais, etc.”
Sonhas, portanto, com uma troica, mas desta vez fardada e acompanhada de uma legião de rapagões para malhar nisto tudo. A pureza vem com as fardas…
Que população é essa que deve ser poupada? Não estás a falar da carneirada que vens aqui todos os dias mandar para o raio que a parta. És tu e mais quem?
«Sonhas, portanto, com uma troica, mas desta vez fardada»…
Não, o oposto: a Troika era um comité de mamões. Sonho com algo que ponha na ordem os mamões, os seus fantoches políticos e todos os que têm poder. Quanto mais poder – e riqueza – têm, mais precisam de ser vigiados e postos na ordem. Não é preciso fardas nem rapagões. Isto não é fascismo, novamente é o oposto: uma força ao serviço de todos, não de uns poucos.
Critico a carneirada por frustração. Carneiro, para mim, é quem não pensa ou nem tenta pensar; quem não questiona; quem se contenta com pouco, ou com nada; quem se deixa ir no rebanho. Em muitos casos é injusto, pois foram doutrinados assim e têm vidas difíceis com pouco tempo para pensar. Noutros casos não têm tanta desculpa; parecem fazer gala de ser carneiros.
ERRATA
<<Quanto mais poder – e riqueza – têm, mais precisam de ser vigiados e postos na ordem<<
Quanto mais poder e riqueza têm, mais querem, como qualquer drogado ou tarado.
Admitindo que, por mais que tenham, não conseguem comer melhor, a unica explicação é a masturbação.
Como qualquer tarado, têm a sua tara, neste caso a garganeirice ou a malvadez é que lhes dá pica, estou a lembrar daquele que dizia que abria uma garrafa de champanhe cada vez que privatizava uma empresa.
E se calhar, depois de a beber enfiava-a na peida, digo eu que gosto de especular.
Ps. posso estar enganado e a culpa ser do virus AURI SACRA FAMES
Filipe Bastos, não sonhas com uma troica, sonhas com algo. Faz toda a diferença!