Nem o mundo da Barbie é tão fácil de governar como o da IL

Os comentadores estão encantados com a prestação do Rui Rocha nos debates. Tendo em conta a forma como o avaliam, estão satisfeitíssimos com as suas explicações relativamente à forma como pretende executar o seu programa eleitoral. Tira daqui, põe acolá, tudo simples e fácil.  O problema é o que fica por explicar. Dois exemplos:

Diz esta competentíssima pessoa que vai aumentar a produtividade. Seria de esperar que enumerasse algumas das causas que estão na origem deste problema. Que explicasse como as vai eliminar e quanto é que isso custará. Mas não. Esta medida executa-se por decreto.

Garante que vai reduzir o prazo dos licenciamentos. Como? Não explica. E se calhar é coisa para não sair barata. A menos que pense que os técnicos das câmaras municipais e de outras instituições envolvidas nos processos de licenciamento aceitem de bom grado trabalhar o dobro ou o triplo e que ainda lhe agradeçam no fim.

As questões para as quais não tem qualquer resposta nem sequer lhe são colocadas. Assim, de facto, vai continuar a encantar o comentariado.

18 thoughts on “Nem o mundo da Barbie é tão fácil de governar como o da IL”

  1. “…. A menos que pense que os técnicos das câmaras municipais e de outras instituições envolvidas nos processos de licenciamento aceitem de bom grado trabalhar o dobro ou o triplo…”
    Então expliquem lá porque motivo quando a construção civil estava de gatas os projetos levavam o mesmo ou mais tempo.. Falta de pessoal , é ????….
    Claro que a IL não explica nada mas creio, eu, que é preciso mais cuidado como se contrapõem os argumentos aos disparates da IL

  2. Dispartes, apesar da redução drástica do número de projectos, nessa época, os prazos para que as várias entidades emitissem os respectivos pareceres não se alteraram.

    E, nessa altura, não foi só a construção civil a ficar de gatas. É ir ver o que dizia o Passos Coelho a respeito dos cortes na função pública. Se calhar, não era um discurso muito motivador para acelerar o que quer que fosse que dependesse dos funcionários públicos.

  3. quanto aos licenciamentos , já vai atrasado , o simplex do licenciamento , com grande horror das câmaras
    e aplauso dos demais , entra em vigor dia 4 de março.
    a produtividade é que não sei como se vai arranjar para dar ordenamento à cabeça dos trabalhadores para que organizem e simplifiquem as tarefas de forma a fazerem mais com menos. não acredito que consiga , a matemática faz muita falta nessas coisas de organização e a maioria é um 0 à esquerda.

    que horror , o berloque de direita.

  4. ó que maravilha , nem tudo foi com o costa -:)

    “o novo decreto-lei elimina a “necessidade de obter licenças urbanísticas, criando-se, para o efeito, novos casos de comunicação prévia, de isenção e de dispensa de controlo prévio”. Desta forma, ficam isentas de licenciamento as obras “que aumentam o número de pisos”, desde que não alterem a fachada dos edifícios; ou as construções “em área com operação de loteamento, plano de pormenor ou unidade de execução com desenho urbano”.

    https://eco.sapo.pt/2024/01/08/simplex-do-licenciamento-de-obras-entra-em-vigor-a-4-de-marco/

  5. e vamos ver a produtividade dos gaijos das câmaras com estas cenas

    E o não cumprimento dos prazos legais “implica o deferimento tácito da decisão”, ou seja, caso as decisões “não tenham sido adotadas nos prazos devidos, o particular poderá realizar o projeto pretendido”, refere ainda o documento. Esta é, aliás, uma das regras que entrou em vigor a 1 de janeiro.

  6. Isso do deferimento tácito tinha sido abolido, em face das aberrações urbanísticas daí decorrentes.
    Acho que já foi costó-simplexificada, vistorias a instalações eléctricas, de gás, etc. suprimidas
    Vai ser uma chusma de edificações mal feitas, para as classes menos abastadas. Iremos ter casas para pobres – nem todos – remediados ( classe média baixa ) classe media alta ( juizes,
    magistrados do MP, e, supostamente toda a classe politica média baixa ) .
    Todas as ilegalidades pós construção, as eventualmente detectadas, tal como o sistema está, são sujeitas a coimas, e as ilegalidades desaparecem . Está mal. Devia o prédio ser demolido. Em especial, os que enfermem de abusos de exagero de volumetria, que tapem a luz natural, a sul, vulgo construção em altura, com recuados. Existem prédios que, vistos da Rua, estão mais ou menos alinhados com os edifícios vizinhos, exceptuando 1 a 2 metros em altura. Da parte de trás, ou traseiras, têm mais 2 a três andares . Do modo que como está no presente, paga uma coima, e fica tudo imperfeitamente legal. Como será o futuro. Teremos prédios a cair com terramotos ?

  7. logo se vê , para mim tudo o que responsabilize o individuo , deixando o estado de ser o papá é bem vindo. essas coisas todas exigem a assinatura de um civil que se responsabiliza pelo que foi feito durante 10 anos. um bom nicho de mercado para as seguradoras e outros.
    se temos de pagar pela treta do certificado energético , que vale nada , é uma coisa para dar dinheiro a técnicos , pois montem uma cena parecida de “certificados de construção” para quem compra uma casa. aí já nos prestam efectivamente um serviço.
    vejo uma oportunidade de emprego para imensa gente da área da construção , desde engenheiros a arquictetos. um serviço ao qual recorreremos voluntariamente , nada de obrigar a que os compremos os seus serviços. se alguém quer arriscar a comprar uma casa que caia com um terremoto , é lá com ele.

  8. ENTÃO AS LICENÇAS DE HABITAÇÃO APÕS O PREDIO CONCLUIDO, COM PROJECTO, VISTORIAS ETC, JUSTIFICA-SE QUE LEVE MESES OU MAIS DE 1 ANO A SEREM PASSADAS ? OU PRECISAM DE ALCAVAS POR BAIXO DA MESA PARA ACELERAR O PROCESSO ?
    ISTO FAZ LEMBRAR O QUE ACONRTECEU NA PRIMAVERRA MARCELISTA ( NÃO SOU FAN DO PERIODO NEM DO ANTERIOR…) EM QUE OS APARELHOS T´~ECNICOS DAS CAMARAS ( ALGUMAS…) TIVERAM QUE SER VARRIDOS… E AO TEMPO OS PRESIDENTES DE CAMARA ERAM NOMEADOS….

  9. claro que não se justifica. O funcionalismo adora exercer poderzinho e receber por debaixo da mesa.
    eu prefiro pagar no privado, por serviços que poderei contratar Voluntariamente,,nada de leis a obrigar e a criar “negócios”. em vez de dar graxa e contribuir para corrupção.

  10. No privado também há situações horriveis. E não se pode reclamar porque já existem empresas que montam call centers em 24 ou 48 horas. As chamadas são logo direcionadas para “telefonistas” que empatam tudo. Género “posso ser útil em mais alguma coisa?”. Bolas ! Respondo logo: “mas já foi útil em alguma coisa ?”
    Tenho duas experiências horriveis no Luz Saúde, que cobrava 220 euros por quarto individual e 110 euros por dia, quarto duplo, com alimentação incluida. Como estive 10 dias só a soro (não comi nada sólido e ainda tive que pagar o soro) vejam só o trambolhão. Nada foi comparticipado por ninguém e o valor que se podia e poderá abater no IRS é (ou era) creio que de 250 euros, valor limite. Nem é necessário maçar mais os leitores com variadíssimas outras peripécias, que vão desde simples comandos de tv que não funcionam, a episódios de água fria no banho (só há chuveiro italiano, buraco no chão para escoar a água). Banheira ? Os velhinhos podem cair, diziam os pandegos .

  11. Para o camarada que criticou por causa das licenças de habitação. Na cidade onde vivo, a maior parte das pessoas vive em casas sem licença de habitação. Haverá Fiscalização ? Acho que não. Pelo menos, foi-me dito e deve estar gravado, por alguém do Gabinete do Munícipe, que os fiscais estavam no andar do topo do edifício, a ler o jornal …

  12. 220 e 110 euros, por dia de internamento. Se tivesse ido ao público, já poderia estar morto (não fazia falta a ninguém).

  13. Portanto, desconto para o publico ( sustentado pelo dinheiro dos impostos) e para o publico (tenho ADSE) como a maioria dos meus concidadãos, que na actualidade têm seguros de saúde (nem que os seguros sejam pagos pelas empresas ). Nunca fui a um público. O SNS é insustentável. Quase toda a gente que lá trabalha, mexe influências e, eventualmente, prejudica o erário publico. 10.000 mil máscaras por dia ? No periodo da Covid ? Alguém enriqueceu. Fornecedores e contratadores. Fiscalizem bem.

  14. Por outro lado, sei de um caso, que envolve o SIGIC, que até por decisão péssima de Costa, está pior. Trata-se de um problema de cartilagem de um joelho. A pessoa enferma, que foi chamada três a quatro vezes, para ser operada no sector público, não foi. Recusou. Depois, Costa, decidiu e passou a vigorar que quem estivesse a 75 % do tempo máximo de espera para uma operação, prazo que reduziu para 1 ano e meio, poderia receber um cheque e ser operada no privado. Bingo ! Foi operada logo no privado, e só pagou 035 cêntimos pelo acesso . Um horror ! Só a operação no privado, custaria mais de 10 mil euros. Sem incluir a recuperacão no quarto, mais ou menos os preço que indiquei acima. Como dizia Solnado ” viver não custa …”

  15. “No privado também há situações horriveis. E não se pode reclamar porque já existem empresas que montam call centers em 24 ou 48 horas. As chamadas são logo direcionadas para “telefonistas” que empatam tudo. Género “
    é por isso que procuro ser cliente apenas de empresas com lojas físicas onde ir reclamar se for preciso.

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