Em 2005, a natalidade portuguesa atingiu o nível mais baixo desde 1995.
Arquivo da Categoria: José Mário Silva
Bubble Boy
Depois de uma semana passada debaixo de água, no interior de uma esfera de acrílico, em Nova Iorque, o ilusionista David Blaine quis rematar o brilharete com um recorde mundial: ficar nove minutos submerso e sem respirar, ao mesmo tempo que se libertava de pesadas correntes que lhe prendiam as mãos e os pés. A coisa deu para o torto ao fim de sete minutos, quando o pseudo-Houdini desmaiou e tiveram que o retirar da água in extremis. Mais do que a desfaçatez de querer ultrapassar limites de apneia ao mesmo tempo que fazia um exercício de escapismo, o que mais impressiona nesta história toda é a tortura voluntária a que Blaine se entregou. Além de muitos outros efeitos secundários da permanência durante sete dias dentro de água, a partir de certa altura a pele do ilusionista começou a cair, sobretudo a das mãos (o que obrigou ao uso de umas luvas especiais). Nas palavras de Blaine, a dor equivalia a ser picado de forma constante por agulhas. E para que serviu tanto sofrimento? Para os 15 minutos de fama da praxe (a juntar aos que recebeu quando ficou suspenso numa caixa sobre o Tamisa)? Please. Como diz a outra, get a life, Bubble Boy.
Uma notícia que é capaz de interessar ao Fernando Venâncio
Gastar Palavras, de Paulo Kellerman, editado pela Deriva, ganhou o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco, da Associação Portuguesa de Escritores.
Eucaliptex
«O acesso electrónico do Diário da República vai poupar ao Estado quatro milhões de euros por ano, anunciou o Ministro da Presidência, Pedro Santos Silva, que salientou que, com esta medida, “vai haver uma redução de 1400 toneladas de papel por ano, o equivalente a 28 mil eucaliptos”.»
[in Diário de Notícias, edição de hoje]
Inspecções sanitárias
O problema de Pacheco Pereira com os links
Alguém me explica por que razão o autor do Abrupto remete «as querelas da Academia a propósito dos dicionários» para uma nota no Da Literatura, quando os dois artigos que escrevi no DN sobre o assunto, bem resumidos aliás por Eduardo Pitta (mas sem acrescentar nada de novo à polémica), se encontram disponíveis on-line aqui e aqui?
O descaramento
Cartoon de John Darkow, Columbia Daily Tribune
[Notícia sobre a “contratação” da Casa Branca, aqui.]
Retrato inclinado
Jogo floral
Estratégia BPI
José responde a José
O leitor José levantou uma série de dúvidas, lá mais para baixo, sobre a minha polémica com Jorge Melícias. Espero que os posts que publiquei na Invenção de Morel (aqui e aqui) sejam suficientemente esclarecedores.
É mesmo verdade
Ontem à noite, na Casa Fernando Pessoa, António Osório leu um poema de Valupi.
Cooperação estratégica
Teve lugar ontem, no Palácio de Belém, o primeiro dos encontros semanais entre o novo Presidente e o primeiro-ministro. Toda a gente notou a mudança de cenário: em vez dos habituais sofás, uma mesinha redonda e austera; duas cadeiras com torcidos. Mas o punctum da cena, se me permitem, estava no material de trabalho, em que se espelham de forma claríssima todas as diferenças de estilo entre os dois políticos. Enquanto Sócrates trouxe para a reunião um discreto moleskine preto, Cavaco esperava-o com um caderno escolar dos antigos: capa azul, argolas e (quase que aposto) papel quadriculado para melhor fazer as contas.
auto-pub.
letra minúscula: reabriu hoje, com a mesma gerência.
O pior espectáculo do mundo
Já sabíamos que os reality shows eram um circo. Agora ficámos a saber que o circo também vai ser um reality show.
Fair play
Sinopse da primeira emissão de O estado da arte*
Deixem-me rir
Ao Diário de Notícias, Paulo Portas afirmou que o seu novo espaço de comentário político (“O Estado da Arte”, estreia hoje, às 23h00, na SIC Notícias) pretende contrariar a «overdose de esquerda e de esquerdismo» instalada em Portugal. Uma overdose que chega a ser ostensiva no caso das televisões, acrescento eu. Veja-se o que acontece nesses espaços similares de análise “a solo” que a RTP concede, todas as semanas, ao esquerdista Marcelo Rebelo de Sousa e ao esquerdista António Vitorino.
O grande esquecido da noite dos Óscares
Diogo Freitas do Amaral
Tem as suas incoerências, ai pois tem. Tem as suas peças de teatro com cheiro a naftalina, ai pois tem. Tem o rosto associado, na memória dos gajos de esquerda como eu, a um certo modelo de casaco verde escuro assustador, ai pois tem. Tem aquela vozinha professoral particularmente irritante, ai pois tem. Tem uma certa arrogância intrínseca que a recente “deriva esquerdista” (tão verberada pela direita) não apagou, ai pois tem. Tem no currículo a mais ridícula nota alguma vez emitida por um ministério, desde que Mohammed Saeed al-Sahaf (o genial ministro da Informação de Saddam Hussein) foi inexplicavelmente afastado do cargo por essa força obscura chamada realidade, ai pois tem. Mas caramba, não se pode dizer mal de um homem que utiliza em 2006, ainda por cima com propriedade, a palavra topete, um dos mais preciosos e esquecidos substantivos da nossa língua.