Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão. Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.
O discurso do Presidente da República, hoje, no Parlamento, tinha um cravo na lapela. Mas estranhamente Cavaco Silva, o homem que o proferiu, não.
3 thoughts on “Jogo floral”
Estranho é este país, onde o discurso social é feito por um presidente de direita. Enquanto o governo eleito pelos votos de esquerda, teima em arrasar os vestígios do estado social.
O Alberto Chapa tem boas.
Sendo legítimo a pessoas que se querem “de esquerda”-seja lá isso o que for- reivindicar um discurso consonante com os valores dessa mesma “esquerda” – seja lá isso o que for- parece-me que deveria ser igualmente legítimo a quem quer que fosse, neste Portugal actual, pronunciar-se sobre assuntos passados, presentes e futuros, sem a chancela do “imprimatur” dessa tal “esquerda”- seja lá isso o que for e que não se sabe o que é…
A dicotomia que essa mesma “esquerda” estabelece desde tempos imemoriais, mas que começaram a vicejar no PREC, entre “nós” e “eles”, deveria dar lugar a uma saudável conversa em que os símbolos não tivessem que se impor a todos, como indiscutíveis.
Um cravo é um cravo. Como símbolo, quem quiser que o use, mas não imponha nem espere que outros o façam, para normalizar procedimentos rituais.
Estranho é este país, onde o discurso social é feito por um presidente de direita. Enquanto o governo eleito pelos votos de esquerda, teima em arrasar os vestígios do estado social.
O Alberto Chapa tem boas.
Sendo legítimo a pessoas que se querem “de esquerda”-seja lá isso o que for- reivindicar um discurso consonante com os valores dessa mesma “esquerda” – seja lá isso o que for- parece-me que deveria ser igualmente legítimo a quem quer que fosse, neste Portugal actual, pronunciar-se sobre assuntos passados, presentes e futuros, sem a chancela do “imprimatur” dessa tal “esquerda”- seja lá isso o que for e que não se sabe o que é…
A dicotomia que essa mesma “esquerda” estabelece desde tempos imemoriais, mas que começaram a vicejar no PREC, entre “nós” e “eles”, deveria dar lugar a uma saudável conversa em que os símbolos não tivessem que se impor a todos, como indiscutíveis.
Um cravo é um cravo. Como símbolo, quem quiser que o use, mas não imponha nem espere que outros o façam, para normalizar procedimentos rituais.