Arquivo da Categoria: José Mário Silva

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Uma Espanhola que afinal era Italiana. Um ataque terrorista ao roque negro. Sangue, suor e lágrimas no tabuleiro. Não perca O Cerco Fatal, com Garry Kasparov e José Mário Silva, uma tragédia em 35 lances. Brevemente num blogue perto de si.

10 de Junho

Ontem foi 5 de Outubro. A República e tal, mais Cavaco Silva a falar para uma praça quase deserta. Mas eu já só penso no 10 de Junho. Afinal de contas, fui pai duas vezes em menos de 20 meses (o Pedro nasceu faz amanhã 15 dias) e tendo em conta o que vai para aí de pânico com a baixa natalidade, mais os riscos de não termos quem nos pague as reformas daqui a uns anos, razão pela qual o Estado apela ao nosso instinto procriador enquanto um dos desígnios mais patrióticos que pode haver, tendo em conta tudo isto que não é pouco, enfim, sobretudo se lhe juntarmos os sacrifícios inerentes (das noites mal dormidas aos DVDs de que se abdica para comprar fraldas e Halibut), tendo em conta tudo isto, repito, e para não vos maçar mais, acho que já vou merecendo, sei lá, uma comenda ou outra medalhita qualquer.

Senhor Homero: dirija-se à Avenida de Berna, se faz favor

Ontem foi um dia histórico. Diria mesmo: um dia épico. Em pleno Grande Auditório da Fundação Gulbenkian, Anne Sofie von Otter teve o descaramento de cantar, imaginem só, canções dos ABBA. Esses mesmo. Os ABBA. Os foleiríssimos reis da pop escandinava dos anos 70.
Consta que alguns dos frequentadores habituais da sala, em compreensível estado de choque, olharam para a mezzosoprano sueca como se ela fosse o imenso cavalo de madeira que um dia se aproximou, sorrateiro, das muralhas de Tróia.

Aspirina V

Assim de repente, Fernando, não imagino este blogue sem a tua prosa refinada, a tua candura, a tua generosidade, as tuas provocações e o teu bom senso. Vê lá isso.

PS – Se a pré-despedida for apenas um estratagema para tirar da toca os colaboradores tresmalhados, já viste que acertaste na mouche, pelo menos na parte que me diz respeito.

A nova ordem solar

Se os cientistas acham que o Sistema Solar deve ser assim, eles lá sabem. Mas em meu entender a nova classificação levanta pelo menos dois problemas. Um tem a ver com os pobres alunos do ensino básico. “Ó setora, vamos ter de decorar os nomes de 12 planetas e planetas-anões, em vez de nove? ‘Tá mal.” E têm razão: o aumento de nomes a decorar ascende a 33,33%. O outro problema tem a ver com a elegância vocabular aplicada aos limites físicos deste nosso canto do universo. Dizer “para lá de Plutão” até soa bem, mas quem é que vai arriscar um “para lá de 2003 UB313”?

Breve resposta ao TT, por causa das “aspirações”

Eu cá nunca aspirei a nada, my friend. Mas falo apenas por mim. Quanto ao resto: ’tá bem abelha, rebebéu pardais ao ninho, caia a cortina, entrem os violinos da retórica e a verve do estardalhaço. Força, força – também é para isso que esta coisa dos blogues serve. Para isso e para o que nos der na real gana. Tens queda para os lençóis de texto carregadinhos de sarcasmo? Então escreve os teus lençóis de texto carregadinhos de sarcasmo. Preferes uns epigramas instantâneos e outros exercícios menores do género? Venham de lá esses epigramas instantâneos e outros exercícios menores do género. Mais os vídeos. E as fotos. E os quadros de grandes mestres em reproduções manhosas. E os poemas. E os excertos de livros. E as indignações com o que se passa no mundo. E tudo o que vier à rede. Até o peixe. Até o silêncio (sem justificações e sem remorsos). Tão simples como isso, pá.
Um abraço

PS – Já agora, a sigla do Clube das Ausências Prolongadas é CAP. E à CAP, seja que CAP for, eu recuso-me a pertencer. Ou seja, com a tua bem urdida provocação já garantiste pelo menos uma coisa: tão depressa não me afastarei do convívio diário com a tal “cambada de ursos” que nos lê.

DEBATE?

Penso que o debate de ontem entre José Sócrates (PS) e Maria Avilez (PSD) foi claramente vencido pelo primeiro.
Curiosamente nunca vi na jornalista(?) Avilez tanta Aviltamento e Dureza a entrevistar um Durão.
Ou um Santana. Mas estes, com Marcelo, são os seus ‘meninos de oiro’ (sic. expresso). É verdade, Santana incluído!