É um assunto que não pode rivalizar com a importância do jogo desta noite entre o Benfica e o Barcelona, sequer com o interesse do jogo Alcaçovense contra o Fazendas do Cortiço (1ª Divisão Distrital, o Fazendas perdeu por um golo tendo marcado dois), mas que preocupa um grupo restrito de pessoas: educar os pais a serem pais.
Uma das últimas vacas sagradas, talvez um tabu, que não se ensina nas escolas, por maioria de razão não se ensina nas famílias, não ocupa os líderes de opinião, não suscita parangonas, não se ouve nas conversas de café, não consta dos programas partidários, não entusiasma, não aquece, só arrefece – para se ser responsável por um ser humano durante os seus anos de formação basta ser-se doador do material genético?
A sociedade não reclama do Estado uma regulamentação da qualidade da paternidade, nem se consegue conceber essa eventual logística. A complexidade e melindre da questão esmagam os raciocínios e ninguém se atreve a dizer que os pais vão nus para a paternidade e que são obscenos na crença de bastar amar os filhos para que os filhos sejam amados. O quadro penal apenas contempla os casos de óbvia – e excessiva… – violência física, sendo o resto varrido para debaixo do tapete da privacidade. Entre homem e mulher não metas a colher e entre pais e filhos não ligues aos sarilhos (acabei de inventar, muito obrigado).
Consequentemente, o mercado para psicólogos, advogados, astrólogos, trafulhas da religião e um sem-número de vendedores de banha da cobra cresce saudavelmente. Ou seja, nem tudo é mau na situação. Sempre se vão criando uns empregos.