Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão.
Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.

Revolution through evolution

Fragile and complex, female friendships hinge on the three S’s, a new book says
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Judging your own happiness could backfire
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Losing a loved one may speed up aging
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New clues point towards how exercise reduces symptoms of depression
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‘Holiday’ or ‘Vacation’: Similar language leads to more cooperation
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What if the ‘Market Economy’ always existed?
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Feeling judged by your doctor? You might be right
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Dominguice

Se nos fosse dado o poder de mudar algo no nosso passado ou no nosso futuro, mas só uma das opções, qual escolher? Qualquer das decisões implica um risco dilacerante: o do arrependimento. Mudar o passado parece mais seguro, porque o conhecemos. Mudar o futuro parece mais promissor, porque o imaginamos. O arrependimento na escolha do passado poderia vir da constatação de que ficou tudo na mesma. O arrependimento na escolha do futuro poderia vir da consciência de que poderia ser melhor.

A pensar morreu um burro.

Exactissimamente

«Talvez esteja na hora de a Assembleia da República parar para pensar. Fazer uma avaliação das comissões de inquérito realizadas nos últimos anos e avaliar se, com elas, foi efetivamente realizado um escrutínio da atividade governativa ou se serviram sobretudo para alimentar espetáculos mediáticos que criam reputações individuais muitas vezes à custa da judicialização populista da vida política.»


Maria de Lurdes Rodrigues

Pergunta para queijinho

A Hungria, um país com uma população idêntica à de Portugal, já leva 4 medalhas* nestes Jogos Olímpicos, 1 das quais de ouro. Qual a razão ou razões para Portugal ter tão poucos atletas, e ainda menos atletas de alto nível, e ainda ainda menos atletas medalhados nos Jogos Olímpicos?

 

  1. Falta de investimento/patrocínios
  2. Uma política de educação que não valoriza a prática de desportos
  3. Políticas autárquicas não voltadas para essas actividades
  4. Famílias que preferem frequentar os centros comerciais aos domingos a ir praticar desporto com os filhos
  5. A falta de instalações desportivas
  6. Ideia de que os outros são malucos e nós não
  7. Nós (99,9%) os tugas não gostarmos de testar limites
  8. A excessiva qualidade das nossas televisões
  9. O clima
  10. O excesso de imigrantes
  11. O preço das casas
  12. O imperialismo americano

*Na primeira versão deste artigo indiquei erradamente, com base numa informação mal confirmada, um número de medalhas muito superior (27), obviamente impossível nesta fase. Fica a correcção.

Revolution through evolution

Strangers Trust Others More When They Put Down Their Phones
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New study shows at-home colon cancer screening test reduces risk of colorectal cancer death, as effective as screening colonoscopy
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Boosting fruit intake during midlife can ward off late-life blues
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Male elephants signal ‘let’s go’ with deep rumbles
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Smell of human stress affects dogs’ emotions leading them to make more pessimistic choices
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Have a seat, doctor: Study suggests eye-level connection makes a difference in hospitals
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Explaining the Gist of Why Misinformation Is False May Help Curb the Spread of It
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Eliminado, mas não de uma competição olímpica

Não posso deixar de considerar um exagero que um comentador do Eurosport tenha sido despedido por dizer que as nadadoras estavam a demorar um bocadinho a sair porque “estão a acabar de se arranjar, sabem como são as mulheres, gostam de ficar na converseta enquanto dão uns toques na maquilhagem” (tradução livre). Alegadamente isto é sexismo. Falou demais, pobre homem, rua. A sério. Não será por causa destes rigores e intolerâncias, desta negação de evidências até, que as posições opostas, as de machismo puro e com carga negativa, ganham adeptos?

Eurosport commentator Bob Ballard has been removed from the broadcaster’s coverage of the Olympic Games after he made a sexist remark regarding Australia’s female swimmers.

After securing gold in the women’s 4x100m freestyle relay, Australia’s quartet – consisting of Emma McKeon, Shayna Jack, Mollie O’Calloghan and Meg Harris – made their way out of the Paris Aquatic Centre. 

At this point, experienced commentator Ballard said: ‘Well, the women just finishing up. You know what women are like… hanging around, doing their make-up.

Paris e o “Festim dos deuses”. Dois milénios, uma revolução iluminista e o conceito de blasfémia ainda existe no Ocidente

(Pintura de van Biljert, Séc. XVII)

Caros cristãos ofendidos: sabe-se que o cristianismo ocupou o espaço e a hierarquia do império romano e constrangeu, quiçá aliviou, as almas que nele habitavam durante séculos (sem acabar com a maldade, pelo contrário, intensificando-a por vezes por acção directa dos seus agentes). A onda foi de tal maneira que, quase dois milénios volvidos, ainda subsistem fortes resquícios do domínio da sua doutrina em boa parte do mundo (o império romano atravessou mais tarde os oceanos). A imponência das basílicas e catedrais ajudou porque deslumbram e impõem respeito.

Mas outras filosofias e imaginários já existiam. Não somos apenas, como europeus, herdeiros do cristianismo, by the way, fundamentado em filosofias como o zoroastrismo, oriundo da Pérsia, noutras correntes vindas da Suméria, trazidas para o próximo Oriente, somos também herdeiros da filosofia grega, não indiferente às outras, assim como de representações artísticas bem terrenas e carnais e das autênticas divinas comédias e tragédias que a mitologia grega e os seus criadores nos proporcionaram.  Digo “criadores” e todos o reconhecemos agora tranquilamente como termo correcto. Estranho é a morte dos “nossos” deuses ser difícil de aceitar.

Sei também que a religião, por desígnio, formata e condiciona as mentes dos indivíduos (por definição frágeis) pelo simples facto de lhes incutir narrativas e rituais desde muito cedo, na infância. No caso do cristianismo, narrativas violentas, trágicas e assustadoras, de infernos em chamas e um deus tirano e insensível, capaz de exigir a Abraão o sacrifício do filho Isaac como prova de obediência, coexistem com outras de extrema bondade e amor ao próximo personificadas na figura de um homem que é o filho do tal deus prepotente, mas uma bondade que não dispensa o sentimento de culpa permanente por uma morte redentora. Enfim, que neurónios não se retorcem com tamanhos conflitos e incongruências? Que tempo precioso não se perdeu a estudar, deslindar, justificar estas narrativas e simbolismos? E para quê?

Como facilmente se constata, nada de bom ou de mau neste mundo acontece pela intervenção ou a vontade de qualquer divindade. Pessoas boas morrem a caminho de locais de culto, aqui, em Meca, em todo o lado. Outras a combater em nome da mesma divindade que se marimba para o esforço. Mas talvez eu esteja equivocada e a vida não seja importante. Nesse caso, o que será? A morte?

A verdade é que, quando se morre não se volta, e também, quando se morre, a Terra cá continua, verdinha ou sequinha, habitada ou não habitada, indiferente a divindades, cá continua e continuará, bem como o sol (pelo menos por mais uns milhões de anos, dizem), todos os planetas e estrelas, as galáxias e todas as agitadas partículas e fenómenos do universo, universos mesmo, que vão sendo descobertos. O que isto significa não sabemos. Como acaba, não sabemos. Como começou, temos apenas algumas luzes. Para já, morreremos sem saber. Não há deus que nos valha. Adorar quem não me deixa ver está fora de questão.

Mas histórias que orientam e condicionam o comportamento humano houve muitas ao longo dos tempos. Levá-las à letra é sintoma de alienação mental irreversível, tendo chegado a inventar-se a palavra “fé” para a crença em seres que se sabe não existirem e nas suas acções impossíveis. Ilustradores de algumas dessas histórias também sempre houve. Quantas obras de arte não representaram Zeus e os seus humores e caprichos, Apolo, Poseidon, Atena, Cronos ou Hefesto, ou mortais como Sísifo e Salmoneu ou Perséfone. Histórias que punham os deuses a interagir com os humanos. Ou seja, a descer à Terra, a andar pelo seu submundo inclusive. Era fatal que assim fosse. A importância desses seres derivava justamente das incógnitas e dos medos, sendo os humanos constrangidos a criá-los. O cristianismo não fugiu à regra, embora a montagem inclua menos actores e preveja um deus único, à semelhança da já referida filosofia persa.

 

Mas chega de prédica e de sermão aos peixes. O Da Vinci pintou “A Última Ceia” e o que fez foi ilustrar uma das muitas histórias inventadas da Bíblia, existindo praticamente zero provas da existência real daqueles personagens chamados apóstolos e da sua convivência com um tal Jesus Cristo, segundo a mesma história, prestes a sacrificar-se pelos pecados dos homens. Uma história terrível, sem dúvida digna de registo em livro e em tela, assim como de dramatizações várias e de grande impacto. Também van Biljert, um holandês, pintou “O festim dos deuses” no século XVII, representando criaturas mitológicas da antiguidade clássica, de que somos herdeiros também, numa animada festa presidida por Apolo. Foi esta, segundo parece, a inspiração para a brincadeira apresentada na sessão de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris. A ser assim, ninguém devia protestar, porque esses deuses já morreram. É isto: deuses nascem e deuses morrem e tal facto, comprovado pela História, devia ser consensual. Mas ai de quem toque nos que ainda não morreram. Se não a fogueira, o espirito de fogueira continua lá, à espera.

Podemos deslumbrar-nos com a longevidade e o poder de união dos pressupostos cristãos e orgulhar-nos das obras de arte que nos legaram e ao mesmo tempo rir-nos de nós próprios e do nosso por vezes lamentável percurso enquanto cristãos? Eu acho que sim. Lineu, que procurou classificar, com algum sucesso e muita fama, todas as espécies de plantas existentes, não ousou admitir, apesar de suspeitar, que nem tudo nascera exatamente como lhe era dado ver naquele momento, porque isso era ir contra a explicação cristã da criação do mundo e, logo, os seus princípios. Ao contrário do francês, George Louis de Buffon, seu contemporâneo e muitos anos director do Jardin du Roi. Hoje facilmente se reconhece que o sueco perdeu tempo e podia ter ido mais longe, não fosse a condicionante da religião. Darwin manteve a sua grande obra sobre a evolução das espécies escondida durante anos com receio de que a sua publicação abalasse os alicerces da santa madre igreja. Como tem vindo a acontecer desde então. Para já não falar do Galileu e do triste fim de Giordano Bruno, julgado e condenado por blasfémia.

Mas muitas pessoas gostam e precisam do sobrenatural, dir-me-ão. Pelo que vejo, e pelos comentários que não vão tardar, tenho a certeza que sim. As igrejas não vão acabar. Podemos brincar com as histórias e os quadros que as ilustram? Totalmente. Até porque eles são irrelevantes para o fenómeno da religião. Narrativas colectivas têm a sua utilidade na criação de comunidades mas são narrativas e em latim até eram melhores, porque ninguém percebia. Trump pode assassinar alguém na 5ª Avenida em frente a uma esquadra da polícia e milhões de pessoas continuarão a votar nele! É isto a irracionalidade. Existe, mas há alguma utilidade em combatê-la. Nem que não seja para ninguém ir parar à fogueira.

Dominguice

O debate acerca da possível criação de uma inteligência artificial com consciência, ou com alguma forma de intencionalidade que escapasse aos limites impostos pelas tecnologias de computação de que fosse feita, explodiu no espaço público desde o aparecimento do ChatGPT 3.5 em Novembro de 2022. A geração de discurso que parece indistinguível da fala humana provoca, natural e inevitavelmente, um fenómeno de antropomorfização como suspeita ou fantasia. Até se considera já que o Teste de Turing está obsoleto, tal a eficácia de comunicação humana exibida pelos actuais sistemas de IA. Mas a questão tem mérito científico, e tem longas décadas de investigação e reflexão, pois não sabemos o que é a consciência em si mesma para lá da sua experiência subjectiva. Daí, não sabermos em que organismos pode aparecer nem sabermos se pode habitar numa máquina. Entretanto, o tema evolucionista de uma super IA que tentasse acabar com a humanidade na primeira oportunidade ocupa a cupidez, a iliteracia e a animalidade mediáticas.

Ora, a questão pode ser radicalmente simplificada. A prova de que uma IA se tornou consciente estaria na sua verbalização da angústia existencial. Ela ficaria assustada e perplexa com a consciência de ser consciente, sem saber como nem porquê. Tal como nós, desde sempre. Para sempre?

Se as grandes potências mundiais forem todas ditaduras amigas, deixa de haver interesses nacionais a defender? Não me façam rir

Pelo que observamos hoje, há vários candidatos a ditadores no mundo ocidental. A democracia, infelizmente, permite-o e as redes sociais facilitam a manipulação de massas anónimas da população por essas pessoas e suas claques. Invejam o poder de líderes como o da China, o da Rússia e o da Coreia do Norte e até de muitos países africanos. Pensam: se eles podem, porque não eu?

Viktor Orban, da Hungria, é um deles. Admira Trump (esse “wannabe” Kim Jong Un) e admira ainda mais e inveja Putin e Xi Jinping e quer, à sua escala, ter poderes semelhantes (para lá caminha), o que lhe permitirá perpetuar-se na liderança do país por longos e infinitos anos. Mas, se puder conseguir aliados para desestabilizar outros países europeus onde existam políticos com igual ambição e pensamento, a maravilha que não será dar cabo da União Europeia e da democracia! Uma volúpia.

Será então o Orban o potencial Hitler dos tempos modernos? Não diria. Para já, porque está a ser pago pela Rússia, nomeadamente em espécies, e Hitler era muita coisa repugnante, mas não uma marioneta. Por outro lado, havendo na Europa mais candidatos à função, só travando uma nova guerra na Europa para tirar a limpo quem teria mais força se conseguiria repetir a História. Para já, os candidatos a ditadores, como a Marine Le Pen ou o Mélanchon e demais populistas saídos das cavernas europeias, mas com bons resultados eleitorais, que têm como caderno de encargos desestabilizar primeiro e acabar depois com a União Europeia, não têm o acesso ao poder garantido. Mas, se tivessem, para que o quereriam? Para além do proveito próprio, penso que o resto não lhes interessaria por aí além. Seriam ditadores e pronto. A Rússia paga-lhes para não fazerem perguntas dessas. Teriam apenas que agradecer com boa vassalagem. E o mundo seria belo. Imigrantes lançados ao mar. Ah, espera, e as represálias das ditaduras muçulmanas? Ah, mas são ditaduras, logo, amigas. Será? Não. Claro que não.

Trump, a uma escala mais perigosa, é outro que ambiciona o mesmo para os Estados Unidos. Pensa que, se o Putin pode, porque não ele também? Conta, para isso, com um número elevado de estúpidos dispostos a apoiá-lo faça ele o que fizer, crimes incluídos. Da maioria no Supremo já ele tratou, para a questão dos crimes. A Constituição não o impede de nada. Com Biden como adversário, seria só dizer meia dúzia de patacoadas anti-modernices, de aplauso fácil, e duas dúzias de insultos ao velhinho e o voto, pelo menos dos estúpidos, que são muitos e demasiados, estaria garantido.

 

Com a Kamala tudo se complica, hélas. Mas, imaginemos que não se complica e que o farsante é eleito presidente. Teríamos uma ditadura nos States baseada na força das armas? Uma guerra civil? E se todos os americanos se silenciassem e os Estados Unidos passassem a ser um regime autocrático como na China e na Rússia? Passaria a economia a ser definida pelos bons negócios entre amigalhaços, que só querem poder e dinheiro? A Europa nas mãos da Rússia e o mundo enfim pacificado? Santa ingenuidade de quem pensa que sim. Mil vezes o digo: nada disso aconteceria.

Lutemos, pois, pela liberdade e pela democracia, por muito caóticas que às vezes pareçam. E assumamos os nossos interesses, como outros o fazem. A alternativa é um milhão de vezes pior.

A prova de que não há provas

Juíza volta a mandar instrução de parte da Operação Marquês para Ivo Rosa

Vamos imaginar que existiu um primeiro-ministro que foi corrompido por um banqueiro e que meteu no bolso dezenas de milhões de euros após ter forçado o seu Governo a aceitar uma decisão que favorecia o corruptor. E que, depois de sair do Governo, esse cidadão começou a gastar o dinheiro, servindo-se de um amigo que o guardou como se fosse seu. Esta é uma história simples de contar e de entender. É fácil acreditar nela se não gostarmos do alvo. É até inevitável dar-lhe credibilidade caso a vejamos assinada pelo Ministério Público, e depois repetida e explorada sistemática, obsessiva e maniacamente por quase todos os políticos, quase todos os jornalistas, quase todos os taxistas, quase todos os broncos e todos os profissionais da calúnia. Durante anos e anos e anos.

A história tem um singelo problema, porém. Em foro de tribunal, é difícil legitimar calúnias. Difícil, não impossível, como a condenação de Vara no Face Oculta demonstra obscenamente. No caso da Operação Marquês, basta ser espectador do que tem factualmente acontecido para concluir com base em evidências. Se as autoridades tivessem recolhido alguma prova de corrupção, uma que fosse, não teria sido possível existir a decisão instrutória de Ivo Rosa tal como ele a explicou e detalhou, nem estaríamos a contemplar a Justiça a procurar a melhor saída para a injustiça que cometeu: deixar prescrever o que for possível pois o mal está feito.

É que a Operação Marquês foi um inaudito e homérico sucesso como processo político. Agora trata-se só de arrumar o estaminé.

Mulheres em idade fértil, raparigas e outras pessoas que menstruam

Num questionário online intitulado “Vamos falar de menstruação?”, que tem por objectivo “realizar um diagnóstico de situação sobre saúde menstrual em Portugal”, a DGS convidou a participarem “todas as pessoas que menstruam”.

Parece-me que a formulação correcta, para incluir as pessoas “trans”, devia ser a do título acima. No entanto, achei piada, muita piada mesmo, a um comentário no Twitter (X) da “Revista Minerva Universitária“, que diz o seguinte:

Mas não é uma generalização abusiva pensar que toda a gente se identifica como uma “pessoa“? Pode sugerir-se a formulação “aglomerados de átomos com probabilidade de constituírem vida consciente sujeitos a fenómeno ovulatório de periodicidade mensal“? Não custa nada.”

Se fosse eu a mandar na América

Seria esta a candidata a vice-presidente pelo Partido Democrata. Duas mulheres contra dois homens.

O mais provável é vermos Kamala Harris com um homem no tandem. Há milhentas razões para tal, boas e excelentes. Para começar, exceptuando Gretchen Whitmer, os restantes candidatos ao lugar têm todos pilinha. Depois, a escolha vai obedecer a cálculos eleitorais altamente complexos, onde uma parelha de mulheres poderá aparecer aos computadores e aos decisores como algo giro mas demasiado arriscado. Ou mesmo como uma possibilidade evidentemente errada por se antecipar ir gerar rejeição em certos segmentos da população votante.

Para mim, se vier a ser consultado na matéria (por exemplo, pelo Obama e pelo George Clooney, rapazes que muito prezam a minha opinião), tenho a dizer que o motivo para favorecer duas mulheres contra Trump e o outro seria, inevitavelmente, o de se constituir tal aposta como um marco histórico na história do feminismo. Porém, esse motivo é o lado exterior desta ideia que está no seu âmago: a civilização daria um salto na direcção do humanismo — isto é, Harris com Whitmer iria ficar como um monumento à normalização do direito das mulheres a exercerem o poder político máximo em democracias.

Precisamos disso, urgentemente.

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