Provas. Esta não, talvez a próxima?*

*O meu post anterior tinha importantes incorreções. Por isso o eliminei. Mas não posso deixar de me espantar com o modo como o MP vai largando informações da investigação que não considerou útil divulgar na altura própria.

O Ministério Público considerou, esta quarta-feira, o pedido de “habeas corpus” para libertar o ex-primeiro-ministro, intentado pelo jurista Miguel Mota Cardoso, “totalmente improcedente”. Segundo o MP, Sócrates tinha uma viagem marcada para o Brasil para 24 de novembro.”

A partir do momento em que um indivíduo que se encontra no estrangeiro viaja para o país para se entregar voluntariamente às autoridades (dia 21, três dias antes da viagem marcada para o Brasil), que perigo de fuga existe? A medida de coação de proibição de se ausentar do país não seria suficiente?

Quantas viagens ao Brasil, ou a outros países da América Latina, já efetuou Sócrates no âmbito do seu trabalho na farmacêutica? Os senhores procuradores cuidaram de saber se a viagem ao Brasil tinha data de regresso? E mesmo que não tivesse, o facto podia ou não ter mais do que uma explicação?

A menos que alguém no Ministério Público em delírio ou em paranoia entenda que a escolha desse trabalho tinha já em vista «o salto» para o lado de lá do Atlântico à primeira «complicação», os senhores procuradores já podiam evitar revelar-nos a que tipo de Justiça estamos entregues tão cedo.

Se calhar, este Marinho e Pinto devia estar na cadeia


"Uma andorinha não faz a primavera e a prisão de um político não mancha a dignidade de todos os outros. O problema é que se calhar há alguns políticos bem piores do que o Sócrates que deviam estar na cadeia", afirmou Marinho Pinto.

Marinho Pinto afirmou que "se calhar há políticos que cometeram factos bem mais graves do que aqueles que são imputados hoje a Sócrates e estão aí em liberdade a gastar de forma obscena e a exibir de forma obscena as fortunas que acumularam no exercício das funções políticas".

Fonte

Costa, vai a Évora

Costa, vai a Évora. Vai dar dois abraços ao homem. O homem que é teu amigo e camarada. E o homem que é teu camarada e amigo. Um abraço à chegada e outro à partida. Como fazem os amigos e os camaradas.

Costa, vai a Évora. O preso 44 está inocente. É a Justiça quem o diz e não sabemos quando voltará a falar do assunto. Tu que conseguiste sair aclamado do congresso assombrado, aproveita o balanço e mantém-te com a iniciativa. Candeia que segue na frente alumia duas vezes, algo especialmente útil se estiveres a pensar ir muito cedo ou em regressar à tardinha.

Costa, vai a Évora. Lembra-te de Pascal. Dizem que não era tolo de todo. Apostar que Deus não existe é só para os otários. Tens de apostar tudo na inocência do indiciado. As fichas todas. Em Évora. Porque em Lisboa já apostaste na existência desse outro Deus chamado Estado de direito, como deve fazer qualquer estadista. Dá a Évora o que é de Évora, como deste a Lisboa o que é de Lisboa.

Costa, vai a Évora. Não podes esperar pela Justiça. A comunidade não pode esperar pela Justiça. E tens de ser justo antes de seres político. A comunidade não te castigará por estares agora a mostrar-te frágil, triste, humano. É precisamente ao contrário. E ainda te estarás a revelar forte, confiante, corajoso. A justiça que te pedimos é a de dares sentido à desgraça. Que pode acontecer a qualquer um. E acontece.

Costa, vai a Évora. E à saída fala com os jornalistas. Abraça a paixão de Soares pela liberdade e mostra que ela contigo está bem entregue, pois és capaz de a proteger e respeitar como jóia preciosa da família. Tem tu a última palavra. Tu que és agora, e finalmente, o primeiro do partido. Acaba com a questão da tua ida a Évora para frustração e irritação dos pulhas.

Costa, vai a Évora. São 133 quilómetros entre o Largo do Rato e a Rua Horta da Capela, nº 20, indo pela A6 e A2. 1 hora e 22 minutos, diz o Google como se soubesse a que velocidade rasgarás o asfalto. E se fores nesta terça, e nesta terça deves ir, apanharás um céu pouco nublado com 15º de máxima e 6º de mínima. Leva um bom casaco e volta em paz.

Os alvitristas

1. Marcelo dá ideias.
“Sócrates só morto é que se cala” ‒ opinou a hiena comentadora da TVI.
Fica a sugestão.

2. Marques Mendes quer mais presos.
“Um primeiro-ministro dá orientações, mas não toma decisões de adjudicar obras, empreitadas, parcerias ou de fazer contratos. Isso ou são ministros e secretários de Estado ou dirigentes da máquina do Estado.”
Não era de prender o anterior governo todo?

3. Duarte Pio propõe revolução.
“A Justiça finalmente está a funcionar” – piou o pretendente. Mas ainda “precisamos de uma revolução cultural”.
Cabeças a rolar, queria ele dizer.

Aguardam-se dados. Já vimos isto

Todos nos lembramos do chamado «caso Freeport». Na sua fase final, ainda ouvíamos responsáveis judiciais dizer que estavam à espera de respostas a cartas rogatórias enviadas a países vários em busca de dados fundamentais para incriminar de vez o mafarrico. Nunca vieram ou, se vieram, nada confirmaram. Nunca soubemos o que diziam as ditas respostas. Mas a espera rendeu meses de suspeitas.

 

Agora, mais uma vez, a acusação de corrupção está pendente de dados pedidos pelo procurador Rosário Teixeira aos suíços sobre o histórico dos movimentos da conta de Carlos Santos Silva, o amigo de Sócrates, no UBS. Com uma diferença – desta vez, prenderam o mafarrico enquanto aguardam. Dão-se, portanto, ao luxo de não terem pressa. É, porém, legítimo perguntar se não tiveram já tempo de os obter. Afinal, andam a escutar o ex-primeiro-ministro há um ano.

 

Ora bem, o que me apraz dizer sobre tão bizarra e bisada situação? Que, não se dera o facto de o homem ser primeiro-ministro na altura e, possivelmente, há quatro anos, aguardaria as respostas internacionais na choldra. A vontade estava lá, como se vê. Mesmo sem fundamento para a grave acusação de corrupção no exercício de um cargo político, procurador e juiz aproveitam a estrada de oportunidade agora aberta para humilhar e privar o homem da liberdade. Já o julgaram. Já o condenaram.

 

Entretanto, rogam aos suíços que, pelas suas alminhas, lhes deem as provas de que precisam. Não é por nada. É que os Albertos Gonçalves e os J. Miguéis Tavares deste mundo apostam nisso e estão de olhos postos neles. Ou talvez não. A prisão já os satisfaz. Com ou sem provas. Não interessa.

 

Sócrates, esse, não está bucolicamente a ler e a tocar flauta debaixo de uma azinheira. Por muito saudável que seja ao pretendê-lo.

 

 

Revolution through evolution

Babies remember nothing but a good time, study says
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DNA survives critical entry into Earth’s atmosphere
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High-tech mirror beams heat away from buildings into space
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Mindfulness treatment as effective as CBT for depression, anxiety
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Suicide Risk Falls Substantially After Talk Therapy
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Pleasure at Another’s Misfortune Is Evident in Children as Young as Two
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Converting human-generated waste into fuel in space