Numerologia

1. A vitória do PSD foi espectacular. Até ganharam nos Açores, e só isso é prova bastante do fenómeno peculiar que está na origem da boa nova. A boa nova, entenda-se, é esta de se continuar com a Ferreira Leite em palco, continuando a lembrar-nos de quem são aquelas pessoas que representa, e agora acompanhada por uma figura que se imagina especial de corrida e que não passa de um anafado bluff. Aliás, também a JSD está cheia de barrigudos, aquilo é malta que não anda a pé nem para atravessar a rua.

2. O BE não é um partido, é uma marca. A marca do contrapoder, do protesto chic, corporativo, emocional, ignorante, porque sim. Que quer o Bloco? Acabar com a civilização Ocidental, ou coisa parecida. Isto é, não querem nada de especial, apenas um pedaço do mercado.

3. Jerónimo discursou como um patriarca bíblico anunciando aos fiéis que eles continuam a ser o povo eleito. Provas? Dois deputados a caminho das estrelas.

4. Paulo Portas disse que ia apresentar uma moção de censura. Portas ainda não entrou no século XXI.

5. A abstenção subiu e o número de votantes também. Os números enganam. E que o digam as empresas de sondagens, invariavelmente acusadas de distorção intencional por quem não fica bem no retrato, mas cujo negócio depende do acerto das previsões. Aliás, aparecer mal cotado numa sondagem pode ser bom, e vice-versa. A vontade da turbamulta ainda consegue ser mais complexa do que as amostras e modelos matemáticos que a pretendem antecipar.

6. Marinho Pinto obteve 6,6% dos votos. Elegeu um deputado sozinho, sem máquina partidária, mas não vai para Bruxelas.

7. Vital revelou nesta campanha, e na hora de assumir a derrota, uma constante frontalidade e sinceridade. O resultado não o penaliza, porque é óbvio que ele deu o seu melhor. Foi um exemplo de generosidade.

8. Caso o PS tivesse ganhado as eleições, a oposição diria que o Governo tinha manipulado a consciência dos portugueses com mentiras, propaganda e ataques caluniosos ao PSD e Presidente da República por causa do BPN. Como o PS perdeu, os portugueses são maravilhosos e deram uma lição de democracia. Safaram-se de boa, os portugueses.

9. Pacheco tem denunciado com furor e genialidade a maquiavélica operação do Governo para obter vitória atrás de vitória nas eleições: o controlo do Jornal da Tarde da RTP. Ele tem números, ao segundo, que revelam a dimensão da perfídia. E sabe bem da importância estratégica deste alvo mediático: garantir o voto dos velhinhos. Pois bem, Pacheco, talvez possas, a partir de agora, descansar um bocadinho, largar o cronómetro e almoçar com mais calma.

10. Algures entre as 8 e as 9 da noite, Ana Drago desabafou, com um erotismo amazónico, que o que mais desejava era ver o discurso de Sócrates. Rangel, Manela, Louçã e Portas, todos disseram que esta tinha sido uma enorme derrota de Sócrates. Milhares de professores devem ter tido pré-orgasmos com a tremenda derrota do Engenheiro. Sócrates sempre no centro, sempre acima, sempre secretamente admirado pelos adversários. E quando falou, fez o melhor discurso da noite. Porque se limitou a dizer o óbvio: se não me querem, dentro de poucos meses vão deixar de me aturar. É só isto, é uma conta tão fácil de fazer.

42 thoughts on “Numerologia”

  1. O que Portugal precisa é de políticos que atravessem a rua a pé. Porque só esses saberão como levar o rebanho socialista a bom pasto.

    Essa azia toda vai ser difícil de curar.

  2. APContreiras,
    JPP só se calará quando todos os jornais, marias, tv7 e tv1 a tv1000, estiverem em uníssono a reverenciar a sua argúcia e inteligência divina e ajoelhados frente à Manuela: e mesmo assim duvido que não reclame contra qualquer dizer mal, só ou em grupo, na rua ou no café.
    Tanbém percebi isso no curto mas pleno e assumido discurso do Sócrates: vai continuar tal qual, nas lesgislativas se não o quizerem adeus e aguentem-se. E talvez fique a pensar: eu bem os avisei.

  3. Depois da bebedeira lá vem o post da madrugada a debitar alarvidades. Pá, com todo o respeito…vai à merda, és um triste.

    Nota: “Caso o PS tivesse ganhado as eleições…” LINDO!!!

  4. coletedupovo, deverias saber que não é possível mandar ninguém à merda com respeito, por isso meu grande ciníco, vai tu à merda, e sem respeitinho nenhum.

    PS: e não me venhas com a desculpa da ironía, parvalhão.

  5. Val,

    Falando a sério, concordo com quase tudo o que dizes (e convido-te a ler aqui http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/06/uma-primeira-reflexao-matinal-calma.html. Saliento sobretudo dois aspectos: o surrealismo do discurso de Rangel, que durou o triplo do da líder, e que não foi um discurso de um cabeça de lista que ganhou umas europeias – foi um discurso de ataque de um candidato a PM. Não que ele o seja: mas porque Manuela não o sabe fazer. Só que de hoje em diante é ela que tem que protagonizar os combates. Ah, e a vitória do PSD, que existiu, tem uma coisa bizarra: 31,7% dificilmente é uma plataforma de lançamento do quer que seja.
    O segundo aspecto, e aqui divirjo ligeiramente da tua leitura, eles podem ter sido chics e caviares mas acho que o PS devia evitar o discurso de hostilização ao BE. Porque essa ideia de que o PS só pode ser poder para evitar o papão da extrema esquerda, a que o inefável Joaquim Aguiar deu corpo na RTP, é anti-democrática. E ontem a generalidade dos discursos bloquistas inflectiram para algum entendimento, embora lhes tenha dado um gozo indisfarçável ver o resultado do PS. Eu não digo que esse entendimento vá existir. Mas digo que os votos mostraram que a sociedade portuguesa (bolas foram quase 700000 pessoas a votar BE CDU) virou à esquerda. Criando o primeiro momento pós-fanstasmas do PREC. Se calhar o PS não devia seguir um Pacheco Pereirismo cego de continuar a ver no BE uma força anti-democrática.
    Tentei escrever de manhã depois de uma noite de sono. E honestamente, acho que o empolamento do PSD teve momentos estranhos demais. Rangel foi à janela? Derrota do socialismo na Europa? E depois Manuela faz uma declaraçãozinha de 4 minutos. Em que só faltou saudar as mesas de voto.

  6. O PS saiu derrotado e para já não tem grandes motivos para rir. As empresas de sondagens também sairam, mais uma vez, derrotadas, mas vão continuar a rir-se ou não fosse este ano maravilhoso para o seu negócio.
    A verdade é que antecipar resultados de eleições consultando uma sondagem ou uma qualquer bruxa é basicamente a mesma coisa. Tirando a parte em que a bruxa não esconde que obtém os resultados através dumas magias lá dela e as empresas de sondagens se apoiam na ciência, mais propriamente na matemática, em cálculos e algoritmos fora do alcance do comum dos mortais, mas que os especialistas do ramo se entretêm a demonstrar uns aos outros.
    Há ainda outra diferença, pois nunca vi as previsões de uma bruxa abrirem nenhum telejornal (embora também não me espantasse), já as sondagens entusiasmam fortemente os jornalistas, fazendo com que nesses dias especialíssimos de apresentação de sondagens normalmente não se fale de outra coisa. É vê-los, jornalistas, opinadores, políticos e até o comum dos cidadãos a tirar as mais brilhantes conclusões baseados naqueles novos números.
    Na realidade, olhando para o que aconteceu nestas e noutras eleições, não passa de uma maneira tão boa como outra qualquer para ganhar dinheiro e tal como para as bruxas o ano é bom devido à crise, que leva a que sejam mais procuradas, também as empresas de sondagens não se queixam, nem o vão fazer tão cedo.

  7. Boa onda Valupi, bom comentário. Apenas seria melhor se tivesse mencionado a não despicienda parecença de Paulo Rangel com um leitãozinho. Um leitãozinho bastante inteligente é certo.

    (Só para que conste, coletedupovo: “ganhado” está empregado (empregue?) de forma “correcta”.)

  8. mas quanto a fogos florestais aviso já que se apanho uma tristeza mando vir chuva, aliás esta calhou que nem ginjas para amansar as hostes,

  9. Eh pá, o que este gajo inventa para fugir da realidade! Agora deu numa de analista esotérico e do oculto! Tanto paleio da treta para concluir que, como disse o outro, pá, é só fazer as contas, pois não há nada de místico ou de «numerológico» nos resultados, e que feitas as contas verifica-se o que se sabe há muito: que o aldrabão alienou o eleitorado de esquerda governando à direita e atacando direitos sociais, e que o eleitorado de direita que apreciava o seu autoritarismo e as suas políticas neoliberais se fartou do Pinóquio descobrindo que as cópias são sempre piores que os originais. Está a chegar o princípio do fim do impostor, e só quem andava cego e surdo aos protestos é que não reparou que há muito tempo que o inginheiro tinha perdido qualquer legitimidade política para andar a fazer o contrário do que prometeu. A impostura teve o resultado que merecia, e já não há propaganda nem paleio da treta à Valupi que consiga esconder isso.

  10. mas eu aproveito para recordar que, tudo somado, a esquerda ganhou à direita, tá?

    Portugal votou mais à esquerda do que à direita.

  11. Bem lembrado, z.
    O Rangel não se esqueceu de referir a derrota dos governos socialistas pela Europa a cima. Mas esqueceu-se que a política de verdade do PSD mais aquela coisa que Paulo Portas faz, que eu não sei classificar, mas que também deve ser verdade, não chegaram para convencer os eleitores a confiar na direita. A maioria dos deputados foram eleitos pela esquerda. Como, pelos vistos, não sabe gozar como deve ser uma vitória, o Rangel nem se esqueceu da sua birrinha preferida: Sócrates faltou aos debates no Parlamento. Ora, de todas as birrinhas possíveis, esta parece ser a mais absurda, uma vez que Sócrates deve ter ido ao Parlamento mais vezes do que os seus antecessores todos juntos, mostrando dessa forma uma cultura democrática que o Rangel, nem que viva duzentos anos, nunca atingirá.

  12. Muito bem lembrado Z ! Um Verão quente e a superioridade, numérica, da esquerda.
    Quanto à primeira constatação, vou colocar o fogareiro na varanda e calçar o chinelame para desfrutar as vistas. No que toca à segunda resta-me perguntar o que vai fazer certa esquerda com os votos que alcançou? Ela que não existe fora do protesto.

  13. pois, mas foi 12 a 10 essa é que é! E ainda há as cerejas, já agora convém não esquecer (e eu fui ontem ver o terminator por causa das coisas).

  14. pois, preparem-se para o que aí vem. Pacheco dá o mote em “Índice do situacionismo (96): Os exercícios do malabarismo”.

  15. gostas muito de circo não é Val?

    e quando podes fazes números de ilusionismo e contorcionismo… acho bem, continua, não vem mal ao mundo e ainda apareces pelo Natal no “Vitor Hugo Cardinal”.

  16. Olá, não tenham “problemas”, já só falta :”4 MESES PARA ACABAR ESTA MERDA TODA”!!!
    Não é sr Valium???Há, e já me esquecia: Augusto S Silva, SEMPRE!!!!Foi tão lindo vê-lo
    ontem na T.V.I.,engasgado e VERMELHO….seria do jantar?Sapos???Quanto á Bruxa da Areosa da Mnistra da Educaçâo ontem mais parecia uma ratazana mal educada ,ao entrar
    no Altis, e o modo como tratou o jornalista Serrano ,viu?Lindo aquilo é que é INDUCAÇÃO!

    ps:ontem sim VALIUM, ontem é que bebi ,mas SEMPRE CASTA PORTUGUÊSA!Uma
    delicia esta TOURIGA NACIONAL.

  17. Estava previsto: A temperatura subiu no PS e a malta de esquerda votou BE. Quando arrefecer volta tudo à casa-mãe.

    Estava previsto: A PS meteu o socialismo na gaveta e arrumou a casa para que o PSD tenha a possibilidade de a vir desarrumar. Desta vez, porém, não me parece que haja viabilidade para nova “democracia de sucesso”. Faltam uns milhões a cair do Céu por não terem unhas!

    Estava previsto: Bush mandou por Socras, Obama mandou tirar, com a ajuda de Mário Soares!

    Eu, por mim, vou acender o fogareiro ali no quintal. Vou comer umas sardinhas à maneira, encima do pão, com salada de tomates e pimentos, e vinhaça de Borba. Tudo está no seu lugar, graças a Deus!

  18. Só não digo, depois de ler Valupi, que assino por baixo, porque a frase tem direitos de autor e, referência por referência, prefiro ver My.Zen. É mais tranquilisante.
    Azia? Só quando Portugal perdeu com a Inglaterra por dez zero, há muitos anos, quando havia os cinco violinos e ainda não sabia que devíamos vassalagem (à força) a sua magestade. Azia só no futebol. Este futebol é outro. Leiam por exemplo o Antero e as Causas da Decadência… agora reeditado numa belíssima edição da Tinta da China com importante (como sempre) prefácio de Eduardo Lourenço.

    Para além de verdades (como as casas) que Valupi enunciou (de que destaco a sobriedade, serenidade e verdade do discurso de Sócrates) permito-me enunciar umas quantas mais que me ocorrem:

    1. Fará parte da essência da democracia considerar que é um tabu proteger e até louvar permanentemente os que não votam, abstendo-se? E se isso é um voto útil na democracia, rendamos homenagem àquilo que seria a elevada consciência democrática da Eslováquia (vejam o índice de abstenção nestas eleições, p.f.).
    2. Uma oposição em côro (se fossem orquestra mereceriam disco de ouro) tem alguma proposta credível que não seja deitarem abaixo o Governo?
    3. Que resquício de esquerda existe em quem é: anti-europeista, corporativista até à medula dos ossos, sindicalista da pedra lascada, kim-il-jonguista até à III geração (pelo menos), veneradora piedosa de uma inexistente Pasárgada onde apenas querem ser amigos do rei (e mais nada), copiosamente chorosos e melancólicos pelos anos sessenta, nacionalistas mais nacionalistas que o antónio sardinha, fradescos e a tresandar a incenso e mirra, etc.?
    4. Que partido com pés de veludo é este (PSD) a quem abrem alas? Sem ideologia (qual social-democrata… Ultra liberal, isso sim. Apesar de todas as lições do último ano e da origem da crise, com maior dimensão do que a de 29-32, feita na cama de Greenspan e Friedman). Sem soluções que não sejam as de novas privatizações desaustinadas, as de novas lutas internas pelas migalhas, as de um maior e crescente afastamento da modernidade. Sem ideal que não seja o da adoração de santos milagreiros.
    5 e último. Que país é este em que toda esta santa aliança (oposição, jornalistas, analistas ressaibiados, corporativistas, sindicalistas dinossáuricos, justicionalistas de praça pública, e outros) inventa o Freeport, torna-se amnésica (até ao mais alto nível) quanto ao BPN e se dispõe de novo (até Portugal se tornar exangue, o que está próximo) a reeditar o mito de Sísifo as vezes que for preciso?

  19. 63% de abstenção – o povo disse que está-se cagando para as eleições europeias!
    E ainda por cima quando se sabía que votar Ps ou Psd sería o mesmo pois tanto os socialistas europeus como os sociais democratas iríam apoiar a recondução de Durão Barroso.

    Ignorar este facto é iludir-se em relação a eleições legislativas, onde aí a música e os protagonistas serão outros.

    63% de abstenção – o povo só mostrou com o seu desinteresse que qualquer bardamerdas serviría!

    Calhou a fava ao bardamerdas Rangel!

  20. Se estes resultados fossem para as legislativas íamos ter Dona Ferreira Leite, a Incomodada, a governar-nos em acordo com o PPortas, com maior ou menor incidência parlamentar. Mas isto não chega. Seria necessária a anuência mais ou menos explícita, mas eficaz, do BE. O Portugal resolvido! Mais umas décadas de estagnação.

    Não acredito que o Sócrates nos vá dar este cenário de mão beijada. Vão ter que suar muito para o conseguir.

  21. Há para aí umas referências à má cara dos socialistas após a derrota. Queriam o quê, que eles saltassem de alegria, alguém gosta de perder?
    Duvido, e muito, é que toda a gente no PSD tenha comemorado efusivamente a vitória de ontem. Afinal, este resultado tira alguma margem de manobra àqueles cujo passatempo preferido é tirar o tapete a quem manda no partido. De qualquer forma, a Ferreira Leite que se cuide, apesar da vitória nem por isso se tem ouvido falar muito dela…

  22. (não esuecendo também o delicioso bacalhau à braz da fonte, para quem sabe onde é, noutro dia fui lá confirmar: à segunda)

  23. Valupi, queres repensar esta tua frase:

    “7. Vital revelou nesta campanha, e na hora de assumir a derrota, uma constante frontalidade e sinceridade. O resultado não o penaliza, porque é óbvio que ele deu o seu melhor. Foi um exemplo de generosidade.”?

    É que se a manténs tal e qual estou em crer que ainda te tentam internar. Até o vital é capaz de se zangar contigo e de levar isto à conta de insulto.

  24. Discordo aqui de um detalhe: o melhor discurso até foi o do Nuno Melo que, ao meno, agradece a quem o atura e o guia Portugal fora e lhe engoma as camisas e essas pequenas coisas. Pode parecer pueril, mas eu gosto qunado os políticos se deixam de gaitas e caem na real. Lá o outro, se não o quiserem não querem, não percebo onde é que está a tremenda derrota do PS e as grandes vitórias dos outros partidos, mas enfim, não s epode perceber tudo…

  25. Ai que ressabiamento tão incontrolável. Não se deixe ir abaixo Valupi. Houve 10% do eleitorado português que votou no grande lider. E como sabemos, as legislativas já estão no papo.

  26. Um só resultado surpreendente: a GRANDE E TRIPLA DERROTA DO P. S.!

    Derrota da soberba negligente (uma campanha enfadonha e excessivamente confiante), derrota do cinzentismo opaco na Europa (aquele prometido apoio a Durão Barroso…) e derrota dos bons velhos “pedigrees” democráticos, já com alguma naftalina (Vital Moreira).

    Sócrates que aproveite para abrir os olhos e acordar da sua altivez absoluta: já há mais de um ano que devia ter remodelado (= expurgado de certas abéculas) o seu Governo, que devia ter entendido os múltiplos sinais de descontentamento (ou, pior ainda, de desencanto) e que deveria ter descido lá do alto do seu pedestal algo autista e ouvido mais os seus críticos honestos. Mas pode ser que ainda vá a tempo (há males que vêm por bem…).

    Isto porque, tirando a inesperada (para mim) derrota do P. S. (e a constância da forte abstenção), nada mais de relevante aconteceu ontem, ou seja, NINGUÉM PODE CANTAR VITÓRIA!

    O P. S. D., porque teve apenas a votação que as sondagens lhe atribuíam, quando davam a vitória (por escassa margem) ao P. S., ou seja, a sua inesperada vitória resultou apenas do trambolhão do adversário e significa apenas que tem um núcleo duro que ainda vai, sabe-se lá até quando, resistindo (um pouco como o P. C. P. nos útlimos vinte anos). É que esta sua vitória não serve rigorosamente para nada, a não ser para acalentar a esperança de ter algum dia uma vitória a sério (assim um pouco como os 2ºs lugares do “Sporting”…).

    O B. E. porque isto de ficar à frente da C. D. U., por umas escassas décimas percentuais, não chega para se considerar já a terceira maior força política portuguesa. E também porque os seus resultados eleitorais não servem para nada de construtivo, que se saiba, nem na Europa, nem em Portugal. O que não quer dizer, contudo, que não tenham mérito nas suas posições críticas. Só por teimosia e burrice o P. S. poderá continuar a ignorá-lo.

    O P. C. P. e o C. D. S., esses então, basta-lhes ir continuando a ter alguns votos para festejarem vitórias, enfim, coitados.

    Quanto à abstenção e aos votos em branco, as suas “vitórias” são ridículas e algo fantasmáticas: que façam bom proveito a quem as “festeja”…

    Agora está tudo em aberto. Haja respeito por quem vota, que o eleitorado parece parvo, mas sabe muito…

  27. eu estou encantado porque aquela história da aría que temos de aprender como dizia Glaucon a Socrates, na Republica, bate-nos a todos: então não é que em plena crise despoletada pelos buracos da espiral de financiamento da guerra do Iraque (2003) o povão que não se abstém dá a vitória às forças que a propulsionaram? E consolidada nas votações do Sarkozy e sobretudo do Berlusconi.

    Por outro lado os ps’s esfacelam, embora a boa resistência do Zapatero e a inflexão possível aqui de Portugal, possam augurar uma Ibéria de esquerda nos tempos mais próximos,

    mas a Europa vota à direita, aplaude os algozes, isto merece reflexão: espetar com uma phronesis em cima da dialéctica talvez dê uma sonata de oboé,

    ainda bem que a America Latina vota à esquerda que é para lá que me aponto.

  28. Ena, tanto treinador de bancada! descansem que quem conduz a coisa política em Portugal sabe o que está a fazer. Até ao lavar dos cestos é vindima. No fim, seremos todos republicanos.

  29. pois eu também me cheira que alguém sabe o que está a fazer: é que depois daquilo tudo as bolsas europeias caem forte e feio e o euro desvaloriza face ao dólar!

  30. A mim o que me surpreende é como é que alguém tenta dialogar a sério com esta coisa que usa o nome de Valupi e que não sabemos se é uma pessoa, se é uma máquina, se é uma (má) agência de comunicação.

  31. És mesmo burro o que é que ainda não aprendeste?

    “A vitória do PSD foi espectacular. Até ganharam nos Açores, e só isso é prova bastante do fenómeno peculiar que está na origem da boa nova. A boa nova, entenda-se, é esta de se continuar com a Ferreira Leite em palco,”

    Pois foi, já o PS ganhou em menos distritos do que a CDU, leste bem, menos do que a CDU!

    Ainda deves estar sobre o efeito da borracheira, toma Kompensan que isso passa

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