Apenas hoje vi a situação que levou Nicolau Santos a escrever o seguinte, a 18 de Junho:
Constança Urbano de Sousa só apareceu no sábado à noite, quando o Presidente da República se deslocou ao local. Debitou algumas banalidades. Mas o mais notável que fez, quando Marcelo Rebelo de Sousa se encontrava a falar aos jornalistas tendo ao seu lado Jorge Gomes, foi pedir ao seu secretário de Estado para se chegar para o lado e passar para trás para ficar ela ao lado do Presidente da República (é ver as imagens televisivas para confirmar o que escrevo).
Quando, no meio de uma tragédia destas, numa área sob a sua tutela, a ministra mostra estar preocupada é com a sua visibilidade na comunicação social ou o seu lugar na hierarquia governamental, a única hipótese que resta é a sua demissão. Pelo seu pé, para ser uma saída honrosa. Ou por decisão do primeiro-ministro, porque Constança Urbano de Sousa não merece nem dignifica o cargo que ocupa.
Porque é que a ministra da Administração Interna se deve demitir
O Nicolau não é um desses broncos que fazem o grosso da presença opinativa da direita portuguesa, nem sequer à direita pertence, pelo que podemos excluir o sectarismo e o tribalismo como causas do fenómeno. Provavelmente, foi a comoção pela perda de tantas vidas e a violência do incêndio – amplificada mediática e mimeticamente pela dramatização afectiva de Marcelo in situ – que o levou para a injustiça de atacar a ministra da Administração Interna por uma atitude que não tinha a conotação que ele lhe deu. Também Clara Ferreira Alves, no Eixo do Mal, repetiu a distorção, como se fosse uma evidência estarmos perante algum tipo de erro político ou moral na conduta de Constança Urbano de Sousa.
Ora, não estamos. Primeiro, tudo se passa no reino do ofegante e confuso improviso. Há jornalistas a entrevistarem o Presidente da República, há um secretário de Estado ao seu lado, e há uma ministra que, por razões que desconhecemos e que são irrelevantes para a avaliação do que vemos, não pôde estar ao lado do Presidente quando ele começou a falar com os jornalistas. À volta, há uma catástrofe em curso e uma operação logística de alta complexidade e transbordante intensidade emocional. Depois, Constança toma a decisão de também participar na comunicação aos jornalistas por ser absurda a decisão contrária. O facto de não ter apanhado o começo da conferência de imprensa informal não era razão para se escusar de comparecer para benefício da imprensa e da população. Ela estava obrigada, dadas as suas responsabilidades governativas, a ir juntar-se a Marcelo. Por fim, não partiu dela a iniciativa de trocar de posição com Jorge Gomes, antes de alguém que avisa o secretário de Estado. Este cumprimenta Constança e tem um gesto ternurento enquanto cede a posição. Ainda assim, a ministra não se coloca mesmo ao lado de Marcelo, ficando mais recuada em relação à anterior posição de Jorge Gomes.
Podemos interpretar o episódio de muitas e desvairadas maneiras, obviamente, mas convém respeitar a inteligência dos leitores se a ideia for a de passar módico profissionalismo jornalístico – e mesmo que no caso o género seja jornalismo de opinião, pois jamais tais exercícios se reduzem ao estatuto de mera opinião dado estarem a representar, de alguma forma ou até de várias, a autoridade editorial do jornal, rádio ou TV onde se publiquem. Assim, dizer que “a ministra mostra estar preocupada é com a sua visibilidade na comunicação social ou o seu lugar na hierarquia governamental” só é possível quando se desiste da objectividade, da honestidade intelectual e da empatia. Mesmo que tal aparecesse na forma de uma fortíssima hipótese, por hipótese, escrevinhar a suspeita em forma de certeza e pedir por causa disso a demissão da ministra é um registo de taberna.
De lá para cá, o Nicolau tem mantido a coerência com esta posição inicial nascida nas labaredas da sua subjectividade. Uma irritação que se transformou em orgulho. E preconceito.
Se a Ministra não se tivesse chegado à frente teria sido acusada de se esconder: Nicolau anda deslumbrado com o poleiro que o Expresso lhe está a dar e, coitado que até não é má pessoa, nunca brilhou pela inteligencia.
Independentemente deste episódio mal relatado por Nicolau Santos, penso que a ministra em causa tem mostrado repetidamente que é inadequada para o cargo que ocupa. Faltam-lhe, pelo menos, certas competências psicológicas, oratórias ou relacionais para fazer declarações públicas, falar com o país e responder-lhe claramente através da comunicação social. O ar hesitante, temeroso, tíbio, compungido e sofrido com que faz as suas declarações à comunicação social dão uma péssima imagem de um governante. Para além de Constança Urbano de Sousa me dar sempre a ideia de não se sentir bem na pele de ministra, parece que tem vergonha de expor a sua posição, que tem medo de ser clara e firme, que não sabe esclarecer dúvidas nem responder taco a taco às críticas ou ataques que lhe fazem, etc. Não é, portanto, apenas um problema de “imagem”, uma vez que se trata de funções muito importantes para qualquer governante, muito mais para aquele que tem a seu cargo a segurança interna do país.
Absolutamente de acordo. O que terá acontecido ao Nicolau? No melhor pano cai a nódoa, que, acredito, z não tenha sido de vinho. E a Clara Ferreira Alves, também. Porquê tanta arrogância? Onde estava a evidência que os levou, de imediato, a uma posição tão peremptória?
Porquê esse preconceito contra o Vinho? Nicolau e Clara, em amplas libações durante o incêndio? E porque não, se o calor apertava? A prova produzida,concedamos que circunstancial, sustenta as suspeitas. Nem assim,por nós,serão julgados na praça pública. Se houvesse teste do balão positivo…
eu cá estou com o Júlio : uma sopeira chorona não pode ser ministra , o pm Costa que a ponha de governanta em casa já que gosta tanto dela
yo: não concordo nem com os termos que usaste, nem com o fundo misógino do teu comentário. Apenas acho que faltam à ministra certas competências indispensáveis para lidar com a esfera pública e também com a luta política. Chorar ou não chorar num momento de grande tensão não importa nada, é humano. Mas tenho ouvido ultimamente da boca dela repetidas declarações ineptas, tíbias e desajeitadas. Parece uma pessoa traumatizada, com excessivo medo de falhar ou de defrontar opiniões adversas.
Talvez a ministra ainda seja do tempo quando as pessoas eram humanas que agora se vêem face a máquinas robotizadas falantes por cassetes e interrogantes por meio de microfones inquisidores.
Um ser pensante precisa pensar para responder o mais de acordo com o racional tendo em vista o mais verdadeiro, por isso hesita, tem dúvidas. E tem emoções o que reforça a sua condição de pessoa pensante.
A pessoa pensante tem um procedimento conforme face a cada questão enquanto a cassete falante tem um funcionamento para todas e qualquer questão.
Pretender que um ser pensante reaja e actue nos exactos termos que o faz o não-ser de uma cassete falante é dar o aval ao mundo unidimensional do pensamento único.
a mesquinhez é apenas, como tantas outras, uma característica. porém, não obstante, contudo, é uma característica dos miseráveis de espírito.
Não tenho paciência para ler o escrito do pobre capacho que já teve importância idêntica a seu eterno laço.
Como a velho amigo, animal de estimação ou velha ama reservo carinho ao nicolau.
É naturalmente obrigado a escrever qualquer coisa que conceda permanência no clube dos direitolas artolas que defendem a bucha estendida à condição.
Ficou com o papel de leitura da 1ª página à meia noite.
Agora, toda a importância é dada ao impante costinha e seu dilecto diretor (não sei o nome) o tal do microfone em riste nos tempos da matilha ladrar alto em todas as aparições do Ex. Primeiro Ministro José Sócrates.
O mal aproveitado nicolau arrasta-se para uma reforma sem honra prestando servicinhos.
À arrogante e patética clarinha deram o mesmo papel e a honra de reposições e referências aos passeios com o saudoso Dr. Mário Soares onde o seu estilo de menina provocatória fez perder muitíssimo do interesse e aprofundamento de tão importante documento histórico.
São restos da dignidade jornalística em fim de vida.
Completamente de acordo com o jose neves. É esse genero de pessoas que gosto de ouvir. E aquilo que diz é exactamente assim. E sobre os dois tipo de discurso da ministra e o dos safardanas que metem a cassate ha muito a dizer. Da para escrever um ensaio.
«Valupi deixa-te de tangas que o vetusto artigo do Nicolau Santos», sem repetições mas vamos lá a ver se tens coragem para aprovares o comentário, Nunca de sabe, cenas de Baco.
confundir discurso com postura ? deve ser por causa de agora ser tudo em mp3 .
Valupi, veste umas calças compridas e ganha coragem como os homens (e as donzelas modernas).
o homem (Nicolau) diz as verdades e é logo apelidado de copo-fónico. acho graça a isso.
anónima a verdadeira
Valupi deixa-te de tangas que o artigo do vetusto artigo do Nicolau Santos foi linkado para o Aspirina B. Como andas com a visão turva, mas se calhar fazes bem (tu lá sabes!) em não perder tempo com os posts tricotados da Penélope e com os pedidos insistentes do Júlio para não perder o emprego assessorado no gabinetr PS, parece-me que os teus confrades se poderiam unir e gritarem em uníssono e em voz alta se para tanto tivessem coragem:
– Valupi, larga o vinho!
Nota. Como habitualmente, os comentários do José Neves e da inteligência nickada como primaveraverão estão ao nível do esgoto. Glup!
Júlio, acho normal e legítimo que se critique qualquer ministro por isto ou por aquilo. Como é evidentemente óbvio. Donde, vai na volta, poderás ter toda a razão e ela não estar a exercer com o mínimo de qualidade necessária as funções governativas. Porém, essa avaliação carece de substância executiva para ser criticamente aceite. Neste período marcado pelo incêndio de Pedrógão, e como o Nicolau exuberantemente mostra, o que tenho encontrado são censuras a aspectos psicológicos marcados pela expressão da emotividade. Ora, essa questão é fascinantemente complexa, pois não conheço qualquer estudo que relacione essa dimensão nesses particularismos em causa com a capacidade de gestão, ou com a inteligência, ou com a coragem. Donde, o mais provável é estarmos confrontados com reacções emotivas e preconceituosas por parte dos que se ligaram a isso e não perante uma análise fundamentada e fértil sobre as questões estritamente políticas e executivas inerentes.
Pelo menos, o Nicolau estatelou-se ao comprido no que escreveu, arrastando a Clara. E isso é muito significativo.
emotions/ bad decisions… a web está carregainha de estudos….
olháki o sindicato do correio da manhã todo indignado de ninguém ligar pêra às desgraças do coitadinho que ganhou as eleições e não conseguiu formar governo.
http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/sindicato-dos-jornalistas-condena-invasao-de-privacidade-do-cm-a-passos-coelho
Val: acho muito bem que, quando se justifique, haja emotividade (embora este seja um termo demasiado vago) nas declarações públicas dos governantes, dos políticos em geral e de toda a gente. O problema com a ministra, tal como eu o vejo, não é esse. As críticas que lhe fazem por causa de Pedrógão ou por ela ter chorado são idiotas ou sectárias. As críticas que eu lhe faço são outras e não vejo muitos a fazê-las, mas suspeito que dentro do governo e do PS haverá pessoas descontentes com a performance dela, sobretudo quando faz declarações para a televisão. Noto nela não só a atitude tíbia e temerosa que já referi, mas também incapacidade política propriamente dita. Ainda anteontem senti isso, ao ouvir as respostas dela a perguntas sobre os efectivos da PSP e GNR. Não respondeu cabalmente, deixou pontas soltas, não esclareceu, deu o flanco – e tudo isto quase pedindo desculpa, com aquele ar temeroso que não consegue disfarçar.
José Neves: não prefiro cassettes nem robots, prefiro ministros que tenham bons argumentos e os exponham com convicção. Ministros que, além de serem boas pessoas e bons técnicos, sejam bons políticos.
No telejornal da noite de ontem ( minut 3.11 ), JRS afirma que a MAI “acusou” a GNR de não ter evitado o acesso à tal EN em Pedrogão. Alguém me diz em que é que o gajo se suporta ?
o valerico esteve bem no post e nos.comentários até começar a falar nos estudos. la na merda dos sites onde anda a esgravatar uns estudos que aos domingos publica aqui e que normalmente estão para a ciência como uma árvore.está para.uma floresta, ou seja, são normalmente inconclusivos, contrariados por outros estudos e normalmente nao se pode deles retirar quaisquer conclusões seguras e que possam ser aplicadas à vida em geral sem que sejam feitos muitos mais estudos. sendo verdadeira ciência, não são porém relevantes por si só. mas são ótimos para encher sites que os insuflam como verdades absolutas para entreter palermas que neles baseiam as suas conversas de café pseudo-intelectuais tentando impressionar outros ainda mais palermas.
Na minha humilde opinião o erro da Ministra da Adm.Interna foi não ter instaurado um inquérito assim que assumiu a pasta, para clarificar por que é que temos o maior índice de fogos florestais na UE, por km².
Desde há 30 anos os temos, há 20 estamos pior que os demais. Os tipos apanhados não são os mandantes. Há forte interesse em continuarem os incêndios, para que as grandes indústrias dos bilionários lusos possam continuar a comprar madeiras a preço de saldo, claramente abaixo do mais baixo.
Há dez anos que os especialistas em EVITAR FOGOS têm relatado os métodos usados noutros países, como drones, sensores em cumes, softwares que integram essas fotos com dados online de ventos nos vários vales e enviam ALERTAS PREVENTIVOS aos bombeiros mais próximos. Práticas e equipamentos usados há décadas pelos nossos colegas da UE.