Paulo Rangel – O algoz tornou-se vítima
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NOTAS
– Quem filmou Paulo Rangel no vídeo em questão não é necessariamente, só por isso, uma criança, um bronco ou um pulha. Porque depois poderia sempre arrepender-se, e apagar a coisa, ou não a mostrar a ninguém. Mas quem começou a partilhar esse vídeo, fosse só para uma pessoa ou várias no início, revelou-se ou transformou-se fatalmente numa criança, um bronco e/ou um pulha. Assunto arrumado e faço minhas as palavras do Carlos Esperança a respeito da irrelevância do que se vê, no fundo um estado de fragilidade que acaba por humanizar a vítima da devassa.
– Dito isto, e no mesmo espírito do Carlos, quero dar conta do sentimento de asco político e cívico que a figura pública de Paulo Rangel me suscita. Estamos perante um dos mais batidos políticos do PSD, passarão que já se candidatou à presidência do partido. Alguém que se apresenta invariavelmente com um estilo de virulência extremada pela retórica da litigância. Este é o inventor da “asfixia democrática”, uma cavilação que na origem se denominou “claustrofobia democrática” e que foi lançada na Assembleia da República em 2007, ainda por cima num discurso solene de celebração do 25 de Abril, e tendo como alegado pretexto a ida de Pina Moura para a Prisa. Que se passou a seguir? Isto: Prisa+Pina Moura em 2007=TVI+Manuela Moura Guedes em 2008 e 2009 (ano de eleições legislativas, ela esteve no activo quase até às eleições). Paulo Rangel é também o fogoso patriota que, em 2010, foi para o Parlamento Europeu berrar que “Portugal já não é um Estado de direito”, usando como pretexto o episódio em que Mário Crespo escreveu uma crónica tão abjecta que, mesmo tendo em conta o hábito de se aceitarem por lá cagadas parecidas do mesmo fulano, dessa vez o Jornal de Notícias não a quis publicar. Vale a pena ver e ouvir o número feirante exibido em Estrasburgo.
– Finalmente, e continuando a assinar por baixo o texto do Carlos, registe-se como ninguém será capaz de indicar uma singular ideia, ou que fosse a metade de um terço do quarto de uma ideia, saída da boca ou do teclado do Rangel que nos ajude a ter melhores serviços de saúde, melhor educação, melhores salários, melhores pensões e reformas, melhores sistemas ecológicos, melhor esperança e qualidade de vida. Nada, népia, nicles. Ele limita-se a praticar o que na decadência se entende por “fazer política”: atacar sistematicamente os adversários até que caiam desgastados e emporcalhados. E isto faz dele um cúmplice das campanhas negras, da judicialização da política e da radicalização populista que usa a Justiça para interferir nas disputas políticas.
– Comparemos: o que será mais aviltante, e mais perigoso: (i) um tipo qualquer, por acaso, filmar uma figura pública a percorrer cambaleante uma rua (podia ir nesse estado por causa do consumo de álcool numa ocasião social comum, mas também poderia ficar assim através do consumo de drogas recreativas ou de medicamentos, não sabemos nem teríamos de saber) e depois decidir divulgar o vídeo na sua rede de contactos, ou (ii) agentes da Judiciária e magistrados do Ministério Público, quiçá com a anuência de juízes, usarem recursos do Estado para espiarem a privacidade de alvos políticos no topo do Governo e do principal partido na Assembleia da República, e depois decidirem entregar a jornalistas (portanto, cometendo crimes) certas passagens truncadas das captações obtidas para assim provocarem fenómenos de alarme social, pânico moral, perseguição mediática, deturpação eleitoral, danos na reputação, perda de influência política, assassinatos de carácter, condicionamento dos tribunais?
– A resposta a esta pergunta não nos define apenas a cada um de nós como entidades dotadas de inteligência e interessadas em viver num Estado de direito democrático, aqueles que lhe derem resposta. Define também o País, define a comunicação social do tabloidismo à “referência”, e Paulo Rangel, por actos e omissões, tem sido um dilecto apoiante dessa práxis violenta e subversiva que invadiu a cidade desde 2009.
Fiquei contente em ver a figura de Paulo Rangel, naquelas ruas desertas, envolto pela noite de Bruxelas. Pelo curto video apercebi-me, que Paulo Rangel não é Santo, Anjo ou Deus, é um homem comum, que tem as fragilidades e qualidades inerentes à sua espécie. Então desça lá do Olimpo, e junte-se aos terráqueos e tenha um comportamento politico decente, que é o que não tem tido,
Não esqueça que “à mulher de César, não basta ser séria (….)”
se fosse com o cabrita ainda durava a polémica, havia inquéritos parlamentares, pedidos de demissão vários e suspeitas do carlos silva ter pago a conta das minis a pedido do sócras. a esquerda achou constitucional o direito dos pinguins apanharem uma torda e a direita não insistiu na fábula à cause des mouches, uma receita do chefe esopo para montes de merda, onde se recomenda não mexer enquanto frescos.
Esqueçamos Paulo Rangel, que é personalidade politicamente menor, apenas relevante pela visibilidade mediática de que goza.
Hoje, importa deixar uma palavra acerca duma personalidade relevante na história do Portugal contemporâneo: Otelo Saraiva de Carvalho
Sobre Otelo há a dizer o que é dito relativamente aos seres humanos mais interessantes: que foi contraditório e complexo. Personalidade luminosa no golpe militar que derrubou a ditadura do Estado Novo e abriu caminho à Democracia, personalidade sombria no seu envolvimento com a deriva terrorista do esquerdismo radical pós-PREC. Mas no balanço final, em Otelo, o lado luminoso prevalece largamente.
O que, infelizmente, não sucede com muitos outros, entre os quais o nosso camacho.
Caricatura pífia de militante da liberdade dada por Abril, camacho é um cozinheiro sem escrúpulos. Anda a servir-nos num prato sujo uma receita do seu agrado: antisionismo radical temperado com negacionismo antisemita e genocida. E neste mundo onde se come tudo, é iguaria que tem saída, havendo quem já esteja a salivar com tão boa mistela.
Impoluto denunciante do Israel nazi e genocida, o bom camacho saberá, de certeza, indicar-nos onde estão as valas comuns das vítimas palestinianas executadas sumariamente pelas balas assassinas dos Einsatzgruppen israelitas. E também dizer-nos quais os campos de extermínio onde a SS israelita trata de fazer sair pelo buraco da chaminé o que resta dos homens, mulheres e crianças previamente tratados com monóxido de carbono e Zyklon B.
Esperemos sentados.
a esse rapaz aplica-se na perfeição “quando ficar ofendido dá dinheiro às pessoas , elas ficam ofendidas mais facilmente” , que o diga o PA… portanto , é karmico , justo , o que aconteceu a esse senhor , tendo em conta que processou o PA por lhe ter manchado a reputação chamado-lhe qualquer coisa como advogadozeco e politico de vão de escada, ganhando uns 10 mil euros com a coisa : ora , ninguém precisa de manchar a reputação ao senhor, ele faz isso muito bem sozinho. foi muito bem feita , bem haja quem divulgou as imagens do sonso.
Filmar o bêbado é de criança é bufaria é de biltre é tudo o que os hipócritas quiserem, mas filmar gajos sem máscara, bufar para a polícia as festas já não é de criança já não é bufaria já não é de biltre. Isto é o que se pode chamar moralidade da treta.
E quem o filmou das duas uma; ou era um dos amigos dos copos, ou era um estranho que sabia ser normal o Rangel andar bêbado nas ruas de Bruxelas.
bebedeira não é crime se for a pé, de táxi ou às cavalitas, mas surfar covid sem máscara em maré de pandemia é. quem filmou, das duas três: amigo da onça, alguém que o reconheceu e não gosta dele ou mais provavelmente o próprio ter encenado uma vitimização que rendesse indignação popular.
Tinha de ser o troll. Quando andavas constipado não andavas a surfar o vírus da gripe. Nessa altura andavas de máscara e a fazer testes a toda a hora.
Deves ser um gajo tão inteligente que deves pensar que consegues controlar um vírus. Andaste com o Relvas na primária, de certeza.
Para vires aqui defender um bêbado de certeza que o covid já te apanhou o cérebro.
Esse pulha foi ao Parlamento Europeu dizer que a liberdade de expressão em Portugal estava ameaçada porque tinha sido recusado um artigo num jornal português “POR SUGESTÃO OU APARENTE SUGESTÃO” do primeiro ministro .
Um gajo para quem é igual um facto ou a pretensa aparência dele, e nisso baseia as graves acusações que fez, não merece a mínima comiseração por ter sido filmado bêbado na rua e por esse filme ter sido divulgado numa rede social.
A internet está cheia de videos de políticos e até primeiros ministros bêbados em espaços públicos por esse mundo fora. Não me consta que em nenhum país tenha havido multidões de indignados com a divulgação desses videos, como cá aconteceu. O que aconteceu nesses países foi o contrário: muita gente a condenar os excessos alcoólicos dos ditos políticos em sítios públicos.
Há inclusive casos de videos falsos, manipulados, para sugerir que certos políticos estão bêbados, quando não estão. Ora o video do Rangel é autêntico, foi feito em plena rua e ele estava completamente bêbado. Foi visto nesse estado por uma transeunte portuguesa que não gosta dele. Azar ou imprevidência dele? Mesmo que fosse azar, eu não sentiria pelo fulano qualquer compaixão.
Pacifismo nazionista:
Syrian air defense units intercept Israeli missiles near Damascus, thwarting THIRD raid in a week – Russia’s Defense Ministry
https://www.rt.com/news/530217-syria-intercepts-israeli-missiles/
Um soldadinho de chumbo nazionista processou o fabricante de gelados norte-americano Ben & Jerry por ter decidido deixar de vender o seu produto nos territórios palestinianos ocupados, em protesto contra a ocupação. O pobre bacorinho não quer abdicar do direito de degustar o seu geladinho preferido enquanto faz tiro ao alvo humanitário sobre aqueles horríveis sub-homens castanhos, ajuda a roubar-lhes casas e terrenos e os priva do simples direito de dispor de água suficiente para tomar um banho decente de vez em quando, para não falar dessa excentricidade terrorista que é poder beber água sem ter de a racionar diariamente. Ora toma que é democrático!
IDF soldier SUES Ben & Jerry’s for pulling his ‘preferred’ ice cream from occupied Palestinian territory
https://www.rt.com/news/530204-idf-soldier-sues-ben-jerrys/
Face ao teor das intervenções de camacho, impõe-se concluir que temos de continuar a esperar sentados pela sua resposta à publicação das 14:32.
Para que não se esgote a força nas pernas antes de se esgotar a paciência.