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Na versão original deste texto, o director do Público mostrou aos seus leitores como é que a memória de um sectário funciona: por apagamento e distorção. Às cinco e meia da matina do dia 16 de Junho de 2020, o prestigiado e premiado jornalista Manuel Carvalho era ainda um felizardo que flanava na realidade alternativa onde Carlos Costa tinha chegado a governador do Banco de Portugal só porque Passos Coelho viu nele um bom rapaz. Metade da sua fantasia era verdadeira, o Pedro gostou muito do Carlos, mas tal deve-se ao que o Carlos fez pelo Pedro aquando do seu 1º mandato, o tal nascido da escolha de Sócrates e onde a paga foi vermos o governador do Banco de Portugal – a partir de Fevereiro de 2011, consumada a reeleição de Cavaco – a actuar como aliado dos que queriam afundar Portugal para chegarem ao poder através da terra queimada.
Terra queimada, alagada e destruída pelo cataclismo económico e social chamado resgate de emergência e “austeridade salvífica”. Hoje sabemos inequivocamente que o PEC IV teria sido a melhor solução para a conjuntura de então. Sabemos que o FMI dos falcões estava errado, os próprios o admitiram. Sabemos que o Banco Central Europeu estava errado, a partir de 2012 corrigiram o erro e de imediato acabou a crise das dívidas soberanas na Europa. E sabemos que a direita decadente portuguesa estava errada, mas tal nunca será por ela assumido. Assim, a luta continua para os responsáveis pelos incontáveis sofrimentos e desgraças que teriam sido evitados caso a defesa do bem comum e o interesse nacional tivessem prevalecido. A narrativa sobre os idos de Março de 2011 petrifica-se como arma de arremesso para quem nos quer fazer mal e oculta-se como vergonha calada para quem mal nos fez. No caso do BE e do PCP, podemos aceitar que se redimiram do que fizeram aos seus concidadãos em 2011 quando, parecendo milagre, aceitaram viabilizar um Governo minoritário do PS em 2015 que tinha a urgência de afastar os ogres e acabar com o fanatismo rapace. No PSD e no CDS, nem remorso, nem vergonha, nem vestígios de decência.
É fácil de entender o processo psicológico que o levou a apagar parte tão conspícua da história recente. Tratando-se de um jornalista com as responsabilidades editoriais deste passarão, o que está em jogo é a sua coerência interna. E esta é sui generis, bastando recordar que o Sr. Carvalho, com a rutilância editorialista e sonaica que lhe desenha o perfil de pulha, chamou bandido a Vítor Constâncio apenas porque lhe apeteceu reduzir a práxis jornalística à sua imaginação alaranjada – e continuou a ser director do pasquim depois desse mergulho na desonra. Logo, apagar o currículo de Carlos Costa, e soterrar a sua influência clandestina e ostensiva para que Portugal não aceitasse o plano que teria evitado a Troika assim permitindo ao Pedrinho voltar a chamar o Carlinhos, é para o actual director do Público uma missão que os seus neurónios têm cumprido com zelo.
Sim, nessa tal realidade alternativa onde Carlos Costa é “um homem com um passado profissional longo e credível e um distanciamento da política notório” até no Público se pratica jornalismo de referência.
Tira-lhe o “v”, Valupi, tira-lhe o “v”, que esse gajo é mesmo um car . . . o!
Carlos Costa com um passado longo e credível, ahahah, e um distanciamento da política, ahaha, o poder político e o poder económico-financeiro são como unha com carne, e o mistificador começa logo assim o enviesado texto, nem dá para ler mais .