«A cynical, mercenary, demagogic press will produce in time a people as base as itself.»
Joseph Pulitzer
Se perguntarmos a alguém da Cofina (sereis sempre a Cofina, seus pulhas, escusado disfarçarem-se com outro nome), eles são os primeiros a proclamar o seu domínio mediático em Portugal. E há suficientes razões para ser credível a pretensão, posto que lideram na imprensa em papel e no Cabo, alcançando a enorme maioria da população directa e indirectamente. O seu registo sensacionalista capta o espaço público no boca-a-boca, sendo pasto irresistível para as iliteracias, défices cognitivos, preconceitos, medos e ressentimentos da turbamulta. Este domínio fica exponenciado ao se dar a amplificação da sua agenda nos outros órgãos de comunicação social onde haja directores, editores e jornalistas que visem atacar os mesmos alvos da Cofina. Que são todos os restantes meios, sem excepção, RTP incluída.
Para uma empresa que quisesse fazer jornalismo, com este enorme poder viria uma ainda maior responsabilização, maior rigor deontológico, maior escrúpulo ético, maior cuidado com a sociedade e as pessoas. Mas é ao contrário, e ao contrário tem de ser, pois a legalidade, a decência e o bem comum não são compatíveis com um modelo de negócio baseado na exploração do pior que a natureza humana tenha oculto, ou às escâncaras, neste e naquela, em ti e em mim. Não há nada de nadinha de nada inovador no que a Cofina faz, nos restantes países onde haja liberdade de imprensa existem análogos e mercado para os seus produtos. A indústria da calúnia é universal e antecede o próprio nascimento da imprensa. Mas, como estamos em Portugal, é destes escroques que temos de falar.
Se não faz jornalismo, que faz a Cofina? Não há mistério, sequer pudor. Os seus donos querem usar o tabloidismo como arma política — no caso, querem a direita a mandar na barraca. Isso, que é desde sempre normalizado por se valorizar superiormente a liberdade que o permite, adquire outra natureza quando os aparelhos mediáticos são manipulados para se pintar de “jornalismo” o que é perseguição fulanizada com o intento de causar violência psicológica, violência social, danos profissionais e perdas financeiras. No caso de Fernanda Câncio, essa opção da Cofina apareceu como oportunismo inserido na estratégia mais vasta do seu conluio com agentes da Justiça dispostos a cometerem crimes por variegadas razões. Nesse ambiente dissoluto onde se sentiam protegidos pela sistemática violação das leis sem qualquer consequência, ousaram inventar à descarada, à maluca, notícias com o exclusivo propósito de infernizar a vida de uma cidadã que nem sequer arguida foi na Operação Marquês.
Pode acontecer na escola, no emprego, na tropa, no local onde se mora. Se formos vítimas de assédio, vítimas de mentiras, vítimas de uma animosidade, até ódio, nascida da alucinação e da imbecilidade, espalhando-se à nossa volta sem podermos reagir nem fugir, vamos sofrer. Sofrer gravemente. Nós e quem nos queira bem. Com sequelas na saúde que, em altíssima probabilidade, poderão ficar para o resto da nossa passagem por este planeta. Não é preciso explicar isto, certo? Então, agora imagina-te a seres tu a vítima do mesmo mas vindo do grupo de comunicação mais poderoso no rectângulo e ilhas. E acrescenta a isso não seres engenheiro ou sapateiro, mas um jornalista que depende da sua reputação para se poder realizar profissionalmente.
Pois, não apanhas meio átomo de jornalismo no pesadelo. Porque o jornalismo não foi inventado para encobrir o crime organizado.
Nas últimas décadas, a animosidade e perseguição da Cofina a Fernanda Câncio faz lembrar a animosidade e perseguição da Fernanda Câncio à Igreja Católica. Monumentos de ressabiamento, inveja e trauma, com vítimas.
mas que reputação como jornalista é que a piquena tem? aposto que não a despedem por causa da indeminização. ninguém quer saber da fc.
Lucas Galuxo, o teu comentário ilustra na perfeição o teu estado de pobre coitado. Vou explicar-te, abre lá o caderno para tomares notas.
Quando equivales o que a Cofina faz à Fernanda Câncio, a perseguição caluniosa com poderosíssimos meios de influência na sociedade, com o que esta pessoa faz profissionalmente, que se chama jornalismo de causas humanitárias, estás a exibir a tua imbecilidade. É preciso, depois, acrescentares à imbecilidade a miséria moral para ignorares a justiça das denúncias feitas pela jornalista em defesa das vítimas de abusos e crimes numa organização mundial com séculos de poder absoluto e insindicável.
Pobre coitado.
Não, Valupi. Ambos os casos são perseguições justicialistas populistas obsessivas, tocadas a insinuações e mesmo calúnias, com que ganham o pão. Em ambos os casos é pontapeada a dignidade, respeito e bom nome de pessoas inocentes. Mas claro, como de costume, o teu critério é a pertença ou não pertença à tua tribo. O interesse da jornalista em vítimas de abusos sexuais é selectivo. Compara o número de artigos que escreveu sobre crimes alegadamente praticados há 50 anos, relacionados com a Igreja, com o destaque que deu aos milhares de casos recentes de abusos documentados, cometidos maioritariamente por imigrantes paquistaneses. Saiu esta semana o primeiro, para criticar quem lhe dá relevo.
Lucas Galuxo, é pelo que insistes em mostrar que a tua alegada defesa do que fizeram, e estão a fazer, a Sócrates não passa de fanatismo. É que tu não entendes o que é uma calúnia, por seres um imbecil, e, como imbecil que és, repetes as atoardas da extrema-direita e alinhas alegremente na promoção do racismo e da xenofobia.
Fazia-te bem ler este livro, Valupi
https://www.lisez.com/livre-grand-format/les-habits-neufs-du-terrorisme-intellectuel/9782262099350
Pode malhar na Cofina toda a semana, volupi, mas o facto é que isto só acontece à Câncio porque esta andou a mamar no saque do 44. E isso ninguém lho tira: nem o bom – a rica vidinha que gozou durante anos, se é que a não goza ainda – nem o menos bom – a hipocrisia e a cumplicidade dela com o maior trafulha e coveiro deste triste país, assim visíveis a todos… com ou sem Cofina.
A Cofina apenas amplificou o que já toda a gente via e pensava: que ela não é distraída nem é burra. E pode não se ter lambuzado tanto na gamela como a ex-mulher do 44, que até montes comprou, mas não pode estar tão inocente como apregoa. Na melhor das hipóteses faz-se de sonsa.
O que ela quer é o que querem todos os trafulhas e cúmplices de trafulhas: ter o proveito sem a fama. Querem mamar à grande e à vontade; e querem que ninguém possa dizer que mamaram. Talvez, em toda a história do 44, ela seja das menos culpadas. Talvez. Mas que lá andou andou.
Ao cuidado do sr. L Galucho
Malhar na igreja católica é o mínimo que a decência aconselha. É a instituição mais maligna à face da terra, desde assassinato de inocentes nas fogueiras até aos crimes de pedofilia, tudo esses bandidos fizeram (em nome de Deus).
abaixo os pulhas
olhando para a história e para o presente não são precisas igrejas para os homens se queimarem e matarem uns aos outros e violarem mulheres e crianças. a instituição igreja é apenas reflexo daquilo que o homem é ou pode ser.
«olhando para a história e para o presente não são precisas igrejas para os homens se queimarem e matarem uns aos outros e violarem mulheres e crianças.»
Isso é o que os americanos chamam um cop-out, yo: dissipa a responsabilidade por todos os homens, para não assumir a responsabilidade da instituição que defende.
Pode-se usar tal lógica para absolver qualquer grupo, indivíduo ou instituição desde o início dos tempos: de Pinochet a Jack o Estripador, passando por Hitler, Estaline e o Ku Klux Klan, tudo e todos são apenas “o reflexo daquilo que o homem é ou pode ser”. Lembra a célebre desculpa da ‘natureza humana’, em cujas largas costas cada um despeja o que mais lhe convém.
A religião é provavelmente o maior cancro da humanidade, e a Igreja uma das suas maiores metástases. Podemos entender porque surgiu e porque se alastrou, como entendemos a evolução de um cancro ou um vírus – as pessoas gostam de explicar o desconhecido, de fantasiar, de sentir-se ‘seres espirituais’, etc. E se mantiverem a religião para si próprias, é com elas – cada um que acredite nas fadas que quiser. Mas quando sai da casa e da cabeça delas, está tudo estragado.
as religiões são cadeias.
e a igreja tem de assumir as culpas do que se passou e passará no seu seio , porque parece claro que ignoraram o problema e o esconderam , mas quem tem de cumprir pena e responsabilizar-se são os padres criminosos individualmente , como qualquer um.
se o seu primo for ladrão a sua família é toda culpada ? -:)
Concordo em absoluto consigo yo.
A igreja tem que assumir sem nenhuma reserva a incrível miséria de ter no seu seio quem praticou ou pratica atos tão hediondos. Depois tem que tentar perdoar aos pobres miseráveis que os praticaram e ajudá-los a obter o perdão de Deus, enquanto em simultâneo terá que dar tudo de si para que seja devidamente aplicada, e sem reservas, a justiça dos homens.
A igreja é a Igreja não por ela, mas por Ele, o Chibo Expiatório que veio lavar os pecados do mundo. Um Deus que dividiu o calendário universal entre o antes e o depois da Sua estadia entre os homens e que deixou a salvação a quem a quiser.
A Igreja é a instituição mais importante do planeta e os seus desafios estão à altura da sua dimensão. O tempo e o imediatismo contemporâneos não, são instantâneos e cada vez mais efémeros. Mas a Igreja tem que continuar a lutar para ser Santa.
O Filipe é um ser “não espiritual”, um percursor da máquina de IA que nos poderá vir a governar.
O Filipe é também um soldado de Cristo , só que não sabe. está na fase da negação -:) mas o importante é que vai cumprindo a sua missão.
Ainda assim, grande elogio -:)
«se o seu primo for ladrão a sua família é toda culpada ? -:)»
Se a minha família o condicionou a ser ladrão e depois tudo fez para encobri-lo, sim, é culpada. Acha que o celibato dos padres e a sua suposta autoridade moral, dois absurdos criados pela Igreja, nada têm a ver com incontáveis milhões de abusos, vítimas e filhos negados?
Sei, claro, que nada disto belisca a sua fé na Igreja, ou a do Miguel. Tal como é fácil entender a origem e a popularidade da religião, é natural a obstinação dos seus fiéis: foram doutrinados desde cedo e nada é tão difícil quanto admitir que fomos enganados, ou, pior, que quisemos ser enganados durante toda a vida. O vazio de um mundo sem Deus é demasiado para muita gente.
Para quem observa de fora é triste e patético, como crianças à espera dum Pai Natal que nunca virá pela chaminé, e embora isso lhes traga conforto e alguns valores morais – e que deprimente é pensar que há quem precise da religião para tê-los – o mal que faz é vastamente, obscenamente superior ao bom. Jamais iremos evoluir realmente até acabarmos de vez com a religião.
continue , também me levou tempo a libertar-me das correntes das religiões -:) -:) já passei por essa fase. tive muitas fases durante o percurso de libertação . e cheguei ao destino guiada por espíritos parecidos com o meu. , encontrados em estações onde parei , como hesse ou huxley.
tudo na Natureza me prova que Deus existe , até a lei da gravidade. do acaso surgia um mundo tão organizado e matemático ? do acaso surgiria um caos.
tudo no mundo material dos homens me prova que vivo bem melhor no Espirito.
se vou para outro sitio quando morrer ? parte de mim já está . e é bem bom.
Eu tenho o Filipe como alguém a lutar para ser informado e deter conhecimento. E também o tenho como alguém que se interessa pelo bem comum. Por isso, para quem observa de fora, é difícil ler certezas como “foram doutrinados desde cedo e nada é tão difícil quanto admitir que fomos enganados, ou, pior, que quisemos ser enganados durante toda a vida”. Como se com isto conseguisse resumir e encapsular toda uma espiritualidade que alguém resolveu experimentar.
“O vazio de um mundo sem Deus é demasiado para muita gente.”
Eu acredito que não há vazio, com ou sem Deus, para ninguém, somos todos ‘seres espirituais’.
«continue , também me levou tempo a libertar-me das correntes das religiões -:)»
Foi rápido, yo: aos 9-10 anos já tinha reparado que é tudo treta. Há quem precise de acreditar em coisas que lhe dêem esperança, conforto, certezas, estrutura. Conheço muita gente, muita dela tuga e brasuca, que sem a religião provavelmente andaria perdida como uma criança num aeroporto.
Nunca fui uma dessas pessoas. E há algum tempo que venho a perder aquele verniz social de ‘respeitar a religião de cada um’. Tento não ofender as pessoas, é cortesia básica, mas é cada vez mais difícil fazer de conta que adultos que baseiam os seus valores e identidades em seres imaginários e livrecos grotescos com 3000 anos, que já eram grotescos há 3000 anos, é algo normal ou respeitável.
Em cima disso, sendo franco consigo, desprezo a submissão de tantos a ideias, tradições e dogmas de outrém; sinto uma aversão natural ao que alguém diz que tenho de pensar ou fazer.
«Eu acredito que não há vazio, com ou sem Deus, para ninguém, somos todos ‘seres espirituais’.»
Pois talvez, Miguel; é possível. Se calhar morremos e renascemos todos como anjinhos, ou djinns, ou pulgas da praia. Mas não é o que sabemos; não é essa a evidência. Somos o nosso cérebro: quando este se apaga tudo acaba. A soma fortuita de memórias e sinapses a que chamamos uma pessoa desaparece para sempre. Que espírito é esse? Existe noutra dimensão? Tem relevância nesta?
Está a ver, Miguel, eis a ironia que escapa aos direitistas e religiosos em geral: quando falo em problemas concretos que afectam a vasta maioria das pessoas e em soluções concretas para esses problemas, dizem eles que são ‘fantasias’ e ‘utopias’ – mas são eles que acreditam em deuses, em espíritos e na bondade da Igreja; isto além do trickle-down, da ‘mão invisível’ e outras histórias da carochinha.
” sinto uma aversão natural ao que alguém diz que tenho de pensar ou fazer.” sou tal e qual , não fazia qualquer sentido submeter-me a regras criadas por gente como eu. não tenho o mínimo sentido de Poder. sempre me fez confusão chegar ao mundo e ter logo a vida toda decidida por outros,
ou seja , não estou aqui por ouvir dizer nem porque me foi imposto. foi um processo conduzido pela razão , por mais estranho que pareça. se bem tenha partido de uma religião , ela não me condicionou.
“Somos o nosso cérebro: quando este se apaga tudo acaba. A soma fortuita de memórias e sinapses a que chamamos uma pessoa desaparece para sempre. Que espírito é esse? Existe noutra dimensão? Tem relevância nesta?”
Pois talvez, Filipe; é possível. Chamam-lhe Alma; não tenho prova dela noutra dimensão, tenho fé; para mim tem enorme relevância nesta existência e desconfio que para toda a gente também (espreite aí para dentro, é normal que, em certos momentos, desconfie que aí há qualquer coisa que você não consegue resumir a tudo o que sabe, a tudo o que lhe é evidente), mesmo para aqueles que, por profunda e refletida convicção ou por arregimentação, decidiram que são desprovidos dela.
“A soma fortuita de memórias e sinapses a que chamamos uma pessoa desaparece para sempre.”
Desaparece para onde? Existe noutra dimensão?
Quer eu, quer todos, fomos brindados com uma coisa que se chama livre arbítrio e temo-lo ao nosso dispor como a melhor ferramenta para enfrentar “tradições e dogmas de outrem” e, melhor ainda, para tratar a “aversão natural ao que alguém diz que tenho de pensar ou fazer”.
Uma coisa Filipe, resumir o livro mais importante e influente da existência humana a “livreco grotesco” não é só despeito avulso do seu asco ao religioso, é gratuitamente ignorante (acho até que você, livre do modo fundamentalista não religioso, concorda comigo).
«Chamam-lhe Alma; não tenho prova dela noutra dimensão, tenho fé»
Certo, Miguel, e isso arruma a discussão: v. escolhe acreditar nisso, é uma bengala que usa para tornar a existência mais tolerável, e nada ou ninguém pode tirar-lha. Acho lindamente.
Cada um pode acreditar no que entender. O problema é quando se torna uma ilusão colectiva e afecta a sociedade. Estas ilusões são, aliás, incentivadas por quem manda na sociedade para evitar que esta mude de uma forma que não lhe interessa. Deixe-se chular e explorar nesta vida; não faça ondas; conforme-se. Tudo se resolverá na próxima. Alma e vida eterna são muito úteis a mamões.
“Alma e vida eterna são muito úteis a mamões.”
pelo contrário…os esforços despendidos pelos mamões para acabar com a dimensão espiritual na sociedade não lhe dizem nada ?
e berre lá á vontade , eu tenho a certeza que o Filipe tem Alma . só as Almas se indignam assim com o mundo dos homens.
porque há corpos sem Alma , bots do sistema , mas não é o seu caso -:) -:)
Hércules Pereira, de Cofina….¿Debía investigar el Expediente Royuela?