Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão. Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.
1 de Abril dia das mentiras:
Ainda recordo neste dia de dizer: pai deixou – neste tempo tratávamos os nossos pais por “você” – cair o lenço! Ele tão depressa, como a frase dita, olhava para o chão, tanto para a sua frente, para trás e para os lados, a ver se o avistava. Eu sabia que era impossível porque o meu pai não o tinha deixado cair. Aliás, até julgo que não o devia usar porque naquele tempo era artigo de luxo, que é o mesmo que dizer, de gente rica. Não por serem mais higiénicos que os que não o tinham. Mas estava sentenciado: o lenço para a gente do dinheiro a fralda da camisa ou um farrapo velho para os mais pobres. Quem me lê julga que estou a delirar mas era esta a triste realidade portuguesa.
Mas como ia dizendo e para não me desviar do que me trouxe a terreiro, com a atrapalhação da minha chamada de atenção, o meu pai até se esquecia que não usava lenço. Isso julgava eu! Só que com o tempo vemos os actores que os nossos pais eram. Para nos alegrar correspondiam à nossa intenção. Mas sabia que o estava a enganar. Por isso ainda hoje eu ser a favor do dia dos enganos e não da mentira.
Engano é coisa banal. Mentira é coisa grave. Hoje, tal como ontem fiz com os meus filhos, faço-o com os meus netos quando me dizem: avô deixaste cair o lenço. Faço os mesmos movimentos que o meu pai e vejo os meus netos rir a bom rir. Só que hoje há duas realidades: o usar lenço e os meus netos me tratar por tu.
Faz hoje precisamente dois anos que constatamos que quem tinha dúvidas entre o engano e a mentira deixou de a ter. Quando o maior aldrabão na história da nossa democracia nos afirmava neste dia que não cortava subsídios e outros abonos aos portugueses uma grande parte pensava que nos estava a enganar. O povo português tem o hábito de não dramatizar.
Logo alguém disse que Passos Coelho, pois é dele que se trata, nos estava a mentir. Aqui surgiram vozes de aqui-del-rei e que o outro é que era mentiroso, Mas… não se enganou! Isso é que não. Era bom que se tivesse enganado mas José Sócrates infelizmente estava certo.
Como somos um povo dado a inventar. Sou a favor deste evento: em lugar de se dizer, um de Abril dia das mentiras, porque não o denominamos como dia de Pedro Passos Coelho.
Afinal temos tantos dias de comemorações que mais um não aquecia nem arrefecia. Até julgo que era o que tinha o nome mais apropriado.
:-) é continuar a meter na ração diária.
1 de Abril dia das mentiras:
Ainda recordo neste dia de dizer: pai deixou – neste tempo tratávamos os nossos pais por “você” – cair o lenço! Ele tão depressa, como a frase dita, olhava para o chão, tanto para a sua frente, para trás e para os lados, a ver se o avistava. Eu sabia que era impossível porque o meu pai não o tinha deixado cair. Aliás, até julgo que não o devia usar porque naquele tempo era artigo de luxo, que é o mesmo que dizer, de gente rica. Não por serem mais higiénicos que os que não o tinham. Mas estava sentenciado: o lenço para a gente do dinheiro a fralda da camisa ou um farrapo velho para os mais pobres. Quem me lê julga que estou a delirar mas era esta a triste realidade portuguesa.
Mas como ia dizendo e para não me desviar do que me trouxe a terreiro, com a atrapalhação da minha chamada de atenção, o meu pai até se esquecia que não usava lenço. Isso julgava eu! Só que com o tempo vemos os actores que os nossos pais eram. Para nos alegrar correspondiam à nossa intenção. Mas sabia que o estava a enganar. Por isso ainda hoje eu ser a favor do dia dos enganos e não da mentira.
Engano é coisa banal. Mentira é coisa grave. Hoje, tal como ontem fiz com os meus filhos, faço-o com os meus netos quando me dizem: avô deixaste cair o lenço. Faço os mesmos movimentos que o meu pai e vejo os meus netos rir a bom rir. Só que hoje há duas realidades: o usar lenço e os meus netos me tratar por tu.
Faz hoje precisamente dois anos que constatamos que quem tinha dúvidas entre o engano e a mentira deixou de a ter. Quando o maior aldrabão na história da nossa democracia nos afirmava neste dia que não cortava subsídios e outros abonos aos portugueses uma grande parte pensava que nos estava a enganar. O povo português tem o hábito de não dramatizar.
Logo alguém disse que Passos Coelho, pois é dele que se trata, nos estava a mentir. Aqui surgiram vozes de aqui-del-rei e que o outro é que era mentiroso, Mas… não se enganou! Isso é que não. Era bom que se tivesse enganado mas José Sócrates infelizmente estava certo.
Como somos um povo dado a inventar. Sou a favor deste evento: em lugar de se dizer, um de Abril dia das mentiras, porque não o denominamos como dia de Pedro Passos Coelho.
Afinal temos tantos dias de comemorações que mais um não aquecia nem arrefecia. Até julgo que era o que tinha o nome mais apropriado.
Fool’s Day???!!! ;)