Fui finalmente visitar o novo museu dos coches. Sei que o antigo edifício do Museu Nacional dos Coches, inaugurado pela rainha Dona Amélia no salão do Picadeiro Real, estava degradado, precisava de obras de renovação, era demasiado pequeno e que, enfim, Lisboa precisa de se modernizar enquanto busca novos espaços culturais. No entanto, havia uma harmonia entre o antigo local da exposição e os objectos expostos que é penoso reconhecer ter-se perdido. Não tenho prazer nenhum em dizer mal, por isso, uma vez que o novo edifício já lá está, procurarei não demoli-lo com a escrita.
O design exterior não é deslumbrante; ignorando-se o dístico, não se imaginaria este edifício a expor objetos barrocos, mas aceita-se porque gostamos que nos surpreendam. Eu gosto. O problema é quando se chega ao piso da exposição, se olha em profundidade e se tem a sensação de estarmos numa gigantesca garagem. Um gigantesco armazém. Os coches estão maioritariamente estacionados em fila, ou melhor, em duas filas paralelas, muito bem arrumadinhos uns atrás dos outros, o chão é semelhante ao de trezentas garagens que conhecemos e as paredes são brancas e totalmente despidas. Acreditem, não há qualquer arte na disposição daqueles objectos, muitos deles surpreendentes e até deslumbrantes no seu estilo barroco. Dá até a ideia de estarem ali provisoriamente, à espera de novo poiso mais vibrante, digno e compatível. Mas penso que não é, nem era, essa (a transitoriedade) a ideia por trás dos 40 milhões de euros que custou. O arquitecto brasileiro, sem saber, acabou por desenhar um cemitério.
Quanto a remediar o que está feito, compreendo que se levante aqui um problema de compatibilidade entre um edifício branco, de linhas totalmente modernas e sobretudo direitas e o estilo típico, por vezes grandioso e muito rebuscado e trabalhado, dos coches, berlindas, caleches, landaus, liteiras, etc., em exibição. Pode uma coisa albergar a outra? Para já, é o que acontece, mas infelizmente, e ao contrário da minha expectativa, o resultado, pelo menos para mim, não é espectacular e os coches perdem bastante com isso. A pergunta deveria ter sido feita há uns anos, claro, aquando da aprovação do novo projecto. Possivelmente foi e alguém entendeu que a conjugação era possível (e possivelmente parecia ser), mas agora outro alguém vai ter que corrigir alguma coisa para que o museu não deixe de ser um dos locais mais visitados da capital, como consta que era o seu antecessor.
Assim, vislumbro as seguintes soluções para este problema real de esmorecimento e dessintonia:
- Deixar estar. As pessoas habituam-se. Os visitantes serão, no entanto, em número inferior ao desejado e esperado, dado o poder das redes sociais no passa-palavra.
- Os queridos coches mudam, em filinha indiana, novamente de edifício. Para um que os mereça mais. Solução que tem tudo para ser cara.
- Mantêm-se ali, mas expostos de outra maneira, com uns tapetes coloridos pelo meio, umas plataformas elevadas para algumas peças, umas imagens “douradas” da época a enquadrá-los, umas pinturas naquelas paredes. Qualquer coisa. Por exemplo, no mínimo, uma disposição e uma iluminação diferentes já dariam uma ajuda.
Alguém por aqui acha que o museu está óptimo assim e que as carrocinhas reais, neste lugar meio tristonho, continuam a ter poder de atracção e a ser fonte segura de receitas?
Não sabia que havia por aqui uma senhora especialista em museologia (ou se calhar não mas sabe-se que há mestrados sobre o assunto, vários), e percebo que te estejas a guiar pelo estilo da Euro-Disney em Paris. [Viagens, aqui: http://www.logitravel.pt/entradas-e-bilhetes/parques-tematicos/disneyland-paris-15299382.html ] Pois, dizia eu, que o teu post tão esperado depois de espremido até aflige: não há um pozinho sobre o estado da arte, o que são conteúdos expositivos, questionar-se o porquê daquele “programa expositivo” no jargão profissional, a importância da colecção portuguesa («carrocinhas»?!), comparar casos, as cortes europeias, o poder, a modernidade, a modernização da cidade, etc. e nada.
Nota. E viste lá alguém conhecido por aqui do Aspirina B, Penélope?
(mesmo que imaginariamente, aparelhados)
«estava degradado, precisava de obras de renovação, era demasiado pequeno», …?
Querido, Mudei a Casa! – TVI Player – Iol
http://tviplayer.iol.pt/programa/querido-mudei-a-casa/53c6b3ba3004dc006243dc01
[1. Que pena, porque é que não falaram com a Penélope?]
«coches estão maioritariamente estacionados em fila, ou melhor, em duas filas paralelas, muito bem arrumadinhos uns atrás dos outros», …?
Restos de Colecção: Transportes de Lisboa do Antigamente
http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2009/07/transportes-de-lisboa-do-antigamente.html
[2. Que pena, porque é que não falaram com a Penélope?]
«expostos de outra maneira, com uns tapetes coloridos pelo meio, umas plataformas elevadas para algumas peças, umas imagens “douradas” da época a enquadrá-los, umas pinturas naquelas paredes», …?
(esta tese é a minha preferida, mas esqueceste-te que fazem ali falta uns serviços educativos assim Penélopeses)
Atelie Cantinho DA ARTE: CARRUAGEM
http://1.bp.blogspot.com/-lkuORvxGgiM/UdBeYblH4cI/AAAAAAAAOIE/gBFCZk0jQ2Q/s1329/_MG_9283.jpg
[3. Que pena, porque é que não falaram com a Penélope?]
nunca visitei antes nem agora mas, de acordo com a descrição, também me parecem tristes e descontextualizados. a terceira opção parece-me a mais pertinente. ademais podiam unir dois museus: o dos coches e o do traje e, estou certa, ficava um lugar maravilhoso digno do era uma vez a três dimensões. :-)
Aqui é melhor, até porque não te quero cercear esse fértil imaginário:
Atelie Cantinho DA ARTE: CARRUAGEM
http://vandagoes.blogspot.pt/2014/07/carruagem.html
ou, para quando as crianças forem Penélopes crescidas, fortes e felizes,
obras – Joana Vasconcelos
http://joanavasconcelos.com/obras.aspx
LOL
«ademais podiam unir dois museus: o dos coches e o do traje e, estou certa, ficava um lugar maravilhoso digno do era uma vez a três dimensões». :-)
O-linda, muito bom seria o concretizar da ideia de um napoleónico Cultural District desde Belém até ao Lumiar. Certamente te irão dizer que excelente ideia!, que passas a consultora do Ministério da Cultura e que até à terceira geração estás inscrita no atelier de costura dirigido pela Penélope gratuitamente.
[4. Que pena, porque é que não falaram com a Penélope e com a O-linda?]
Eric: Está visto que gostaste. Podias era ter-nos poupado a verborreia inútil e, em vez disso, dizeres porquê. Qualquer visitante fica habilitado a dar a sua opinião, caso te tenha escapado essa regra universal.
Penélope, achei por bem difundir o mais possível o teu magnífico post de hoje aqui no Aspirina B (e por duas vezes o fiz no blogue da Vanda Goes, naturalmente). Ele, tu, eu, nós, vós e eles merecem, acredita.
1.
Eric
21 de outubro de 2016 08:55
Deixei este comentário num post digamos que cómico que surgiu no blogue Aspirina B sobre o velho/novo Museu dos Coches, pode ver-se aqui:
https://aspirinab.com/penelope/achei-os-coches-algo-infelizes/
Eric
21 DE OUTUBRO DE 2016 ÀS 14:29
«expostos de outra maneira, com uns tapetes coloridos pelo meio, umas plataformas elevadas para algumas peças, umas imagens “douradas” da época a enquadrá-los, umas pinturas naquelas paredes», …?
(esta tese é a minha preferida, mas esqueceste-te que fazem ali falta uns serviços educativos assim Penélopeses)
Atelie Cantinho DA ARTE: CARRUAGEM
http://1.bp.blogspot.com/-lkuORvxGgiM/UdBeYblH4cI/AAAAAAAAOIE/gBFCZk0jQ2Q/s1329/_MG_9283.jpg
[3. Que pena, porque é que não falaram com a Penélope?]
2.
Eric
21 de outubro de 2016 09:02
Idem, a seguir ainda acrescentei algo mais.
Eric
21 DE OUTUBRO DE 2016 ÀS 14:35
Aqui é melhor, até porque não te quero cercear esse fértil imaginário:
Atelie Cantinho DA ARTE: CARRUAGEM
http://vandagoes.blogspot.pt/2014/07/carruagem.html
ou, para quando as crianças forem Penélopes crescidas, fortes e felizes,
obras – Joana Vasconcelos
http://joanavasconcelos.com/obras.aspx
Também me irrita a mania de dizer mal por dizer mal, mas com o museu dos coches não resisto.
Até acredito que existam algumas pessoas genuinamente interessadas em admirar diversos exemplos de coches, palanquins, carrossas, e outras viaturas de outros tempos, ou dispostas a cair em êxtase perante os artigos da imprensa da Hola da época sobre o regicidio.
Mas, obviamente, o incrivel sucesso deste museu não tem rigorosamente nada a ver com essas pessoas, ou com o valor intrinseco , seja estético, documental, ou cientifico, da entediante colecção de peças de carrossaria exibidas no triste espaço em questão. O interesse da coisa, é estar situada em Belém, a poucos passos do Jeronimos, mesmo ao pé da fabrica dos pasteis, e por conseguinte constituir uma forma optima a barata de gastar umas horas com velhas turistas alemãs, inglesas e francesas, proporcionando-lhes um divertimento pseudo-cultural de pouco esforço e pouca dura (basicamente, da-se a volta em 40 mn), quase que inventado de proposito para operadores turisticos. A razão da renovação e dos foguetes atirados a este respeito não deve ser procurada noutro lugar. Tratou-se de remodelar ligeiramente a galinha dos ovos de ouro com vista a facilitar a compra de mais uns postais e, talvez, também oferecer num bar e num restaurante outras maneiras de sugar o dinheiro do turista ignaro, nova forma de petroleo bastante apetecida na nossa época de vacas magras.
Por mim, podiam ter transferido a merda do museu para o aeroporto da Portela, onde alias tinhamos todos a ganhar em ver construida uma Lisboa de cartão para turista ver. Assim, sempre sobrava espaço para as (poucas) pessoas genuinamente interessadas na cidade, e não numa pseudo-Marraquexe, incluindo nelas as duas ou três taradas ou pervertidas que gostam de coches.
Boas
Eric: Por favor explica entao como devia ser, ou porque achas “comica” as ideias de alguem que foi realmente ao museu e tem uma opiniao. Seria construtivo fazeres o contra para todos percebermos a imensidao do teu genio e assim rirmo-nos contigo da “comica” opiniao da Penelope. É que so repetir frases do post na seccao de comentarios do post fica assim algo redundante… mais ou menos como escrever Eric e inutil na mesma frase.
«Está visto que gostaste. Podias era ter-nos poupado a verborreia inútil e, em vez disso, dizeres porquê», …?
1. Percebe-se que gostei, e se gostei tanto!, que por mim o teu post já mereceu ultrapassar as fronteiras. Mais, que depois acrescentei: que até tive o cuidado de utilizar todos os pronomes pessoais (ele, tu, eu, nós, vós e eles) para que seja reconhecido como a nossa comunhão é forte aqui na box do Aspirina B. Visto assim, e neste caso pelo menos, não há o “tu gostaste”, ó Eric espertalhão por um lado, e o deverias “[ter-]nos poupado”, ó que és tu-sendo-eu e os sempiternos fãs da Penélope.
2. Dito isto, perguntaste porque gostei, a sério? Ou queres saber o porquê do quê?
UI!!!! joão que essa deve ter doido…
«seria construtivo fazeres o contra para todos percebermos a imensidao do teu genio e assim rirmo-nos contigo», …?
«que so repetir frases do post na seccao de comentarios do post fica assim algo redundante», …?
«mais ou menos como escrever Eric e inutil na mesma frase», …?
Joao sem til e sem acentos, pelo menos por duas/três vezes não entendi a tua fraseologia singular (mas isso não interessa, pois o ele, tu, eu, nós, vós e eles da cristandade também te inclui).
jpferra, está visto que tu és assim: chegas sempre em má altura! LOL
(não sei se não deveria grafar quatro vezes !!!!, o que lhe conferia assim um ar artístico)
É normal, Eric, que não tenhas percebido, o português pode ser bastante complicado e não sendo a tua lingua mãe acredito que às vezes (olhando para o que escreves) o mundo pareça muito confuso. Se bem que é bastante abusivo da minha parte simplesmente olhar para o teu nome e pensar que não és de cá, Eric é a meio caminho de Erickson não é? Ou foi so a formação da massa cinzenta que ficou a meio caminho?
Este “compinxa” Eric, deve ser uma pessoa com um enorme super-ego. A forma como desliza na escrita mais parece ser a de alguém que procura a admiração dos leitores pelo seu diletantismo, do que a de quem tem algo a dizer sobre seja o que for. Aqui, neste comentário, como noutros, é sempre este o seu modo de se exibir. Melhor seria que, com menos palavreado e um pouco mais de lucidez, expusesse as suas opiniões de forma clara, de modo a que todos as pudessem ir acompanhando e se deixasse dos devaneios que mais parecem querer dizer : “olha pra mim, como eu sou brilhante” …
«o português pode ser bastante complicado», …?
«e não sendo a tua lingua mãe», …?
«acredito que às vezes (olhando para o que escreves) o mundo pareça muito confuso), …?
«a formação da massa cinzenta que ficou a meio caminho», …?
Que caraças, falas sobre? sobre a língua materna? e que acreditas olhando o mundo? e que o [teu] cérebro é uma espécie de GPS da Uber?
Poupa-me, vai bulir e compra um teclado de jeito.
o “compinxa”, chega-me.
Fui.
Ah, ó Joao sem til. Isto parece cortado para o bê-á-bá das escolinhas , mas na verdade não o foi… ‘stá?
http://www.ebc.com.br/sites/_portalebc2014/files/atoms_image/cerebro.jpg
Oh Eric, pensei mesmo que ias perceber quando visses um teclado conterrâneo… ainda por cima sendo tu tão… nazi… grammar.
Nota. E viste lá alguém conhecido por aqui do Aspirina B, Penélope?
(mesmo que imaginariamente, aparelhados)
Resposta possível, Penélope:
– Sim. O Joao sem til, o jpferra e o Renzo, à vez.
Fui, mesmo.
https://www.publico.pt/ciencia/noticia/bolsas-da-fct-resultados-do-concurso-deste-ano-adiados-ate-fevereiro-de-2017-1748258
tudo como dantes, quartel general em abrantes. mas também, a maioria da população acha que um burro carregado de livros, ou pdf’s, é doutor.
O numbejonada voltou?
… ficavam bué da naices em cima duns lençóis de viana pela joana mobildick com o érico fontes a caçar vírgulas e imparidades ortográficas e a tratar da legendagem do material exposto com as obsessões panascóinfantis que vai apresentando aqui nos comentários.
eric o corrector ortográfico.
QualquerUm não quero ser mauzão mas como um nick desses com que te apresentas à sociedade portuguesa até parece que és um/a que anda por ali no Conde Redondo à noitinha (nada contra, esclareço!), Ignatz vai estudar e, vá-se lá saber porquê, regressa o jpferra que ainda respira e a quem digo vai bulir.
… Conde DE Redondo, em homenagem às equipas do António Costa e do Fernando Medina na CML e para prestar justiça aos olisipógrafos.
Erixc, tenho mesmo vontade de te mandar foder. vai-te foder. :-)
Olinda, fodido já ele está, há muito. E é da carola.