Quão mais trapaceiro se pode ser?

(Da entrevista de Passos ao jornal Público)

 

“Acho que o Governo foi desastroso a lidar com os problemas do sistema financeiro. Desastroso. Em primeiro lugar, porque mal  entrou em funções permitiu, lidando incorrectamente com a situação, que se gerasse um problema com o Banif que teve consequências para o sistema financeiro e para o Estado português.

Como sabe, o Governo diz o contrário: que a culpa foi do Governo anterior.

Sei qual é a propaganda que faz. Mas foi este primeiro-ministro a comunicar a resolução.

Mas disse que concordava.

O que eu disse é que, quando um banco chega àquela situação, só há duas soluções: ou é resolvido ou liquidado. Não estou na oposição a fazer uma política de terra queimada. Deixei que o Governo resolvesse aquela situação, mas o Governo aumentou o problema. Quando apanhei com o problema do Banif esse problema era muito maior do que quando saí do Governo. E era muito maior na CGD, e muito maior nos outros bancos.[… ]

[…]

Mas dizia que foi desastroso.  Porquê?

 

Por todo o processo de  recapitalização da Caixa, e pelo  condicionamento de venda  do Novo Banco, que pode  ter resultado em prejuízos  significativos. Foi frequente ouvir  o ministro das Finanças recordar  datas para fazer a liquidação do  banco, ou mesmo ameaças da  eventual necessidade de vir a  nacionalizar o próprio banco. Não  é possível que alguém que esteja  com a missão de vender um banco  para garantir a estabilidade…

 

Essas ameaças não vieram de  Mário Centeno…

 

Desculpe, mas acalentou-as.  O ministro das Finanças podia  ter logo resolvido dizendo que  a nacionalização não está em  questão. O Governo deixou isto em aberto, não facilitou a venda.  E as ameaças quanto à data de  liquidação não ajudam o banco.  Foi desastroso nesta matérias.  Mas foi desastroso também na  Caixa em vários sentidos. Em  primeiro lugar quase deixou a  Caixa sem administração. “

E por aí fora. A anedota atinge novo pico quando se pronuncia sobre o cumprimento do défice e os vaticínios que fizera. Convém também aqui deixar esta pérola:

E a Comissão Europeia, julga que poderá exigir mais ao Governo?

Não julgo nada, porque não estou em condições de o fazer. Mas se há Governo que não se pode queixar da UE é este, porque tem tido uma cooperação extraordinária das instituições europeias.”

Já pararam de rir? Então lembrem-se de como a “UE” governava por cá nos anos de mandato desta cabeça – que não via cruz nenhuma para carregar –  e recomecem.

Por outro lado, alguém poderia fazer a fineza de ensinar este homem a falar português? Expressões como “para futuro” ou “acesso a mercado” arranham os nossos ouvidos para além do suportável.

Se esta entrevista pretendeu ser o contraponto da entrevista de António Costa à TVI, conseguiu. O contraste é total. Quanto a constituir uma resposta por antecipação ao que Costa iria dizer, só tenho a dizer que achei um bom momento de humor.

4 thoughts on “Quão mais trapaceiro se pode ser?”

  1. um escroque, canalha tiranete e traidor, que vendeu o país para o poder governar. 25 anos para este filho da puta e para o portas seria em principio justo, mas como vivemos em democracia e meter governantes na cadeia so em casos excecionais e muito graves ( hillary), sera suficiente o alivio de saber que este calhorda nao ganhara nem mais uma eleicao a comecar no partido dele.

  2. Não li mas, hoje ouvi o jovem boquinhas Amaro fazer referência a esse monumento!
    Sim porque o problema do País está no crescimento aliás, foi par isso que nos 4 anos
    de governação dos pafiosos o investimento e a construção foi o que se viu!!!

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