Vinte Linhas 323

Soube agora que no passado dia 15-11-2008 o jornal ABC no seu suplemento «Las artes y las letras» publicou este poema traduzido por Vicente Aráguas e com uma nota biográfica de Amália Iglésias. Penso que é uma curiosidade para todos nós leitores do «aspirinab» esta revelação. Trata-se de um excelente e bem diversificado suplemento cultural e ter lá uma página é uma coisa agradável que merece ser compartilhada com todos nós.

ATÉ ESSE MOMENTO

Lembrarás então o pai aqui sentado

A máquina de escrever no chão

Os discos na parede entre a luz e o pó

Irão passar talvez muitos anos

Farás promessas que não vais cumprir

E dirás ruas para voltar noutras horas

Será como quem percorre um caminho

Iluminado pela luz do teu olhar

À procura das palavras subterrâneas

Lembrarás então o pai aqui sentado

Um gelado presente do indicativo

E silencioso que não fala – não esquece

Passarás nas tuas mãos um fio

Será talvez a memória das noites

O tempo do leite e das fraldas

Será como quem procura descobrir

Nos desenhos (nos cadernos escolares)

Uma outra maneira – a tua outra voz

Lembrarás então o pai aqui sentado

Não como pai mas como anónima pessoa

Surpresa a esperar no céu do Outono

Terás nas tuas mãos um retrato

O voo das aves por cima da casa

Como inesperada vírgula do tempo

Será como quem procura fragmentos

Num momento ou talvez num lugar

Na tua idade como um portão aberto

4 thoughts on “Vinte Linhas 323”

  1. GANDAENJÔO

    «Uma curiosidade para TODOS NÓS, leitores do Aspirinab», dizes tu? «É uma
    coisa agradável que merece ser compartilhada com TODOS NÓS»? Mas com TODOS NÓS, quem? Se te referes à tua família, ok! Agora se querias dizer TODOS VÓS, pergunto-te o que temos nós a ver com uma insignificância destas?! Foi um prémio importante que recebeste? Vai-te lixar, pá, toma juízo e vê se te enchergas. Tanta peneira, tanta falta de modéstia e de classe é uma vergonha para ti e para quem te lê. Isto porque quem te lê acaba por ficar envergonhado e enjoado com essa toleima sem razão de um foleiro que se promove por tudo e por nada. Se fosse outra pessoa a colocar essas 323 linhas, ainda vá: era de amigo. Só de amigo, repara. Agora que sejas tu próprio, ó pá! «Acontecimentos» destes há por aí a pontapé e ninguém faz posts a contar coisíssima nenhuma. Poupa-nos mas é às tuas farroncas peneirosas e repetitivas de te promoveres post sim, post sim!

  2. É só isso que tens a dizer, ó narciso? Que miséria de argumentação, pá! E não posso estar mais de acordo contigo: o teu comportamento é mesmo um «vómito». És tu próprio quem o diz. Eu é que fui brando no meu pseudónimo. Mas essa do «til», é mesmo infantil!
    Reparei que não pões acento circunflexo na palavra «enjôo». Tás numa de brasilês? Fazes bem. Um dia destes devem publicar lá pelos brasis um poema teu. Assim, é meio caminho andado: já não precisam de corrigi-lo de acordo com o acordo. Agora lembra-te: tens de repartir COM NÓS essa alegria e honra imensa, pá! Só uma pergunta: vais enviar um dos teus poemas aos brasucas do mesmo modo que enviaste este aos espanholitos?

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