Passos Coelho poderia ter sugerido a emigração a qualquer outra classe profissional, o que não falta são desempregados em todas as áreas. Até poderia ter sugerido a emigração a todos os desempregados por atacado, mas não, escolheu os professores. Não me parece uma escolha inocente. Os professores estiveram sempre na linha da frente da contestação aos governos de Sócrates. Não houve medida anunciada que não tivesse sido acompanhada de protestos, ameaças de greve e manifestações. A gritaria foi constante, até o tom de voz da ministra Maria de Lurdes Rodrigues era visto como uma provocação à classe. E, claro, se não protestaram mais foi por, naquele tempo, existir nas escolas ‘um clima de medo’.
Depois da mesma sugestão feita recentemente pelo Secretário de Estado da Juventude aos jovens desempregados, e da reacção que tal sugestão suscitou, Passos sabia perfeitamente que as suas palavras não passariam despercebidas. Então qual o objectivo da provocação aos professores? Provar que tem a classe profissional que ajudou a derrubar o Governo anterior na mão? Ou, pelo contrário, a ideia foi exactamente provocar mais contestação, dar um empurrãozinho à ‘situação explosiva’? Agora que começa a não fazer sentido a velha e gasta desculpa das governações anteriores, se calhar, dava jeito ao Governo poder desculpar-se do fracasso das suas políticas com a irresponsabilidade dos portugueses. Mas parece que a coisa não pegou, o primeiro-ministro terá de escolher outro alvo, os professores já não ligam a provocações.
grego??? nã, o termo técnico é fecundado, o gajo não acerta uma e últimamente todas têm tido resposta de bruxelas, ainda vai dizer que comissão europeia não a deixa cumprir o deficite, olha para este esmero
http://economico.sapo.pt/noticias/bruxelas-contraria-passos-no-apelo-a-emigracao_134170.html
O erro fundamental dessa “sugestão” foi não ter tratado primeiro de pôr fim às vigarices educativas cavaco-guterristas: http://lishbuna.blogspot.com/2011/12/e-que-tal-fechar-as-escolas-superiores.html
A sugestão do PM é uma sugestão idiota e pronto. Dispensava-se. Mas o que irrita é ouvir os que o defendem e acham válida a sugestão apresentada, não a seguirem. Emigrem eles primeiro, que pode ser que nós os sigamos.
Não acha que terá uma relação com a pergunta que foi feita pelo jornalista (“Por exemplo, aos professores excedentários que temos, e temos muitos, aconselharia a abandonarem a sua zona de conforto e a procurarem emprego noutro sítio?”). Convém ler a entrevista…
Oh João Lisboa, gostei muito do teu blogue. Giro, pá! E turístico- 5 idiomas!!! 5+1 por causa do post da Judite de Sousa coreana. Não te desfaças, não….
Este buna deve ser como o outro que andava sempre a lamber as botas aos blogues onde pespegava nos comentários a publicidade ao seu e quando viu que não lhe tinha sido reconhecida a (in)capacidade mordia-lhes mais que um pitbull marado, ao ponto de se chibar em termos de expor anonimatos de quem lhe retribuiu a conversa.
Cromos destes é o que há mais.
Pensador, segui-los é que não. :)
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LL, acho que sim, que tem relação com a pergunta do jornalista. São uns malandros os jornalistas, um dia destes aparece um a perguntar se Portugal devia desaparecer do mapa e o PM, coitadinho, ainda responde que sim. Mas neste caso, e pela resposta que deu, até parece que Passos já estava à espera da pergunta.
Quanto ao ler bem a entrevista, parece que há muita gente, inclusive do PSD, uns que criticaram e outros que vieram em socorro do PM, que a entendeu como eu.
Guida
O PPC não distingue o que é a zona de confronto com a realidade de um primeiro ministro do que é a zona de confronto com a realidade do cidadão individualmente que, para seu governo, até pode ouvir conselhos da mãe e do pai, do grupo de amigos e do sindicato, vá lá. O que PPC diz é insultuoso não porque não corresponda a uma hipótese real de alguns resolverem o seu problema (um nível de verdade) mas porque ao primeiro ministro compete trabalhar em soluções para a realização da nossa vida colectiva (outro nível de verdade). Portanto, não adianta ele ser muito sincero e verdadeiro a dar soluções a que cada um por si só rapidamente chega (a realidade cá em baixo pesa que se farta), se isso escancara a completa inépcia para realizar, um arzinho sequer, do que lhe compete. Se não percebe o que é um país como pode governá-lo? E a situação de crise só ajuda a perceber melhor os trinados…
Cara guida,
quem me dera que o Passos se visse grego, infelizmente tal não acontece, pois ganha tão bem como um suíço e demais para a figura triste que anda a fazer.
Um primeiro-ministro que rtecomenda a emigração aos seus concidadãos faz-me lembrar aqueles patrões que dizem aos empregados que reclamam das condições de trabalho ou de higiene e segurança:
– Se não está bem, mude-se!
O que acontece é que nem ele é o patrão dos portugueses, e ademais jurou que ía tirar o país da miséria em que o governo anterior o meteu, e fazia-o não aumentando os impostos e apenas com uma faca que cortava gorduras, mais uma receita secreta que tinha que nos fazia crescer à brava.
Mas pelos vistos aquilo faz parte da cartilha dos batanetes, pois o secretário já o tinha dito e o Relvas até conhece emigrantes que foram bem sucedidos (se calhar estaria a pensar no Dias Loureiro e outros espécies próximos).
O Pai Natal é que lhe poderia por no sapatinho, um país pequenino, daqueles próprios para o seu tamanho intelectual e colocá-lo lá, mais os restantes batanetes debaixo de uma redoma para que não fugissem.
Portugal, enfim, poderia finalmente respirar melhor.
Cara Guida, o problema com as analogias é que têm de ter dois termos comparáveis e a pergunta efectuada e a que imaginou como hipótese para o seu argumento “ad absurdum” nada têm em comum. A pergunta feita, embora induza a resposta, é sobre uma questão real, concreta e que afecta milhares de portugueses. A imaginada é, enfim… imaginada. Cumprimentos
A miserável resposta desse badameco que elegeram para governante desta merda de País representa o que ele pensa sobre o assunto. Não vale a pena dourar a pílula, ó LL. Nem atirar poeira para os olhos das pessoas. Nem todos são burros e deficientes morais como tu. Quando o manda-chuva de Brutogal manda os excendentários emigrar, não são apenas os profs que se devem sentir enxovalhados. São de um modo geral todos os desempregados, os doentes sem médico de família, os queixosos sem sentenças judiciais em tempo útil, os pais sem abono de família e, sobretudo, todas as pessoas decentes que não se queiram sujeitar a ter como primeiro-menistro um canalha sem um pingo de vergonha no focinho!
O Passitas já veio explicar tudo no que concerne à emigração. Diz que o incentivo à emigração não cola com a realidade deste governo. E de facto não. Toda a gente sabe que a criação de emprego tem sido a sua primeira prioridade. Veja-se o Portas que tem passado a vida à caça de investidores no estrangeiro. Só gente mal intencionada como o Vega é que distorce e diz que o aeroporto está cheio de professores à espera de emigrar quando é público que diariamente tudo o que é estrangeiro se acotovela na Portela para vir cá deixar as migalhas que amealharam para criar emprego aos portugueses. O investimento português? O Álvaro resolve. Primeiro esteve a ambientar-se, agora está a estudá-la.
No fundo o PM tem razão, não teve foi coragem de ser sincero para dizer: -Eu estava a brincar, era só para ver se vocês estavam atentos. E nós concedemos perfeitamente que alguém numa missão tão espinhosa e que inadvertidamente nela caiu sem saber ao que ia, possa, nesta época natalícia de tanta generosidade e boa vontade, ter direito ao seu pequeno prazer masoquista, digamos mesmo funesto ou miserável.
Claro que esse pequeno grande homem que é o nosso Paulinho Caga-Tacos se pôs logo em bicos de pés lá em Bruxelas: -Eu crio uma agência para a emigração, vou já falar com o nosso Cherne. As más-línguas começaram logo a vomitar, e mais agências, e mais tachos para os boys e mais isto e mais aquilo. Nunca dão tempo ao rapaz de se explicar. A ideia faz todo o sentido, se não há emprego para que temos nós o Instituto de Emprego e Formação Profissional? Substitui-se o dito cujo pela Agência da Emigração e tudo o que é desempregado fica logo com os patinzinhos calçados. Poupa-se nos subsídios, na importação de alimentos e outros tipos de bens, no consumo de energia e por aí fora.
Só não concordo com a designação de Agência. Vê-se mesmo que a traquitanada deste governo não está nada preocupada com as exportações. Cria-se mas é uma Bolsa de Capital Humano e exporta-se essa gente que pelos visto foi a única coisa que ainda conseguimos criar nos últimos quinze anos com cotação no mercado. É só carregar contentores deles em Sines, em Leixões ou onde quiserem e ala que se faz tarde.
E assim, ainda ficavam mais três ou quatro postinhas de bacalhau para a Cristas da estrondosa vitória que ela teve nas cotas de pesca.