O nosso amigo Rui teve a gentileza, e o supino bom-gosto, de nos oferecer novo espancamento, frementes carícias:
NERVOS D’OIROMeus nervos, guizos de oiro a tilintar
Cantam-me n’alma a estranha sinfonia
Da volúpia, da mágoa e da alegria,
Que me faz rir e que me faz chorar!Em meu corpo fremente, sem cessar,
Agito os guizos de oiro da folia!
A Quimera, a Loucura, a Fantasia,
Num rubro turbilhão sinto-As passar!O coração, numa imperial oferta.
Ergo-o ao alto! E, sobre a minha mão,
É uma rosa de púrpura, entreaberta!E em mim, dentro de mim, vibram dispersos,
Meus nervos de oiro, esplêndidos, que são
Toda a Arte suprema dos meus versos!
Todos os dicionários me dizem que “tesão” é um substantivo masculino.
Porquê, então, “a tesão”?
Corrector,
Concordo contigo. Ando a questionar-me sobre isso desde A Tesão I.
Talvez a resposta seja esta: mais um gesto original do irreverente Valupi.
Vejamos se ele nos responde e esclarece.
No entanto, é pena “tesão” não mudar de acordo com o género. Uma mulher sentiria a tesão e um homem o tesão. Mas isso faria do Valupi uma mulher, certo? E se bem que ele tenha nome de apelido de mulher, não duvido da sua masculinidade criativa, mas viril.
Excelente pergunta, a qual agradeço. O tesão é relativo à erecção, o que o restringe ao macho e à mecânica. A tesão é tensão, e a tensão é feminina, polar, ambivalente. Falar da tesão é falar do entusiasmo, de um deus que acorda, e canta, no íntimo de cada célula.
val,
Péssima resposta, gratidão zero. Deixaste-me a pensar no dia, chegante, em que o tal deus perde o pio e ferra o galho de vez, salvo raros e esparsos acordares. Não se faz. Nunca mais te falo em nervos d’oiro.
Abraço-te por hábito, apenas.
revista electrónica em que participo http://www.scribd.com/groups/view/8296-samizdat
não queres pôr um pablo qualquer coisa ou assim? Tenho que empurrar um skatepark até ao fim e não quero andar enervado
Isto é que é Tesão!
“Porri-potente herói, que uma cadeira
Susténs na ponta do caralho teso,
Pondo-lhe em riba mais por contrapeso
A capa de baetão da alcoviteira;
Teu casso é como o ramo da palmeira,
Que mais se eleva, quando tem mais peso;
Se não o conservas açaimado e preso,
É capaz de foder Lisboa inteira!
Que forças tens no hórrido marsapo,
Que assentando a disforme cachamorra
Deixa conos e cus feitos num trapo!
Quem ao ver-te o tesão há não discorra
Que tu não podes ser senão Príapo,
Ou que tens um guindaste em vez de porra?”
Bocage
obrigado Aldina!
estive a fumar um cigarro encostado à casa onde ele nasceu, mesmo na entrada do forte de Damão Grande
Rui, não me abraces por hábito. O hábito nem sequer consegue fazer o monge, quanto mais justificar um abraço.
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Pablo? Skatepark? Falas do quê, companheiro?
atão, estou de partida, o centro de saúde já existe e funcemina há uns meses, o ecoparque vai-se fazendo, mas ali ao lado do cs ficava mesmo bem um equipamento de skate, e os miúdos andam por aí a fazer skate pelas ruas que é uma delícia, mas eu fico preocupado que aconteça acidentes, e ali ficava mesmo bem. Mas esta idéia não foi minha, foi de um amigo meu, só que eu tenho boa potência para deixá-la gravada
trufa!
portanto, para Aristóteles substância é o que existe em si mesmo, a primeira das dez categorias do Ser
Em suma, deus tem tesão e Aristóteles vem-se sendo? Esta dicotomia entre religião e ciência é mesmo fodida.
Até já.
Aldina, isso é tesão de letra.
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z, para Aristóteles a substância tem muita categoria.
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Renato, ninguém duvida que os deuses tenham tesão. Pois se até têm filhos (alguns, não todos).
A propósito: sugestão de (re)leitura: “Discurso sobre o Filho-de-Deus”, Alberto Pimenta, Edições Mortas e/ou & Etc. Menos conhecido que o “Discurso sobre o Filho-da-Puta”, mas igualmente sagaz e indutor, completa o quadro díptico que introduz os filhos das duas mais velhas profissões do Mundo (isto é, o cabrão e o chico-esperto).
Até já.
Valupi
Mas é tesão na mesma!
um primo:
O codex era o tronco da árvore do qual se extraíam as tabuinhas de madeira para escrever e, portanto, torna-se o livro
upi,
perdoa trangisverdar (é um termozito, que trago ainda em construção, para ‘mudar de assunto, conversa’, bitaite) mas sei-te fã, como eu, do Atlântico Expresso e das prosas do Peixeiro. Vê isto, então: http://setevidascomoosgatos.blogs.sapo.pt/1666034.html
incrível o último parágrafo, as frases daquele polaroid social, não?
Muito obrigado, Rui. Gosto da arte do Peixeiro, precisamente por causa de exemplos como esses que realças.