Vamos lá a saber

A forma como Costa termina o seu ciclo político enquanto primeiro-ministro e secretário-geral do PS justifica, ou reforça, o propósito de ser Presidente da República?

15 thoughts on “Vamos lá a saber”

  1. A presidência de Marcelo, sobretudo neste segundo mandato, alerta mais uma vez a esquerda e, em particular, os socialistas, para a grande importância do cargo de presidente da República. O apoio, na prática, de Costa à reeleição de Marcelo deu o resultado que está à vista. Poderá objectar-se que a demissão de Costa não foi provocada directamente por Marcelo, mas a dissolução da AR foi inteiramente da sua responsabilidade. Sampaio permitiu a sucessão de Barroso por um PM não eleito, Marcelo não o permitiu. A conclusão é que à esquerda não lhe basta ganhar as eleições, nem mesmo com maioria absoluta. É necessário que ela possa contar com um PR leal e confiável, coisa que Marcelo foi apenas no primeiro mandato.
    A forma como Costa termina o seu ciclo político em nada afecta a sua qualidade de figura presidenciável, na minha opinião antes a reforça. Não sei se Costa tem ou alguma vez teve o propósito de ser PR, mas a verdade é que ele seria o candidato mais forte e com maiores chances de ser eleito presidente. Estou mesmo convencido que o será, excepto se recusar absolutamente candidatar-se.

  2. Todas as perguntas são parciais. Porque transportam, já, dentro de si próprias, antecipadamente, a resposta. É a prisão da palavra e da linguagem, a que a espécie humana está condenada eternamente.
    Perguntar se “justifica ou reforça” é, antecipadamente, responder sim e/ou não.

    1 – Todavia, a um nível mais geral (e disfarçado), responder a essa pergunta é querer encontrar uma resposta para a pergunta «o que é a Existência».
    2 – E para essa resposta apenas existem 4 perguntas sem resposta: 1. Será uma POSSIBILIDADE (será «ser possível ser»)? 2. Será uma IMPOSSIBILIDADE (será possível «não ser possível ser»)? 3. Será uma CONTINGÊNCIA ou um acaso (será possível «ser possível não-ser»)? 4. Será uma NECESSIDADE (será possível «não ser possível não-ser»)?
    3 – Terá A.Costa perpetrado essa justificação e esse reforço, por saber isto acerca da Vida e da Existência?
    Terá A.Costa feito de propósito, ou terá sido a contingência, o acaso, ou a sorte?

    4 – A essa pergunta de VALUPI, o Impronunciável responde com a seguinte pergunta:
    – A.Costa não teve de deixar de ser, mas, não deixando de ser completamente, para poder continuar a ser noutro modo, um ser transfigurado de Primeiro-M em Presidente? Logo, um ser-posterior (que Há-de Vir) diferente do ser-anterior, isto é, daquele que ele finge que é agora. Como se o Poder fosse diferente do Poder? E todos nós, a Humanidade, não é apenas uma coisa, e a apenas uma coisa? A soma insolúvel e indecomponível de: a Energia (a matéria, o pó) + a Violência (a acção, o agir, e suas consequências) + o Ser (aquilo que sente, repercute e perpetra)?

    5 – Então, a resposta é «sim e não».

  3. Sim e não?
    1 – Se a resposta à pergunta de VALUPI for «sim e não», então, inevitavelmente a Humanidade, Nós, SOMOS QUEM CRITICAMOS.

    2 – Um dia um condenado pela Justiça entrou numa cadeia.
    Antes de ser encarcerado o algoz tentou examinar-lhe a consciência.
    Perguntou-lhe: «Porque estás aqui? O que fizeste? Diz!».
    E o condenado respondeu-lhe: «Estou aqui porque sou humano, como tu. Faz um favor a ti próprio encarcerador justiceiro, dá-me a tua arma para me poder matar. Assim será um suicídio, e não te poderão culpar de homicídio. Para poder matar a Humanidade que não conseguimos deixar de ser (tu, eu, e todos nós)».
    E o algoz não teve coragem de lhe dar a arma.

    3 – Foi a partir desse dia que, provavelmente, Santa Teresa disse: – «Aquela vida, que é a prometida? Só quando esta for perdida. / Vivo porque hei-de morrer, morro porque não morro. / Que longa, é esta vida. Que duro, este desterro. Este cárcere, estes ferros, onde a alma está metida. / Vida que possa eu dar ao que Há-de Vir (e já vive em mim, impronunciável) não é perdê-la, é morrer para o alcançar».

    4 – Assim sendo, «O Que Há-de Vir» será inevitavelmente a palavra da Transformação (a possibilidade de Evolução e de Continuidade). A que nos conseguirá transformar.

    5 – E o A.Costa é um profeta.

  4. Marcelo nunca foi confiável ,alguém que votou contra a existência do SNS ,alguém que mente
    que fala em integredidade em relação a João Galamba e que agora se sabe que procura influenciar decisões médicas e que colocam quem paga durante anos e anos para o SNS
    e vê pessoas que nunca descontaram um cêntimo
    usufrirem de um medicamento de milhões recusado no Brasil ,será Portugal mais rico que o Brasil ?

  5. Crucificação ou Redenção?
    Se Marcelo tivesse acedido a um Governo Centeno, não teria sido a crucificação (e o desgaste) do PS e de A.Costa?
    Assim, o Marcelo não foi o principal responsável pela redenção do A.Costa (e pela renovação geracional dentro do PS)?

  6. «E todos nós, a Humanidade, não é apenas uma coisa, e a apenas uma coisa? A soma insolúvel e indecomponível de: a Energia (a matéria, o pó) + a Violência (a acção, o agir, e suas consequências) + o Ser (aquilo que sente, repercute e perpetra)?»

    «3 – Foi a partir desse dia que, provavelmente, Santa Teresa disse: – «Aquela vida, que é a prometida? Só quando esta for perdida. / Vivo porque hei-de morrer, morro porque não morro. / Que longa, é esta vida. Que duro, este desterro. Este cárcere, estes ferros, onde a alma está metida. / Vida que possa eu dar ao que Há-de Vir (e já vive em mim, impronunciável) não é perdê-la, é morrer para o alcançar».

    Percebeste, Valupi? Não? Certamente, nem o próprio Impronunciável o perceba completamente tal o abstracionismo da teoria.
    O jogo de palavras do esoterismo é complexo, contudo, o eleata dos ” Paradoxos de Zenão”, idealista discípulo de Parménides, o da imobilidade e impassibilidade total, era bem mais inteligente dado raciocinar numa base matemática e não esotérica mistica-obscurantista.
    Não, impronunciável, a Humanidade, os homens e mulheres não são coisas, pois, além do corpo (a coisa) tem uma mente que pensa inteligentemente capaz, até, de pensar no QUE-FOI como no que HÁ-DE VIR tal como tu e outras seitas mistico-gnósticas-cabalisticas-alquimistas-esoreteristas fazem. Não és tu próprio que consegues, pelo pensamento, ir ao “fundo dos tempos” donde virá o tal HÁ-VIR? Como conseguirias tu falar acerca do fundo dos tempos se fosses apenas uma coisa?
    Tratar os homens como coisa tem sido o grande erro de filósofos, curandeiros e religiões e, especialmente por Max, Nietzsche e todos os utopistas teóricos de sistemas sociais que o tratou por coisa alienável ao ponto de perder a consciência de si. Contudo, a escravatura, que tratava os homens como gado, tal como existia antes, já não existe e os novos tipos de escravatura moderna, de tipo mais consentida que coerciva que subsistem, hão-de acabar num há-de vir próximo, e não do fundo dos tempos.
    A Humanidade não existia no início da vida, é, uma construção evolutiva produto do pensamento dos humanos.

    Quem acredita nas palavras de Santa Teresa acredita em Deus, nos santos e na alma, como está subentendido no parágrafo 3 do Impronunciável. Logo, daí, é para um racionalista como eu uma impossibilidade aceitar uma tal teoria do HÁ-DE VIR do Homem Espiritual que, como se deduz deste parágrafo, só se realizará com a morte da “coisa”, aqui tratado como ” Este cárcere, estes ferros, onde a alma está metida. / Vida que possa eu dar ao que Há-de Vir (e já vive em mim, impronunciável) não é perdê-la, é morrer para o alcançar”.
    Donde, a proposta do Impronúnciável para a humanidade é de morte ou suicídio para alcançar a verdadeira vida que HÁ-DE VIR que, diz, é impronunciável mas que ele próprio, profeticamente, anuncia.

    Como disse, muito mais inteligente foi o eleata Zenão dos geniais Paradoxos. Contudo, nem este jamais se pôs frente a uma seta atirada contra si para provar, na prática, que tinha razão, assim, também o nosso Impronunciável antes prefere ser profeta da morte do que matar-se para obter, desde já, o mítico ser espiritual eterno.
    Mais eterno é o ditado dos vigaristas aos ignorantes: “acredita no que eu digo mas não faças o que eu faço”

  7. Ultrapassado o processo judicial montado no âmbito do golpe de estado, o Costa ganha todas as eleições a que se candidatar. De presidente dos Bombeiros ou da Junta a Presidente da República.

  8. Costa afirmou em Setembro que não seria candidato presidencial mas a honradez da sua palavra dada é igual a zero.

  9. Mas daqui a dois anos, Setembro não é na pré-história?
    Se calhar até prefere ir para um cargo na UE…

  10. IMPRONUNCIÁVEL
    bem, de ovo a larva ,a pupa e a borboleta, o ser não é sempre o mesmo? se quer aprender metafisica, observe a Natureza, é um livro sagrado aberto.

  11. Yo,
    No final da noite de 10 de março de 2024 … não vai ser a metafísica do Mesmo?
    Ou será uma geringonça com o Chega?

  12. vai, será sempre a psicopatia do Poder. e a “democracia” foi bem esgalhada pelos psicopatas mor: lá vão os tolinhos atrás do flautista que lhes toca sonhos de um dia chegarem também a mandar -:)-:) dá-lhes a sensação de que contam . uma ilusão e peras.

  13. É suficientemente medíocre para suceder a Marcel, nota-se que foi seu aluno.
    Mas a mesmice podia não ficar por aqui. Fazer suceder em organismos e instituições publicas os ministros e secretário de Costa, seria mais um ganho para a República.
    Doravante, além do filho e do irmão, todos os descendentes de Costa deveriam ter um acesso privilegiado a funções de liderança e/ou ministrar cursos de administração pública coordenados pelo Valupi.
    Quem faz um golpe de estado (hahahahaha) ao querido líder está feito, Portugal está condenado a 100 anos de tédio.

  14. Não nos afastemos da pergunta de VALUPI.

    1 – Se a sociedade portuguesa daqui a dois anos (em 2026) estiver muito polarizada (entre «Ventura/PedroNunoSantos», ou entre «esquerda/direita», a probabilidade de A.Costa ser Presidente é uma. Se estiver fragmentada, anarquizada, e não-polarizada entre duas grandes partes, a probabilidade é outra.
    2 – Portanto é uma coisa que escapa a pura vontade humana. E insere-se na escala mais vasta daquilo que é a Natureza e o mundo.
    3 – É por isso que coloquei a resposta dependente, também, de um contexto e de uma circunstância (‘campo’, ‘conjunto’, ou ‘frame’, ‘set’, ‘field’) fora do desígnio humano. Fi-la depender daquilo que é o comportamento mais vasto e sistémico da Natureza e do mundo.
    Criticam-me por ser ‘Físico’ (tratar as coisas da Existência como coisas) e não ‘Metafísico’ (tratar a Existência como composta de entes não-materiais, desligados uns dos outros, aparecidos de milagres misteriosos inexplicáveis).

    4 – JOSÉ NEVES, de facto, é assim que vejo a Natureza e o mundo. Como constituídos por coisas ligadas e interdependentes. E não desligadas, vindas de um Além inacessível e inexplicável, povoado por entes espirituais e gnósticos.
    5 – Logo, para responder à pergunta de VALUPI procuro causas e efeitos palpáveis, que estejam no contexto provável da realidade (não apenas dentro daquilo que é designado por ‘humano’, mas também fora dele, naquilo que é designado por ‘social’, ‘simbólico’, ‘cultural’).

    6 – YO, de facto, tudo como sendo ‘coisas’. Que estão ligadas (apesar de ainda não existir nenhuma teoria definitiva sobre a verdade de como essa ligação funciona e é feita). Na teoria atual da Física (dita ‘modelo-padrão’) dizem que cada ‘coisa’ é uma ‘matéria-energia’, derivada de quatro forças e partículas (gravidade, electromagnetismo, força nuclear fraca, força nuclear forte). Na teoria do Impronunciável há apenas uma força e uma partícula (nuclear), sendo as outras diferenças apenas proporções em escalas diferentes.

    7 – É fácil de explicar. Desde que não se comece logo a fazer juízos metafísicos e a imaginar entes espirituais.
    Vejamos:
    i) Qualquer ‘COISA’ (no mundo, natureza, universo, existência) é um pedaço de ‘matéria e energia’.
    ii) Sendo ‘matéria-energia’ é, e expande-se. Ou seja, não está num estado inerte, fixo, circunscrita a um local com fronteiras estáveis. É aquilo a que o ‘modelo-padrão da Física’ chama “força nuclear” (forte e fraca).
    iii) Logo, como as outras coisas são iguais, e são também isso, umas irão chocar-se contra outras. A essa interligação chamamos vulgarmente, na linguagem humana, de “RELAÇÃO” (efeito, influência, uso, violência, destruição, criação, quente, frio, grosso, fino, electromagnetismo, etc.). É aquilo a que o ‘modelo-padrão da Física’ chama “electromagnetismo”.
    iv) Todas essas ‘coisas’ e as suas ‘relações’ formam um CONJUNTO (sistema, contexto). Que, por ser a soma de todas as interações, forças, energias e coisas que lá estão dentro, acaba por exercer uma pressão e uma influência acima dos acontecimentos e interações individuais ou grupais que ocorrem no seu seio. É aquilo a que a linguagem humana chama de ‘social’, ‘cultural’, ‘regulação’, ‘efeito da natureza’, etc.. É aquilo a que o ‘modelo-padrão da Física’ chama “gravidade”.

    8 – Assim sendo, provavelmente, como o Impronunciável postula, só há uma ‘coisa’. Apesar de parecer que existem três: a Coisa (matéria-energia), a Violência (a acção e o efeito da coisa) e o Ser (o valor atribuído pelo sistema-de-conjunto às coisas e aos seus efeitos).

    9 – É nesta perspectiva coisal e interligada que o Impronunciável tenta responder à pergunta de VALUPI. E não através de uma perspetiva gnóstica, desligada ou metafísica.
    Quando a YO diz “nascer e crescer”, não diz nada de diferente do que uma mesma coisa e a sua expansão.

    10 – Portanto, nunca saberemos (nem o próprio A.Costa neste momento, a dois anos de distância) se o que fez terá contribuído, ou não, para ser eleito Presidente. Apesar de, por estarmos de fora, sentados no cume da montanha a ver desfilar o teatro da política, estarmos em melhor posição para vermos as coisas no seu movimento em conjunto.

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