Vamos lá a saber

Faz sentido comparar o interesse por cinco pessoas de quem se conhece a biografia, as quais se presume estarem vivas e prestes a morrer se não forem encontradas e salvas, com o interesse por um naufrágio no Mediterrâneo que terá causado centenas de mortos, não identificados, em contexto de migração ilegal?

23 thoughts on “Vamos lá a saber”

  1. não sei. não tive qualquer interesse no submarino , a não ser da perspectiva do carpenter fazer um filme de terror com os do titanic a atacarem uns parvinhos que fazem visitas turisticas a locais de tragédia. não consigo ter pena.
    já no caso do mediterrâneo sinto alguma vergonha por deixarmos milhares de pessoas serem enganadas com mitos ao ponto de arriscarem morrer.

  2. para mim faz-me sentido sentir o mesmo interesse se a medida for o querer salvar os cinco vivos e conseguir salvar vivos através da tragédia, avançando em compreendê-la para lidar com ela, dos mortos.

  3. Independentemente de todo o tipo de considerações sobre este acontecimento, há um pormenor que me deixa estupefacto. Um pai “arrastar” o filho com ele para uma aventura destas, de elevado risco.

    Mas faz sentido comparar esse interesse. Prova-o o editorial de hoje do Público sobre o acontecimento, arrematado a cascar no governo português. Oportunistas.

    https://www.publico.pt/2023/06/23/opiniao/editorial/naufragios-migrantes-julgamentos-2054345

  4. Claro faz, mas antes de lá ir deixa me dizer o seguinte; Fernando essa questão também me perturbou. Espero que a implosão tenha sido rápida e inaudível. Que horror.
    Também me pergunto por que não conseguimos sentir a mesma empatia e acho que há algo de muito errado nisso.
    Agora também não chamem a essas pessoas exploradores. São pessoas completamente excêntricas sem um pingo de noção da realidade.

  5. Em vez de fazeres perguntas que têm respostas óbvias, faz mas é posts sobre o caos na área da saúde , nas forças armadas, no ensino, na segurança, etc., coisas que precisam de reformas estruturais e não das já classicas respostas ” não sei nem tinha que saber”, “não é com o governo, é com a autoridade para isso e aquilo”, chutando para altas- autoridades, alegadamente reguladoras, comissões disto e daquilo, “vou já fazer um decreto e depois na prática não o vou cumprir” “os portugueses deram-nos a maioria para isto mesmo, habituem-se” e outros disparates que nem vale perder tempo a elencar, toda a gente conhece, mas vale a pena escrever, acrescento ao rol de figurões elencado, subalternos e seus subalternos tais como secretário de estado até aos assesores e arranjistas de imagem e de propaganda, que é o teu caso .

  6. Acrescento apenas mais dois tópicos, a falta de independência entre o futebol e a religião católica, e o estado, personificado pelos governos .

  7. confusão? talvez.
    as situações são comparáveis também no sentido de que ambos tomaram a decisão de se atirar a um poço de olhos abertos , porque embarcar numa aventura , ainda por cima com crianças, onde se sabe que há grandes probabilidade de morrer — os naufrágios também são noticiados em África , certo? – é de gente doida e eu não tenho nadinha a ver com isso.

  8. Esta comunicação social é um autêntico nojo
    são autênticos abutres ,que vivem da desgraça alheia , as horas que passam com comentadores e comentadores sem saberem nada de novo, por
    aqui se vê o espectáculo que dão e deram na CPI da TAP e que de um momento para o outro desapareceu da actualidade , isto é o que chamo de jornalismo de encher chouriços , já fazem parte do anedotário .

  9. Mas presumes/presumiu-se estarem vivas porquê?
    Segundo o Wall Street Journal, a Marinha Americana já tinha detectado a implosão do submarino há vários dias…

    https://archive.is/pSpem

    e quanto às pessoas naufragadas no Mediterrâneo, estas não poderiam ainda ser salvas? quanto se investiu nesse salvamento e que meios foram colocados à disposição? o que interessa o contexto ser de emigração ilegal para o salvamento dessas pessoas?

    ah! já agora, o submarino com os milionários implodiu num contexto de equipamentos que não cumpriam os regulamentos nem eram certificados para efectuar mergulhos àquela profundidade.

  10. São acontecimentos diferentes, não se pode comparar. A história do submarino é terrível por aquelas pessoas morrerem de forma tão imprevisível e chocante. As mortes dos refugiados está noutro patamar, muito mais impactante do q qql acidente. Este último problema não se resolve com “certificações” nem guardas costeiras…

  11. “de forma tão imprevisível e chocante.”

    imprevisível porque receberam inumeros avisos de que o equipamento não estava certificado e estavam a introduzir demasiadas inovações técnicas não testadas?!
    e por acaso, até acho que as guardas costeiras são mesmo um factor decisivo no problema dos refugiados que morrem no mediterrâneo:

    https://www.euronews.com/2023/06/19/timeline-how-did-the-greek-coast-guard-respond-to-the-migrant-boat-tragedy

  12. Como é possível alguém entrar naquele submarino com aquelas condições? O próprio submarino é em tudo ridículo. Não entendo como aquela gente, habituada , ou melhor, “bem habituada”, entra numa coisa daquelas. Devem pensar que por ser caro é bom e nada lhes vai acontecer.

  13. Pequeno desvio ao tema.
    Vou solicitar uma ajudinha a alguém, frequentador desta caixa de comentários, apoiante da invasão da Ucrânia pela Rússia, que me diga o que pensa das recentes declarações do ex-trinchante do Vladimir. Aquilo é tática, estratégia, fazer chacota do ocidente, danificação de neurónios ou produto acabado da Inteligência Artificial? Preferia que fosse a sra. yo a responder.

  14. A comparação dá-se por serem casos de opostos extremos da miséria humana atual. Uns morrem por excesso de ter e outros por excesso de escassez. Uns arriscam a vida e outros a morte.
    O excesso de fartura dá-lhes o tédio que lhes dá para arriscar, estúpida e idiotamente a vida pelo mínimo de uma olhadela (a um monte de sucata de ferro no fundo do mar a 4 km de profundidade, 400 Kg/cm2) enquanto aos do lado oposto arriscam a morte por um mínimo de vida.
    O horrível paradoxo civilizacional a que chegámos.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *