Valupi goes to Governo Sombra

No Governo Sombra do último sábado, e já com uns anos valentes de atraso, o nome “Valupi” entrou em cena. Por nove vezes, envolvendo os quatro participantes, esse famoso pseudónimo foi invocado no programa em clima de festa, rasando o transe báquico. Eis o que ficou verbalizado para a posteridade:

João Miguel Tavares

Valupi, um blogger do Aspirina B, que tem maior devoção a José Sócrates do que a irmã Lúcia a Nossa Senhora de Fátima. Um beijinho para Valupi, se nos estiver a ver lá em casa.

Pedro Mexia

[para o JMT] E um grande fã deste programa!

Carlos Vaz Marques

[para o RAP] O Valupi vai tratar-lhe da saúde...

Ricardo Araújo Pereira

Eu peço desculpa, quer a Max Weber, quer a Valupi, dois vultos da sociologia política.

É fácil detectar variegados graus de imprecisão nestas declarações, fruto da comoção do momento. Quero, todavia, fazer justiça ao sr. Araújo por ter sido o que mais se aproximou de uma afirmação puramente objectiva, factual. Também contou para este triunfo sobre os seus colegas o ter pedido desculpa. Tanto eu como o Max Weber, e talvez ainda mais o Max do que eu, sabemos que este senhor tem boas razões para tal contrição pública.

O sr. Araújo foi protagonista de outro momento que não posso deixar passar; seja no cumprimento da ética protestante, seja em respeito pelo espírito do capitalismo. Foi quando entrou decidido e confiante pelos mistérios cosmoteológicos adentro:

[…] Deus estava certamente a inventar uma constelação nova […]

Sendo cada constelação uma figura mental que junta através de linhas imaginárias algumas estrelas sem necessária proximidade espacial entre si, esta revelação araujiana de se ter apanhado Deus a fazer mais uma constelação tem vastas implicações. Poderá ser a prova definitiva para aceitarmos que Ele está mesmo no meio de nós, por um lado, e que não passa de um cabeça no ar, pelo outro. Quando tiver oportunidade, discutirei com o meu amigo Friedrich Wilhelm a natureza demasiado humana do fabricante de constelações.

Para além destas importantes problemáticas, o programa também exibiu um vídeo onde se podia ver um macaco com um microfone na mão a provocar e insultar um cidadão que já foi ministro, secretário-geral do PS e primeiro-ministro, sendo nesta altura mais falado por ser arguido num processo onde ainda nem sequer sabe se vai ser acusado de alguma coisa depois de já ter estado preso e de ver a sua privacidade devassada através de crimes sistemáticos. O pessoal do Governo Sombra achou muita graça à humilhação registada, equivalente a um linchamento moral, e resolveram dar destaque ao episódio.

Quem sabe, talvez num futuro de médio ou longo prazo ainda vejamos sociólogos, psicólogos e antropólogos a estudar uma sociedade e seus protagonistas mediáticos onde este tipo de violência é não só praticado como cultivado à risada.

23 thoughts on “Valupi goes to Governo Sombra”

  1. Quatro industriais da calúnia e da zombeteria paleolítica a quem o processo marquês revelou o carácter.

  2. Declaração de interesses, gramo o Pedro Mexia. Dito isto, parece-me que este post está pejado de vaidade… enganar-me-ei? Mas, não, não acho que seja elogioso ser invocado publicamente pelo JMT que, ainda por cima ou por baixo, tem o descaramento de te mandar uns beijinhos nocturnos (!) ao estilo dos programas do Manuel Luís Goucha nas manhãs da TVI. Já sobre a companhia académica que o RAP te aprontou com o Weber, e devido ao contexto do que se fala por aí, também não me parece que seja um elogio por aí além. E nada inspirado, pois sabe-se que o Espírito Santo tem dias. Sobre o anafado nada direi mas destacarei, positivamente, a frase «E um grande fã deste programa!» (do Pedro, lá está!) porque jurarei se preciso for que isto me parece uma verdade-verdadinha.

    Concluindo, pois: sede bem-vindo à TVI dos pequeninos, Valupi. Nunca percebi essa obsessão, mas aparentemente deu frutos (brindaste com tinto? whisky ou com outras bebidas destiladas? ou receitaram-te uns sais de fruto, dependendo da tua capacidade estomacal?).

    Tchim-tchim, em todo o caso!

  3. «Valupi, um blogger do Aspirina B, que tem maior devoção a José Sócrates do que a irmã Lúcia a Nossa Senhora de Fátima», …?

    Ah, o JMT não é um obsessivo leitor do Aspirina B porque não sabe ele da missa a metade!

  4. Este país é de tal forma atrasado que as probabilidades do Sócrates voltar á politica ativa, se é que alguma vez a abandonou, são enormes.

    Portugal, condenado ao fracasso desde 1128….

    Não admira…este país está cheio de Portugueses!

  5. A verdade é só uma e, como o algodão, não engana: todos os “paspácios” dos média portugueses, oriundos tanto da extrema-direita, quanto da extrema-esquerda, veneram o Sócrates com muito ódio. A razão é simples: têm muito medo dele e daquilo que ele ainda possa vir a fazer, tenho cá uma fezada nisso, no sentido
    da transformação deste país, ao nível de um verdadeiro desenvolvimento progressista e social.

  6. O Anonimo das 18h52 tem razão.
    Eu espero a mesma coisa. Aliás, eu tenho uma grande fezada que ainda vou voltar a votar no Sócrates.
    Desconfio que é isso que lhes f…..o juízo!

  7. Eu só mudava o título: Valupi goes governo sombra e não “goes to”. É um preciosismo, bem o sei, mas os tipos não merecem a deferência de Valupi se deslocar “a”, pelo menos em Estrangeiro.

  8. Nunca votei no Sócrates! Mas quando ele se candidatar seja ao que for onde possa fazê-lo, terá o meu voto! Digo isto para que conste e sirva de edificação aos cagões!!!

  9. Elahhhh……aqui o chalupi eleva a lambekusisse a nivel no minimo estratosferico…..LOL ! Será que é o farinho a mando do javardo a prosear tão sublime “prosa”? Estará o serviço incluido nos honorários? Quiça…..quiça !

  10. Oh pasquim silva…..ainda não percebeste ( nem tu… nem o proprio….) que o javardo 44 já morreu? Se ainda estrabucha ( a escrever, supostamente, livrecos e a botar discursos para ursos lambekus….) é apenas porque está mal enterrado, só isso! Acho melhor arranjares um outro qualquer para votares…. acho que os mortos não são aceites em eleições !

  11. In a perfect world, no one should waste his time with such a lousy TV late-nigth talk show . Still, those who choose to take a look at it, don’t have the right to do so .

  12. Um idiota é um idiota é um idiota. Um governo de idiotas é um governo de idiotas é um governo de idiotas. À sombra ou ao sol, cu lavado ou cu borrado, um cu é um cu é um cu, o que implica que, lavado ou borrado, o cu de um idiota cheira sempre mal, sendo que quatro cus de quatro idiotas irmanados em recital de cusices fedem quadruplamente mal. Donde se conclui, com alguma elasticidade sintagmática, serem os idiotas em apreço, cumulativamente, quadrúpedes fedorentos que não merecem mais do que a conversa de merda que aqui lhes dedico. Oremos.

  13. :-) que fixe!, Val. eu também tenho uma teoria: sabe-se que a paisagem envolvente, como tema múltiplo, tem articulação com várias áreas do conhecimento humano – Artes, Literatura e Cultura, Filosofia, História, Sociologia, Geografia e Psicologia e é, pois, fácil encontrar – do bucolismo de Diogo Bernardes e de F. Sá de Miranda, aos cenários ficcionais de Camilo Castelo Branco e de Agustina Bessa-Luís – diferentes
    concepções e funcionalidades atribuídas ao espaço e à paisagem subjectiva e intertextual: narrativas.

    continuem, pois, com narrativas sombra da narrativa ao sol. viva o Val narrador! :-)

  14. Por estas e por outras é que estes paspalhos têm tempo de antena, estou como diz o outro “deixai-os falarão que eles calar-se- ão”

  15. Valupi, os comentários variam entre as fezadas delirantes do costume, as saudades-do-que-não-se-viveu de um calhambeque e, por fim, umas orações p’rós santinhos.

    Isto parece mais a antecâmara de um funeral, haja SNS que garanta os cuidados intensivos aos três pacientes (que nem chegam para encher uma enfermaria, num tuk tuk cabem todos).

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