Rameira de Alfama

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Esta foto está na hipnótica Galeria de Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, que já tive ocasião de louvar há quase dois anos. Não tem outra informação para além da referência a Alfama.

Quem foi esta mulher? Doméstica, varina, operária, santa? Não interessa para nada sabê-lo. A pergunta é outra: que vemos nesta imagem? Uma rameira. Melhor: a rameira modelo de todas as rameiras possíveis. A rameira cantada pelo Marceneiro. A rameira que terá abraçado Camões nas tabernas quinhentistas de Ocidente e Oriente. A rameira adolescente, ou púbere, no tempo em que a adolescência ainda não tinha sido inventada.

As rameiras não são putas. São fados.

7 thoughts on “Rameira de Alfama”

  1. E eu a pensar que este post era do jcf.
    O João diz a verdade: o Valupi, só nas politiquices, é intragável. Agora já fala em compotas e rameiras. Não tem o seu sabor? Claro que tem!

  2. Recorda-me uma pagina de «A noite e o riso» de Nuno Bragança, com ela e o inesquecível «Aufredo». Maravilhoso…

  3. Val, essa afirmação de “rameira” parece-me um exagero… Mas tu mandas pá!
    Depois do Aspirina, será que ainda vais dar em romancista histórico, à semelhança do coiso e daqueloutro que são mais que as mães?

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