A nossa amiga Sabina pede que se defina o conceito de mulherengo. É possível que haja mais definições válidas do que sociais-democratas excluídos das listas de deputados por Ferreira Leite não concordar com o que eles fazem de manhã. Repito, possível. Mas sem certezas.
Ora, uma das melhores definições calha ser a minha, a Sabina está cheia de sorte. E reza assim: mulherengo é todo o homem heterossexual, independentemente da quantidade e qualidade das suas relações sexuais, que não gosta de mulheres. Este conflito resolve-se numa constante fuga para a frente, cuja suprema matriz literária se encontra em D. Juan. Ao nível mundano, o conflito está na base do consumo de pornografia. Assim, o mulherengo é pródigo em elogios às mulheres, ligando-se aos mais díspares elementos, dos corporais aos psíquicos, dos eróticos aos simbólicos. Contudo, o mulherengo é incapaz de conhecer as mulheres que descreve nas suas partes ou abstracções, a sua busca de novidade comprovando a superficialidade das sucessivas experiências.
Tem isto algum mal? Nenhum. E mais: as mulheres gostam de mulherengos, dão excelentes divórcios.
E não gostar de mulheres é não gostar de mim! E eu sou tão bom. Excelente definição.
sinónimo de deserto afectivo.:-)
e a definição, com as necessárias adaptações, também se aplica às homenrengas? ; )
ou isso não existe?
existe sim, tra.quinas – eu conheço algumas. :-)
existe muito mais do que aquilo que possa parecer à primeira vista, Sinhã.
disfarçam é melhor, penso eu de que. :-)
disfarçam, sim: casam. e continuam a viver no deserto.:-)
exactamente. tipo camelas/os. :-)
mas devemos evocar razões culturais. se não me engano.
só se fôr a cultura dos restaurantes do tipo d. juan, do carro topo de gama e do SPA semanal.:-D
desculpas, Sinhã. faz parte deste tipo de postura confundirem-se os meios com os fins.
a natural e simples função de matar o tempo também deve ter a sua dose de responsabilidade.
ou não fosse a variável tempo o nosso maior martírio..:-)
eu gosto tanto do tempo como do sol – não uso relógios, tra.quinas.:-)
acho que o V confunde não resistir a um rabo de saia que se lhe ponha à frente , e rabos de saia à frente de quem tem poder e dinheiro ou é belo é coisa que acontece frequentemente ( a bem dizer a vitima é ele ) com o/a infeliz que sofre de sindrome de don juanismo , sedutores compulsivos , em que o predador é ele/a .
nem eu Sinhã. não consigo usar qualquer tipo de adereços. :-)
mas sabes bem que o pôr do sol só é belo porque contamos que o valente volte no amanhecer seguinte. o tempo.
e a previsibilidade. transformámos a previsibilidade numa das estratégias de interacção social mais importantes durante o processo evolutivo. ficámos a perder em percepção, inovação e capacidade de autodefesa.
já nos estamos a afastar da temática :-)
ou talvez não, porque o que é facto é que as pessoas, volta e meia, nos falham.
melhor gestão das expectativas, precisa-se :-)
Há uma certa dependência mutua entre os mulherengos e as suas “vítimas”: eles precisam delas para engrandecer o seu ego e elas não passam sem aquela dose diária de drama nas suas vidas. Ou seja: só se estraga uma casa.
E a Margarida Rebelo Pinto ainda diz a ambos: “obrigado por existirem, tá?”.
é verdade, tra.quininhas.:-)
(é por essas – e por outras – que gosto de árvores).:-)
tb é uma boa opção, Sinhã :-)
e entre muitas outras coisas têm melodias sublimes. muito acolhedoras