Se Marcelo Rebelo de Sousa fosse apoiante do PS (ou tivesse outro nome, como António Vitorino, por exemplo) seria alvo de incessantes ataques de ódio. A televisão que o quisesse contratar passaria a automático antro de sinistros elementos do Gabinete de Sócrates. O seu isolado protagonismo seria evidência espectacular dos tentáculos desse centro secreto (onde precisamente se utilizam técnicas dos serviços secretos, como o Pacheco teve a extraordinária coragem de revelar e nós, em sua homenagem, devemos fazer o extraordinário esforço de repetir) que amordaça Portugal e impõe um regime de terror. Assim, como é apoiante do PSD, reina a paz e a tranquilidade entre a boa, séria e superiormente honrada gente da direita. Os socialistas, pacholas como sempre, não se importam, até apreciam as capacidades histriónicas de mais um Professor social-democrata.
Entretanto, houve um pequeno tumulto nesta modorra. Pedro Mota Soares apareceu desasado a lembrar que Marcelo é Conselheiro de Estado nomeado pelo Presidente da República, o que o deveria obrigar, por uma vez – neste último domingo antes da eleições -, a ser isento. E ser isento, para esta peculiar cabeça, passava por não atacar um partido que tinha apoiado Cavaco. Caso Marcelo apelasse ao voto útil no PSD, explicou com o apoio de Portas, estaria acto contínuo a atacar o CDS. Naco de pensamento mais primário do que este não me recordo de encontrar na memória recente.
É assim a nossa direita. Um coio de hipócritas que enche a boca com a responsabilidade, contenção, equidade e imparcialidade se vê os seus interesses ameaçados, e desbunda privada e alarvemente quando consegue favorecimentos que acha serem seus por direito natural.
isenção para esse gajos significa não pagar impostos.
com licença, licencinha, eu trago salada de pepino como arma cultural para acabar com as asfixias.:-)
Socratice, é quando não há mais qualquer solução.
O post até começou bem (ou seja, o MRS esteve efectivamente mal), mas depois lá vêm as generalizações, simplificações e o habitual chorrilho de disparates/ofensas (último parágrafo, para que dúvidas não restem) e deita-se tudo a perder. Val, se controlasses a azia até conseguíamos, por uma vez, estar de acordo.
João Dias, mas quem te convenceu de que precisamos estar de acordo seja a respeito do que for?
Ninguém, mas em todo o caso a azia faz-te mal.
E se fosse só a azia, era feliz.
A comunicação social albardou uma cambada de saloios, no sentido mais negativo que o termo pode comportar, para tentar escrever uma história enviesada. Estão convencidos que à sua volta, é tudo gente mais estúpida do que eles.
Depois põem-se aos pinotes quando as coisas não lhes correm ao jeito: ou despenteados e espavoridos gritando por justiça quando são mordidos pelas serpentes que diariamente lançam aos adversários, ou disfarçados de especialistas e intelectuais lançando raios e coriscos sobre o povo quando este não lhes liga patavina.
Esta boiada fez seu o lema “com a verdade me enganas”, mas ao contrário. Mas o “com a mentira me convences” já não pega desde a outra senhora. Já não vamos em cantigas, e muito menos de avôs enquistados.
O palerma RSousa não vale dois minutos de antena por semana. Mas pronto, há quem aposte tudo no adormecimento neuronal.
E tristes, continuam a insistir no mesmo há três décadas.
O Coelho engoliu a cassete dos 700 mil desempregados. Já algum jornalista com o mínimo de seriedade na cara lhe perguntou quantos empregos vai criar se chegar ao governo?
Mas faz de conta que percebemos, ele até a erva que escolheu caminhar, o faz tropeçar. Para quê atirar-lhe os cães de caça?
Não proíbam o Marmelo Rebelo de Sousa de dar missa no próximo domingo.
Isso era tramado.