Para além de sermos primos por casualidade apelidadora, o João Pedro da Costa é o blogger mais criativo que conheci, sendo um virtuoso da escrita, do vídeo, da linguagem, do humor, da poesia e do HTML lúdico e ético. Anda agora a aplicar esses talentos, e outros, numa nova fase da sua vida:
MV FLUX é o blogue do meu projecto de investigação que está a ser desenvolvido na Universidade de Aveiro (Departamento de Comunicação e Arte) e na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa) sobre a presença dos vídeos musicais nas plataformas digitais subordinado ao título Difusão na Web Social: o caso dos fluxos videomusicais e que aponta, através de uma abordagem transdisciplinar entre os Web Studies e os Estudos Literários, para a definição de uma poética da propagação digital.
O referido projecto de doutoramento, agraciado em Setembro de 2010 com uma bolsa de investigação pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, conta com a orientação de Rui Raposo (Universidade de Aveiro) e de Rosa Maria Martelo (Universidade do Porto) e integra a rede de pesquisa internacional Lyra ComPoetics coordenada por Paulo de Medeiros (Universidade de Utrecht) e Rosa Maria Martelo (Universidade do Porto).
Separando as afinidades pessoais, que rapidamente se transformaram em amizade anos atrás, consigo perfeitamente reconhecer uma dimensão objectivamente admirável neste blogue do projecto: a normal decorrência da investigação está a gerar tanto uma divulgação científica aberta ao público como se constitui em pedagogia para presentes e futuros investigadores. Veja-se o modo com a informação está organizada e a facilidade que o meio digital oferece para trabalhos académicos, enriquecendo tanto as possibilidades de contacto com materiais originais como a sua análise e reflexão. Isto é uma novidade só possível pela existência da Internet, por um lado, e pela cultura de partilha tão rara no selvático meio académico, pelo outro.
Portanto, primo, és o maior. Que o HTML esteja sempre contigo.
Sem querer baixar o nível , mas ainda no plano da criatividade, diz-me lá, Val, tu que até percebes disto. Isto na publicidade é mesmo assim? ;)
(Contexto: há um publicitário, que aqui adopta o nome de Low Costa, que tem vários vídeos de promoção da sua “Zero Budget – o programa magazine de viagens para quem não tem onde cair morto”)
Cá vão alguns exemplos e já que nos canais oficiais não se brinca com a crise…
http://www.youtube.com/watch?v=P3sPhFFHXnM&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=DJxMZzclEEU&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=CP4la3jwuBo&feature=youtu.be
Por acaso, este Sergio Costa não é primo, não?
Margarida Losa é autora de um belo e breve livro – Gracejos à solidão – da Editora Inova do Porto com data de 1972. Começa assim: «A minha vida é breve / apaga-se num outono certo / perde-se nas coisas e nos dias / e nem toda se recupera / pelos sonhos férteis à noite». Nasceu em 1943 e morreu nova. O seu nome do Instituto é uma homenagem.
O projeto parece-me interessante. “Interessante” é aquela palavra que usamos para caracterizar coisas perfeitamente dispensáveis. E se isto não é um paradoxo wildeano, olhem que me saí muito bem.
edie, não conhecia esse bacano. Mas diria que todos os Costas são primos.
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jcfrancisco, esse comentário é mesmo para aqui?
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Charles (náo a sapataria), fizeste um comentário interessante.
Não sei se blogs como o MV FLUX serão o nosso futuro. É que a mim preocupa-me o futuro:
Preocupa-me o futuro
porque em boa medida,
é lá que vou passar, juro,
o resto da minha vida!
Mas por outro lado também já concluí, com base nos meus estudos, que o futuro não existe:
O futuro não existe
é coisa que cá não há,
quando muito e se persiste
FUTURO EXISTIRÁ!
Quanto a mim o que é preciso é viver bem o presente, porque:
Vive bem o teu presente
pois no futuro tá provado,
terás garantidamente,
um muito lindo passado!
E mais não digo!
Obrigado VAL! Desejo-lhe tudo de bom para a sua vida e muitas felicidades para a sua atividade na blogosfera.
“MV FLUX é o blogue do meu projecto de investigação que está a ser desenvolvido na Universidade de Aveiro (Departamento de Comunicação e Arte)”
Eu, sem cagança, e não me chamando Costa, juro, também ando a desenvolver 3 blogs, sem Universidade, pagos por mim (computador, eletricidade com 23% de iva, suor), e até agora estive calado.
Será porque sou modesto?
Fui ver o MV FLUX,
a neve caía,
branca e leve,
branca e fria,
há quanto tempo a não via…
Não é nada disto, porra! Não achei nada de especial. Pode ser erro meu, deficiência minha, baixos estudos (normalmente eu estudava deitado), mas alguém que diga o que há ali de novidade, de humor (prefiro o Adolfo Dias), de criatividade, de bem escrever, etc., etc.
Poderia transcrever aqui uns exemplos do que lá vi mas acho dispensável.
Fico à espera de quem me elucide. Me desemburre. Me faça luz (sem iva).
looooooool
Só agora li o comentário do ADOLFO DIAS… Que bela gargalhada me valeu! Obrigado, Adolfo. Fico com a impressão de que há por aqui gente muito interessante, porque quem se lembra de escrever uma coisa destas, não pode ser vulgar. Excelente! Até eu parece que já estou a ter uma veia poética bem rafeira!…
Digo-lhe uma coisa, ADOLFO DIAS: bem melhor ler este seu poema, que qualquer um dos do outro Adolfo, o Rocha…
Abraço!
Adolfo Dias, estou contigo: também não faço ideia se blogues como o MV FLUX serão o nosso futuro.
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Charles (não a sapataria), será entregue.
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Portuga, és modesto, para tua infelicidade. Nunca se deve ser modesto, nunca. Só humilde.
esse mvflux deve bater hoje record de visitas graças aos ascetilsalicilicos e o costa deve estar a pensar mostrar o sitemeter a mais uns otários.
Charles (não a sapataria) obrigado pelo elogio. Não era preciso tanto. Mas de vez em quando sai. E haverá mais. É só esperar. É só questão de oportunidade.
“Portuga, és modesto, para tua infelicidade. Nunca se deve ser modesto, nunca. Só humilde.”
Obrigado Val pelo comentário.
Mas fiquei na mesma. É que vejo, aliás, sempre vi, cada incompetente a subir na vida, sem trabalho, sem esforço, sem mérito que já não sei o que diga.
Sinceramente. Aquele blog que citaste não me disse nada. Não vi nada nele diferente ou melhor. Por isso eu dizia e digo que o erro pode ser meu. Acredito. Porque também erro e não sou infalível.
Tipos infalíveis e que nunca erram só conheço um, o Cavaco.
Portuga, se calhar és tu quem tem razão, e aquilo não vale nada. Entretanto, tens a ganhar se também admitires que podes estar enganado.
Meu Caro Valupi o comentário é mesmo para aqui porque explica em breves palavras quem é a pessoa que deu o nome ao Instituto de Literatura Comparada do Porto.
jcfrancisco, não tinha reparado no pormenor. Obrigado pela explicação.
subscrevo, por email, sempre tudo o que o João Pedro escreve – sou leitora e ouvinte assídua por considerar um blogue de valia. também já fui comentadora assídua mas, entretanto, fui desprezada. pode ter-se tudo mas ainda lhe falta a virtude do retorno – ou será a mim que falta o defeito de ser arrogante. :-)
Meu Deus, como isto anda em matéria de gratidão: ninguém entre os comentadores pespegou uma beijoca das grandes na boca do João Pedro.
V. KALIMATANOS: essa é que é a grande verdade. Ingratos da merda.
Primo: nem sei que te diga a não ser, mais uma vez, obrigado. O mv flux é, naturalmente, coisa árida e apenas apelativa para (muita) pouca gente, na medida em que é uma espécie de caderno de bordo da minha investigação num tema muito específico. Mas é igualmente uma genuína tentativa de criar no HTML um projecto de investigação aberto e transparente, disponibilizando à comunidade todo o seu edifício epistemológico. No mundo académico, salvo raras excepções, existe uma fobia na partilha do conhecimento em circuitos que vão para além dos congressos e das revistas especializadas que penso ser muito perniciosa e que é necessário combater. De resto, escrevi sobre isso logo num dos posts inaugurais do blogue: http://mvflux.com/2011/01/12/das-potencialidades-de-um-blogue-num-projecto-de-investigacao/
É isso mesmo que admiro, primão, a aridez da investigação estar ali a ser oferecida a quem passa nessas rotas desertas, solitárias. É, em vários sentidos, uma provocação para a cultura estagnada e doentia da academia.
Oh, tão fofos: adorei este momento familiar…
Os critérios de ordenamento das informações que sustentam a usabilidade do MVFLUX, adensada pela sua característica de diário, eu diria antes, de borda, podem ser adotados como sistema-padrão para qualquer dissertação/trabalho acadêmico.
Alem de notável medida sanitária contra as já referidas trevas e entraves da academia, é um espetáculo de sofisticação gráfica, e com resenhas das obras citadas muito melhores do que as oficiais.
Nao me havia ocorrido um beijo estalado, mas gostei da sugestao. Toma-o com os parabens!