O estigma relativo à doença mental continua a existir, apesar de se estarem a esbater os preconceitos. A sua origem está no cristianismo, por um lado, e no iluminismo, pelo outro. Da religião veio uma literal demonização do doente mental, os seus sintomas vistos como obra de forças malignas. Este pensamento mágico onde entidades ou energias sobrenaturais causavam a perdição dos humanos, por sua vez, era já ancestral, primevo. Pela ideologia do iluminismo veio um reducionismo da realidade psíquica às faculdades lógicas, estabelecendo-se culturalmente um fundamentalismo racionalista onde a doença mental aparecia como degenerescência. De ambas as causalidades nascia um comum moralismo no qual o doente mental era visto como infra-humano, fosse por ter perdido a protecção divina ou por ter perdido a essência racional. O estigma, neste contexto, vem da ameaça à identidade do paciente por via da alteração das relações com íntimos, próximos e até distantes.
Na verdade, não só estamos quotidianamente rodeados por doentes mentais, em qualquer tipologia e grau, como a própria complexidade ignota da condição humana implica não podermos ter definições simplistas, unívocas, do que seja a saúde mental. Melhor será assumirmos que todos, sem excepção, ignoramos se precisamos de ajuda nessa dimensão da nossa existência. E se nos disserem que precisamos, pode ser que tenham razão.
é isso mesmo, muito dificilmente nos apercebemos de alterações provocadas por perda de neurónios, por exemplo..
adorei, a verdade é que sinto – e pratico – um imenso respeito pela doença mental desde a mais simples à mais complexa. eu própria às vezes fico doente mas penso logo a seguir que será uma falta de humildade minha usar o termo quando comparado com quem sofre por iteração de uma qualquer ao minuto, ou ao dia, ou ocasionalmente quando controlada por medicação e terapias. portanto, quando fico obsessiva com uma ideia – regra geral é quando sinto que me estão a fazer mal – trato logo de me tratar. mas estou a lembrar-me de doenças mentais desvolarizadas socialmente como tal como a depressão, a ansiedade. a demência nos idosos surge muitas vezes camuflada pela idade, o ser normal, e não é. sei bem distinguir muitas doenças mentais umas das outras. termos saúde mental talvez signifique não estar registada uma doença aguda ou crónica desse foro. e isso é o que traduz, socialmente, ter doença mental. e lamento muito, muito mesmo, que o governo considere que tão pouco apoio monetário chega para a sobrevivência de incapacidades superiores a 60% para trabalhar.
o biden disse num discurso a relembrar os ataques de 11 de setembro que estava no ground zero no dia seguinte a ver a destruição, quando esteve em washington a 12 a votar no senado.
é o que dá passar a vida em partidos cocktail a contar tretas: quando os neurónios começam a falhar, nós passamos a acreditar mesmo nas histórias de pescador que fomos contando.
temos de compreender.
A a(trans)ada mental e maluca dos cornos a “divagar” sobre maluqueiras dos cornos. É de dar em maluco dos cornos!
por isso é que os hospitais psiquiátricos têm grades. os loucos não passam de prisioneiros politicos.
Pergunta de escolha múltipla.
O alegado líder do mundo livre é:
a) chalupa dos cornos.
b) corrupto dos cornos.
c) gripado dos cornos.
d) aldrabão dos cornos.
e) vigarista dos cornos.
f) parvo dos cornos.
Resposta: a) b) c) d) e) f)
Joaquim Camacho tenho uma lição excelente para os seus cornos: só podemos isolar aquilo que, quando retirado, continua a fazer sentido. a(trans)ada. agora sozinho,vá, experimente retirar. talvez aada seja uma espécie de palavra que lhe surgiu da deficiência mental de algumas das inteligências de que dispomos. eu acho que se chama chico-espertismo azeiteiro. não deixe agravar, por favor, trate-se. não posso é garantir que o meu rico riso não se manifeste. !ai! que riso
Que comentários tão estupidos para falar duma coisa tão séria .
Não se confunda o que é apenas doença psíquica com a com transtornos psicológicos provocados com patológias provocadas por alterações neurológicas associadas sobretudo a idade .
vermelhos invadem a polónia, russos atravessam a fronteira para “proteger minorias” – 17 de setembro de 1939 –
https://www.thefewgoodmen.com/thefgmforum/threads/17-september-1939-%E2%80%93-the-soviet-invasion-of-poland.24786/
participa nas celebrações dos “oitenta e quatro”
se um absoluto fã no sentido original de fanático e perseguir uma figura pública, sei lá, um presidente da república de outra cor politica, fazendo avaliações psicológicas de actos mundanos e processos de intenção a cada piscadela de olho também pode ser uma
os únicos fans que aqui vejo são ventoínhas do putin em mizzão patrulheira e angariação de pazifistas.
essa de perseguir o presidôncio só se forem os repórteres que ele convida para ir atrás dele para noticiar brejeirada, populismo bacoco, bebedeiras de fortimel, cenas xunga, intriga e principalmente comprometer o governo com decisões que extravasam as competências presidenciais, as primeiras são moral e eticamente criticáveis e a última é ilegal e irresponsável.
porra, a obsessão dos liberaloides milenials que pululam por aqui com o 84 do orwell é um caso de estudo. estudo das doenças mentais.
João, as demência, tanto a associada à idade como a genética, são as que provocam alterações comportamentais ou cognitivas mais dificilmente detetadas pelo doente. mesmo hoje uma doente de huntington , que não é idosa , me pediu para lhe dizer quando começar a perder o juízo. eu não disse nada para não a alarmar mas já apresenta alterações comportamentais: mente, diz coisas desagradáveis a pessoas, irrita-se , etc. ela não percebe que mudou. mais uns tempos e terá de ser medicada também por um psiquiatra.
os border line também não percebem que são doentes, mas um bi polar, um depressivo, um toc, um ansioso, etc, percebe. pode é não querer tratar-se no psi.
Banana Republic on steroids.
https://www.cbsnews.com/news/the-bizarre-secret-behind-chinas-spy-balloon/
https://twitter.com/Moedas/status/1703430794235003102
o parolo de lisboa pagou mais que o saloio do porto
https://www.ojogo.pt/modalidades/ciclismo/noticias/lisboa-pagou-mais-do-que-o-porto-para-ter-a-vuelta-17039878.html?utm_source=dlvr.it&utm_medium=twitter
«Melhor será assumirmos que todos, sem excepção, ignoramos se precisamos de ajuda nessa dimensão da nossa existência. E se nos disserem que precisamos, pode ser que tenham razão.»
Um belo texto, daqueles que vai muito além e mais profundo do que à primeira leitura parece. Contudo os comentadores habituais daqui fogem, como gato de água quente, do assunto e retrucam e religam, como autómatos, para o assunto que lhes aprisionou e ocupa totalmente o pensamento; guardam tudo numa espécie de caixa de pandora que funciona ao contrário.
No mito da caixa de pandora saltam de lá, quando é aberta, todos os males do mundo e só a esperança restou, esperando. Nos comentaristas daqui apenas salta da caixa uma metade dos males do mundo e a outra metade é fechada com trancas; a esperança é libertada para presenciar apenas o mal de um dos lados e acabe por desesperar e ficar perdida, louca.
Tal caso pode configurar, como diz o Valupi, generalizando, mas que talvez queira chegar aqui; « estabelecendo-se culturalmente um fundamentalismo racionalista onde a doença mental aparecia como degenerescência».
E isso, degenerescência, era no iluminismo, depois de Freud tal, penso, terá outro nome em psicanálise.
e já agora, José, os “malucos” adoram-me -:) desde miúda. suponho que acontece a todos os empáticos. sigo-lhes a corrente na boa. só não faço farinha com esquizofrénicos paranoides.
tive um familiar-já morreu- bi polar, necessitou varias vezes de ser internado , eu ia visitá-lo ao sanatório e jogava às cartas com uns internados engraçadíssimos. é por isso , aliás, que sei coisas sobre doenças mentais. li muito na esperança de o ajudar. é horrível o que essas pessoas passam.
” eu ia visitá-lo ao sanatório e jogava às cartas com uns internados engraçadíssimos. é por isso , aliás, que sei coisas sobre doenças mentais. li muito na esperança de o ajudar ”
também não vi esse filme do césar monteiro onde fazias de gaja do movimento nacional feminino. continua ler que ajuda a digestão.
as saudades que tenho dos malucos do riso feito pelo guilherme leite, era tão engraçado, eu e o isaltino morais divertíamos-nos muito a ver esses vídeos, o que a gente gozava e ainda goza com os saloios da região de lisboa.
https://www.google.com/search?q=guilherme+leitetv+saloia+isaltino&rlz=1C5CHFA_enPT833PT833&oq=guilherme+leitetv+saloia+isaltino&aqs=chrome..69i57j33i10i160.18615j1j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8#fpstate=ive&vld=cid:14fb2716,vid:f8pRdo4XI14,st:0
link corrigido
https://www.youtube.com/watch?v=f8pRdo4XI14
“Da religião veio uma literal demonização do doente mental, os seus sintomas vistos como obra de forças malignas.”
Nem sempre. A menos que estejas a falar apenas de religiões recentes. O Xamã, por exemplo, era muitas vezes um desadaptado, diferente do resto da comunidade, que ,nas nossas sociedades, seria muito provavelmente considerado como um doente mental. So que em muitas sociedades tradicionais isto era considerado como um factor que o predispunha a exercer poderes magicos, por exemplo para curar. Conferia-lhe portanto poderes benignos, e não malignos (mas é claro que onde ha poderes, é facil imaginar que eles sejam usados noutro sentido)… Ha belissimas paginas de A. Métraux sobre o assunto, relativas à América do Sul. Tanto quanto julgo saber, isto também vale para outros exemplos de xamanismo, na Asia e na Europa.
Boas
A norma define a loucura.
Por exemplo a homossexualidade foi considerada um distúrbio mental pela OMS até 1990.
Na Idade Média a loucura não tinha a carga pejorativa de exclusão e silenciamento.
Após a Modernidade sim assiste-se à sua exclusão e através das práticas clínicas, ao seu encarceramento, abuso e à patologizaçāo de comportamentos considerados desviantes.
Uma carta de um louco, A. Artaud;
https://redehumanizasus.net/89562-antonin-artaud-carta-aos-medicos-chefes-dos-manicomios-1925/
Há um excelente trabalho de Foucault sobre o assunto, Loucura e Civilização;
https://en.m.wikipedia.org/wiki/Madness_and_Civilization
Ou seja, como referiu Deleuze, “o verdadeiro charme das pessoas reside nos seus traços de loucura”.
“o verdadeiro charme das pessoas reside nos seus traços de loucura”
joão viegas, falava especialmente do cristianismo, onde no Novo Testamento se encontram vários episódios que instituem culturalmente a doença mental como possessão.
A figura do xamã não é exactamente – quiçá nem fundamentalmente – equivalente à de um religioso dos monoteísmos, pelo que a comparação leva a equívocos.
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Joe Strummer, é isso: a norma define o anormal.
ei, olha a turma toda reunida
Valupi, exato.
Sobre o xamanismo lembro-me de ler um livro de Carlos Castaneda “Viagem a Itxlan”, há muitas luas atrás, quando tentava abrir as “portas da percepção “:)Tenho de o reler.
https://www.wook.pt/livro/viagem-a-ixtlan-carlos-castaneda/194786
aldous huxley
“Numa radiosa manhã de Maio, em 1953, Aldous Huxley tomou pela primeira vez quatro décimos de grama de mescalina, dissolvidos em meio copo de água, sentou-se e aguardou os seus efeitos. Pouco depois, tudo o que o rodeava se transformou. Eis a génese de As Portas da Percepção (1954), um dos textos mais inspiradores para a contracultura americana dos anos 60.”
https://antigona.pt/products/as-portas-da-percepcao
chaves do areeiro
Serviço de emergência para abertura de portas
Abrimos todo o tipo de porta em todas as circunstâncias. Nós temos a solução, basta ligar para 21 845 30 10 (chamada para a rede fixa nacional).
https://chavesareeiro.pt/servicos/
– Uns celebram a retórica e a filosofia, outros fazem o elogios de um príncipe ou uma exortação à guerra contra os turcos. Outros, ainda, ocupam o seu talento com a adivinhação do futuro e há também quem faça questão do pelo da cabra. Como não há nada mais tolo que tratar as coisas sérias de maneira frívola, também nada há mais divertido que parecer tratar a sério as coisas divertidas. –
Erasmo de Roterdão in “Elogio da Loucura”
Desde sempre os críticos de heróis, pensadores, artistas, escritores e poetas, coincidem na ideia de que alguém que se notabilize e ultrapasse o vulgar, o que existe, ou seja, aquele que cria algo novo é sempre alguém diferente senhor de carácter irreverente, alguém que, face ao presente, quer dar o salto para o futuro, e nesse sentido, alguém que inova e cria ele próprio as raízes do futuro; é sempre alguém possuidor de um grão, maior ou menor, de loucura.
Estes são os donos de uma loucura boa que a intolerância fanática da “norma” persegue, castiga e mata nos regimes tiranos ou totalitários. Nas críticas modernas acerca dos considerados cânon relativos a literatura poesia e artes, quer no cânon ocidental quer no cânon português, não está ausente, antes pelo contrário, a ideia de um criador diferenciado porque, também a sua vida é diferenciada do homem comum, a sua normalidade ultrapassa a norma estabelecida.
Será esta diferença a marca do seu génio ou será, antes, o seu génio que marca a diferença?