Esta edição conta com a boa novidade da presença do Porfírio Silva e com o anúncio dos candidatos aos prémios Combate de Blogs. Como o Aspirina B está nomeado (no que deve ter sido uma sugestão do Tomás Vasques, aposto, unidos como estamos num anti-alegrismo fanático e insanável), permito-me tecer considerandos decisivos acerca do programa e da iniciativa.
Cá vai alho:
PROGRAMA
O conceito do programa é muito simpático, o Filipe Caetano será talvez demasiado simpático e a duração da coisa é perfeitamente antipática. São 25 minutos para 5 pessoas falarem acerca de vários assuntos – o que dá 5 minutos a cada um dos convidados, 2,5 minutos por tópico quando há dois assuntos na agenda, 1, 666666666666666666666666666667 minutos quando há três, mais 5 invariáveis minutos para o apresentador abrir, lançar os temas, fazer as perguntas e fechar as festividades. Resultado: a discussão é quase sempre incipiente, telegráfica, insatisfatória. Das duas, uma: ou aumentam a duração do programa para o triplo, um tempo já razoável para os fala-barato que povoam a blogosfera, ou reduzem o elenco a um par de convidados por sessão. Sendo a primeira opção inviável, a segunda apresenta acrescidas vantagens: discutir melhor as melhores questões. No modelo actual, há um bipolarismo redutor entre uma esquerda e uma direita niveladas por baixo, à molhada. Isso deixa de fora as muito mais fascinantes e sanguinolentas discussões entre beligerantes da mesma cor, seja no saco de gatos que constitui a direita nacional, seja na sociopatia dos revolucionários do cu-sentadismo contra o que cheire a democracia e a PS.
PRÉMIOS
Todos os prémios de blogues são ridículos e são cartas de amor. Neste caso, as escolhas em votação vêm dos participantes do programa, limitam-se a blogues políticos e montam um cenário que nos faz acreditar na famosa teoria das blogosferas paralelas, muito em voga nos anos 60. Começando pelo maior escândalo, onde é que está o blogue mais famoso pela quantidade das referências, mais importante pelas reacções que provoca e o único a ter acrescentado um vocábulo ao léxico político? Pois é, aparentemente, nem o excelente Câmara Corporativa nem o incansável Miguel Abrantes são conhecidos dos nossos amigos premiadores. E, no entretanto, passarões do calibre de Pacheco Pereira, Zé Manel e Nogueira Leite, a que se junta a arraia-miúda todinha à direita e nalguma esquerda, vão comer à mão de um singular autor que os toureia a bel-prazer. Espectáculo extraordinário.
E onde é que está o imperdível e inimitável Jugular? Nomear a Fernanda não serve de compensação, pois o blogue tem outros autores igualmente notáveis, igualmente relevantes e de constante produção. Este blogue desperta ódios de estimação em ranhosos e imbecis, por muitas e magníficas razões, e tem uma equipa de puro luxo intelectual. Sendo incontornável no retrato da blogosfera política, a sua ausência é uma estátua ao absurdo.
Passando para a categoria de blogger do ano, onde é que está o Carlos Santos? Em Fevereiro deste ano, a desgraçada figura dava entrevistas onde promovia as suas operações secretas para lá da cortina de ferro do socratismo. Meses depois, estava no Corta-Fitas a repetir a dose, perseguindo todos aqueles com quem privou e que nele confiaram, muitos que o estimavam. Nunca se tinha visto pulhice igual na blogosfera, e talvez não se volte a ver dada a sua maníaca perversidade. É obra para prémio, bastando recordar quem o apoiou na fase demencial para se constatar como estaria entre amigos neste concurso.
E onde é que está o sinistro Paulo Pinto Mascarenhas, o blogger que usou a carteira profissional de jornalista para expor a identidade de outro blogger e que não descansa enquanto não recolher os dados biográficos de todos os pseudónimos com quem não beba copos e que tenham ideias que ele desaprove? Esta personagem obsessiva e delatora merece um prémio qualquer, ou até mais do que um pelos diferentes meios onde actua.
E onde é que está o Carlos Vidal, essa invenção do KGB cujo plano passa por vergar o capitalismo através das dores de estômago causadas pelas gargalhadas que os seus textos provocam? Sim, o Renato Teixeira talvez o supere algures em 2011, mas em 2010 o prémio é seu.
Para acabar numa nota de sanidade, onde é que está a Fátima Rolo Duarte? Confessem lá, vocês não têm ligação à Internet, pois não?
Arre, que o gajo é tonto.
O teu sectarismo é doentio, ó pá!
Val,
Já deixando de lado as outras questões, eu, simplesmente, não voto num “concurso” onde não seja possível considerar a hipótese de o f-world ser o melhor blogue nacional. Se calhar é um blogue muito difícil de entender, sei lá…
Caro Val
Obrigado pela crítica. Partilhamos de algumas das suas preocupações, nomeadamente a questão do tempo.
No que diz respeito aos prémios, é o nosso critério e não o escondemos. E posso assegurar-lhe que seguimos muito atentamente a blogosfera, como é nossa obrigação.
Quanto ao Jugular, já lá tivemos a Ana Matos Pires e já convidámos outros elementos.
As outras sugestões… são simpáticas da sua parte.
E sim, temos acesso à Internet.
Abraço
Programa – Esqueceste uma terceira hipótese, mudar o nome para “Combate de twitters”
Ena, Valupi! Ena, Porfírio!
Estou aqui a rir porque só agora percebi o que era combate de blogs, título que, as usual, me deixou hã?!
Pronto. Era só para agradecer aos dois.
Oh, quantas calorias!
Fátima Rolo Duarte
“revolucionários do cu-sentadismo”
:’D
No resto, perfeito. Até a reacção do Filipe Caetano (Caro blogger, agradecemos a sua opinião, que reservamos o direito de ignorar completamente, já que até tem razão e isso não pode ser. Passe bem.)
Um dos melhores momentos do ano blogosférico foi ler esta página (e digo página porque é de alto abaixo, cada letra de cima abaixo, do Val ao Vega9000).
Maravilha!
Val, BRILHANTE AS USUAL!!!
Tenho cá um “feeling” de que o seu comentário aos critérios escolhidos para o tal “concurso/combate” de blogues arrasou – com a magistralidade da reflexão – o próprio concurso…
Ibn, larga o vinho.
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Porfírio, o problema com o f-world, na minha nada modesta opinião, está naquelas imagens todas a mexer, na selecção musical para lá de duvidosa e na funesta tendência da autora para tratar o mundo como se estivesse rodeada de seres inteligentes. Só problemas.
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Filipe Caetano, muito obrigado pela tua presença e palavras. E parabéns pelo programa, repito publicamente a saudação que já te enviei em privado.
Quanto ao que dizes, é precisamente o facto de ser o vosso critério a estar exclusivamente em causa que dá azo a esta conversa. Como é óbvio, se tivessem pedido à vossa audiência para nomear os blogues e bloggers a seleccionar para a votação final, outras escolhas iriam aparecer, sem qualquer surpresa. Não estou é, seja por que razão for, contra o método seguido, apenas aproveitei para comentar o curioso resultado a que chegaram.
Do que não me convences é de terem ligação à Internet, desculpa lá.
Abraço
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Teresa, excelente proposta para um programa concorrente.
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Fátima Rolo Duarte, desta vez podes consumir calorias sem remorso ou culpa. É Natal!
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Vega9000, mas há a frisar que o Filipe Caetano é muito simpático.
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Paulo Querido, grande abraço.
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Maria da Guia, isso também seria demais. Temos de agradecer ao programa a iniciativa que, entre outros méritos, já deu que falar. E é isso que nos reúne, é disso que gostamos, ter o que falar.
Val, concordamos em todas as razões: para um, razões para polegar para cima; para outro, razões para polegar para baixo. Mesmo eu, que sou fã incondicional do f-world (e não conheço a Senhora de lado nenhum), tenho de escolher os momentos de ir à visita, porque não é bolinho mole de se comer, não é não.
Grande post – espero que o autor não leve a mal, mas quando leio este tipo de textos como que visualizo mentalmente um boxeur. Soco pela direita, pela esquerda, uppercut, deixa sem fôlego qualquer um.
Muito bem!
Ah! eu cá é mais eurovision song contest!
:))))
Faço link, Val :)
Obrigado.
Grande abraço.