«O que me parece que existe neste caso de Ivo Rosa é algo que é absolutamente habitual na actuação do Ministério Público, o que é raro é que isto seja feito relativamente a um magistrado judicial. [...] Esta espécie de instrumentalização do processo penal, de medidas altamente intrusivas dos direitos, liberdades e garantias, não em função da tentativa de apuramento de crimes, mas de pura e simplesmente andar à procura de coisas, isto é típico de Estados policiais. Isto é o que fazia a Stasi, isto é o que fazia a KGB, isto é o que fazia a PIDE. [...] Isto ocorre há muito tempo. Isto ocorre perante ou a passividade, ou a inoperância, ou a cumplicidade de sucessivos responsáveis da Procuradoria-Geral da República. [...] Neste momento, não só podemos pensar que há uma intimidação do sistema político, como podemos pensar que há também uma intimidação do poder judicial. [...] É uma questão de regime, a de saber se nós temos separação de poderes, se nós temos o respeito pelo Estado de direito dentro dos próprios operadores judiciários, e se os magistrados judiciais vão ou não ser o garante do Estado de direito e das liberdades, ou vão ser um instrumento ao serviço do Ministério Público.»
«Este caso do juiz Ivo Rosa é de facto muito grave, e eu tenho pena que o Senhor Presidente da República ainda não se tenha pronunciado sobre isto. Tinha que meter o dedo na ferida. A ideia que fica para a opinião pública é muito simples: este juiz estava a decidir contra a opinião do Ministério Público, passa a ser investigado. Ponto. E a partir daí isso também é um sinal para os restantes: "Quem manda somos nós, e vocês ou se portam bem ou nós vamos atrás de vocês". Essa forma de o Ministério Público actuar é completamente inaceitável. [...] Sobre um crime que se passa dentro de casa, que é as fugas de informação, não há uma investigação. Isto significa que todos nós podemos ser acusados, se cometermos crimes temos de pagar pelos crimes que cometemos, mas aqueles senhores podem cometer crimes diariamente e nunca são responsabilizados pelos crimes que cometem. E não há crimes bons nem crimes maus. Um crime é um crime, e isto é um crime.»
Pedro Siza Vieira e Duarte Pacheco são duas prestigiadas figuras da elite política nacional, tendo já desempenhado cargos de alta responsabilidade política. Comungam também por terem uma invariável pose de estadistas, respeitando as regras de decência e deferência no trato das questões públicas e na relação com os diversos agentes políticos e comunitários. Não se venderam à indústria da calúnia, discursam a partir de uma assunção de honra e, portanto, responsabilidade.
Pois aqui estão eles em sintonia, fazendo em público uma das mais alarmantes denúncias que é possível conceber em democracia — a de que temos um Ministério Público que viola o Estado de direito democrático; portanto, que comete crimes impunemente. Que o mesmo é dizer que estamos numa situação de irregular funcionamento das instituições, agravado tragicamente pela cumplicidade do sistema partidário e, principalmente, do Presidente da República.
Estas palavras lancinantes e implacáveis não geraram qualquer comoção popular, nem reacção fosse de quem fosse. Os patrões da imprensa, os editorialistas, os jornalistas e o comentariado, a que se somam os deputados, são todos igualmente cúmplices. Sabem o que se passa, sabem o que significa, sabem as consequências, mas alinham porque há diversas agendas que se juntam com a mesma finalidade: é preciso que o auto-de-fé de Sócrates, em que uns foram linchadores e outros cobardia, se consume. Estar a dizer que o Ministério Público violou a lei com o Ivo Rosa dá azo a que, por maioria de razão, se leve o bom povo a pensar que fez o mesmo na Operação Marquês. E isso seria uma chatice do caralho para o projecto de manter o País subjugado por criminosos que juraram defender a Constituição.
Viver numa aura de impunidade, num trono de privilégio ou numa dimensão divina e de repente assentar na realidade dos comuns mortais é de facto doloroso. Uma chatice do caralho!
É a vida. Aguentem-se! Habituem-se!
Ahahah …
<<É uma questão de regime, a de saber se nós temos separação de poderes, se nós temos o respeito pelo Estado de direito dentro dos próprios operadores judiciários, e se os magistrados judiciais vão ou não ser o garante do Estado de direito e das liberdades, –XXX ou vão ser um instrumento ao serviço do Ministério Público.XXX– »<<
<<E não há crimes bons nem crimes maus. Um crime é um crime, e isto é um crime.»<<
AS PERGUNTAS QUE ELES NÃO FIZERAM
QUO BONO?
Ou seja, se os magistrados vão ser um instrumento ao serviço do mistério publico, o mistério publico está ao serviço de quem ?
E se isto é um crime, quem prende os criminosos?
“Pedro Siza Vieira e Duarte Pacheco são duas prestigiadas figuras da elite política nacional, tendo já desempenhado cargos de alta responsabilidade política. Comungam também por terem uma invariável pose de estadistas, respeitando as regras de decência e deferência no trato das questões públicas e na relação com os diversos agentes políticos e comunitários. Não se venderam à indústria da calúnia, discursam a partir de uma assunção de honra e, portanto, responsabilidade.”
o valupi está de todo. olhem so o que ele dizia do duarte pacheco aqui há um par de anitos:
https://aspirinab.com/valupi/abjeccao-democratica/
isto realmente, assim não se percebe, deve haver alguma razão escondida…
ou é o n’importe quoi, e mantenho, sem tirar uma vírgula.
portanto o duarte é ao mesmo tempo um politico abjecto ao insinuar que o governo do ps era pior do que os do tempo de salazar e também por manter uma pose de estadista respeitando as regras de decência e deferência no trato das questões públicas e na relação com os diversos agentes políticos e comunitários e por não se vender à indústria da calúnia, discursando a partir de uma assunção de honra e, portanto, responsabilidade??
espectáculo!
e também mantém uma pose de*
era mesmo n’importe quoi, exacto. Mas fica tranquilo, o facto de não entenderes é natural. Tens de respirar fundo e continuar por aqui a estudar a minha obra. Vem todos os dias, como tens feito, e cumpre o horário. Quem sabe, talvez venhas a ter melhoras. Há que manter a esperança.
venho sim, val, não te preocupes com isso. eu sei o triste que ficavas se deixasse de vir. ainda por cima agora respondes-me e tudo, estou tão orgulhoso por ter merecido a tua atenção. deve querer dizer que o que ando aqui a escrever te deixa a pensar porque antes ignoravas. é a apoteose da minha vida digital de comentador de blogs! ou será a mácula na minha carreira de comentador de blogues? olha, decide tu
A treta do costume…se 200 mil palhaços assinaram a petição para foder o Ivo Rosa,o problema é só o MP? E a petição ficou por ali porque o assunto arrefeceu senão chegaria a milhões de assinaturas. Não há políticos nem juristas nem bofias corruptos/decadentes,todos os politicos juristas e bófia são honestos.Há sim povoleu estupido parolo sabujo rastejante podre lambe cús cobarde mau e nada mais. Foi a terreola mais vacinada do mundo,foram 12 milhões de Valupirosões a levarem a seringada sem qualquer questão(o que não mata engorda!). Valupirosão e todos os comentadores xuxas deste blog sois povoleu reles.Muito paracetamol,muito bacalhau á Braz nessas cabeçorras hidrocefalas xuxas e muito culto ao padre Inácio…e prontx.
Quem é que abriu a porta aos maluqinhos?
«Estas palavras lancinantes e implacáveis não geraram qualquer comoção popular»
Comoção popular, diz o xuxa volupi. Há séculos que este povo é explorado por classes de privilegiados; há décadas que é chulado e gozado por esta pandilha pulhítica; saqueado pelos mamões servidos por tal pandilha; já nem consegue alugar uma casa; ou ir ao supermercado sem lá deixar meio salário; mas devia comover-se e invadir as ruas porque um juiz safa-xuxas foi levemente investigado.
Eis o grau de alienação destes piaçabas partidários: na sua cabeça todo o país, todo o mundo deve chorar as indignidades sofridas pelos seus excelentíssimos donos, os tais pandilheiros que chularam, gozaram e deixaram o país na trampa, e também pelos pulhas que lhes garantem a impunidade.
É realmente escandaloso o 44 ainda estar nesta situação; já devia estar preso e penhorado até às cuecas há uns quinze anos – por gestão danosa e criminosa, não apenas pelas suas trafulhices pessoais – e o Ivo já nem devia ser juiz, quanto mais ser investigado às escondidas. Raio de canalha.
Acabemos com argumentos manipulativos – estéries.
(Como é o caso de alguns comentadores aqui)
Proponho um intervalo de 15 minutos para ver este vídeo.
https://www.bing.com/videos/riverview/relatedvideo?q=Brecht+no+teatro+o+desenvolvimento+de+uma+est%c3%a9tica&&view=riverview&mmscn=mtsc&mid=94B6C298F40F757D3CAD94B6C298F40F757D3CAD&&aps=0&FORM=VMSOVR
No dia 23 tenho lugar reservado na estreia da peça do enorme Fernando Arrabal,
(Estou vaidoso!)
“O Arquiteto e o Imperador da Assíria”
(Encenação do do Excelente João Mota – no Teatro da Comuna – até dia 14 de dezembro)
Vão ver. Reservem lugar
(Não tenho nada a ver com teatro. Apenas gosto de ler e ver)
A propósito, sugiro a leitura do artigo (newsletter) de Pedro Sales Dias, hoje no Público online.
«agravado tragicamente pela cumplicidade do sistema partidário»
Especial e tragicamente por cobardia do PS no caso Sócrates: Só Mário Soares e poucos mais no partido perceberam quais as consequências futuras de não combater na origem (no ovo) a estratégia de longo prazo dos procuradores MP chefiado pela salazarista vidala.
Sócrates não só não satisfez as reivindicações dos ‘senhores’ procuradores e juízes como quis retirar a renda vitalícia do subsídio de renda de casa e, sobretud, ainda os quis pôr a trabalhar como os demais trabalhadores da administração pública e não a passar as tardes nos restaurantes de bons petiscos.
Sócrates não deixou o cavacoiso juntar a pensão com o ordenado de Presidente e depois rejeitou qualquer intromissão presidencial na governação ou assenhoriar-se do bom trabalho do governo.
Sócrates acabou com os dinossauros nas Câmaras Municipais limitando a três mandatos os presidentes de Câmara (devia ter sido 3 mandatos e definitivos, pois, como se vê os dinossauros regressam assiduamente).
Sócrates não ia ao ‘beija mão’ dos poderosos, pois, tal, bem o demonstrou com o ddt Belmiro no caso da ‘opa’ espanholada deste sobre a PT, o qual passou a dedicar o jornal dito “público” a um permanente ataque unipessoal ao PM.
O PSD e toda a oposição viu em Sócrates um gigante político ao pé dos seus menores, incompetentes e patetas políticos que na AR levantaram, em perfeita putativa unanimidade de PSD, PC+Verdes e Bloco, com bravura de pulhas na AR os seus braços contra o PEC IV, apesar e contra a recomendação da UE sabendo de antemão que tal era a derradeira hipótese de salvar Portugal da banca-rota.
Desde então o PSD, sobretudo, e os outros tiveram sempre à mão um “bode expiatório” para arremessar todas as culpas políticas próprias sobre Sócrates e o PS. E sobretudo a estratégia do MP pegou de estaca com toda a facilidade perante a mudez e aceitação cúmplice e cobarde do partido face às desonestidades e ilegalidades praticadas descaradamente pelos homens de mão salazaristas do MP.
Esse labéu (mancha, chamou-lhe PP) foi a marca de fogo a sangue frio implantada sobre o partido de Mário Soares e, desde então, muitos socialistas não só aceitaram a culpa como alguns se juntaram aos adversários políticos e foram tão inquisidores e carrascos como os próprios acusadores nas inquirições a socialistas na AR. Aquele que sofreu, agora, uma derrota humilhante em Gaia face a um dinossauro que dera um golpe e deixara a dita Câmara com uma dívida de 200 milhões, foi um deles; parecia um um elemento do governo terrorista do daesh a inquirir socialistas que sempre foram quadros cumpridores do partido.
Claro, agora, que o movimento político MP já é um problema nacional que toca malfazer a todos os velhos partidos criadores do Estado Social atual, especialmente o PSD que é, atualmente, o novo suporte +- democrático
do poder, este partido também se sente incomodado e, logo, protesta agressivamente.
Claro, como sempre nestes casos, primeiro foram os considerados os ‘piores’, depois vão os vizinhos.
O assunto é sempre e só socrates. Só.
Contrariamente à primeira frase do josé neves, não foi por cobardia que o PS se agachou, foi por sentido de sobrevivência e controlo de danos. Nada melhor que o PS sabia, e sabe, o grau de diabruras e comportamentos escabrosos do animal feroz e os danos que as suas ações poderiam ter no partido. Como dizia o secretário geral do PS, à porta do presidio de Évora: socrates “ia lutar por aquilo que considerava ser “a sua verdade””! Isto não é cobardia, é até valentia (mesmo que premeditada e cruel).