Apogeu da Operação Influencer

A Operação Influencer iniciou-se em 7 de Novembro de 2023. Cinco pessoas foram detidas numa investigação a actos governativos e autárquicos de eventual corrupção, um ministro foi nomeado suspeito formal e o primeiro-ministro ficou sujeito a uma investigação separada pelo Supremo Tribunal de Justiça. Desta situação judicial resultou o pedido de demissão de António Costa, a dissolução da Assembleia da República e a marcação de eleições.

A três dias da ida às urnas, o Presidente da República voltou a utilizar a jornaleira Ângela Silva (portanto, o Expresso e a SIC, assim alcançando toda a comunicação social) para anunciar que iria impedir o Chega de entrar num Governo da AD, mesmo numa eventual substituição de Montenegro em quadro de maioria AD + Chega. Dessa forma, Marcelo comunicou directamente com os indecisos de direita e de esquerda, no calendário mais eficaz para os influenciar: na véspera de irem votar. Aos de direita hesitantes entre Chega e AD, garantiu-lhes que só o voto na AD faria sentido caso quisessem afastar o PS da governação. Aos de esquerda hesitantes entre o PS e as diversas alternativas, garantiu-lhes que não se justificava o voto útil nos socialistas visto o papão do Chega no Governo estar afastado.

Um tipo que se limite a saber o que foi tornado público acerca da Operação Influencer arrisca-se a saber tanto como os procuradores à frente da investigação: que não há sequer indícios de crime. O cenário de ter sido tudo uma mistela de incompetência e justicialismo do Ministério Público tem altíssima probabilidade de ser apenas a versão mais benigna do que se passou.

6 thoughts on “Apogeu da Operação Influencer”

  1. Paragrafo 1
    Certíssimo. Escária e Lacerda não poderiam dar outro desfecho (até lhe faço o favor de deixar o aprendiz de animal feroz do Galamba de fora – portanto veja bem o benevolente que sou);

    Paragrafo 2
    A si não lhe preocupa um cabelo o que o vosso amigo Marcelo fez (que FEZ), nem a pulhice da natureza do ato (imagine algo parecido contra o PS!), a única questão a ter em conta são as consequências para o PS. Ver-vos a perder propriedade é um regalo. Um regalo que me impede de comentar o paragrafo 3, onde, imagine-se, no câmara corporativa, se aventam teorias da conspiração.

  2. É preciso viver numa bolha para não entender que nada disso foi relevante para os milhões de eleitores que ontem se apresentaram às urnas no exercício do seu direito e dever democrático. Quantas pessoas terão pensando nessas tricas de meia tijela antes de votarem? 10 mil, 30 mil? Vamos assumir que sim. Bom, só a ADN teve 100 mil votos por muito menos do que isso.

  3. O Presidente da República…… ?- Ferro Rodrigues anda a dar-lhe conselhos, conselhinhos.
    Calmaria.
    O Chega……..? – A Alexandra Leitão, ontem, naquele programa com o Lobo e o Pacheco, até fez uma analogia (ou comparação?) entre o que aconteceu com o PRD em 1985 e agora com o Chega.
    Sagesse! Fiquei mais tranquilo.

    Como disse aqui ontem – quem sabe, sabe -, “As elites intelectuais, políticas e corporativas [e económicas] aboletar-se-ão â [nova] situação”.
    Comme d’habitude au Portugal
    —————————
    AH! Já agora, ia esquecer-me. O César deu agora em ralhar com a víbora porque se intrometeu nas eleições. Estou a referir-me àquele senhor César que apoiou Pedro Nuno Santos ao lado do senhor Beleza e outros da mesma cepa, movidos por miserável inveja de José Luís Carneiro, que tinha dado um bailarico à AD.

  4. A operação Influencer foi bem sucedida pois atingiu os objetivos que se propunha, apear o PS do poder e colocar no governo a direita. Foi isso que aconteceu, ponto.
    Se a direita tem condições para se segurar no poder isso, como se costuma dizer, “são outros cinco tostões”.
    Pela 1a vez concordo com o mini Mendes e acho muito provável que haja eleições em menos de um ano.
    Seja como for a AD não está numa posição confortável pois das duas uma, ou tenta um acordo com o Chunga e terá um sério problema de credibilidade em futuras eleições, acrescendo ainda que acreditar em acordos com o Chunga deve ser igual a acreditar que o meu gato não vai comer o robalo que está em cima da banca porque acordei isso com ele. Ou então navegará à vista entre o PS e o Chunga e encalhará logo à primeira grande dificuldade, que será o orçamento para 2025.
    Para ser franco as duas opções parecem-me quase equivalentes.
    O Chunga também vai estar sob pressão pois pela 1a vez as decisões que tomarem irão ter impacto na vida das pessoas… deixar ou não passar o governo, que medidas aprovar ou rejeitar, em que momento deitar o governo abaixo. Ao contrário do que acontecia até aqui o Chunga vai começar a pagar um preço cada vez que decidir e até quando decidir não decidir.
    Desta ou daquela maneira para já o jogo está nas mãos da direita, vamos ver como usam as cartas.

  5. …E Pedro Nuno Santos, em campanha, curva-se perante a memória do ” grande democrata” Navalny, enquanto a sumidade que dá pelo nome de Assis compara a personagem a Nelson Mandela!!! Não aprendam, que não é preciso!…

  6. o humberto delgado tamém era fascista antes de se candidatar ao lugar do salazar, depois de morto passou a ícon celebrado pelo partido comunista português.
    o oportunismo destes filhos de puta não para de nos surpreender com expropriação das glórias alheias na defesa da cooperativa da miséria nacional.

    https://www.pcp.pt/publica/militant/236/p45.html

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